Serviços transmitidos em ondas curtas

• Comunicações fixas (Fixed)

Terrestres (Land mobile)
• Comunicações móveis Aeronauticas (Aeronautical mobile)
Marítimas (Maritime mobile)
• Radiodifusão (Broadcasting)
• Rádio amador (Amateur radio)
• Rádio astronomia (Radio astronomy)
• Ajudas à meteorologia (Meteorological aids)
 MODOS POSSÍVEIS DE PROPAGAÇÃO
• Embora fosse muito fácil fazer antenas verticais postas
ao solo para ondas curtas, devido à sua muito pequena
altura, a propagação por onda de terra nesta banda não
é aplicável porque os alcances são muito reduzidos.
• Tal como em ondas médias, a propagação por onda
directa só é possível em casos especiais (p.ex:
comunicação entre aeronaves, ou entre uma estação
terrena e uma aeronave).
• Feita a escolha adequada para a frequência, o modo de
propagação sempre possível, dia e noite, é a
propagação via ionosfera.
Propagação por onda de terra
Curvas de propagação
 Propagação por onda directa
• Em Ondas Curtas, normalmente a propagação
por onda directa não é possível, devido aos
obstáculos naturais (grandes montanhas) e
artificiais (prédios, etc.).
• É possível em certos casos especiais como os
indicados na figura.
Camadas ionosféricas
Propagação por onda ionosférica
No período diurno
• Muito esporadicamente pode acontecer reflexão na
camada E (camada E esporádica).

• Dependente da frequência
de transmissão a reflexão é
feita na camada F1 ou na
camada F2.

No período nocturno
A reflexão é sempre feita
na camada F.
 Qualidade de recepção na radiodifusão
em Ondas Curtas

• Na transmissão analógica, a qualidade é somente

razoável devido às instabilidades da ionosfera, á
distorção de frequência por ela introduzida e às
interferências, co-canal e de canal adjacente, de
estações distantes.
• Na transmissão digital nas mesmas bandas de
ondas curtas atribuídas à radiodifusão analógica,
no sistema Digital Radio Mondiale (DRM), a
qualidade de recepção é equivalente à
conseguida com a radiodifusão em VHF FM.
Refracção da onda nas camadas ionosféricas

• A refracção da onda é tanto mais acentuada

quanto maior for o grau de ionização da camada e
quanto mais baixa for a frequência.
• A onda só regressa à terra se o processo de
refracção consegue levar a onda à horizontalidade
antes de ser atingida a altitude de ionização
máxima da camada. De outra forma, a onda
descreve um S e fura a camada.
 Altura virtual de reflexão
• Quando, no processo de refracção, a onda
atinge a horizontalidade a uma altitude H
menor do que a altitude de máxima ionização
da camada, a onda regressa à terra.
• Isto é equivalente a uma reflexão virtual a
uma altitude Hv > H.
 Experiência de propagação em incidência
vertical (1)
Onda contínua de RF

Impulso de RF Trem de impulsos de RF

 Experiência de propagação em incidência
vertical (2)

a) b) c) d)

a) f1 Frequência baixa da banda de OC. Possibilidade esporádica de reflexão.

b) f2 > f1 c) f3 > f2 d) f4 > Frequência crítica > f3
 Propagação em incidência vertical
Frequência crítica (1)

• Aumentando a frequência, a refracção torna-se menos

intensa e a altitude virtual de reflexão vai aumentando.
• Se aumentarmos demais a frequência, a onda fura a
ionosfera.
• A frequência máxima a partir da qual deixa de haver
reflexão chama-se Frequência Crítica.
• A frequência crítica é, portanto, uma frequência limite
para a incidência vertical.
 Propagação em incidência vertical
Frequência crítica (2)
• Se a frequência de transmissão for menor do que a frequência crítica a onda é
“reflectida” para a terra.
• A intensidade da onda reflectida é tanto maior quanto maior for a frequência,
limitada ao valor máximo da frequência crítica.
• Se a frequência estiver demasiado abaixo da frequência crítica, a onda volta à
terra com tão fraca intensidade, que não dá para ser detectada pelo receptor
por se confundir com o ruído.
• Se a frequência estiver acima da frequência crítica a onda fura a ionosfera e
deixa de haver possibilidade de recepção.

Conclusão:
Para que a onda regresse ao solo com a maior intensidade possível, deve-se usar
uma frequência de transmissão que esteja próxima da frequência crítica, mas
não demasiado próxima para não termos uma transmissão com cortes (períodos
em que o sinal é muito forte e outros períodos em que não há recepção porque a
onda fura a ionosfera.
 Propagação em salto (incidência oblíqua)
Frequência máxima utilizável (MUF)
• Na incidência oblíqua, em que a onda dá um “salto” com
“reflexão” na ionosfera, a frequência limite é maior do
que a frequência crítica e chama-se Frequência Máxima
utilizável – MUF (maximum usable frequency).

f < fc f < MUF > fc

 A influência do ângulo de fogo
• A MUF é tanto maior quanto maior for a distância do
salto e calcula-se pela expressão:

• Quanto mair próxima estiver a frequência da MUF

maior será a intensidade do sinal da onda reflectida.

𝑓 𝑐<𝑀𝑈𝐹 𝑀𝑎𝑝𝑢𝑡𝑜 − 𝐵𝑒𝑖𝑟𝑎 <𝑀𝑈𝐹 𝑀𝑎𝑝𝑢𝑡𝑜 − 𝑃𝑒𝑚𝑏𝑎

Ângulo de incidência na ionosfera
Frequência óptima de trabalho (FOT)
• O sinal recebido é tanto mais forte quanto mais próxima
está a frequência de transmissão da MUF.
• Para evitar a possibilidade da onda furar a ionosferta
em curtos períodos provocando cortes na emissão, é
conveniente trabalhar numa frequência 10% abaixo da
MUF, frequência esta que se chama Frequência óptima
de trabalho – FOT (Fréquence optimal de travaille) ou
(Optimum working (or trafic) frequency – (OWF) OTF).

• A variação acentuada do grau de ionização da ionosfera

ao longo do dia, implica na variação acentuada dos
valores da frequência crítica, da MUF e da FOT.
 A FOT em função da hora do dia
• A variação acentuada do grau de ionização da
ionosfera ao longo do dia, implica na variação
acentuada dos valores da frequência crítica, da MUF e
da FOT.
• O gráfico de variação da FOT ao longo do dia,
resultante das previsões feitas pelos institutos de
sondagem da ionosfera, é feito para cada mês do ano
e para cada região, definida pela longitude e latitude
do ponto de reflexão.
• O gráfico tem várias curvas correspondentes aos
saltos de 0, 800, 1200, 1600, 2400, 3200 e 4000 Km
 EXEMPLO DE APLICAÇÃO
Transmissão em O.C. entre Johanesburg e Cape Town
Distância do salto: 1300 Km
Coordenadas do ponto de reflexão:
Latitude 30° E
Longitude 23,2° E
Período de transmissão: 0 – 24 H
Canais disponíveis na SABC: 18,5 ; 12,0 ; 8,4 ; 4,2 ; 3 MHz
Diferença horária entre a hora local (no ponto de reflexão) e a
hora universal (UT ou GMT): +27 minutos
 PERÍODOS DE POSSÍVEL TRANSMISSÃO EM
CADA CANAL

Horário de Transmissão
Canais disponíveis
MHz Hora local (LMT) Hora sul-africana (SAST)

18,5 - -
12,0 07.20 – 17.15 h 07.47 – 17.42 h

06.15 – 07.20 h 06.42 – 07.47 h

8,4
17.15 – 19.20 h 17.42 – 19.47 h

4,2 19.20 – 06.15 h 19.47 – 20.14 h

3,0 03.30 – 04.10 h 03.57 – 20.41 h
 PROPAGAÇÃO EM FUNÇÃO DA
DISTÂNCIA
• O sinal recebido é tanto mais elevado
quanto mais perto se trabalha da FOT.
• Quanto maior for a distância do salto
maior a MUF e, portanto, maior a FOT.
Conclusão
Quanto maior for a distância mais elevada
terá que ser a frequência de transmissão.
Exemplo
 PROPAGAÇÃO EM FUNÇÃO DA
FREQUÊNCIA
• Quanto maior for a frequência menor será a
refracção da onda.
Como será durante o dia?
GRÁFICO DE PROPAGAÇÃO VIA
IONOSFERA

Skaywave Transmission Chart

Take-off angle in degrees
 Exemplo de aplicação

Antena log-periódica
 Vantagens da propagação em Ondas
Curtas

Vantagens:
• Comunicação possível a longas e mesmo muito
longas distâncias.

• Cobertura de áreas muito extensas, no caso

particular da radiodifusão.
 Inconvenientes da propagação em
Ondas Curtas
• É necessário mudar de frequência (canal) algumas vezes ao
longo do dia, e em alguns períodos ao longo do ano.
• É conveniente transmitir-se também num canal alternativo
para garantia de boa recepção.
• No caso da radiodifusão, o ouvinte tem que ter alguns
conhecimentos de propagação para saber sintonizar o
melhor canal.
• A qualidade de recepção não é boa devido às instabilidades
da ionosfera que provocam “fading”, e devido à distorção
de multi-percurso e de efeito de Doppler e às
interferências.
Transmissão digital em radiodifusão
na banda de Ondas Curtas
• Em radiodifusão, a transmissão digital em O.C. é feita no
sistema DRM (Digital Radio Mondiale).
• O problema de sintonia não existe para o ouvinte, porque o
receptor faz o rastreio dos vários canais em que é
radiodifundida a emissão pretendida e selecciona
automaticamente o melhor canal.
• Esta tecnologia digital reduz os problemas causados pelo ruído,
pelo “fading” introduzido pela ionosfera, pela distorção multi-
percurso e pelo efeito de Doppler que é devido ao movimento
(recepção móvel e movimento das camadas ionosféricas.