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UFOB

Universidade Federal do Oeste da Bahia


INSTITUTO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS E
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
CÂMPUS REITOR EDGAR SANTOS – BARREIRAS-BA
SEMINÁRIO TIPOS DE SOLOS SIBCS:
ORGANOSSOLOS, PLANOSSOLOS E VERTISSOLOS

PROFESSORA: GISELE BARBOSA DOS SANTOS

PEDOLOGIA – IAD 108

ANDRÉIA KARINNE ALVES DE ARAÚJO


LAADE DA COSTA LIMA
LAUANY LOBATO DE CARVALHO
LUANA DA SILVA DE SOUZA
MARCELO MARINHO GALDINO
MARIA DE FÁTIMA FRANÇA DOS SANTOS
1. ORGANOSSOLOS

1.1. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS


 Solos pouco evoluídos, com preponderância de características devidas ao material
orgânico, resultantes de acumulações de restos vegetais em graus variáveis de
decomposição, em ambientes de drenagem restrita ou em locais úmidos de altitudes
elevadas, que estão saturados com água por poucos dias no período chuvoso.

Foto 01: Organossolos.


1.1.1. ORGANOSSOLO TIORMÓFICO
 Apresentam elevada concentração de enxofre ou compostos deste elemento. Quando
oxidados por efeito de drenagem ou rebaixamento do lençol freático, tornam-se
extremamente ácidos, impróprios ao cultivo de culturas comuns;
 São encontrados em zonas úmidas da orla marítima, sendo mal e muito mal
drenados, em banhados, pântanos e áreas próximas aos mangues.

Foto 02: Organossolos tiomórficos


Terceiro Características Quarto nível Características
nível
Presença de sais
Presença de material orgânico prejudicial à maioria das
de não a fracamente Salinos plantas.
Fíbricos decomposto com estrutura
vegetal reconhecível. Cobertura
do solo útil para manutenção da Presença de sódio
vida no solo. Solódicos tolerada pela maioria das
plantas.
Presença de material orgânico
de moderado a bem decomposto
Hêmicos com estrutura vegetal pouco ou Presença de material
nada reconhecível.  Primeiro
mineral e material
estágio da formação do húmus.
Térricos orgânico misturados.

Presença de forte a Não apresentam


completamente decomposto Típicos nenhuma característica
restritiva no quarto nível
Sápricos com estrutura vegetal
de classificação.
irreconhecível. Primeiro estágio
avançado da formação de
húmus.
1.1.2. ORGANOSSOLO FÓLICO 1.1.3. ORGANOSSOLO HÁPLICO
 São aqueles organossolos
desenvolvidos em ambientes de Formação:
altitude e boa drenagem, não  Várzeas e depressões;
permanecendo por mais de 30  Locais de elevada altitude e úmidos
dias saturados com água. durante o ano todo, porém saturados com
água por < 30 dias consecutivos.

Foto 03: Organossolo Fólico


Foto 04: Organossolos
Háplicos
1.1.4. MATERIAL ORGÂNICO
1.1.5. CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS
80 g/kg avaliado na TFSA (conforme  Cores escuras (preto a acinzentadas);
método adotado pela Embrapa).  Fortemente ácidos (pH 3,5 – 5,0);
Horizonte hístico  Alta CTC (cargas dependentes do pH);
Constituído por material orgânico  Baixa saturação por bases (Valor V%);
Espessura:  Ds < 1 g cm-3;
 Alta retenção de água (10x);
 40 cm quando 75% ou mais do
 Subsidência;
horizonte for constituído de restos de
 Contraem-se quando secos e são de
vegetais, excluindo as partes vivas;
difícil reumidecimento
 10 cm quando sobrejacente ao
(hidrofobicidade).
contato lítico ou lítico-fragmentário.
1.2. ÁREAS DE OCORRÊNCIA PROCESSOS:
 Hemisfério Norte: Acumulação de liteira:
 Última glaciação: (10.000 anos atrás); Nos trópicos em ambientes
 Formação de lagos rasos em altimontanos;
 Clima úmido e temperaturas baixas;
depressões;
Depende da composição florística.
 Temperaturas baixas + chuva Humificação:
abundante Ambientes quer de drenagem livre,
 Valladares (2003) quer hidromórficos;
 Hemisfério Sul:  Transformação do material orgânico
 Cordões litorâneos com influencia fresco em “Húmus”;
marinha;  Qualidade do substrato e clima

 Planícies de inundação fluvial;


influenciam.
 Condições litorâneas sobre
manguezais antigos.
Decomposição:
 • Transformações químicas, físicas e biológicas
 • Ação de microorganismos;
 • Qualidade do substrato, disponibilidade de nutrientes e

 Processos:
 temperatura do solo.

 Paludização:
 • Acumulação de MO pela progressiva colonização por plantas
 em ambientes anaeróbicos.
CARACTERIZAÇÃO DE ORGANOSSOLOS EM
AMBIENTES DE
VÁRZEA DO NORDESTE DO BRASIL

Autores: Rafael Cipriano-Silva, Gustavo Souza


Valladares, Marcos Gervasio Pereira e Lúcia e Helena
Cunha dos Anjos
Métodos:
Estado do Ceará dois do Rio Grande do Norte e dois da
Paraíba.

Utilizou-se um método para avaliar a subsidência


a partir da determinação do volume residual (VR)
utilizando cilindros de PVC com 1,5 polegadas
Esse padrão indica que esses solos são importantes
reservatórios de água.
Os valores de pH (H2O) oscilam entre 3,0 e 7,6, e
mediana de 5,0, com valores maiores que os de pH em
KCl (variação de 2,9 a 7,1)
Os maiores valores de pH nos horizontes superficiais
A capacidade de armazenamento de água variou em
razão do aumento dos teores de matéria orgânica
2. PLANOSSOLOS
2.1. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS
 Diferença acentuada entre os horizontes A
ou E e o B;
 Horizonte B com alta concentração de
argila, é comum apresentar estrutura em
forma de cubo, prisma ou coluna, pelo
menos na parte superior do horizonte;
 Mal drenados ou imperfeitamente
drenados;
 Lençol freático suspenso de existência
temporária;

Foto 05: Distribuição e classificação dos horizontes e camadas do


Planossolo em Timbaúba (PE).
2.2. CARACTERÍSTICAS GRANULOMÉTRICAS
 Textura arenosa ou média no horizonte A e média ou argilosa no horizonte B;
 Acentuada diferença de argila entre os horizontes A e B, com mudança textural
abrupta;

2.3. CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS


 Os Planossolos ainda estão subdivididos em duas subordens: Nátricos e Háplicos.

NÁTRICOS: têm alta


saturação por sódio. HÁPLICOS: outros solos que não se
enquadram na classe anterior

Foto 06: Distribuição e classificação dos


horizontes e camadas do Planossolo Nátrico em Foto 07: Distribuição e classificação dos horizontes e
Jataúba (PE). camadas do Planossolo Háplico em Altinho (PE).
2.4. ÁREA DE OCORRÊNCIA NO BRASIL
 Ocorrem preferencialmente em áreas de relevo plano ou suave ondulado;
 São utilizados com culturas de arroz no sul (Rio Grande do Sul, por ex.);
 Com pastagens no nordeste e estando também presentes no pantanal;
 Em Pernambuco, os Planossolos ocupam cerca de 15% da superfície do Estado,
ocorrendo principalmente nas regiões do Agreste e Sertão.

2.5.MANEJO
 A permeabilidade no horizonte B é lenta, consequentemente a água dificilmente
infiltra no perfil. Os Planossolos sódicos apresentam adensamento, limitando o
enraizamento das plantas em profundidade, o sódio inibe a absorção de cálcio e
magnésio pelas plantas. A carnaúb a e a carandá são plantas indicativas de solos
com altas concentrações de sódio, a recuperação dos Planossolos Nátricos é feita
mediante a gessagem, processo caro e demorado
 A cultura do arroz inundado é a que melhor se adapta.
3. VERTISSOLOS
3.1. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS

 Solos de grande expressão nas bacias


sedimentares da região semiárida do Nordeste
brasileiro ;
 Presença de “slickensides”;
 Presença de fendas no período seco;
 Quanto à cor, podem ser escuros,
acinzentados, amarelados ou avermelhados;
 Compreende solos constituídos por material
mineral apresentando horizonte vértico e
pequena variação textural ao longo do perfil,
nunca suficiente para caracterizar um
horizonte B textural. Foto 08: Vertissolo com a presença de slickensides.
Foto 09: Perfil do Vertissolo com horizonte B com acentuada Foto 10: Perfil do Vertissolo e fendas de ressecamento.
concentração de argila.
3.2. CARACTERÍSTICAS GRANULOMÉTRICAS
 Solo argiloso a muito argiloso;
 Alto teor de argilas expansivas (2:1) e de bases trocáveis.

3.3. CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS


 Quimicamente os Vertissolos são sempre eutróficos; ou seja, ricos em bases,
principalmente cálcio, e a CTC da argila é muito elevada (solos com alta atividade
da argila, ou Ta), a retenção de água é muito mais altano solo.

3.4. ÁREA DE OCORRÊNCIA NO BRASIL


 Ocorrem em áreas planas, suavemente onduladas, depressões e locais de antigas
lagoas;
 No Nordeste são popularmente chamados de “massapé”;
 No Semiárido destacam-se as áreas de Juazeiro e Irecê (BA) e Sousa (PB).
3.4.1. LIMITAÇÕES
 Elevada plasticidade e pegajosidade;
 Risco de salinização e de solonização;
 Consistência dura a extremamente dura;
 Dificuldade de manejo do solo com uso de máquinas;
 Danos em construções e benfeitorias rurais.

3.5.MANEJO
 O manejo destes solos requer, além de adubação de acordo com a necessidade da
cultura, drenagem no caso de uso com plantas suscetíveis ao excesso de água e
utilização  com culturas pouco mecanizadas.
 Em áreas de clima semiárido, deve-se ter cuidado com a qualidade da água de
irrigação, mais especificamente com o teor de sais, para não salinizar os solos.

Foto 11: Manejo de culturas


suscetíveis ao excesso de água.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 BRASIL. Ministério da Agricultura. Departamento Nacional de Pesquisa
Agropecuária. Divisão de Pesquisa Pedológica. Levantamento exploratório-
reconhecimento de solos do estado da Paraíba. Rio de Janeiro, 1972. 683p. (Boletim
Técnico, 15. SUDENE-DRN. Série Pedológica, 8);

 EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA. Centro


Nacional de Pesquisa de Solos. Manual de métodos de análise de solo. Rio de
Janeiro, 1997.  

 http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/solos_tropicais/arvore/CONT00
0gn362j9z02wx5ok0liq1mql2t5q2a.html acesso
em novembro de 2014.

 http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-06832008000100027&script=
sci_arttext, acesso em dezembro de 2014.

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