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Artigo Original

As possibilidades de enfrentamento da
violência infantil na consulta de
enfermagem sistematizada*

Possibilities for addressing child abuse in systematized


nursing consultations

Posibilidades de enfrentamiento de la violencia infantil


en la consulta de enfermería sistematizada
Maíra Rosa Apostólico1, Paula Hino2, Emiko Yoshikawa Egry3

resumo Abstract Resumen


A violência infantil vem crescendo e aos Child abuse has been increasing, and ad- La violencia infantil está en crecimiento,
serviços de saúde compete lidar com este dressing this phenomenon is within the compete a los servicios de salud enfrentar
fenômeno. A CIPESC® é uma ferramenta responsibilities of health services. The In- el fenómeno. La CIPESC®, herramienta de
sistematizadora do cuidado e pode visibi- ternational Classification of Nursing Practice sistematización del cuidado, puede visibili-
lizar a violência infantil nas consultas de in Public Health (Classificação Internacional zar la violencia infantil en las consultas de
enfermagem. Este estudo buscou identifi- das Práticas de Enfermagem em Saúde Co- enfermería. Se buscó identificar límites y
car os limites e potencialidades da CIPESC® letiva – CIPESC®) is a tool that systematizes posibilidades de la CIPESC® en consulta de
na consulta de enfermagem com crianças care and identifies child abuse during nurs- enfermería con niños víctimas de violencia
vítimas de violência doméstica. Estudo ing consultations. The present study aimed doméstica. Estudio descriptivo, cualitativo,
descritivo, qualitativo, tipo estudo de caso, to identify the limitations and potential tipo estudio de caso; analizando 15 testi-
analisou 15 relatos por web-questionário of CIPESC® in nursing consultations with monios por cuestionario-web de enferme-
de enfermeiros da atenção básica, da Se- children that were victims of domestic vio- ros de atención primaria de la Secretaría
cretaria Municipal de Curitiba, Paraná, lence. The present qualitative descriptive Municipal de Curitiba-PA, sobre ocurrencia
sobre a ocorrência de violência. Embora a case study examined 15 web-based reports de violencia. Aunque la CIPESC® haya ex-
CIPESC® tenha mostrado potencialidades, on violence completed by primary care presado potencialidades, los diagnósticos
os diagnósticos e intervenções existentes nurses from the Curitiba City Council (Sec- e intervenciones existentes en la nomen-
da nomenclatura não foram plenamente retaria Municipal de Curitiba) in the state clatura no fueron plenamente accionados
acionados pelos pesquisados. Apresentou of Paraná. Although CIPESC® has shown por los entrevistados. Presentó límites
limites preocupantes no que tange ao re- potential, the diagnoses and interventions preocupantes en lo atinente al reconoci-
conhecimento das necessidades e vulne- presented in the classifications were not miento de necesidades y vulnerabilidades
rabilidades que envolvem o fenômeno da fully utilized by the respondents. The re- que envuelven al fenómeno de la violencia.
violência. Conclui-se que é preciso agregar ports showed worrisome limits regarding Se concluye en que es necesario agregar a
à nomenclatura os atributos referentes à the recognition of needs and vulnerabilities la nomenclatura los atributos referentes
liberdade e autonomia, essenciais para o involving the phenomenon of violence. In a la libertad y autonomía, esenciales para
enfrentamento da violência, além de ma- conclusion, it is necessary to contribute to enfrentar la violencia, además de modos
neiras de intervir baseadas em evidências. the nomenclature the attributes concerning de intervención basados en evidencias.
freedom and autonomy, which are essential
for addressing violence, in addition to meth-
ods for evidence-based interventions.

descritores descriptors descriptores


Criança Child Niño
Violência doméstica Domestic violence Violencia doméstica
Diagnóstico de enfermagem Nursing dignosis Diagnóstico de enfermería
Cuidados de enfermagem Nursing care Atención de enfermería
Determinação de necessidades de Needs assessment Evaluación de necessidades
cuidados de saúde

* Extraído de tese “Potencialidades e limites da CIPESC para o reconhecimento e enfrentamento das necessidades em saúde da populacão infantil”
Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, 2011. 1 Enfermeira. Doutora em Ciências da Saúde pela Escola de Enfermagem da Universidade de
São Paulo. Pós Doutoranda do Departamento de Enfermagem em Saúde Coletiva da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. São Paulo,
SP, Brasil. maira_eeusp@yahoo.com.br 2 Enfermeira. Doutora em Enfermagem em Saúde Pública pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da
Universidade de São Paulo. Pós-Doutora pelo Departamento de Enfermagem em Saúde Coletiva da Escola de Enfermagem da Universidade São Paulo.
São Paulo, SP, Brasil. paulahino@yahoo.com.br 3 Professora Titular do Departamento de Enfermagem em Saúde Coletiva da Escola de Enfermagem da
Universidade São Paulo. Bolsista Produtividade CNPq - Nível 1A. São Paulo, SP, Brasil. emiyegry@usp.br

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Rev Esc Enferm USP Recebido: 12/04/2012 As possibilidades de enfrentamento
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2013; 47(2):320-7 Aprovado: 30/07/2012 infantil na consulta de enfermagem sistematizada
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Introdução ção da violência com outras crianças, os filhos, por exem-
plo, confirmando a tendência do fenômeno ser cíclico e
A violência, tanto como termo, quanto como tema, marcante em seguidas gerações. Considerando que é du-
é complexo, polissêmico e controverso. São as normas rante a infância que a pessoa adquire as noções de direito,
sociais que direcionam o julgamento, o que faz a violên- respeito, tolerância, autoestima e capacidade para solu-
cia adquirir significados diversos de acordo com épocas, ção de conflitos, pode-se afirmar que as crianças que so-
locais, circunstâncias, e realidades distintas. Em razão freram algum tipo de abuso ou que não tiveram modelos
disto, dada a natureza do fenômeno, o objeto de estu- de relações benéficos a esta formação poderão tornar-se
do deve ser imediatamente multidisciplinar, não deven- adultos agressores(4).
do ser abordado por disciplinas estanques e comparti-
No contexto de atuação da Enfermagem, as vulne-
mentalizadas(1). A violência está arraigada nas relações
rabilidades que envolvem a infância demandam uma
sociais, mas é construída na subjetividade e interior das
assistência sistematizada e rotineira, que pode ser al-
consciências, por isso não se trata apenas de uma força
cançada por meio da consulta de enfermagem, dado
exterior aos indivíduos e grupos e não pode ser anali-
seu forte componente educativo e potencialidade para
sada nem tratada fora da sociedade que a produz, de-
estreitar o vínculo entre usuários (criança e família) e
vendo-se considerar a sua especificidade interna e ainda
profissionais. A sistematização da consulta de enferma-
sua particularidade histórica(1). Requer atuação multi-
gem, por sua vez, atribui o caráter científico à prática,
disciplinar e interdisciplinar, agregando áreas da saúde,
possibilitando atuar não só na assistência individual
social, jurídica, psicológica, antropológica,
como também promovendo alterações no
religiosa, entre outras. Além disso, deve-se
ambiente familiar e no quadro epidemio-
incluir na formação profissional a temática No contexto de atuação
lógico de uma dada comunidade(5).
da violência, da prevenção e da promoção da Enfermagem,
da cidadania(2). as vulnerabilidades Nessa perspectiva, o município de Curi-
tiba (PR) foi tomado como cenário deste es-
A ocorrência de casos de violências e aci- que envolvem a
tudo por contar com duas especificidades
dentes vem transformando o perfil de pro- infância demandam que o caracteriza. A primeira é a existência
blemas de saúde no Brasil e no mundo. Para uma assistência de uma sistematização da assistência de
o enfrentamento dessa problemática, são sistematizada e rotineira,
enfermagem, com o uso da Classificação
necessárias novas abordagens que o setor
saúde não lidava há até pouco tempo, como
que pode ser alcançada Internacional das Práticas de Enfermagem
em Saúde Coletiva (CIPESC®), que se en-
os determinantes do estilo de vida, as condi- por meio da consulta
de enfermagem, contra abrigada no prontuário eletrônico
ções ambientais e sociais, o aumento da lon-
e acessível em todas as unidades básicas
gevidade da população e o impacto que isso dado seu forte
de saúde da rede municipal(6). A CIPESC®
causa na qualidade de vida. Mesmo com a componente educativo
é utilizada para sistematizar a consulta de
promulgação da Política Nacional de Saúde e potencialidade para
enfermagem e suas intervenções acompa-
para Redução de Acidentes e Violências, o
estreitar o vínculo entre nham as ações programáticas do municí-
sistema tem sido lentamente organizado pa-
ra atender as necessidades advindas do te- usuários (criança e pio, organizadas em protocolos técnicos e
manuais, disponíveis aos diferentes pro-
ma ao mesmo tempo em que tenta atender família) e profissionais.
fissionais que integram as equipes de saú-
a demanda geral . (3)
de(7). A Enfermagem na Atenção Básica de
A respeito da violência contra a criança, Curitiba destaca-se pela intensa atuação na
esta ocorre majoritariamente no ambiente familiar, é um prevenção e promoção da saúde, desde a identificação
acontecimento universal, endêmico e complexo. Confi- de necessidades da população até o efetivo atendimen-
gura uma das manifestações da violência doméstica que to(6). Entretanto, no processo de construção e organiza-
ocorre no âmbito familiar, incluindo outras relações fami- ção dos diagnósticos e intervenções de enfermagem da
liares que extrapolem o ambiente doméstico onde vive nomenclatura CIPESC® foi utilizado o referencial idealista
o núcleo familiar(4). Não é um fenômeno restrito à deter- das Necessidades Humanas Básicas, constituindo a pri-
minada classe social e/ou econômica(2) e em geral atinge meira grande contradição com os referenciais da Saúde
mais de um membro da família, embora as crianças sejam Coletiva, que estão apoiados no materialismo histórico
comprovadamente as principais vítimas, por sua fragilida- e dialético.
de física e de personalidade(3).
A segunda especificidade é a existência de uma Re-
Como consequência para a criança, podem ser apon- de de Proteção à Criança e Adolescente em situação de
tados traços que se manifestam ainda durante a infância, risco para violência, cuja finalidade é atuar na preven-
tais como a dificuldade de aprendizado, ou quando adul- ção e acompanhamento dos casos de violência, visibili-
tas, com vínculos frágeis e inseguros, menor tolerância à zados a partir de equipamentos notificadores presentes
frustração, agressividade com colegas e outras pessoas, no município, tais como unidades de saúde, hospitais,
dificuldade de lidar com as próprias emoções e a repeti- creches, escolas, entre outros. O fluxo de atenção previs-

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to pela Rede de Proteção para os casos confirmados ou Para análise, os resultados foram organizados e descri-
suspeitos inclui avaliação por mais de um profissional, tos seguindo a organização da nomenclatura CIPESC® que
avaliação do histórico da ocorrência, presença de sinais agrupa os diagnósticos e respectivas intervenções de en-
de alerta e o estabelecimento do nível de gravidade pa- fermagem conforme a necessidade afetada. Estas, por sua
ra elencar os procedimentos que deverão ser adotados. vez, estão divididas entre necessidades psicobiológicas e
Conforme o nível de gravidade (leve, moderado e grave) necessidades psicossociais(6).
as ações poderão ser pontuais e de caráter informativo,
inserção em fluxo normal ou prioritário em espaços de Foram convidados a participar do estudo maior, 412
atendimento e programas sociais, discussão em equipe enfermeiros da rede municipal de saúde de Curitiba, por
sobre a ocorrência até o acionamento do Conselho Tute- meio de carta impressa e/ou e-mail, no período de junho
lar e outras medidas de proteção à criança(8). A CIPESC® a agosto de 2010. Responderam ao convite, 28 enfermei-
agrega diagnósticos e intervenções de enfermagem re- ros e destes, 22 referiram ter vivenciado alguma situação
lacionados ao tema da violência em consonância com o de violência contra a criança e adolescente nas consultas
Protocolo da Rede. de enfermagem e apenas 15 entrevistados descreveram a
situação vivenciada. Todos os relatos foram incluídos na
O município destaca-se pelas políticas de saúde plane- análise deste estudo. Os entrevistados foram orientados
jadas para atender às necessidades de saúde advindas do a assinalar os diagnósticos e intervenções de enfermagem
perfil epidemiológico do município, direcionados a asse- da nomenclatura CIPESC® (disponibilizados no instrumen-
gurar a saúde de sua população e favorecer o desenvol- to de coleta de dados) que considerasse pertinentes. Tam-
vimento das crianças. Nos últimos anos, o Município tem bém foi solicitado que os entrevistados apontassem em
conseguido reduzir os mais importantes indicadores nas campo específico, outras necessidades que porventura
áreas da saúde, educação, assistência social, cultura, lazer identificassem, além daquelas da nomenclatura CIPESC®.
e desenvolvimento e para isso conta com a organização Optou-se por realizar a coleta de dados pela web dada a
política e envolvimento de diferentes profissionais(9). facilidade dos entrevistados em acessar o instrumento em
Um estudo anterior(9) mostrou que nas consultas de horário/local mais conveniente, além da possibilidade de
enfermagem utilizando-se da CIPESC® os enfermeiros não disposição dos diagnósticos e intervenções de enferma-
acionaram diagnósticos referentes à violência em uma gem em formato de árvore, seguindo o modelo adotado
proporção equivalente aos dados relatados pela Rede de no prontuário eletrônico do município e tornando o ins-
Proteção, onde a violência infantil apresenta números ele- trumento mais amigável para o entrevistado.
vados. Dessa forma, indaga-se de que forma a consulta Todos os preceitos éticos foram resguardados e o pro-
de enfermagem sistematizada pela CIPESC® reconhece e jeto foi aprovado pelos Comitês de Ética em Pesquisa da
enfrenta o fenômeno da violência infantil e para tanto, o Escola de Enfermagem da USP e da Secretaria Municipal
objetivo deste estudo é identificar os limites e potenciali- de Curitiba, sob protocolos 829/09 e 69/09, respectiva-
dades da CIPESC® na consulta de enfermagem com crian- mente. Os sujeitos foram convidados a participar do estu-
ças vítimas de violência doméstica. do, e aqueles que concordaram em fazê-lo, assinaram di-
gitalmente o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
MÉTODO
RESULTADOS
Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem qua-
litativa e do tipo estudo de caso, que destaca os resulta-
Uso da CIPESC® nos casos de violências
dos relacionados ao tema da violência contra a criança
que emergiram de um estudo maior acerca das poten- Os 15 relatos de casos de violência descritos pelos
cialidades e limites da CIPESC® para o reconhecimento e entrevistados foram agrupados por tipo de violência:
enfrentamento das necessidades em saúde da população negligência (5), violência física (4) e violência sexual (6).
infantil. Os dados empíricos foram coletados junto aos en- Nenhum relato foi específico para violência psicológica
fermeiros que atuam na Atenção Básica do município de embora acredita-se que esse tipo de violência possa estar
Curitiba, por meio de instrumento em formato web, de- presente na ocorrência dos outros tipos. No conjunto dos
senvolvido em linguagem ASP.NET, com Framework 3.5 e relatos e para cada um dos tipos de violência foram apon-
o banco de dados utilizado foi o MySQL 5.1.30. tadas necessidades psicobiológicas e psicossociais.

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Negligência (Quadro 1)
Quadro 1 – Necessidades e diagnósticos de enfermagem selecionados nos casos de negligência relatados pelos enfermeiros - Curitiba, 2010
Necessidade afetada Diagnósticos de Enfermagem
Desenvolvimento da criança inadequado
Crescimento e desenvolvimento Autocuidado inadequado
Higiene corporal alterada
Integridade da pele comprometida na criança
Necessidade Integridade cutâneo mucosa Contusão
Psicobiológica Queimadura
Ingestão alimentar inadequada do lactente
Nutrição
Risco para desnutrição
Sono e repouso Sono inadequado
Auto-imagem Imagem corporal distorcida
Direito de cidadania limitado
Necessidade Psicossocial Participação
Enfrentamento inadequado
Segurança Risco para solidão

Observou-se que os entrevistados não selecionaram os vestigar possibilidade de negligência e relacionar com agravos
diagnósticos específicos de violência, apesar de existirem na de notificação obrigatória apontaram para estratégias espe-
nomenclatura. Algumas intervenções acionadas direcionaram cíficas para enfrentamento da violência, sementretanto, ter
o cuidado aos agravos gerados pela negligência, alternativas notificado o caso e realizado o encaminhamento para a Rede
para solucionar os conflitos familiares, além do monitora- de Proteção. Nenhuma necessidade foi reconhecida além da-
mento e visita domiciliária. Somente intervenções como in- quelas identificadas na nomenclatura CIPESC® Curitiba.
Violência física (Quadro 2)
Quadro 2 – Necessidades e diagnósticos de enfermagem selecionados nos casos de violência física relatados pelos enfermeiros - Curitiba, 2010
Necessidade afetada Diagnósticos de Enfermagem
Risco para acidente doméstico – criança
Ambiente
Uso de drogas
Cuidado corporal Higiene corporal alterada
Necessidade Psicobiológica
Escoriação na pele
Integridade cutâneo mucosa Queimadura
Integridade da pele comprometida na criança
Relacionamento familiar conflituoso
Gregária
Necessidade Psicossocial Vinculo conflituoso
Liberdade Tomada de decisão comprometida
Nenhum diagnóstico selecionado apontou para a si- mento e visitas domiciliárias. Não foi sugerida nenhuma
tuação de violência na qual a criança estava exposta ou intervenção que buscasse a inclusão da criança ou família
em risco. As intervenções propostas incluíram os cuidados na Rede de Proteção, exceto pelas intervenções que suge-
específicos com as lesões geradas pela agressão, reco- riram investigar possibilidade de negligência e relacionar
nhecimento de potencialidades da família, identificação com agravos de notificação obrigatória. Com base nesses
de determinantes do conflito familiar, estímulo à mudan- resultados, essas crianças ainda permaneceriam sem o
ça de hábitos, identificação da rede de apoio, monitora- monitoramento da rede, segundo os entrevistados.
Violência sexual (Quadro 3)
Quadro 3 – Necessidades e diagnósticos de enfermagem selecionados nos casos de violência sexual relatados pelos entrevistados -
Curitiba, 2010
Necessidade afetada Diagnósticos de Enfermagem
Crescimento e desenvolvimento Desenvolvimento da criança inadequado
Integridade cutâneo mucosa Integridade da pele comprometida na criança
Uso de drogas
Necessidade Psicobiológica Risco para violência doméstica
Ambiente
Uso de álcool e outras drogas
Abuso sexual
Percepção Dor
Relacionamento familiar conflituoso
Gregária
Vínculo mãe e filho comprometido
Enfrentamento ausente
Necessidade Psicossocial Participação Enfrentamento inadequado
Enfrentamento adequado
Tristeza
Segurança
Vergonha na mulher vítima de violência

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As situações de violência sexual que foram descritas econômicas da família. Há uma tentativa de medicalização
predominaram quantitativamente em relação às demais. do fenômeno pela dificuldade em lidar com os aspectos
Foram apontados diagnósticos específicos para violência, sociais e a promoção da saúde, além da necessidade de
tais como risco para violência doméstica, abuso sexual e cuidar dos profissionais que atuam nos casos de violên-
vergonha na mulher vítima de violência. Em dois relatos cia, pela carga emocional intensa ao qual estão expostos e
de violência explícita (caso de um adolescente de 15 anos pela falta de proteção nos casos de denúncia de abuso(10).
que abusa sexualmente do irmão de 8 anos e uma situa- Diante dos resultados encontrados neste estudo, pode-se
ção de tentativa de abuso por outra criança), os diagnósti- afirmar que esse despreparo ocorreu também em Curiti-
cos específicos para violência não foram selecionados su- ba, visto que a percepção doe enfermeiros entrevistados
gerindo que não houve notificação na Rede de Proteção, ficou limitada a alguns diagnósticos de enfermagem ofe-
acionamento do Conselho Tutelar e encaminhamentos recidos, sem uma abordagem ampla e profunda do tema.
conforme o protocolo municipal. Nos demais relatos, as A própria participação no estudo (dentre os 28 entrevis-
intervenções buscaram a superação do conflito por meio tados do estudo completo, 22 afirmaram ter vivenciado
do apoio ao enfrentamento da situação, monitoramento casos de violência na prática profissional e apenas 15
domiciliar, investigação da possibilidade de negligência, descreveram a situação) demonstra que embora seja a
entre outros, sem contudo o registro da notificação. Tam- violência uma temática que permeia o cotidiano do enfer-
bém foram apontados diagnósticos referentes aos outros meiro, ela não é vista com a devida gravidade e prioridade
membros da família e possível autor da agressão, como nas ações dos profissionais entrevistados.
nos casos em que o relato informou ou sugeriu que vem
ocorrendo o uso de álcool e outra drogas. Alguns diag- A nomenclatura CIPESC® Curitiba possui diagnósticos
nósticos e intervenções são específicos de ações para para o reconhecimento da violência e intervenções para o
mulheres vítimas de violência e mesmo assim foram sele- enfrentamento. Entretanto, muitas intervenções estão di-
cionados para as crianças, como o diagnósticos vergonha fusas entre os diagnósticos que apontam outros processos
presente na mulher vítima de violência. e não em diagnósticos específicos de violência, dificultan-
do a visibilidade do problema e continuidade da assistên-
Dentre as outras necessidades reconhecidas pelos en- cia, pois o enfrentamento não fica concentrado nos diag-
trevistados foram apontadas necessidade de investigação nósticos específicos. Somente metade dos entrevistados
adequada de abuso sexual, laudo técnico para comprova- que descreveram situações de violência reconheceram
ção do abuso, atuação imediata do conselho tutelar, apoio que existiam outras necessidades além daquelas identifi-
de proteção judicial e necessidade psicossocial relaciona- cadas com a nomenclatura CIPESC® Curitiba e estas envol-
da à proteção. Os entrevistados sugeriram que outros pro- viam outros profissionais de diferentes áreas de atuação,
fissionais, instituições, órgãos públicos e os pais sejam os mas não explicitamente a equipe de enfermagem. Faz-se
sujeitos sociais responsáveis por atender as necessidades necessária a construção de diagnósticos específicos para
identificadas, apontando a intersetorialidade como uma as situações de violência que contemplem diversos aspec-
das formas de enfrentamento da questão da violência. tos e necessidades da criança, agressor e família.
Em outra perspectiva, os próprios profissionais da enfer-
O termo negligência é difícil de ser definido, pois en-
magem não se posicionaram como atores sociais para en-
volve aspectos culturais, sociais e econômicos de cada
frentar essas necessidades.
família ou grupo social. Entretanto, se for tratado como
uma forma de violência, permite a desnaturalização de
DISCUSSÃO atitudes de poder expressas na falta de cuidado e prote-
ção(3). Embora a negligência seja caracterizada pela omis-
A organização da Rede de Proteção à Criança e Ado- são da família e da sociedade no provimento do cuidado
lescente em situação de risco para violência do Município à criança, não se pode destacá-la do agravante social que
de Curitiba tem mostrado ao longo dos anos, que a visi- é a condição sócio econômica dos pais, e dessa forma,
bilidade da violência é o primeiro passo para o enfrenta- questiona-se a intencionalidade(2).
mento da questão. As ações planejadas e aplicadas ainda
não encontraram capilaridade suficiente para reduzir os Os casos de negligência foram os que mais tiveram ne-
indicadores e modificar o cenário identificado. Entretan- cessidades afetadas e é também a forma de violência mais
to, o enfrentamento da violência é uma questão delicada, notificada junto à Rede de Proteção. Evidencia-se que essa é
por envolver diferentes aspectos da vida social e requerer a forma mais reconhecida pelos profissionais. A análise dos
intervenções em muitos âmbitos, que extrapolam o setor relatórios da Rede de Proteção referente ao período de 2004
saúde e sua capacidade de atuação(8). a 2008 apontou para um aumento de aproximadamente
125% no número de notificações de casos de violência. En-
A forma como os profissionais de saúde abordam as tre 2004 e 2009, a violência doméstica ou intra-familiar foi
situações de violência intrafamiliar contra a criança e ado- a mais frequente e as crianças mais afetadas estão na faixa
lescente demonstra o despreparo para lidar com a vio- etária de 5 a 9 anos, seguidas das crianças de 10 a 14 anos. A
lência, sobretudo para identificar, por exemplo, se uma negligência corresponde ao tipo de violência mais notificado
omissão decorre de negligência ou de falta de condições e somou 71,4% das notificações de 2008-11. Destaque para

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a reincidência que em 2009 apresentou 338 (13,9%) notifica- diagnósticos específicos de violência, além de outros so-
ções de casos de violência contra crianças na faixa etária de 0 bre vínculo, enfrentamento e uso de álcool e drogas(8). O
a 9 anos, dentre um total de 2.428 notificações. A negligên- abuso sexual envolve a prática de jogo sexual em relações
cia apareceu como última notificação em 65,3% dos casos homossexuais ou heterossexuais que visa obter excitação
que compuseram a amostra de um estudo que verificou a sexual e práticas eróticas pornográficas e sexuais. Estudos
evolução dos casos de violência reincidente(12). apontam que as vítimas mais frequentes são as meni-
nas e o pai é o principal agressor, seguidos do padrasto e
As necessidades afetadas indicadas nos casos de ne- pessoas do convívio familiar. Essa forma de violência ge-
gligência foram na maioria psicobiológicas. Os desgastes ra impacto negativo na vida da criança podendo levar a
que interferem nos processos biológicos de crescimento e prejuízos físicos e emocionais importantes, como atraso
desenvolvimento das crianças são mais explícitos, afetam no desenvolvimento e aprendizagem, distúrbios de com-
diretamente os conteúdos de puericultura praticados du- portamento, isolamento social, erotização precoce, baixa
rante as consultas e ainda impactam nas ações de promo- auto-estima, entre outros. As conseqüências do abuso,
ção da saúde e por isso são mais reconhecidos pelos profis- portanto, vão além do próprio indivíduo, configurando-se
sionais. Por outro lado, a necessidade relativa ao ambiente, em uma forma de comprometimento do crescimento, de-
que inclui os diagnósticos de violência, não foi acionada nos senvolvimento e integração da criança em relações sociais
casos de negligência e não gerou diagnósticos e interven- saudáveis consequentemente, comprometendo a própria
ções ligados à notificação junto à Rede de Proteção. sociedade(3). Dessa forma, a compreensão do abuso sexu-
Os diagnósticos relacionados aos relatos de violência al não se restringe ao vitimizado e vitimizador, pois dessa
física identificaram as marcas da agressão física e conflitos forma seriam excluídos os contextos sociais e grupos onde
de relacionamento familiar, possíveis eventos geradores ela ocorre e onde é ocultada e se repete.
da violência. Assim como ocorreu com os casos de negli- A percepção dos usuários dos serviços de saúde aten-
gência, as intervenções propostas não sugeriram a notifi- didos pela Estratégia Saúde da Família em relação à Visi-
cação junto à Rede de Proteção. ta Domiciliária (VD) mostrou que esta estratégia facilita o
Na perspectiva de crianças e familiares, a violência acesso ao serviço e as ações de saúde, pois faz a interme-
doméstica faz parte do microssistema familiar e é vista diação entre o domicílio e o serviço. Para os usuários, as
como uma prática usual, baseada na crença de valores au- ações desenvolvidas no domicílio são um meio de aproxi-
toritários e no poder dos pais sobre os filhos. A prática da mar o profissional da dinâmica da vida familiar e por isso
violência física punitiva gera nas crianças sentimentos de as famílias em situação mais vulnerável devem receber
revolta, mágoa e humilhação(4). um apoio maior. Existe a expectativa de que as visitas se-
jam mais frequentes e incluam as ações de médicos espe-
O uso da força que gera a violência física pode estar cializados, enquanto na prática tem sido realizadas pelos
associado ao modelo cultural que justifica e reforça seu Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e somente em de-
uso como forma de disciplinar, favorecendo a banalização terminados casos, por outro profissional. Por outro lado,
e cronicidade da violência contra as crianças. Algumas ob- a visita compulsória e frequente não é desejada, pois atri-
servações podem ser associadas aos casos de violência bui-se a isso a intromissão do setor saúde na vida privada,
física como a precariedade da moradia, higiene pessoal, quando na prática educativa das visitas diárias, adota-se
falta de rotina para alimentação, repouso e lazer. Dentre uma postura impositiva e que desvaloriza os conhecimen-
os motivos que geram a violência física está a desobedi- tos e decisões dos usuários(15).
ência e no caso da negligência, características da vítima
que desagradam o agressor ou não aceitação da vítima no A consulta de enfermagem, quando realizada por pro-
espaço doméstico(2). fissionais bem capacitados, representa um importante re-
curso para detecção de casos de violência, dado o maior o
As consequências da violência contra a criança podem contato com a família e a compreensão da dinâmica fami-
se manifestar de diferentes formas, até a idade adulta, liar, potencializado ainda pela visita diária(11).
tais como comportamentos relacionados a abuso infantil,
transtornos psiquiátricos ou de conduta, comportamento A CIPESC® mostrou potencialidades nas consultas de
transgressor e uso de drogas. Há maior ocorrência da vio- enfermagem relacionadas aos casos de violência contra a
lência física contra meninos, crianças doentes, em famí- criança. Entretanto, os diagnósticos e intervenções acio-
lias com maior número de membros ou com história con- nados indicaram uma importante lacuna no reconheci-
comitante de violência entre os parceiros íntimos(13). No mento das necessidades na perspectiva do materialismo
âmbito nacional, já identificou-se que a violência acomete histórico e dialético, referencial que ancora os princípios
crianças de ambos os sexos mas com tipos diferentes, co- da saúde coletiva. A organização dos grupos de necessida-
mo por exemplo a violência sexual ocorre mais contra me- des da CIPESC® seguindo uma teoria de necessidades hu-
ninas e a violência física contra meninos(14). manas básicas promove o recorte do indivíduo e das suas
necessidades, reduzindo-as na prática a processos isola-
A Rede de Proteção considera qualquer violência sexu- dos e marcadamente biológicos. Até mesmo as necessida-
al como grave. Nos relatos, os entrevistados apontaram os des psicossociais limitam-se a eventos isolados e que nem

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sempre se articulam com o contexto social e a realidade tificadas na consulta. A formação profissional ajustada ao
na qual o sujeito está inserido, nem tampouco propõem modelo assistencial adotado é primordial para uma assis-
qualquer transformação nesse contexto. Identificou-se tência de qualidade e transformadora da realidade onde
ainda, a desarticulação entre os diagnósticos acionados e atua. Não basta utilizar a ferramenta como meio de siste-
as ações preconizadas pela Rede de Proteção, através do matização se a assistência não corresponder às expectati-
protocolo municipal, para o reconhecimento, notificação vas e necessidades da população.
e monitoramento dos casos de violência.
Para o campo da Saúde Coletiva, as necessidades em CONCLUSÃO
saúde são amplas e estão inseridas em um complexo
emaranhado de características que compõem a realida- Curitiba caminha em uma direção acertada conforme
de e que afetam diretamente o momento de produção e defendem alguns autores: a intersetorialidade, as estraté-
reprodução social e a satisfação das necessidades. Nesta gias de prevenção e acompanhamento dos casos confir-
perspectiva, o fenômeno da violência extrapola as marcas mados de violência e a notificação como meio de dar visi-
físicas e evidência diferentes e múltiplas vulnerabilidades bilidade ao problema. Entretanto, a prática nas unidades
e necessidades do sujeito e de seu grupo social, maiores de saúde conforme demonstrou o estudo pode não estar
que o próprio fenômeno. Tais vulnerabilidades podem ser sendo condizente com a perspectiva da Rede de Proteção.
reconhecidas durante a assistência de enfermagem, prin- Os diagnósticos e intervenções de enfermagem que indi-
cipalmente no momento da consulta, se esta for realizada cam o risco ou a ocorrência de violência não são aponta-
de forma sistematizada e embasada teoricamente pelo dos por todos os profissionais, apesar da notificação dos
referencial materialista histórico e dialético, que confere casos suspeitos e confirmados ser compulsória. Há uma
ao profissional uma visão ampla da realidade onde atua. fragilidade na nomenclatura CIPESC® Curitiba identifica-
da em estudos anteriores e que se confirma neste: se os
Ao estudar o significado atribuído à consulta de enfer- profissionais não tiverem a percepção da problemática da
magem em puericultura realizada por enfermeiros da ESF, violência como um foco de sua prática, numa perspectiva
autores apontam a busca pela assistência abrangente, in- ampla, dialética e baseada na realidade objetiva (e não
cluindo exame físico, tomada de medidas antropométri- apenas em sinais de alerta), as vulnerabilidades não serão
cas e ações educativas e preventivas para crianças e cui- reconhecidas e o fenômeno não será desvelado de uma
dadores. Ressaltam a importância da sistematização como maneira que se possa intervir nele.
forma de direcionar o atendimento, sobretudo para a pro-
moção da saúde, favorecido pelo momento de interação e É preciso agregar à nomenclatura os atributos referen-
estreitamento do vínculo com os usuários. Há entretanto, tes à liberdade e autonomia, essenciais para o enfrenta-
momentos de desgaste profissional, quando este depara- mento da violência, além de maneiras de intervir basea-
-se com situação adversas da família, sentindo-se impo- das em evidências.
tentes perante elas(5).
Ressalta-se a importância da promoção de debates e
Nesse sentido, somente o uso da CIPESC® não garante capacitação dos profissionais de saúde a respeito do te-
uma assistência adequadamente sistematizada. O uso da ma violência contra criança e adolescente para que estes
ferramenta requer conhecimento prévio do processo de possam prestar um atendimento adequado à criança e ao
enfermagem, da sistematização da assistência de enfer- adolescente situação de violência. É importante que a
magem, dos marcos teóricos da Saúde Coletiva, além dos incorporação desta temática ocorra desde a formação dos
conteúdos técnicos científicos específicos da assistência profissionais da equipe de saúde, para que estejam aler-
de enfermagem em Atenção Básica e respaldo institucio- tas e aprendam a lidar com esta temática no cotidiano da
nal para a tomada de decisão frente às necessidades iden- assistência.

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Projeto desenvolvido com apoio financeiro do CNPQ e CAPES.

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CEP 05403-000
Apostólico - São
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