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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PIBIC/CNPQ


SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DAS EQUIPES DA ESTRATÉGIA SAÚDE


DA FAMÍLIA SOBRE VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA
Esther Aderno Souza¹ , Vanda Palmarella Rodrigues²

¹Acadêmica do Curso de Graduação em Enfermagem da UESB e Integrante do Grupo de Pesquisa Violência, Saúde e Cultura de Paz (GPVIO).
²Docente do Curso de Graduação em Enfermagem da UESB e do programa de Pós-graduação em Enfermagem e Saúde (PPGES). Líder do
GPVIO.

INTRODUÇÃO Compõe o NC os cognemas sofrimento, desumanização e


agressão. Evidenciando o sentimento vivenciado pela parturiente
A gravidez, o parto e o puerpério são muito mais do que apenas
submetida a atos que violam sua integridade física e moral, através do
eventos biológicos que ocorrem nos corpos femininos, são eventos
atendimento desumano realizado.
sociais, que envolvem a mulher, sua família e a comunidade(BARRERA;
Formam a primeira periferia, as evocações desrespeito, violência
MORETTI-PIRES, 2021).
e desamor que atuam de forma a integrar as experiências do
A apropriação do conhecimento obstétrico pelos profissionais núcleo central. É possível relacionar essas representações à forma
levou à institucionalização do parto e promoveu o chamado pessimismo como os profissionais de saúde visualizam as mulheres e exercem o
fisiológico. Diante desse cenário, abre-se espaço para que haja cuidado, sendo guiados por um modelo hegemônico de assistência ao
apropriação do corpo feminino, com exposição da mulher a diversas parto.
formas de desrespeito (TRAJANO; BARRETO, 2021). A segunda periferia é composta pelas evocações falta-atencao,

OBJETIVOS falta-conhecimento e cuidado. Ambas as periferias contemplam a


contextualização do NC, podendo-se evidenciar o cuidado, logo que ele
Apreender as representações sociais das equipes da ESF sobre
deve ser respaldado pela receptividade, informação,
violência obstétrica
orientação e suporte emocional. Uma demonstração da representação da
prática profissional no processo de acolhimento, orientação e construção
METODOLOGIA
de vínculo. Por fim, os elementos de contraste tem-se as evocações
Trata-se de pesquisa exploratória de natureza qualitativa tendo negligência, gestação, humilhação e tristeza. Auxiliam na
como referencial a abordagem estrutural da Teoria das interpretação do NC e mostra o reconhecimento da violência obstétrica
Representações Sociais(TRS), a partir da Teoria do como negligência e se sensibilizam com a humilhação vivenciada pelas
Central (TNC) proposta por Abric (1998). Núcleo mulheres, com destaque à gestação.
A coleta de dados ocorreu no período de outubro de 2019 a março
de 2022, com 112 profissionais atuantes em USFs, situadas
na cidade de Jequié-BA. Utilizou-se a Técnica de Evocações Livre
CONCLUSÃO
de Palavras. As evocações foram processadas pelo software EVOC, As representações sociais dos profissionais da saúde a respeito da

versão 2005, proposto por Pierre Vergès. Os valores violência obstétrica demonstraram um processo de sofrimento,
obtidos pelo referido software estabelecem a localização das desumanização, desrespeito à mulher no cuidado ofertado no processo
evocações em um quadro de quatro casas. parturitivo além da falta de conhecimento sobre práticas humanizadas
por parte dos profissionais e desconhecimento das mulheres sobre seus
RESULTADOS E DISCUSSÃO direitos como forma de prevenir a violência obstétrica.

REFERÊNCIAS
BARRERA, D. C.; MORETTI-PIRES, R. O. Da violência obstétrica ao empoderamento de pessoas
gestantes no trabalho das doulas. Revista Estudos Feministas. Florianópolis. v. 29, n. 1.
Disponível em: https://doi.org/10.1590/1806-9584-2021v29n162136. Acesso em: 16 fev. 2022.
TRAJANO, A. R.; BARRETO, E. A. Violência obstétrica na visão de profissionais de saúde: a
questão de gênero como definidora da assistência ao parto. Interface - Comunicação, Saúde,
Educação, Botucatu, v. 25. 2021.Disponível em: https://
www.scielo.br/j/icse/a/PDnDR5XtNdJy47fkKRW6qcw/?lang=pt#. Acesso em: 16 fev. 2022.

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