INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO CEARÁ

CAMPUS JUAZEIRO DO NORTE

BACHARELADO EM ENGENHARIA AMBIENTAL
DISCIPLINA: SUSTENTABILIDADE NO SEMIÁRIDO
DOCENTE: DR. FRANCISCO HUGO H. DE ALENCAR

TECNOLOGIAS DE CONVIVÊNCIA
COM O SEMIÁRIDO BRASILEIRO

DISCENTE: LUCIVANIA GOMES

JUAZEIRO DO NORTE
AGOSTO/2019
 APRESENTAÇÃO
Aparato sobre o tema, com abordagem para a condição de seca da região,
bem como a inserção de práticas voltadas a questões de convivência, onde as
tecnologias adequadas apresentam-se como boas aliadas ao desenvolvimento
sustentável de regiões semiáridas.

Tecnologias sociais aplicadas a condições de convivência com o Semiárido

Brasileiro (SAB): cisterna de bica, cisterna fora do chão, tanques de pedra ou
caldeirão, bomba d’água popular e barragens sucessivas de contenção de
sedimentos.
2
 ESTRUTURAÇÃO DA APRESENTAÇÃO
INTRODUÇÃO

OBJETIVO

TECNOLOGIAS SOCIAIS DE CONVIVÊNCIA COM O SAB

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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 INTRODUÇÃO
● Secas periódicas – pobreza rural;

● Elementos de natureza física, política, econômica e social interagem

entre si para perpetuar tal situação;

● As secas não podem ser combatidas pois o homem não possui meios
para isso;

● Solução centrada em uma concepção de um conhecimento regional dos

recursos disponíveis com a melhoria da posição do semiárido no
sistema político-econômico nacional;

● Técnicas adequada de manejos dos recursos disponíveis; 4

 INTRODUÇÃO
● Desenvolvimento - Aceitar as fragilidades e encarar o desafio de
conviver com o SAB;

● Ações nos Programas de Tecnologias Alternativas;

● Fortalecimento do homem do campo;

● As características que determinam a viabilidade e funcionalidade das

tecnologias são: sua capacidade de adaptação aos mais variados
ambientes, ser facilmente replicáveis, ter baixo custo de implantação e
manutenção e ser facilmente apropriáveis pelos agricultores.

5
 Apresentar cinco tecnologias
relacionadas à convivência com o
semiárido brasileiro, com intuito de

OBJETIVO fomentar a consciência de que, o

entrave no desenvolvimento das
regiões semiáridas brasileiras não é
fundamentado exclusivamente na
falta de água, e sim no seu uso e
gerenciamento indecentes.

6
 TECNOLOGIAS SOCIAIS
DE CONVIVÊNCIA COM O SAB
● O que são?

● Questão hídrica;

● 05.09.XX
“O nosso Semi-Árido é o mais13.10.XX
17.09.XX chuvoso e populoso
20.10.XXdo planeta, em média,
caem por ano 750 bilhões de m³ de água sobre o nosso Semi-Árido e só
temos infraestrutura para armazenar 36 bilhões, os quais ficam
expostos ao processo de evaporação. Portanto, o problema não é a falta
de água, mas o seu aproveitamento inteligente.” (MALVEZZI, 2007).

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 TECNOLOGIAS SOCIAIS
DE CONVIVÊNCIA COM O SAB
● A seguir serão descritas cinco tecnologias, com foco na garantia da
água em períodos de estiagem:

- Cisterna de bica;
- Cisterna
05.09.XXfora do chão;
17.09.XX 13.10.XX 20.10.XX
- Tanques de pedra ou caldeirão;
- Bomba d’água popular;
- Barragens sucessivas de contenção de sedimentos.

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 TECNOLOGIAS SOCIAIS
DE CONVIVÊNCIA COM O SAB
● CISTERNA DE BICA

Conforme Malvezzi (2007), é feita de placas de argamassa construídas cerca de dois dias antes da
montagem. Dois terços da cisterna ficam enterrados no chão, o que ajuda a compensar à pressão interna da
05.09.XX 17.09.XX
água, dando estabilidade as paredes.
13.10.XX 20.10.XX

São as famosas cisternas de captação de água de chuva feitas no pé da casa, que recolhem a água dos
telhados, conduzindo-a diretamente para o reservatório, sem deixá-la cair no chão. Tem a nobre finalidade de
oferecer água de qualidade para o consumo humano. Hermeticamente fechadas, não permitem a entrada da
luz; assim, também não permitem a multiplicação de algas e outros elementos vivos. A água fica preservada.

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 TECNOLOGIAS SOCIAIS
DE CONVIVÊNCIA COM O SAB
● CISTERNA DE BICA

Características:

 Cada cisterna tem capacidade para armazenar 16 mil litros de água, volume suficiente para
05.09.XX 17.09.XX 13.10.XX 20.10.XX
abastecer uma família de até seis pessoas, no período de estiagem que pode chegar a oito
meses. O seu funcionamento prevê a captação de água da chuva que cai no telhado da casa e
escoa para a cisterna através das calhas;

 Em todas as cisternas são instaladas bombas manuais para retirada da água, placas de
identificação, calhas, tampas, coadores, telas de proteção e cadeados. E todas as tecnologias
são georreferenciadas, ou seja, são coletadas as coordenadas geográficas de longitude e
latitude que permitem a localização da mesma;

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 TECNOLOGIAS SOCIAIS
DE CONVIVÊNCIA COM O SAB
● CISTERNA DE BICA

Características:

 Sua instalação é uma benção para as populações rurais do sertão nordestino que sofrem com
05.09.XX 17.09.XX 13.10.XX 20.10.XX
a falta de água potável;

 Tem impacto direto na saúde da família, aliviam o trabalho feminino de buscar água e
produzem maior independência em relação ao carro pipa; quando bem administradas, tem
mudado a qualidade de vida das famílias no Semi-Árido.

11
 TECNOLOGIAS SOCIAIS
DE CONVIVÊNCIA COM O SAB

05.09.XX 17.09.XX 13.10.XX 20.10.XX

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 TECNOLOGIAS SOCIAIS
DE CONVIVÊNCIA COM O SAB
● CISTERNA FORA DO CHÃO

De acordo com Malvezzi (2007), usam a mesma tecnologia das cisternas de

bica, só que são construídas totalmente fora do chão. Podem ser construída sem
locais onde não é possível
05.09.XX escavar (solos
17.09.XX rasos e lajedos).
13.10.XX Tem também a finalidade
20.10.XX
de abastecimento humano. Um cuidado essencial e que sejam feitas em terreno
firme e bem nivelado, para garantir a estabilidade. Necessitam de uma quantidade
maior de arame para a amarração da parede, neutralizando a pressão interna da
água. Permitem a colocação de uma torneira na base, de onde a água pode ser
retirada, por gravidade, sem nenhum contato manual.

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 TECNOLOGIAS SOCIAIS
DE CONVIVÊNCIA COM O SAB
● CISTERNA FORA DO CHÃO

Características:

05.09.XX de mão-de-obra;
 Economia 17.09.XX basta 13.10.XX
abrir a torneira20.10.XX
para obter água; pela mesma
razão, não ocorre contaminação da água pelo contato das pessoas;

 Capta água do telhado, desde que, e claro, não seja construída em posição mais
alta que ele; O custo é equivalente ao da cisterna de bica;

 Apresentam basicamente as mesmas vantagens no quesito social.

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 TECNOLOGIAS SOCIAIS
DE CONVIVÊNCIA
05.09.XX 17.09.XX
COM
13.10.XX 20.10.XX

O SAB

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 TECNOLOGIAS SOCIAIS
DE CONVIVÊNCIA COM O SAB
● TANQUES DE PEDRA

É uma tecnologia comum em áreas de serra ou onde existem lajedos,

que funcionam como área de captação da água de chuva. São fendas largas,
barrocas ou buracos
05.09.XX naturais, normalmente
17.09.XX 13.10.XX de20.10.XX
granito. O volume de água
armazenado vai depender do tamanho e da profundidade do tanque. Para
aumentar a capacidade, são erguidas paredes na parte mais baixa ou ao
redor do caldeirão natural, que servem como barreira para acumular mais
água (ASA, s.d.).

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 TECNOLOGIAS SOCIAIS
DE CONVIVÊNCIA COM O SAB
● TANQUES DE PEDRA

Características:

 O 05.09.XX
custo é baixo e o17.09.XX
efeito de acumulação de água muitas
13.10.XX vezes surpreende;
20.10.XX

 A água armazenada é utilizada para o gasto da casa, normalmente para lavar roupa
e para o banho; também serve para animais e plantações;

 É uma tecnologia de uso comunitário.

17
 TECNOLOGIAS
SOCIAIS DE
CONVIVÊNCIA
05.09.XX 17.09.XX 13.10.XX 20.10.XX

COM O SAB

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 TECNOLOGIAS SOCIAIS
DE CONVIVÊNCIA COM O SAB
● BOMBA D’ÁGUA POPULAR (BAP)

Aproveita os poços tubulares já perfurados para extrair água subterrânea por

meio de uma tecnologia acessível, a bomba d’água popular, equipamento manual que
contém uma roda volante.
05.09.XX Quando girada,
17.09.XX essa roda 20.10.XX
13.10.XX puxa grandes volumes de água,
com pouco esforço físico. Pode ser instalada em poços de até 80 m de profundidade.
Nos poços de 40 m, chega a puxar até mil litros de água em uma hora (ASA, s.d.).
É uma tecnologia de uso comunitário, de baixo custo e fácil manuseio. Se bem
cuidada, pode durar até cinquenta anos. A água da bomba tem vários usos: para
produzir alimentos, dar de beber aos animais e usar nos afazeres domésticos.
Geralmente, cada bomba beneficia dez famílias (ASA, s.d.).

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 TECNOLOGIAS SOCIAIS
DE CONVIVÊNCIA COM O SAB
● BOMBA D’ÁGUA POPULAR (BAP)

Características:

 As BAPs têm um baixo custo de manutenção e são fáceis de ser manuseadas. Não pesam e
05.09.XX 17.09.XX 13.10.XX 20.10.XX
disponibilizam grandes volumes de água com pouco esforço físico. São as próprias famílias que
montam e fazem a sua manutenção, sem gastar energia ou combustível para o bombeamento
da água;

 Essa tecnologia melhora o acesso à água para consumo familiar e comunitário, possibilitando
a diversificação da produção. Além disso, o acesso à água perto de casa evita que mulheres e
crianças tenham que percorrer grandes distâncias em busca de água para o abastecimento da
família.

20
 TECNOLOGIAS SOCIAIS
DE CONVIVÊNCIA COM O SAB

05.09.XX 17.09.XX 13.10.XX 20.10.XX

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 TECNOLOGIAS SOCIAIS
DE CONVIVÊNCIA COM O SAB
● BARRAGENS SUCESSIVAS DE CONTENÇÃO DE SEDIMENTOS

Segundo a Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH) do Ceará (2010), a barragem

sucessiva de contenção de sedimentos é uma estrutura construída com pedras
soltas, cuidadosamente
05.09.XX arrumadas e13.10.XX
17.09.XX em formato de20.10.XX
arco romano deitado, realizada
na rede de drenagem da microbacia hidrográfica, em pequenos tributários ou
riachos afluentes de um rio de maior ordem hierárquica, cujo objetivo é a retenção
dos sedimentos gerados pelo processo erosivo à montante das áreas cultivadas, em
consequência do mau uso do solo.
No que concerne ao aspecto hidroambiental, a grande importância da barragem
sucessiva de contenção de sedimentos está na redução dos danos, oriundos das
formas inadequadas de seleção e uso do solo nas microbacias.
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 TECNOLOGIAS SOCIAIS
DE CONVIVÊNCIA COM O SAB
● BARRAGENS SUCESSIVAS DE CONTENÇÃO DE SEDIMENTOS

Características:

 Promove
05.09.XX a diminuição da perda13.10.XX
17.09.XX de terra por erosão;
20.10.XX

 Melhora a infiltração de água na terra, aumentando a recarga do lençol de

água;

 Aumenta a capacidade de produção da propriedade.

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 TECNOLOGIAS SOCIAIS
DE CONVIVÊNCIA COM O SAB

05.09.XX 17.09.XX 13.10.XX 20.10.XX

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 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O SAB é diverso, entendê-lo é o primeiro passo para explorar suas potencialidade

de forma sustentável e deixar de lamentar suas limitações.
A apresentação de tecnologias sociais aplicáveis à realidade do SAB
demonstrou que há um leque de possibilidades de convivências, que contribuem para
efetivas soluções de
05.09.XX transformações
17.09.XX sociais. Essas
13.10.XX tecnologias auxiliam a
20.10.XX
permanência do homem no campo, uma vez que é possível garantir água em
períodos de estiagem, e fomentar diversas atividades para geração de receita o ano
todo, caso haja planejamento e manejo de diferentes meios de produção.
As tecnologias podem ser utilizadas isoladamente ou aliadas, uma vez que
fornecem diferentes produtos (alguns casos). É ideal que o produtor faça uso de
várias tecnologias a fim de obter os melhores resultados da relação sócio-ambiental.
Todavia, sua escolha deve ser baseada nas especificidades de cada local.
25
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASA-ARTICULAÇÃO SEMIÁRIDO BRASILEIRO. Ações. Disponível em: <http://www.asabrasil.org.br>.

ASA-ARTICULAÇÃO SEMIÁRIDO BRASILEIRO. Bomba d’-Agua Popular. Disponível em:

<http://plataforma.redesan.ufrgs.br/biblioteca/pdf_bib.php?COD_ARQUIVO=10520>.

FF. Cisternas. Disponível em: <https://www.fazfacil.com.br/reforma-construcao/cisternas-vazamentos/>.

FLICKR. Barragem de pedra. Disponível em: <https://www.flickr.com/photos/asabrasil/4017055414>.

05.09.XX 17.09.XX 13.10.XX 20.10.XX
MALVEZZI, R. Semi-Árido: uma visão holística. Brasília: Confea, 2007. 140 p.
SRH-SECRETARIA DOS RECURSOS HÍDRICOS. Barragens Sucessivas de Contenção de Sedimentos. In: Cartilhas Temáticas
–Tecnologias e práticas Hidroambientais para Convivência com o Semiárido. vol 1. Fortaleza –Ceará, 2010. Disponível em :
<https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/29535/1/Cartilha-vol-1-Barragens-sucessivas.pdf>.

SRH- SECRETARIA DOS RECURSOS HÍDRICOS. Barragens Sucessivas de Contenção de Sedimentos. In: Cartilhas
Temáticas – Tecnologias e práticas Hidroambientais para Convivência com o Semiárido. vol 1. Fortaleza – Ceará, 2010.
Disponível em : <https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/29535/1/Cartilha-vol-1-Barragens-sucessivas.pdf>.

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 “ ... Eu sei que a chuva é pouca e que o chão é quente.
Mas, tem mão boba enganando a gente,
secando o verde da irrigação
Não! Eu não quero enchentes de caridade,
só quero chuva de honestidade
Molhando as terras do meu sertão ...”
Flávio Leandro

Obrigada!
● LUCIVANIA GOMES
Contatos: (88) 9.9606 9721
e-mail: lgs.lucivania@gmail.com
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