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Cuidados na saúde infantil

UFFCD 6577 - 50 h
Formadora: Catarina Bessa
Chaves
Objetivos
• Identificar as noções básicas dos Direitos e Deveres da Criança.

• Identificar as noções básicas das diferentes fases do desenvolvimento infantil.

• Caracterizar os diferentes tipos de cuidados prestados nos serviços de saúde infantil.

• Identificar sinais de alerta no âmbito das atividades diárias à criança.

• Explicar que as tarefas que se integram no seu âmbito de intervenção do/a Técnico/a Auxiliar de Saúde
terão de ser sempre executadas com orientação e supervisão de um profissional de saúde.

• Identificar as tarefas que têm de ser executadas sob supervisão direta do profissional de saúde e aquelas
que podem ser executadas sozinho.

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Objetivos
• Explicar a importância de demonstrar interesse e disponibilidade na interação com utentes.

• Explicar a importância de manter autocontrolo em situações críticas e de limite.

• Explicar o dever de agir em função das orientações do profissional de saúde.

• Explicar o impacte das suas ações na interação e bem-estar emocional de terceiros.

• Explicar a importância da sua atividade para o trabalho de equipa multidisciplinar.

• Explicar a importância de assumir uma atitude pró-ativa na melhoria contínua da qualidade, no


âmbito da sua ação profissional.

• Explicar a importância de cumprir as normas de segurança, higiene e saúde no trabalho assim como
preservar a sua apresentação pessoal.
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Objetivos
• Explicar a importância de agir de acordo com normas e/ou procedimentos definidos no âmbito das
suas atividades.

• Explicar a importância de adequar a sua ação profissional a diferentes públicos e culturas.

• Explicar a importância de prever e antecipar riscos.

• Explicar a importância de demonstrar segurança durante a execução das suas tarefas.

• Explicar a importância da concentração na execução das suas tarefas.

• Explicar a importância de desenvolver as suas atividades promovendo a humanização do serviço.

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Direitos e deveres da criança

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Conhecimento dos direitos e deveres do
adulto e da criança
• Os cidadãos internados num estabelecimento
de saúde ou seguidos por este no domicílio, são
pessoas com direitos e deveres. Não deverão
ser consideradas apenas do ponto de vista da
sua patologia, deficiência ou idade, mas com
todo o respeito devido à dignidade humana.

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Conhecimento dos direitos e deveres do
adulto e da criança
• Para além da regulamentação aplicada pelos estabelecimentos de saúde, devem zelar pelo respeito dos
direitos do homem e do cidadão reconhecidos universalmente, e dos seguintes princípios gerais: não
discriminação, respeito da pessoa, da sua liberdade individual, da sua vida privada e da sua autonomia.

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Conhecimento dos direitos e deveres do adulto e da criança

• Também, as instituições e os profissionais devem zelar pela boa aplicação das regras de deontologia
profissional. Enfim, devem assegurar que os doentes tenham a possibilidade de fazer valer os seus direitos e
afirmar a sua primazia como pessoa.

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Conhecimento dos direitos e deveres do adulto e da criança

• O doente internado tem direito à visita dos


seus familiares e amigos quando o desejar e
os horários o permitam, sempre que não
exista contra-indicação.

• As instituições e os profissionais devem


facilitar e mesmo incentivar o apoio afetivo
que pode dar “entes significativos” para o
doente.
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Conhecimento dos direitos e deveres do adulto e da criança

• As situações familiares mais complicadas onde existem conflitos entre os diferentes Familiares e / ou amigos
têm que ser ponderadas discreta e subtilmente pelos profissionais.

• Os doentes que não têm visitas e se sentem isolados devem ter um maior apoio quer do Pessoal de saúde,
quer do pessoal voluntário devidamente preparado e enquadrado.

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Conhecimento dos direitos e deveres do adulto e da criança

• O doente internado que se mostre incapaz de compreender ou de se fazer compreender tem direito ao
acompanhamento da pessoa que habitualmente lhe presta cuidados e para a qual deve haver condições
mínimas.

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Conhecimento dos direitos e deveres do adulto e da criança

• Em outras situações que se justifiquem o doente internado tem também direito ao acompanhamento em
permanência:
• No momento do parto, pelo companheiro, ou outra pessoa designada pela parturiente;

• No caso das crianças internadas independentemente da sua idade e estado de saúde;

• Doentes com deficiências, com problemas de comunicação ou alterações de natureza psicológica;

• Doentes em situação terminal;

• Doentes no serviço de urgência.

• Os horários para as visitas deverão ter em conta não só as necessidades dos serviços, mas também e,
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sobretudo as necessidades dos doentes e a disponibilidade da população.
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Carta de direitos da criança hospitalizada

1. A admissão de uma criança no Hospital só deve ter lugar quando os cuidados necessários à sua doença
não possam ser prestados em casa, em consulta externa ou em hospital de dia.

2. Uma criança hospitalizada tem direito a ter os pais ou seus substitutos, junto dela, dia e noite, qualquer
que seja a sua idade ou o seu estado.

3. Os pais devem ser encorajados a ficar junto do seu filho devendo ser-lhes facultadas facilidades materiais
sem que isso implique qualquer encargo financeiro ou perda de salário. Os pais devem ser informados
sobre as regras e as rotinas próprias do serviço para que participem ativamente nos cuidados ao seu filho.

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Carta de direitos da criança hospitalizada

4. As crianças e os pais têm o direito a receber uma informação adaptada à sua idade e compreensão. As
agressões físicas ou emocionais e a dor devem ser reduzidas ao mínimo

5. As crianças e os pais têm o direito a serem informados para que possam participar em todas as decisões
relativas aos cuidados de saúde. Deve evitar-se qualquer exame ou tratamento que não seja
indispensável.

6. As crianças não devem ser admitidas em serviços de adultos. Devem ficar reunidas por grupos etários
para beneficiarem de jogos, recreios e atividades educativas adaptadas à idade, com toda a segurança. As
pessoas que as visitam devem ser aceites sem limites de idade.
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Carta de direitos da criança hospitalizada

7. O Hospital deve oferecer às crianças um ambiente que corresponda às suas necessidades físicas, afetivas
e educativas, quer no aspeto do equipamento, quer no do pessoal e da segurança.

8. A equipa de saúde deve ter formação adequada para responder às necessidades psicológicas e
emocionais das crianças e da família.

9. A equipa de saúde deve estar organizada de modo a assegurar a continuidade dos cuidados que são
prestados a cada criança.

10. A intimidade de cada criança deve ser respeitada. A criança deve ser tratada com cuidado e compreensão
em todas as circunstâncias.
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Respeito pelas crenças e valores
• As convicções culturais, filosóficas e religiosas do doente internado,
bem como a sua orientação sexual deverão ser respeitadas pelo
estabelecimento de saúde e pelos respetivos profissionais.

• Cada pessoa é um todo único e singular, protagonista de uma história e


de uma entidade Cultural e espiritual, que para muitos se define
religiosamente. Considerar estes aspetos é fundamental na prática dos
cuidados de saúde. A experiência do sofrimento torna estas dimensões
particularmente importantes para o doente internado.

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Respeito pelas crenças e valores
• As convicções culturais, filosóficas e religiosas deverão também ser tidas em consideração quer nos
aspetos terapêuticos (por exemplo: transfusões nas testemunhas de Jeová), quer nos hábitos
alimentares, bem como algumas regras sociais referentes ao relacionamento entre as pessoas e aos
rituais de nascimento e morte.

• Todo o proselitismo é proibido, seja por uma pessoa internada, um voluntário, um visitante ou um
membro do pessoal.

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Fases do Desenvolvimento Infantil
É preciso saber que:

• O desenvolvimento de uma criança não acontece de forma linear.

• As mudanças que vão se produzindo ocorrem de forma gradual, são períodos contínuos que vão se
sucedendo e se superpondo.

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Fases do Desenvolvimento Infantil
• Durante a evolução a criança experimenta avanços e retrocessos, vivendo seu desenvolvimento de modo
particular.

• Acompanhamos a construção de sua personalidade respeitando que em cada idade há um jeito próprio de
se manifestar.

• Tanto antecipar etapas, como não estimular a criança, podem ser geradores de futuros conflitos.

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Faixa etária dos 0 aos 6 meses

Desenvolvimento Físico:

• Processo de fortalecimento gradual dos músculos e do sistema nervoso: os movimentos


bruscos e descontrolados iniciais vão dando lugar a um controle progressivo da cabeça, dos
membros e do tronco;

• Por volta das 8 semanas é capaz de levantar a cabeça sozinho durante poucos segundos,
deitado de barriga para baixo;

• Controle completo da cabeça por volta dos 4 meses: deitado de costas, levanta a cabeça
durante vários segundos; deitado de barriga para baixo começa a elevar-se com apoio das mãos
e dos braços e virando a cabeça;
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Faixa etária dos 0 aos 6 meses

• Por volta dos 4 meses o controle das mãos é mais fino, sendo capaz de segurar num
brinquedo;

• Entre os 4 e os 6 meses utiliza os membros para se movimentar, rolando para trás e


para frente; apresenta também maior eficácia em alcançar e agarrar o que quer ou
a posicionar-se no chão para brincar;

• Desenvolve o seu próprio ritmo de alimentação, sono e eliminação;

• Desenvolvimento progressivo da visão;

• Com 1 mês, é capaz de focar objetos a 90 cm de distância; 22


Faixa etária dos 0 aos 6 meses
• Progressivamente será capaz de utilizar os dois olhos para focar um objeto próximo ou
afastado, bem como de seguir a deslocação dos objetos ou pessoas;

• Entre os 4 e os 6 meses a visão e a coordenação olho-mão encontram-se próximas da do


adulto;

• Desenvolvimento da função auditiva;

• Entre os 2 e os 4 meses, o bebê reage aos sons e às alterações do tom de voz das pessoas
que o rodeiam;

• Por volta dos 4-6 meses, possui já uma grande sensibilidade às mudanças nos tons de voz
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que ouve;
Faixa etária dos 0 aos 6 meses

Desenvolvimento Intelectual:

• A aprendizagem faz-se sobre tudo através dos sentidos;

• Vocaliza espontaneamente, sobretudo quando está em relação;

• A partir dos 4 meses, começa a imitar alguns sons que ouve à sua volta;

• Por volta do 6º mês, compreende algumas palavras familiares (o nome dele, "mamã",
"papá"...), virando a cabeça quando o chamam;

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Faixa etária dos 0 aos 6 meses
Desenvolvimento Social:

• Distingue a figura cuidadora das restantes pessoas com quem se relaciona, estabelecendo com ela
uma relação privilegiada;

• Fixa o rostos e sorri (aparecimento do 1º sorriso social por volta das 6 semanas);

• Aprecia situações sociais com outras crianças ou adultos;

• Por volta dos 4 meses: capacidade de reconhecimento das pessoas mais próximas, o que influencia a
forma como se relaciona com elas, tendo reações diferenciadas consoante a pessoa com quem
interage. É também capaz de distinguir pessoas conhecidas de estranhos, revelando preferência por
rostos familiares; 25
Faixa etária dos 0 aos 6 meses
Desenvolvimento Emocional:

• Manifesta a sua excitação através dos movimentos do corpo, mostrando prazer ao antecipar a
alimentação ou o colo;

• O choro é a sua principal forma de comunicação, podendo significar estados distintos (sono,
fome, desconforto...);

• Apresenta medo perante barulhos altos ou inesperados, objetos, situações ou pessoas estranhas,
movimentos súbitos e sensação de dor;

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Faixa etária dos 6 aos 12 meses
Desenvolvimento Físico:

• Desenvolvimento da motricidade: os músculos, o equilíbrio e o controlo motor estão mais


desenvolvidos, sendo capaz de se sentar direito sem apoio e de fazer as primeiras tentativas de se pôr
de pé, agarrando-se a superfícies de apoio;

• A partir dos 8 meses, consegue arrastar-se ou gatinhar;

• A partir dos 9 meses poderá começar a dar os primeiros passos, apoiando-se nos móveis;

• Desenvolvimento da preensão: entre os 6 e os 8 meses, é capaz de segurar os objetos de forma mais


firme e estável e de manipulá-los na mão; por volta dos 10 meses, é já capaz de meter pequenos
pedaços de comida na boca sem ajuda, é capaz de bater com dois objetos um no outro, utilizando as
duas mãos, bem como adquire o controle do dedo indicador (aprende a apontar); 27
Faixa etária dos 6 aos 12 meses

Desenvolvimento Intelectual:

• A aprendizagem faz-se sobre tudo através dos sentidos, principalmente através da boca;

• Desenvolvimento da noção de permanência do objeto, ou seja, a noção de que uma coisa continua a
existir mesmo que não a consiga ver;

• Vocalizações;

• Os gestos acompanham as suas primeiras "conversas", exprimindo com o corpo aquilo que quer ou
sente (por ex., abre e fecha as mãos quando quer uma coisa);

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Faixa etária dos 6 aos 12 meses

• Alguns dos seus sons parecem-se progressivamente com palavras, tais como "mamã" ou "papá" e ao
longo dos próximos meses o bebê vai tentar imitar os sons familiares, embora inicialmente sem
significado;

• A partir dos 8 meses: desenvolvimento do, acrescentando novos sons ao seu vocabulário. Os sons das
suas vocalizações começam a acompanhar as modulações da conversa dos adultos - utiliza "mamã" e
"papá" com significado;

• Nesta fase, o bebê gosta que os objetos sejam nomeados e começa a reconhecer palavras familiares
como "papa", "mamã", "adeus", sendo progressivamente capaz de associar ações a determinadas
palavras (por ex: tchau-tchau" - acenar);
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Faixa etária dos 6 aos 12 meses

• A partir dos 10 meses, a noção de causa-efeito encontra-se já bem desenvolvida: o bebê sabe exatamente o
que vai acontecer quando bate num determinado objeto (produz som) ou quando deixa cair um brinquedo (o
pai ou a mãe apanha-o). Começa também a relacionar os objetos com o seu fim (por ex., coloca o telefone
junto ao ouvido);

• Progressiva melhoria da capacidade de atenção e concentração: consegue manter-se concentrado durante


períodos de tempo cada vez mais longos;

• A primeira palavra poderá surgir por volta dos 10 meses;

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Faixa etária dos 6 aos 12 meses 12 meses

Desenvolvimento Social:

• O bebê está mais sociável, procurando ativamente


a interação com quem o rodeia (através das
vocalizações, dos gestos e das expressões faciais);

• Manifesta comportamentos de imitação,


relativamente a pequenas ações que vê os adultos
fazer (por ex., lavar a cara, escovar o cabelo, etc.);

• A partir dos 10 meses, maior interesse pela


interação com outros bebês;
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Faixa etária dos 6 aos 12 meses

Desenvolvimento Emocional:

• Formação de um forte laço afetivo com a figura materna (cuidadora) - Vinculação;

• Presença de ansiedade de separação, que se manifesta quando é separado da mãe, mesmo que
por breves instantes - trata-se de uma ansiedade normal no desenvolvimento emocional do
bebê;
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Faixa etária dos 6 aos 12 meses

• Presença de ansiedade perante estranhos: sendo igualmente uma etapa normal do desenvolvimento
emocional do bebê, manifesta-se quando pessoas desconhecidas o abordam diretamente;

• A partir dos 8 meses, maior consciência de si próprio;

• Nesta fase é comum os bebês mostrarem preferência por um determinado objeto (um cobertor ou uma
pelúcia, por ex.), o qual terá um papel muito importante na vida do bebê - ajuda a adormecer, é objeto
de reconforto quando está triste, etc.;

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Faixa etária de 1 aos 2 anos
Desenvolvimento Físico:

• Começa a andar, sobe e desce escadas, sobe os móveis, etc. - o equilíbrio é inicialmente bastante instável,
uma vez que os músculos das pernas não estão ainda bem fortalecidos. Contudo, a partir dos 16 meses, o
bebê já é capaz de caminhar e de se manter de pé em segurança, com movimentos muito mais
controlados;

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Faixa etária de 1 aos 2 anos

Desenvolvimento Físico:

• Melhoria da motricidade fina devido à prática - capacidade de segurar um objeto, o manipula,


passa de uma mão para a outra e o larga deliberadamente. Por volta dos 20 meses, será capaz de
transportar objetos na mão enquanto caminha;

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Faixa etária de 1 aos 2 anos
Desenvolvimento Intelectual:

• Maior desenvolvimento da memória, através da repetição das


atividades - permite-lhe antecipar os acontecimentos e retomar
uma atividade momentaneamente interrompida, à qual dedica um
maior tempo de concentração. Da mesma forma, através da sua
rotina diária, o bebê desenvolve um entendimento das sequências
de acontecimentos que constituem os seus dias e dos seus pais;

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Faixa etária de 1 aos 2 anos
• Exibe maior curiosidade: gosta de explorar o que o rodeia;

• Compreende ordens simples, inicialmente acompanhadas de


gestos e, a partir dos 15 meses, sem necessidade de recorrer
aos gestos;

• Embora possa estar ainda limitada a uma palavra de cada vez,


a linguagem do bebê começa a adquirir tons de voz diferentes
para transmitir significados diferentes. Progressivamente, irá
sendo capaz de combinar palavras soltas em frases de 2
palavras;

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Faixa etária de 1 aos 2 anos
• É capaz de acompanhar pedidos simples, como por ex. "dá-me a caneca";

• As experiências físicas que vai fazendo ajudam a desenvolver as capacidades cognitivas. Por exemplo, por volta
dos 20 meses;

• Sabe que um martelo de brincar serve para bater e já o deve utilizar;

• Consegue estabelecer a relação entre um carrinho de brincar e o carro da família;

• Entre os 20 e os 24 meses é também capaz de brincar ao faz-de-conta (por ex., finge que deita chá de um bule
para uma xícara, põe açúcar e bebe - recorda uma sequência de acontecimentos e faz de conta que os realiza
como parte de um jogo). A capacidade de fazer este tipo de jogos indica que está a começar a compreender a
diferença entre o que é real e o que não é;
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Faixa etária de 1 aos 2 anos

Desenvolvimento Social:

• Aprecia a interação com adultos que lhe sejam familiares, imitando e copiando os comportamentos que
observa;

• Maior autonomia: sente satisfação por estar independente dos pais quando inserida num grupo de crianças,
necessitando apenas de confirmar ocasionalmente a sua presença e disponibilidade - esta necessidade
aumenta em situações novas, surgindo uma maior dependência quando é necessária uma nova adaptação;

• As suas interações com outras crianças são ainda limitadas: as suas brincadeiras decorrem sobre tudo em
paralelo e não em interação com elas; A partir dos 20-24 meses, e à medida que começa a ter maior
consciência de si própria, física e psicologicamente, começa a alargar os seus sentimentos sobre si próprio e
sobre os outros - desenvolvimento da empatia (começa a ser capaz de pensar sobre o que os outros sentem);
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Faixa etária de 1 aos 2 anos
Desenvolvimento Emocional:

• Grande reatividade ao ambiente emocional em que vive: mesmo que não o compreenda, apercebe-se dos
estados emocionais de quem está próximo dele, sobre tudo os pais;

• Está a aprender a confiar, pelo que necessita de saber que alguém cuida dela e vai de encontro às suas
necessidades;

• Desenvolve o sentimento de posse relativamente às suas coisas, sendo difícil partilhá-las;

• Embora esteja normalmente bem disposta, exibe por vezes alterações de humor ("birras");

• É bastante sensível à aprovação/desaprovação dos adultos;

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Faixa etária dos 2 aos 3 anos
Desenvolvimento Físico:

• À medida que o seu equilíbrio e coordenação aumentam, a


criança é capaz de saltar ou saltar de um pé para o outro
quando está a correr ou a andar;

• É mais fácil manipular e utilizar objetos com as mãos, como


um lápis de cor para desenhar ou uma colher para comer
sozinha;

• Começa gradualmente a controlar os esfíncteres (primeiro os


intestinos e depois a bexiga)

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Faixa etária dos 2 aos 3 anos

Desenvolvimento Intelectual:

• Fase de grande curiosidade, sendo muito frequente a


pergunta "Por quê?";

• À medida que se desenvolvem as suas competências


linguísticas, a criança começa a exprimir-se de outras
formas, que não apenas a exploração física - trata-se de
juntar as competências físicas e de linguagem (por ex.,
quando faço isto, acontece aquilo), o que ajuda ao seu
desenvolvimento cognitivo;

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Faixa etária dos 2 aos 3 anos

• É capaz de produzir regularmente frases de 3 e 4 palavras.


A partir dos 32 meses, já capaz de conversar com um
adulto usando frases curtas e de continuar a falar sobre
um assunto por um breve período;

• Desenvolvimento da consciência de si: a criança pode


referir-se a si própria como "eu" e pode conseguir
descrever-se por frases simples, como "tenho fome";

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Faixa etária dos 2 aos 3 anos

• A memória e a capacidade de concentração aumentaram (a criança é capaz de voltar a uma atividade que
tinha interrompido, mantendo-se concentrada nela por períodos de tempo mais longos);

• A criança está a começar a formar imagens mentais das coisas, o que a leva à compreensão dos conceitos
- progressivamente, e com a ajuda dos pais, vai sendo capaz de compreender conceitos como dentro e
fora, cima e baixo;

• Por volta dos 32 meses, começa a apreender o conceito de sequências numéricas simples e de diferentes
categorias (por ex., é capaz de contar até 10 e de formar grupos de objetos - 10 animais de plástico
podem ser 3 vacas, 5 porcos e 3 cavalos);

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Faixa etária dos 2 aos 3 anos

Desenvolvimento Social:

• A mãe é ainda uma figura muito importante para a segurança da criança, não gostando de estranhos. A
partir dos 32 meses, a criança já deve reagir melhor quando é separada da mãe, para ficar à guarda de
outra pessoa, embora algumas crianças consigam este progresso com menos ansiedade do que outras;

• Imita e tenta participar nos comportamentos dos adultos: por ex., lavar a louça, maquiar-se, etc.;

• É capaz de participar em atividades com outras crianças, como por exemplo, ouvir história

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Faixa etária dos 2 aos 3 anos

Desenvolvimento Emocional:

• Inicialmente o leque de emoções é vasto, desde o


puro prazer até a raiva frustrada. Embora a
capacidade de exprimir livremente as emoções seja
considerada saudável, a criança necessitará de
aprender a lidar com as suas emoções e de saber
que sentimentos são adequados, o que requer
prática e ajuda dos pais;

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Faixa etária dos 2 aos 3 anos

Atenção!!! - geralmente deve-se a mudanças ou a


acontecimentos, ou ainda a uma resposta aprendida
(as birras costumam estar relacionadas com a
frustração da criança e com a sua incapacidade de
comunicar de forma eficaz);

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Faixa etária dos 3 aos 4 anos

Desenvolvimento Físico:

• Grande atividade motora: corre, salta, começa a subir escadas, pode começar a andar de triciclo; grande
desejo de experimentar tudo;

• Embora ainda não seja capaz de amarrar sapatos, veste-se sozinha razoavelmente bem;

• É capaz de comer sozinha com uma colher ou um garfo;

• Copia figuras geométricas simples;

• É cada vez mais independente ao nível da sua higiene; é já capaz de controlar os esfíncteres (sobretudo
durante o dia);
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Faixa etária dos 3 aos 4 anos

Desenvolvimento Intelectual:

• Compreende a maior parte do que ouve e o seu discurso é compreensível para os adultos;

• Utiliza bastante a imaginação: início dos jogos de faz-de-conta e dos jogos de papéis;

• Compreende o conceito de "dois";

• Sabe o nome, o sexo e a idade;

• Repete sequências de 3 algarismos;

• Começa a ter noção das relações de causa e efeito;

• É bastante curiosa e investigadora;


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Faixa etária dos 3 aos 4 anos

Desenvolvimento Social:

• É bastante sensível aos sentimentos dos que a rodeiam relativamente a si própria;

• Tem dificuldade em cooperar e partilhar;

• Preocupa-se em agradar os adultos que lhe são significativos, sendo dependente da sua aprovação e afeto;

• Começa a aperceber-se das diferenças no comportamento dos homens e das mulheres;

• Começa a interessar-se mais pelos outros e a integrar-se em atividades de grupo com outras crianças;

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Faixa etária dos 3 aos 4 anos

Desenvolvimento Emocional:

• É capaz de se separar da mãe durante curtos períodos de tempo;

• Começa a desenvolver alguma independência e autoconfiança;

• Pode manifestar medo de estranhos, de animais ou do escuro;

• Começa a reconhecer os seus próprios limites, pedindo ajuda;

• Imita os adultos;

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Faixa etária dos 3 aos 4 anos

Desenvolvimento Moral:

• Começa a distinguir o certo do errado;

• As opiniões dos outros, acerca de si própria assumem grande


importância para a criança;

• Consegue controlar-se de forma mais eficaz e é menos agressiva;

• Utiliza ameaças verbais extremas, como por exemplo: "eu te mato!",


sem ter noção das suas implicações;

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Faixa etária dos 4 aos 5 anos
Desenvolvimento Físico:

• Rápido desenvolvimento muscular;

• Grande atividade motora, com maior controle dos movimentos;

• Consegue escovar os dentes, pentear-se e vestir-se com pouca ajuda;

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Faixa etária dos 4 aos 5 anos
Desenvolvimento Intelectual:

• Já adquiriu um vocabulário alargado, constituído por 1500 a 2000 palavras; manifesta um grande interesse pela
linguagem, falando incessantemente;

• Compreende ordens com frases na negativa;

• Articula bem consoantes e vogais e constrói frases bem estruturadas;

• Exibe uma curiosidade insaciável, fazendo inúmeras perguntas;

• Compreende as diferenças entre a fantasia e a realidade;

• Compreende conceitos de número e de espaço: "mais", "menos", "maior", "dentro", "debaixo", "atrás";

• Começa a compreender que os desenhos e símbolos podem representar objetos reais;


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• Começa a reconhecer padrões entre os objetos: objetos redondos, objetos macios, animais...
Faixa etária dos 4 aos 5 anos

Desenvolvimento Social:

• Gosta de brincar com outras crianças; quando está em grupo, poderá


ser seletiva acerca dos seus companheiros;

• Gosta de imitar as atividades dos adultos;

• Está a aprender a partilhar, a aceitar as regras e a respeitar a vez do


outro;

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Faixa etária dos 4 aos 5 anos

Desenvolvimento Emocional:

• Os pesadelos são comuns nesta fase;

• Tem amigos imaginários e uma grande capacidade de fantasiar;

• Procura frequentemente testar o poder e os limites dos outros;

• Exibe muitos comportamentos desafiantes e opositores;

• Os seus estados emocionais alcançam os extremos: por ex., é


desafiante e depois bastante envergonhada;

• Tem uma confiança crescente em si própria e no mundo; 56


Faixa etária dos 4 aos 5 anos

Desenvolvimento Moral:

• Tem maior consciência do certo e errado, preocupando-se


geralmente em fazer o que está certo; pode culpar os outros
pelos seus erros (dificuldade em assumir a culpa pelos seus
comportamentos);

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Faixa etária dos 5 aos 6 anos
Desenvolvimento Físico:

• A preferência manual está estabelecida;

• É capaz de se vestir e despir sozinha;

• Assegura sua higiene com autonomia;

• Pode manifestar dores de estômago ou vômitos quando


obrigada a comer comidas de que não gosta; tem
preferência por comida pouco elaborada, embora aceite
uma maior variedade de alimentos;

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Faixa etária dos 5 aos 6 anos
Desenvolvimento Intelectual:

• Fala fluentemente, utilizando corretamente o plural, os pronomes e os tempos


verbais;

• Grande interesse pelas palavras e a linguagem;

• Pode gaguejar se estiver muito cansada ou nervosa;

• Segue instruções e aceita supervisão;

• Conhece as cores, os números, etc.

• Capacidade para memorizar histórias e repeti-las;

• É capaz de agrupar e ordenar objetos tendo em conta o tamanho (do menor ao


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maior);
Faixa etária dos 5 aos 6 anos
Desenvolvimento Social:

• •A mãe é ainda o centro do mundo da criança, pelo que poderá recear


a não voltar a vê-la após uma separação;

• Copia os adultos;

• Brinca com meninos e meninas;

• Está mais calma, não sendo tão exigente nas suas relações com os
outros; é capaz de brincar apenas com outra criança ou com um grupo
de crianças, manifestando preferência pelas crianças do mesmo sexo;

• Brinca de forma independente, sem necessitar de uma constante


supervisão;
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Faixa etária dos 5 aos 6 anos
Desenvolvimento Social:

• Começa a ser capaz de esperar pela sua vez e de partilhar;

• Conhece as diferenças de sexo;

• Aprecia conversar durante as refeições;

• Começa a interessar-se por saber de onde vêm os bebês;

• Está numa fase de maior conformismo, sendo crítica


relativamente aqueles que não apresentam o mesmo
comportamento;

61
Faixa etária dos 5 aos 6 anos
Desenvolvimento Emocional:

• Pode apresentar alguns medos: do escuro, de cair, de cães ou de dano


corporal, embora esta não seja uma fase de grandes medos;

• Se estiver cansada, nervosa ou chateada, poderá apresentar alguns dos


seguintes comportamentos: roer as unhas, piscar repetidamente os olhos,
fungar, etc.;

• Preocupa-se em agradar aos adultos;

• Maior sensibilidade relativamente às necessidades e sentimentos dos outros;

• Envergonha-se facilmente;
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Faixa etária dos 5 aos 6 anos
Desenvolvimento Moral:

• Devido à sua grande preocupação em fazer as coisas bem e em agradar,


poderá por vezes mentir ou culpar os outros de comportamentos
reprováveis.

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Acesso a cuidados de saúde primários de
pediatria
Os cuidados de saúde primários prestados a utentes em idade
pediátrica constituem frequentemente o primeiro nível de cuidados de
saúde de um individuo e exercem um papel fundamental na prevenção
de doenças. Tais cuidados envolvem, designadamente, consultas de
saúde infantil e juvenil (doravante designadas abreviadamente por
consultas de saúde infantil) prestadas pelos médicos de família,
consultas de enfermagem de saúde infantil e diversos cuidados de
enfermagem (incluindo vacinação e tratamento de feridas).

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Acesso a cuidados de saúde primários de pediatria

A diferença entre as consultas de saúde infantil e as consultas da


especialidade de pediatria tem por base a formação dos médicos
em causa, uma vez que as consultas da especialidade de
pediatria são prestadas apenas por médicos especialistas em
pediatria, os quais, no âmbito do SNS, estão praticamente
restritos aos serviços hospitalares.

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Acesso a cuidados de saúde primários de
pediatria

O recurso pelos utentes a cuidados de saúde não urgentes para as


crianças no SNS ocorre ao nível das consultas de saúde infantil nos
Centros de Saúde, geralmente com médicos não especialistas em
pediatria. No caso dos cuidados de natureza urgente, a forma de
acesso e via serviços de urgência hospitalar - o que deveria ocorrer
apenas, e idealmente, nos casos agudos.

66
Marcos de crescimento estaturo-ponderal e psicomotor dos 0 aos 3
anos com especial incidência para o primeiro ano de vida

Percentis de peso

• O peso é a medida antropométrica mais comum. Na realidade, esta medida é de massa corporal e não de peso,
mas este último termo é universalmente aceite e de difícil substituição.

• O peso é uma medida elementar para a avaliação nutricional, particularmente no que respeita a situações de
insuficiência ponderal de excesso de peso ou obesidade.

• Trata-se da medida antropométrica mais usada nos serviços de saúde em todo o mundo, sendo facilmente
obtida e é importante no cálculo da dosagem de medicamentos e planos alimentares, na definição do risco
nutricional e na definição do perfil nutricional da criança, com o objetivo de planear, implementar e avaliar
programas de saúde infantil.

67
Marcos de crescimento estaturo-ponderal e psicomotor dos 0
aos 3 anos com especial incidência para o primeiro ano de vida

Percentis de peso 

• Como qualquer medida antropométrica, o valor obtido para o peso não


deve ser interpretado isoladamente mas sim posicionado numa tabela de
percentis que consta do boletim de saúde infantil e juvenil.

• A evolução ponderal na trajetória do crescimento não é linear, podendo


sofrer alterações e depender de fatores exógenos pontuais, bem como
apresentar características particulares e individuais.

68
69
Percentis de comprimento

• O comprimento/ estatura são medidas que expressam o


processo de crescimento linear do corpo humano e são
de extrema importância na definição do perfil nutricional
da criança.

• Dependendo da idade da criança e da capacidade para se


manter de pé, mede-se o comprimento ou a estatura. O
comprimento é medido com a criança em decúbito
dorsal, e deve ser utilizado até aos 24 meses. A estatura é
medida com a criança de pé.
70
Percentis de comprimento

• O valor obtido para o comprimento ou estatura deve ser posicionado na tabela de percentis que consta no
boletim de saúde infantil e juvenil.

• Tendo em consideração que a evolução da trajetória do crescimento não é linear e que o padrão de crescimento
da estatura tem características particulares e individuais, com forte influência genética, apenas reduções ou
aumentos marcados entre duas ou mais avaliações deverão ser alvo de sinalização.

71
72
Percentis de perímetro cefálico

• Para acompanhar a avaliação do crescimento de uma criança, as medidas


antropométricas incluem também o perímetro cefálico (PC). O PC é um
parâmetro altamente correlacionado com o tamanho cerebral, refletindo o
seu crescimento.

• A cabeça no feto aos 2 meses de vida intrauterina representa,


proporcionalmente, 50% do corpo; no recém-nascido representa 25% e na
idade adulta, 10%. Os dois primeiros anos de vida constituem o período
em que o crescimento cerebral se completa quase totalmente, sendo no
primeiro ano particularmente acelerado.
73
Percentis de perímetro cefálico
• Quando o PC aumenta de uma forma proporcional, traduz um crescimento adequado e um bom prognóstico
neurológico, enquanto que um crescimento demasiado rápido ou um ritmo lento podem ser indicativos de
patologia.

• O PC tem também a sua importância nos dois primeiros anos de vida como indicador nutricional.

• A interpretação do valor obtido na

medição do perímetro cefálico tem

por base o valor do respetivo percentil,

observado nas tabelas de referência,

para a idade e sexo. Não devem ser

interpretados de forma isolada. 74


75
Sintomas comuns na infância
Febre

 A febre é uma manifestação comum a muitas doenças. O corpo


saudável mantém uma temperatura constante situada entre os 36-37ºC,
estabelecendo um equilíbrio entre o calor que produz e o que liberta.

• Dizemos que uma criança tem febre quando a temperatura está acima
dos 37ºC, significando isto que o equilíbrio está perturbado. A febre é
um sinal de doença. A gravidade da doença depende da existência de
outros sintomas, do período de duração da febre se esta cede (baixa)
com a medicação.

• A febre muito alta pode ser perigosa em bebés e crianças pequenas


pelo risco de convulsões. 76
Sintomas comuns na infância
Cuidados a ter:

Avalie a temperatura do bebé ou da criança caso suspeite que esta “está


quente” ou “não está bem”. Se a temperatura está acima de 38º-38,5 C
axilar ou 39º-39,5 C rectal, proceda do seguinte modo:

• Desagasalhe a criança, deite-a e cubra-a com um lençol que será mudado


quando necessário.

• Ventile o quarto

• Avalie a temperatura

• Dê um antipirético (medicamento para baixar a febre), tipo Ben´u´ron,


em xarope, comprimido ou supositório. A dose deve ser adequada à
idade e peso da criança, e será indicada pelo médico.
77
Sintomas comuns na infância
Cuidados a ter:

Avalie a temperatura do bebé ou da criança caso suspeite que esta “está


quente” ou “não está bem”. Se a temperatura está acima de 38º-38,5 C
axilar ou 39º-39,5 C rectal, proceda do seguinte modo:

• Dê muitos líquidos, de preferência não açucarados e do agrado da


criança (150cc x Kg de peso x por dia).

• Não force a alimentação.

• Se a temperatura não baixar, passe no corpo um toalhete embebido em


água tépida, no sentido da cabeça para os pés, ou dê-lhe um banho de
imersão tépido. Vá avaliando a temperatura da criança até esta baixar.

• Se a criança entrar em convulsão atue prontamente. 78


Sintomas comuns na infância

Vómitos

• Os vómitos na criança podem ser um sintoma de diferentes


doenças ou problemas, como por exemplo: Constipação,
traumatismo craniano, febre, intoxicação alimentar, ingestão de
substância tóxica, apendicite, amigdalite, otite, obstrução
intestinal ou infeção urinária entre outras causas.

• Os vómitos são muito perigosos pois podem levar à desidratação,


que é tanto maior quanto menor for a idade da criança.

79
Sintomas comuns na infância
Avaliação da situação

Quando uma criança tem vómitos é necessário registar e avaliar as características dos mesmos:

• Número de vómitos e horário

• Quantidade: em pouca ou muita quantidade

• Aspeto: tem alimentos mal digeridos ou é líquido

• Cor

• Forma como a criança vomita: após tossir, em jacto, com ou sem náuseas.

• Grau de tolerância: vomita só os alimentos sólidos, também os líquidos, tudo que engole ou mais do que ingeriu

• Outros sintomas: diarreia, cólicas, febre, dor de cabeça, dor no abdómen, erupção na pele.
80
Sintomas comuns na infância
• É importante distinguir os vómitos da regurgitação do leite ou outros alimentos, pelo recém nascido ou lactente.
Neste caso trata-se da expulsão de leite acompanhada de uma eructação (arroto) ou de mudança de posição. A
quantidade é pouca e não afeta o peso.

• A causa da regurgitação é uma certa imaturidade do aparelho digestivo que se resolve espontaneamente ao fim
de alguns meses.

81
Sintomas comuns na infância
Deve ter os seguintes cuidados:
• Levante a cabeceira cerca de 30º, colocando uma almofada pequena ou toalha
na cabeceira da cama, debaixo do colchão.
• Uma criança que vomita, nunca force a comer.
• Um vómito isolado de outros problemas não tem qualquer perigo.
• Perante um bebé que vomita várias vezes, e não apresenta outros problemas, deve fazer pausa alimentar
habitual e dar líquidos frios e açucarados em pouca quantidade e por várias vezes, como água e chá preto
fraco.
• Quando estiver melhor, e as náuseas tiverem passado, introduza aos poucos a dieta habitual. Na criança mais
velha comece por alimentos sólidos, não gordurosos em pequena quantidade, como: caldo de frango, cozidos e
grelhados sem gordura
• Numa situação de vómitos é mais importante hidratar (dar líquidos) do que alimentar. 82
Sintomas comuns na infância
Diarreia

A diarreia é um problema frequente nas crianças de diferentes idades, é um sinal de irritação do intestino. Pode
ter causas muito diferentes como:
• Intoxicação alimentar
• Parasitas intestinais
• Otites
• Infeções urinárias
• Alimentação inadequada
• Outras causas

A diarreia caracteriza-se pela eliminação muito frequente e abundante de fezes líquidas ou semilíquidas, podendo
ter um cheiro característico.
83
Sintomas comuns na infância

• É muito perigosa, pois leva a uma grande perda de água e de sais


minerais necessários ao bom funcionamento do organismo, podendo
haver desidratação, com consequências tão mais graves, quanto menor
for a idade do bebé, porque esta ocorre muito rapidamente.

• A diarreia é uma situação que de um modo geral se trata com uma dieta
correta e raramente com medicamentos, a menos que haja
complicações.

84
Sintomas comuns na infância
Avaliação da situação

Se uma criança tem diarreia é necessário avaliar e registar as características


da mesma:
• Número de dejeções
• Quantidade: muita ou pouca
• O cheiro
• A consistência: pastosa, com grumos, líquida, semilíquida,
• Presença de: muco sangue ou pus
• Outros sintomas: febre, vómitos, diminuição da atividade, apatia,
sonolência, boca seca, olhos encovados, fontanela deprimida (moleirinha
afundada), dor, constipação.
85
Sintomas comuns na infância
Cuidados a ter, se não há outro sinal:

Criança menor de 1 ano


• Se a alimentação é apenas com leite materno, deve continuar.
• Se o aleitamento é apenas artificial, prepare os biberões com água de arroz e com menor quantidade de leite
em pó (metade da quantidade de leite para igual quantidade de água).
• No caso do bebé já beber leite inteiro, dilua em água de arroz
• Dê puré de banana ou maçã muito maduras, se já introduziu estes alimentos.
• Faça sopa de batata e cenoura.
• Faça papa de farinha de arroz, com água.
• Dê água de arroz à colher ou no biberão sempre que o bebé tenha sede, e nos intervalos das refeições.
• À medida que o bebé fica melhor, acrescente progressivamente mais leite até chegar à diluição habitual.

86
Sintomas comuns na infância
Criança maior de 1 ano

• Aumente a ingestão de líquidos (água de arroz, água ou chá preto fraco).

• Suspenda o leite temporariamente e substituir por iogurtes simples.

• Faça sopa de cenoura

• Dê batata e cenoura cozida

• Faça carne, peixe ou frango cozido

• Dê maçã cozida ou banana madura.

• Ofereça coca-cola sem gás (para retirar o gás mexer bem com uma colher).

• Quando a criança estiver melhor, introduza pouco a pouco os outros alimentos começando por cozidos e
87
grelhados, sem gordura.
Sintomas comuns na infância
Dor abdominal / Cólicas abdominais

As crianças pequenas queixam-se com alguma frequência de dores de barriga. Isto significa a maior parte das
vezes que não se sentem bem.

A dor de barriga pode ter causa físicas ou psicológicas:


• Problemas abdominais relacionados com náuseas e vómitos, diarreia, “gases”, cólica do recém nascido,
obstipação, apendicite ( pouco frequente em crianças menores de cinco anos e ainda mais rara no 1º ano de
vida ), infecção intestinal, parasitas intestinais, entre outros
• Problemas respiratórios como constipação, gripe, otite, amigdalite e outras infecções respiratórias
• Problemas emocionais como tensão nervosa, medo e preocupações ( ex. entrada para a escola, agressão de um
colega, ausência do pai ou da mãe )
• Outros problemas
88
Sintomas comuns na infância
Possíveis sinais e sintomas:

• Acesso de choro repentino, leva as mãos à barriga, dobra s coxas sobre a


barriga ou aponta onde lhe dói

• Abdómen distendido e doloroso ao toque

• Recusa alimentar-se

• Náuseas

• Vómitos

• Palidez

• Febre
89
Sintomas comuns na infância
Cuidados a ter:

1. Verifique se a criança tem febre

2. Vigie a criança para detetar outros sinais ou sintomas ( ex. náuseas, vómito, diarreia )

3. Saiba à quanto tempo a criança não evacua

4. Verifique se a criança tomou algum medicamento ou alguma substância tóxica

5. Valorize o tipo de choro e queixas

6. Não lhe dê medicamentos

7. Observe e registe as características da dor

8. Observe e registe as características última micção e dejeção


90
9. Registe os alimentos ingeridos na última refeição.
Sintomas comuns na infância

Tosse

A tosse é um sintoma muito comum na criança, tendo um papel de defesa,


pois ajuda a expulsar da garganta restante aparelho respiratório,
substâncias irritantes como muco, fumo, alimentos, objetos inalados
acidentalmente como amendoins, pedaços de carne, rebuçados, botões,
moeda e outros.

91
Sintomas comuns na infância
A tosse pode ser causada por:

• Uma infeção respiratória que causa inflamação das mucosas e


consequente aumento de secreções, tendo a tosse um papel muito
importante na sua remoção, mantendo as vias aéreas desobstruídas.

• Nervosismo

• Laringite estridulosa ou Falso Crupe, situação em que as cordas


vocais ficam inchadas e inflamadas como resultado de uma infeção
das vias aéreas superiores.

• Asma

92
Sintomas comuns na infância

Sintomas

• Existem dois tipos de tosse, a seca e a produtiva. A primeira


faz um ruído seco, “tipo tosse de cão” e é irritativa, a
segunda, produz secreções. Muitas vezes os acessos de tosse
impedem a criança de dormir e provocam vómitos.

93
Sintomas comuns na infância
Cuidados a ter

1. O importante é tratar a doença que provocou a tosse.

2. O Falso Crupe e a asma têm indicação de tratamento médico imediato.

3. É raro tratar-se a tosse seca e irritativa, isso apenas será feito se a criança não consegue descansar.

4. Os expetorantes são administrados para alterar a composição do muco, de modo a que seja mais fácil a sua
eliminação. São de evitar nos bebés, pois ainda não conseguem expetorar bem, pois ficam ainda com mais
secreções. Use apenas estes medicamentos por períodos de tempo muito curtos e com prescrição médica.

94
Sintomas comuns na infância
Cuidados a ter

5. Aumente a ingestão de líquidos para fluidificar as secreções.

6. Deite a criança de bruços ou de lado, para evitar que o muco


escorra para a garganta.

7. Se a criança consegue expetorar deite-a nos seus joelhos de


barriga para baixo, e dê-lhe pequenas pancadas secas nas costas.

8. Fluidifique as secreções, com aerossol ou vaporizador.

95
Sintomas comuns na infância

Rinorreia

 É uma doença de infância provocada por um vírus, que ocorre


sobretudo entre os seis e os vinte e quatro meses de idade. É
também designada por febre dos três dias ou 6ª Doença. A forma
de transmissão é desconhecida.

96
Sintomas comuns na infância
Possíveis sinais e sintomas

• Início súbito

• Febre elevada (39,5º-40,5ºC), que pode ser acompanhada de


convulsões.

• Falta de apetite.

• Irritabilidade

• A criança está ativa apesar do seu estado de doença.

• A febre desce e aparece a erupção caracterizada por manchas simples,


que começam no tronco e se estendem ao pescoço e membros
superiores, pouco ou nada afetando a face e membros inferiores.
97
Desaparece rapidamente.
Sintomas comuns na infância
Cuidados a Ter

• Avalie e controle a temperatura, e caso tenha febre dê antipirético, e faça


arrefecimento.

• Limpe o nariz com soro fisiológico ou água do mar

• Fluidifique as secreções: aumente a ingestão de líquidos e faça atmosfera


húmida.

• Fluidifique as secreções.

• Faça com que a criança repouse.

• Evite que a infeção se propague a outros elementos da família: a criança deve


dormir em cama própria, ensine a criança a tapar a boca quando tosse, espirra
98
ou fala, use lenços descartáveis e elimine-os de forma adequada.
Lesões cutâneas

99
Lesões cutâneas
Furúnculo

É uma infeção que dá origem a uma bolsa de pus por baixo da pele,
que é provocada por bactérias. Pode ter origem numa raiz de um
pelo, numa glândula sebácea ou sudorípara ou num corte ou ferida.

Transmissão

Através das mãos infetadas com bactérias.

100
Lesões cutâneas
Possíveis sinais e sintomas

• A zona afetada fica muito inchada, quente, vermelha e dolorosa


(sinais inflamatórios).

• Febre

• Gânglios

Cuidados a ter

• Não mexa, e nunca esprema um furúnculo pois a infeção pode


generalizar-se a outras partes do corpo.

101
Lesões cutâneas
Impetigo

É uma doença infeciosa da pele, altamente contagiosa, e muito frequente na criança. É causada por bactérias e a
criança apresenta feridas com crostas de cor amarelada e brilhantes e pus, que quando arrastado pelas unhas para
outras zonas faz surgir novas feridas.

 Transmissão

Contacto direto com as lesões de uma pessoa infetada,

ou com as mãos de um portador nasal da doença.


 Possíveis sinais e sintomas

Começa geralmente na face à volta do nariz, boca, ouvidos que depois alastra muito rapidamente, formando-se
102
pequenas bolhas que se rompem e cobrem com crostas amareladas.
Lesões cutâneas
É a própria criança que ao coçar espalha a infeção com as unhas a outras partes do corpo.

Cuidados a ter

1. Lave as crostas utilizando uma solução desinfetante aconselhada pelo médico e remova as crostas com muito
cuidado, secando o líquido com cotonetes tantas quanto necessário.

2. Lave sempre as mãos antes e depois de tratar a criança.

3. Evite contactos da criança doente com outras crianças. A criança só deve voltar ao infantário jardim infantil ou
escola quando estiver curada.

Prevenção

Ter e ensinar a criança a ter bons hábitos de higiene pessoal (lavagem das mãos, banho, etc.), alimentar, da casa e
do ambiente. 103
Criança doente e causas fisiológicas de maior
suscetibilidade na 1ª infância
Noções sobre doenças exantemáticas

  Existem várias doenças infeciosas que provocam, entre as suas manifestações características e como principal
fenómeno, um exantema, ou seja, a erupção de pontos ou manchas e outras lesões na pele. Embora algumas
destas doenças se possam manifestar noutras idades, afetam essencialmente as crianças.

  O facto de estas doenças serem tão comuns na infância deve-se à especial sensibilidade que os bebés têm ao
ataque dos respetivos agentes causadores, determinados vírus e bactérias, mas especialmente devido ao facto de
estes micróbios serem extremamente contagiosos e facilmente transmissíveis tanto por via aérea como através do
contacto com pacientes ou objetos contaminados.

 Caso não se adote medidas específicas, como a administração sistemática de vacinas que consigam prevenir
algumas destas patologias, estas acabam por afetar praticamente todos os bebés.
104
Criança doente e causas fisiológicas de maior
suscetibilidade na 1ª infância
Manifestações e evolução

Dado que cada uma destas doenças exantemáticas infantis evolui através de manifestações próprias, o médico
consegue, na maioria dos casos, diagnosticar o problema através da simples descrição do processo de evolução
da erupção cutânea.

105
Criança doente e causas fisiológicas de maior
suscetibilidade na 1ª infância

Sarampo

O sarampo é uma doença muito contagiosa de origem virai, cuja


incidência diminuiu drasticamente nos países desenvolvidos
desde que se efetua a vacinação infantil sistemática, embora
continue a ser muito comum nos países subdesenvolvidos, onde
afeta, sobretudo, crianças entre 1 e os 5 anos de idade.

106
Criança doente e causas fisiológicas de maior
suscetibilidade na 1ª infância
Sarampo

Após um período de incubação de cerca de dez dias, a doença manifesta-se através de febre e rinoconjuntivite
que provoca a congestão ocular e sinais e sintomas catarrais. Em seguida, evidencia-se uma erupção cutânea
formada por pequenas manchas vermelhas que se inicia na face e por trás das orelhas, para se irradiar ao longo
de dois ou três dias ao tronco e aos membros.

A erupção acaba por desaparecer na mesma ordem de aparecimento, à medida que os restantes sinais e
sintomas vão desaparecendo. Embora a doença costume ter uma evolução benigna, pode originar certas
complicações.

107
Criança doente e causas fisiológicas de maior
suscetibilidade na 1ª infância
Rubéola.

A rubéola é uma doença muito contagiosa de origem viral com uma evolução
benigna e que afeta, sobretudo, as crianças com menos de 10 anos, embora a
sua incidência seja atualmente reduzida nos países onde se procede à
vacinação infantil sistemática.

 Após um período de incubação de duas ou três semanas, a doença começa a


manifestar-se através de febre ligeira, catarro e congestão ocular, a que se
segue a erupção de inúmeras pequenas manchas rosadas, de início apenas na
cabeça, mas que depois se estende a todo o corpo ao longo de um ou dois dias,
acabando por desaparecer na mesma ordem ao fim de um ou dois dias, à
medida que os restantes sinais e sintomas vão desaparecendo. 108
Criança doente e causas fisiológicas de maior
suscetibilidade na 1ª infância
Varicela

A varicela é uma doença contagiosa provocada pelo vírus varicela-zóster (igualmente responsável pelo herpes
zóster), muito frequente nas crianças dos 2 aos 9 anos de idade.  

109
Criança doente e causas fisiológicas de maior
suscetibilidade na 1ª infância
Varicela

Após um período de incubação de uma a três semanas, a doença começa a


manifestar-se através de febre, mal-estar geral e perda de apetite, a que se
segue, ao fim de um a três dias, a erupção de pequenas manchas vermelhas
muito pruriginosas que revestem toda a superfície do corpo e adquirem, ao
fim de algumas horas, um certo volume, convertendo-se em vesículas repletas
de um líquido amarelado.

Alguns dias depois, as vesículas rebentam e o líquido nelas presente seca,


formando crostas que acabam por cair. Tanto a erupção cutânea como os
restantes sinais e sintomas desaparecem ao fim de sete a dez dias,
110
normalmente sem originar complicações.
Criança doente e causas fisiológicas de maior
suscetibilidade na 1ª infância
Escarlatina

Esta doença infeciosa é provocada pelo estreptococo beta-hemolítico do grupo A,


uma bactéria muito contagiosa, igualmente responsável por outras doenças,
como a erisipela, que afeta, sobretudo, as crianças entre os 6 e os 10 anos de
idade.

 Após um período de incubação de três a cinco dias, a escarlatina manifesta-se


através do aparecimento de febre alta (cerca de 40°C), de uma faringite que
provoca dor de garganta, tumefação dos gânglios do pescoço e, sobretudo nos
bebés pequenos, dor abdominal, náuseas e até vómitos.

111
Criança doente e causas fisiológicas de maior
suscetibilidade na 1ª infância
Escarlatina

Ao fim de um ou dois dias, proporciona a erupção de inúmeros pequenos


pontos ligeiramente salientes, de início rosados, mas que depois adotam uma
cor vermelha viva, que de início se localizam no pescoço e no tronco,
disseminando-se em aproximadamente 24 a 48 horas para os membros e o
rosto, embora não se manifestem no queixo e na região à volta da boca.  

Para além disso, a língua costuma adotar uma cor vermelha, evidenciando na
sua superfície as papilas gustativas inflamadas, o que lhe dá um aspeto
conhecido como "língua de framboesa".

  112
Criança doente e causas fisiológicas de maior
suscetibilidade na 1ª infância
Escarlatina

Ao fim de uma semana, a erupção começa a desaparecer progressivamente, na ordem inversa ao seu
aparecimento, até desaparecer totalmente, embora possa provocar uma descamação da pele, particularmente
intensa nas palmas das mãos e plantas dos pés.

Caso não se proceda ao seu devido tratamento, a doença pode ter uma evolução grave, originando complicações
imediatas e outras tardias.

113
Criança doente e causas fisiológicas de maior
suscetibilidade na 1ª infância
Eritema infecioso

Igualmente designada quinta doença, pois foi descrita após as


quatro já mencionadas, esta patologia é provocada por um vírus que
se transmite de forma direta por via aérea e que afeta, sobretudo,
as crianças de idades compreendidas entre os 5 e os 14 anos. 

114
Criança doente e causas fisiológicas de maior
suscetibilidade na 1ª infância
Eritema infecioso

Após um período de incubação de duas semanas, o problema evidencia-se através de manifestações gerais não
muito graves, como por exemplo febre moderada, problemas gastrointestinais, dores nas articulações e um
exantema típico, uma erupção cutânea que se evidencia nas bochechas através da formação de manchas cor-de-
rosa ou vermelhas que se vão irradiando até revestirem praticamente todo o rosto, à exceção do queixo e da
ponta do nariz.

A erupção difunde-se, ao fim de pouco tempo, ao pescoço, tronco e membros (à exceção das palmas das mãos e
das plantas dos pés), persistindo uma ou duas semanas até acabar por desaparecer de forma espontânea, à
semelhança dos restantes sinais e sintomas, sem originar complicações. 115
Criança doente e causas fisiológicas de maior
suscetibilidade na 1ª infância
Exantema súbito

Igualmente conhecida como sexta doença ou roséola infantil, esta


patologia, provocada por um vírus do grupo herpes, afeta
essencialmente os bebés entre os 6 meses e os 2 anos de idade.

Após um período de incubação de uma ou duas semanas, manifesta-se


através do aparecimento de febre elevada (39°C a 40°C), dor de
garganta, aumento do volume dos gânglios cervicais e, por vezes,
igualmente através de vómitos e diarreia.
116
Criança doente e causas fisiológicas de maior
suscetibilidade na 1ª infância
Exantema súbito

Ao fim de quatro ou cinco dias, e coincidindo com a descida da temperatura, evidencia-se a erupção de pequenas
manchas cor-de-rosa no tronco e no pescoço que se podem estender aos membros e, raramente, ao rosto.
 
À semelhança das restantes manifestações, a erupção desaparece ao fim de um ou dois dias.

117
Terapêutica
• A exceção da escarlatina, provocada por uma bactéria que pode ser combatida
através da administração de antibióticos, as doenças exantemáticas infantis não
têm um tratamento específico, como a maioria das patologias provocadas por vírus.

• De qualquer forma, os sinais e sintomas são tão reduzidos, na maioria dos casos,
que nem sequer é necessário tratamento, enquanto que nos restantes casos
apenas se pode recorrer à utilização de medicamentos que diminuam as
manifestações mais incómodas: antipiréticos para baixar a febre , colírios para
reduzir os problemas oculares, xaropes para evitar o prurido das lesões em caso de
varicela.

118
Terapêutica
• Caso as lesões originem prurido, como em caso de varicela, deve-se adotar as devidas precauções para que o
bebé não se coce, já que uma infeção secundária pode provocar a formação de cicatriz.

• Por outro lado, deve-se controlar a temperatura para que, caso esta seja muito elevada, se recorra à utilização
de antipiréticos e se mantenha a criança bem hidratada sempre que tenha febre.

119
A prestação de cuidados de saúde infantil

120
O apoio nos cuidados na maternidade/berçário
• Os cuidados prestados no âmbito da saúde materno-infantil
assumem como prioridade o bem-estar da grávida e,
posteriormente da puérpera, mas sobretudo do bebé. É neste que
se focaliza toda a intervenção dos diferentes profissionais.

• O contacto precoce pele com pele, logo após o nascimento


permite acalmar o bebé, estabilizar a respiração e mantê-lo
quente. O bebé não deve ser separado da mãe, sendo colocado
em cima do seu corpo, sem roupa (apenas com uma fralda), e
dando-lhe tempo que lhe permite movimentar-se na direção da
mama da mãe, procurar a aréola e iniciar espontaneamente uma
mamada. 121
O apoio nos cuidados na maternidade/berçário
• Para tudo isto é necessário da criação de um ambiente favorável,
calmo, que a mulher entenda como favorecedor da amamentação
e com uma relação amigável.

• O bebé deve permanecer com a mãe, sem interferências e o


companheiro ou outro acompanhante devem sentir-se bem-
vindos.

• O período após o parto deverá ser um momento privado, relaxado


e calmo para esta nova família, e os profissionais devem comunicar
122
de uma forma cuidada e não ruidosa.
O apoio nos cuidados na maternidade/berçário

• A auxiliar pode ajudar a mãe a saber interpretar os sinais do


bebé, e se este mostrar interesse em mamar, assistir a mãe a
adotar uma posição confortável, para que o bebé possa fazer uma
pega eficaz.

• Nas primeiras duas horas de vida existe um estado de alerta, em


que o bebé fica desperto, calmo, de olhos abertos, atento aos
sons e movimentos sendo o período em que o instinto de mamar
é mais forte.
123
O apoio nos cuidados na maternidade/berçário
Se, pelo contrário, o bebé não for colocado ao peito logo após o nascimento acaba por adormecer, dificultando o
estabelecimento com sucesso do aleitamento materno.

O que pode fazer:


• Mostrar à mãe as posições para colocar o bebé ao peito;
• Explicar a importância da amamentação livre e a pedido;
• Explicar o que é a "descida" do leite e o que significa;
• Ajudar a perceber se tem leite e se o bebé mama bem;
• Ajudar a interpretar o comportamento do bebé, particularmente os sinais de fome;
• Identificar as dificuldades ou problemas e ajudar a ultrapassá-las;
124
• Apoiar psicologicamente a mãe.
O apoio nos cuidados especiais para recém-nascidos

• A Neonatologia é um espaço, geralmente, amplo e espaçoso


com várias incubadoras ou berços organizadamente
distanciados. O facto deste espaço ser em “open space”
permite aos técnicos ter uma visão global de todos os bebés
que ali se encontram internados.

• Neste serviço prestam-se cuidados ao recém-nascido, seja


ele de pré-termo ou de termo mas que precisa de cuidados
especiais, para tal há sempre um ou mais enfermeiros
experientes, dependendo da extensão do serviço, 24 horas
disponíveis para dar informações.

125
O apoio nos cuidados especiais para recém-nascidos
• Ao entrar neste serviço pode sentir um ambiente mais quente,
ouvir alarmes que vêm dos monitores, encontrar incubadoras,
aparelhos diferentes, alguns com uma luz azul intensa,
denominados por aparelhos de fototerapia (para bebés com
icterícia) ou simplesmente alguns berços.

• As visitas neste serviço são muito restritas, devido à fragilidade e


suscetibilidade destes pequenos seres.

126
O apoio nos cuidados especiais para recém-nascidos

• Durante o horário das visitas, os únicos membros que estão


autorizados a entrar são os avós e os irmãos. No entanto, não
deverão permanecer mais de duas pessoas junto do bebé. Os
pais não são considerados visitas e por isso podem permanecer
24 horas junto do seu bebé.

• Os pais são as únicas pessoas que ao telefonarem podem obter


informações sobre o estado do seu bebé (durante as 24 horas do
dia). Inclusivamente já existem sistemas que permitem aos pais
visualizar o seu bebé internado através de uma câmara colocada
127
junto da incubadora.
O apoio nos cuidados especiais para recém-nascidos
• Os cuidados prestados nas unidades de Neonatologia estão organizados em função das necessidades e da
situação do bebé. Pretendendo sempre respeitar o recém-nascido quando acordado ou a dormir, manipulando
o mínimo de vezes indispensáveis.

• A presença dos pais e o envolvimento que estes têm na prestação dos cuidados é muito importante para o
desenvolvimento e recuperação do bebé. Se por algum motivo não puder estar presente o dia todo junto do
seu bebé, combine com a enfermeira que está a cuidar dele, as horas em que pode vir para assistir/ajudar no
banho, mudar a fralda ou trocá-lo de posição. 

• A permanência dos bebés nesta unidade pode variar muito, pode ser de 1 hora, dias, semanas ou meses (mais
frequente nos bebés prematuros) no entanto todos são diferentes e por isso cada situação é uma situação.

128
O apoio nos cuidados especiais para recém-nascidos

• Na maior parte dos casos, os recém-nascidos que passam por


este serviço, só precisam de ficar umas horas. Como é o caso de
alguns bebés que têm dificuldade em se adaptar à nova vida,
devido à diferença de temperatura e que precisam de ser
aquecidos ou porque precisam de uma concentração de oxigénio
superior, até se habituarem ao ar que respiramos.

• Se o motivo de internamento do bebé é porque nasceu antes do


fim da gravidez, provavelmente vai precisar de ficar mais tempo.

129
O apoio nos cuidados na unidade de internamento de
pediatria

A criança, particularmente quando vive uma experiência de cirurgia, está


exposta a determinados stressores como:
• a separação dos pais,
• a exposição a pessoas, situações e ambientes desconhecidos,
• o confronto com procedimentos invasivos e dolorosos,
• a incerteza acerca dos limites e dos comportamentos esperados e
aceitáveis,
• a perda de controlo, de autonomia, das aptidões adquiridas e da
privacidade,
• a ameaça à integridade física.

130
O apoio nos cuidados na unidade de internamento de
pediatria

• As respostas da criança perante esta experiência exigem dos cuidadores conhecimentos profundos sobre
desenvolvimento infantil, uma vez que este influencia particularmente as suas experiências. A experiência
emocional do cliente assume uma importância central na ação de cuidar, já que as emoções têm um papel
relevante nas respostas que cada pessoa tem sobre uma situação específica.

• As suas respostas emocionais à cirurgia no contexto de internamento podem ser intensas, prolongadas e
causadoras de danos pelo que os cuidados dos profissionais de saúde têm, também, como foco as experiências
emocionais, as estratégias de confronto e os modos de ajuda na gestão do estado emocional da criança e da
família.

131
O apoio nos cuidados na unidade de internamento de
pediatria

• Se a relação de cuidados for apoiante e de segurança, a criança


adquirirá um maior sentido de controlo sobre si, o que lhe
permitirá envolver-se de forma mais intensa no mundo externo
desenvolvendo autoconfiança e autoestima ao contrário de
frustração.

• Para que esta gestão emocional ocorra, é importante que os


profissionais de saúde valorizem e incrementem estratégias de
atuação específicas das quais se destaca o brincar.
132
O apoio nos cuidados na unidade de internamento de
pediatria
Existem algumas técnicas de comunicação criativa com as crianças que podem ser aplicadas durante o brincar, tais
como:

• 1) Técnica da terceira pessoa que envolve a adoção de termos na terceira pessoa com recurso a fantoches,
ursos ou bonecos, na medida em que as crianças se sentem menos ameaçadas quando não se fala diretamente
delas, embora permita paradoxalmente que elas falem sobre si;

• 2) Contar histórias de livro infantil que funciona como uma atividade de distração;

• 3) Contar história mutuamente que envolve a narração de histórias que se assemelham à situação particular
que a criança está a viver, ainda que com algumas diferenças que a ajudam com os seus problemas;  

133
O apoio nos cuidados na unidade de internamento de
pediatria
Existem algumas técnicas de comunicação criativa com as crianças que podem ser aplicadas durante o brincar, tais
como:

• 4) Jogo de associação de palavras, em que é pedido à criança que diga a primeira palavra que lhe surge na
mente, após ter ouvido uma palavra-chave;

• 5) Prós e contras que consiste em selecionar um tópico como “estar no hospital” e permite que a criança
relacione, por exemplo num desenho “cinco coisas boas e cinco coisas más” a esse mesmo tópico.

134
O apoio nos cuidados na unidade de internamento de
pediatria

• Estas atividades de brincar são atividades expressivas e constituem-se como uma oportunidade para a
criança expressar as emoções/sentimentos perturbadores que decorrem da experiência de hospitalização.

135
O apoio nos cuidados na consulta de pediatria
• A atenção à saúde da criança tem de ser coerente com o atributo fundamental das crianças: estar em intenso
processo de crescimento e desenvolvimento.

• Assim, a assistência deve ocorrer ao longo do tempo de maneira organizada através de um programa de
visitas pré-agendadas e com a abertura para atendimento das intercorrências, seja no âmbito clínico seja no
âmbito mais amplo das necessidades da família.

• O projeto de atendimento às crianças deve começar durante a gravidez através de uma consulta realizada com
a mulher grávida durante o pré-natal. Nesta oportunidade, inicia-se o relacionamento de confiança com os
pais, base indispensável para os encontros clínicos que estão por vir. 136
O apoio nos cuidados na unidade de internamento de
pediatria
• Durante as consultas, os profissionais de saúde devem estar atento aos
fatores culturais, religiosos e socioeconómicos que poderiam influenciar
a assistência direta à criança. Estes fatores são determinantes no grau
de aceitação dos pais em relação às futuras recomendações e terapias
relacionadas com a saúde da criança.

• Tal aspeto propiciará o desenvolvimento de um relacionamento


pediatra-criança-família como experiência compensadora para todos.
 

137
O apoio nos cuidados na unidade de internamento de
pediatria
Quando os pais levam uma criança sadia à consulta, o médico deve examinar a
criança integralmente. Ao iniciar a consulta o técnico de saúde deverá:
• Receber com empatia os pais. Pedir-lhes que fiquem a vontade ou sugerir
que sentem.
• Verificar ou perguntar os nomes dos pais e da criança.
• Identificar se é a primeira consulta da criança no ambulatório ou se é
consulta de retorno.

É fundamental estabelecer um bom diálogo com os pais e a criança, utilizando-


se de habilidades de comunicação verbal e não-verbal. Essa boa comunicação
ajudará, desde o início na confiança e segurança da mãe de uma boa parceria
na sua aderência às recomendações e tratamentos propostos.
138
O apoio nos cuidados na unidade de internamento de
pediatria
Para isso o técnico deve:
• Escutar atentamente o que a mãe lhe diz.
• Usar palavras que a mãe possa entender.
• Dar tempo para que a mãe responda às perguntas.
• Fazer perguntas adicionais, caso a mãe não esteja segura das suas respostas.

 Em suma, a abordagem da criança deve ser marcada por um profundo respeito e disponibilidade para receber a
família e a criança, identificar o elemento de atracão à consulta valorizar e explorar esse elemento, mas extrapolar
o espaço da consulta para o desenvolvimento de práticas de assistência integral à família no geral, e à criança, em
particular.
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