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APOSTILA DE OPERAÇÕES COM ARAME

INTRODUÇÃO
O presente trabalho visa fornecer ao pessoal envolvido
na área de petróleo informações básicas sobre os
equipamentos, ferramentas e as diversas operações
com arame.
DEFINIÇÃO
As operações com arame visam prover um meio seguro de intervenção
nos poços de petróleo, através da instalação e retirada de dispositivos,
podendo inclusive operar sem a necessidade de amortecê-los ou interferir
em seu regime de produção, economizando tempo e custos das
operações.
Através do arame podemos executar vários tipos de operações, dentre
elas:
• Testes para obtenção de dados atuais do reservatório,
• Troca de válvulas de gás-lift
• Instalação de dispositivos ( tampões e válvulas de retenção ), para
abandono de poços em segurança
• Pescarias diversas em colunas.
HISTÓRICO
As operações com linha de aço remontam aos primórdios da industria
Petrolífera. Utilizava-se um tambor acoplado com uma manivela e uma
pequena quantidade de linha de aço, que assemelhava-se as fitas métricas
utilizadas atualmente na medição de tanques de petróleo. Com o aumento
das profundidades dos poços, este sistema se tornou impraticável, pois a
medição de profundidade passou a incorrer em erros devido à distensão da
fita por seu peso e pela impossibilidade de vedação devido o aparecimento
de poços com pressão.
Com o desenvolvimento da tecnologia e a necessidade cada vez maior de
melhores informações sobre o poço, aparecem o arame IPS (IMPROVED
PLOW STEEL) e os cabos para registro eletrônico usados nas companhias
de serviço de perfilagem e canhoneio.
Hoje em dia, na bacia de campos, utilizamos o arame 0,125” de aço inox.
A) EQUIPAMENTO DE SUPERFÍCIE
Sua finalidade é permitir a descida e retirada de dispositivos no
poço de maneira controlada e segura.
Os equipamentos básicos de superfície necessários as operações
com arame são os seguintes:

1 - CONJUNTO GUINCHO / MOTOR

O guincho é composto por um sistema hidráulico fechado, que


transmite movimento à bobina de arame, e que é acionado através
de um motor à explosão (diesel), tornando possível a
movimentação do arame para dentro e fora do poço por meio das
manetes existentes em seu painel.
TIPOS DE GUINCHOS UTILIZADOS:
A) skids portáteis
B) Caminhão - Sistema acionado pelo motor do veículo;
C) UDM -Unidade de desparafinação mecânica;
2 - ARAME
É o principal equipamento do conjunto necessário a operação. Poços
profundos e maiores cargas impostas ao sistema levaram ao desenvolvimento
de linhas de aço de elevada resistência, minimizando o seu peso e reduzindo o
tamanho do equipamento de manuseio da mesma - carretel e polias. Um arame
de pequeno diâmetro foi desenvolvido com os seguintes resultados:
• redução da carga devido o peso próprio
• uso de polias de menor diâmetro
• utilização de tambores de pequeno diâmetro no guincho sem causar
esforços exagerados de flexão.
• redução de área da secção transversal que é importante para operações
sob pressão.
Os diâmetros de arame mais comuns são:
0.072", 0.082", 0.092", 0.108" e 0.125”. O material comumente usado na
fabricação do arame é uma liga denominada IPS IMPROVED PLOW STELL,
devido a sua boa ductibilidade e custo relativamente baixo.
Características:
Diâmetro (pol) 0.072 0.082 0.092 0.105 0.125
Ruptura (lb) 961 1.239 1.547 1.996 2.577
Tensão de trabalho 583 752 938 1.210 1.200
Em poços contendo H2S o IPS pode sofrer fragilização, pelo hidrogênio,
reduzindo sua vida útil. Nesses casos, recomenda-se a utilização de arame de aço
inox ou outras ligas especiais.
Estes arames são bem mais caros e normalmente apresentam menor resistência
à tração que o de IPS.
Na Bacia de Campos atualmente é utilizado o arame 0.125” com as seguintes
especificações.
Diâmetro (pol) 0.125
Nome Uranos 50
Tração de ruptura (lb) 2.577
Tração de trabalho (lb) 1.200
Alongamento (m) 0.29 a cada 100lb com 1000m)
Metalurgia cromo
Peso p /1000m (lb) 136
3 - SISTEMA DE MEDIÇÃO

3.1. Medição de Profundidade

É indispensável em qualquer trabalho de operação com arame, seja uma


simples determinação de profundidade em um poço raso ou numa complicada
operação de retirada de um dispositivo em um poço mais profundo. Para executar
com eficiência e segurança qualquer tipo de operação é imprescindível que se
conheça a posição da ferramenta em relação à cabeça do poço ou outros pontos
de referência. ( Mesa rotativa )
O sistema de medição consiste em uma polia convencionada de polia de
medição que fica em contato com o arame em todo seu perímetro, em cujo eixo
fica instalado um cabo que transmite sua rotação a um odômetro. O odômetro
converte a rotação da polia em unidades lineares (metro ou pé).
A cada diâmetro da polia de medição está relacionado um odômetro com
engrenagens convenientes.
3.2. Medição de Peso / Polia Boca de Poço

É composto por um sensor de peso conectado hidraulicamente a um


indicador analógico tipo Bourdon. A informação de tração no arame é recebida
através da polia de boca de poço convenientemente instalada de forma que o
arame sofra uma deflexão de 90º no sentido carretel /caixa de vedação.

03 MANGUEIRA

( HYDRAULIC
HOSE )
01 INDICADOR DE
PESO
( INDICATE
GAUGE )
CÉLULA DE 02
CARGA
( LOAD
CELL )
4 -CAIXA DE VEDAÇÃO
Permite acesso do arame ao poço em fluxo estabelecendo estanqüeidade
durante a movimentação do mesmo entre o poço e o meio externo. É
constituído de um corpo onde fica alojado um conjunto de gaxetas vazadas por
onde passa o arame. A vedação se estabelece a partir da compressão das
gaxetas em volta do arame, efetuado de forma mecânica ou hidráulica através
de pistões. Possui acoplado ao corpo uma polia que direciona o arame para o
interior da coluna. Esta polia está acoplada a uma estrutura que permite sua
rotação de 360º em torno do corpo da caixa de vedação.
5- LUBRIFICADORES
São feitos de tubos com pressão de trabalho maior que a pressão do poço
e seu comprimento deve permitir acomodação em seu interior de todas as
ferramentas necessárias à operação com arame. Seu posicionamento fica entre
o BOP e a caixa de vedação. Fornecidos geralmente nos comprimentos de 8 a 4
pés, interligados através de uniões rápidas, com rosca do tipo ACME. São
divididos em 3,4 ou 5 partes ou seções, dependendo das operações. A primeira
seção contem saída lateral para instalação de válvula agulha ( queroteste ).
6 - PREVENTOR DE ERUPÇÕES (BOP)
É um equipamento de segurança conectado à redução de arame e aos
lubrificadores. A função do BOP é promover vedação contra o arame em situações
onde existam vazamentos significativos no sistema lubrificador /caixa de vedação ou
nos casos de pescaria.
O mecanismo de vedação consiste na atuação manual ou hidráulica de um par
de gavetas cujas partes de material selante são pressionadas contra o arame
formando um selo em torno do mesmo.
B) FERRAMENTAS BÁSICAS
São as ferramentas comuns a todas operações com arame.
Todos os itens da composição básica tem o mesmo diâmetro
externo e seu dimensionamento e definido pelo diâmetro da
coluna de produção.

Tubos API Drift Diâmetro do Trem ( BHA )


2.3/8" 1.901” 1.1/4" ou 1.1/2"
2.7/8" 2.347” 1.1/2" ou 1.7/8"
3.1/2" 2.867” 1.7/8"
4.1/2" 3.833” 1.7/8" ou 2.1/8"
5.1/2" 4.767” 1.7/8" ou 2.1/8"
Todos os componentes do mesmo diâmetro possuem as roscas / engates das
conexões iguais e possuem em sua parte superior um pescoço de recuperação
para o caso de uma eventual pescaria.
1 - PORTA CABO

Elo de ligação entre o arame e o restante da composição básica. É composto


internamente de cunha (onde o arame é passado em volta) e alojador da cunha que
tem a função de travamento da extremidade do arame.
2 -BARRA DE PESO
Fornece peso necessário para permitir a descida dos dispositivos no
poço, além de fornecer energia aos impactos durante as operações com
percussores.
As barras ficam posicionadas logo abaixo do porta cabo e acima dos
percussores. Para aumentarmos ou diminuirmos a eficiência dos impactos
nas operações com percussores basta aumentar ou diminuir a quantidade
de barras da composição.
Para trabalhos onde se necessita de uma composição extra pesada e
não seja possível a adição de barras convencionais, utiliza-se barras ocas
preenchidas com mercúrio ou chumbo que conferem as do mesmo
comprimento, um maior peso.
3 -JUNTA ARTICULADA OU JOELHO

Utilizada para conferir flexibilidade à composição básica, permitindo a


junção de várias ferramentas e possibilitando sua passagem através de
tubulações com curvaturas acentuadas verificadas nos poços direcionais.
O joelho, como é denominado na prática, consiste de dois corpos unidos
através de uma articulação com esfera e cavidade esférica. Esta ferramenta
deve ser sempre inspecionada antes de qualquer descida, pois em vista de
sua construção, está sujeito à avarias que comprometem sua estrutura.
4 –PERCUSSOR

Descido com o objetivo de transmitir impactos aos dispositivos a serem


instalados ou recuperados nos poços. A eficiência dos impactos transmitidos
depende do peso das barras acima do percussor, viscosidade do fluido do poço,
velocidade imprimida pela unidade às ferramentas básicas (percussor mecânico),
ou tração aplicada (percussor hidráulico / mola).
Percussor Mecânico Tubular
Consiste em um cilindro metálico com furos laterais e um pistão que se
desloca em seu interior. São preferencialmente utilizados em operações de
pescarias ou nas efetuadas em tubulações de grande diâmetro interno.

Percussor Mecânico de Elo


Ferramenta composta de duas peças entrelaçadas semelhantes aos elos de
uma corrente. Devido a sua geometria permite percussões mais eficientes que o
tubular. A desvantagem deste para o percussor tubular é o risco de ocorrer prisões
de arame no seu interior em operações de pescaria.
Percussor Hidráulico

Este percussor consiste de um corpo (camisa) tubular cheio de óleo


com duas seções de diâmetros diferentes e um pistão principal que se
move para cima e um outro de compensação (passeio).
O funcionamento do percussor se dá quando temos uma tração aplicada que força o pistão
principal a mover-se para cima. Inicialmente, o movimento é lento devido o pistão
percorrer a seção de menor diâmetro interno e adquirindo velocidade quando alcança a de
maior diâmetro, chocando-se com a parte superior do corpo transmitindo desta maneira o
impacto desejado.
C) FERRAMENTAS AUXILIARES
São aquelas utilizadas para, em conjunto com as básicas, possibilitar a
realização das operações com arame.
1 –SACADORES (pescadores)
Descidos na extremidade da composição básica com o objetivo de recuperar
/ instalar dispositivos na coluna de produção que possuem pescoço de pescaria
padronizado. Estas ferramentas são projetadas para através de garras fixarem
os dispositivos à composição para sua recuperação.
Possuem um mecanismo de desengate automático, através de cisalhamento
de pinos, por ação de percussões para baixo ou para cima.
2 -FACA CALIBRADORA (CORTADOR DE PARAFINA)
Equipamento descido na extremidade da composição básica com a finalidade
de:
Remover parafina ou incrustações que se depositam nas paredes da coluna
restringindo a área aberta ao fluxo. ( prática utilizada no nordeste ).
Determinar o menor diâmetro de passagem de ferramentas na coluna.
3- LOCALIZADOR DE NIPPLE (seletivo e não seletivo)
Projetado para localizar perfis de assentamento durante a gabaritagem da
coluna. Pode ser utilizado com caçamba abaixo para realizar a gabaritagem e
checagem de fundo em uma mesma descida.
4 – ESTAMPADORES
Utilizados para identificar obstruções na coluna. Possui uma camada de
chumbo na parte inferior onde, com percussão para baixo, é feita a marca da
obstrução.
5- MARTELO
O Martelo é uma ferramenta utilizada para operações onde se precisa de uma
base rígida, quer seja para liberar dispositivos presos na coluna ou liberar o
arame do porta cabo, quando este se parte no interior da coluna.
6 –APLICADORES
Utilizados para descer e promover a correta fixação dos dispositivos de
controle de fluxo em seus respectivos nipples de assentamento.
Na descida de dispositivos com travas seletivas, os aplicadores são
responsáveis pela localização do nipple ou local de assentamento.
Como elo de ligação entre o aplicador e o dispositivo, encontramos
normalmente pinos de reduzida resistência.
Promove-se a liberação do aplicador e composição básica através do
cisalhamento dos pinos por efeito de percussão.
7- CAÇAMBA DE AREIA

Descido para efetuar trabalhos de remoção de pequenos detritos no interior


da coluna. Normalmente a utilizamos para remover areia ou cascalhos do topo de
um dispositivo com a finalidade de desobstruir o pescoço de pescaria e permitir a
sua recuperação.
As caçambas podem ser:

MECÂNICA - um pistão é movimentado bruscamente, puxado pela unidade


de op. com arame. Este movimento succiona os detritos que estiverem ao
alcance do equipamento.
HIDROSTÁTICA - consiste de uma câmara estanque e é descida com a
pressão atmosférica. No ponto desejado, uma percussão para baixo faz atuar um
disco de ruptura e por diferencial de pressão os detritos são succionados
8 – PERFURADOR DE COLUNA
Os perfuradores de coluna são ferramentas utilizadas para abrir furos nos
tubos de produção, de modo a permitir a comunicação anular x coluna,
possibilitando assim operações de amortecimento dos poços.
Sua grande vantagem em relação a outros métodos de perfuração de
coluna, é de que não necessita de explosivos ou de produtos químicos,
tornando a operação mais segura e econômica.
9- FERRAMENTA DESLOCADORA (SHIFITING TOOL)
Construído para permitir o acionamento (abertura e fechamento) das
válvulas de camisa deslizante a partir da superfície por meio das operações
com arame.
Permite localização correta da válvula de camisa deslizante para o caso
de haver mais de uma na coluna, dando a indicação de abertura ou
fechamento da válvula sem necessidade de teste.
CAMISAS DESLIZANTES (S SLEEVES)
10 – DESVIADORES
Projetados especialmente para permitir instalação de vgls em mandris de
bolsa lateral:
Estas ferramentas orientam aplicadores ou pescadores em direção à
bolsa do madril. Em poços direcionais (desviados) utilizam-se mandris que
possuem guias para permitir o correto posicionamento e acionamento da
ferramenta, alem de conferir propriedade seletiva à mesma.
D) DISPOSITIVOS DE CONTROLE DE FLUXO E
SUAS APLICAÇÕES NA COLUNA
São instalados através de operação com arame na coluna de produção com o
objetivo de estabelecer, impedir, direcionar ou regular o fluxo de produção /
injeção.
Algumas aplicações dos dispositivos de controle de fluxo.
Isolar zonas produtoras / injetoras;
estimulação seletiva;
evitar perda de fluido para formação produtora durante amortecimento do poço;
controle de vazão de injeção em zonas injetoras;
permitir a produção seletiva de varias zonas;
testar estanqüeidade da coluna de produção;
assentamento de obturadores hidráulico ou hidrostático;
permitir a substituição ou reparo seguro dos equipamentos de cabeça de poço;
abandono provisório e seguro de poços direcionais em plataformas com poços já
em produção;
1 -VÁLVULAS DE GÁS-LIFT
Instaladas com arame em mandris de bolsa lateral, com a finalidade de
permitir o fluxo controlado do gás anular /coluna em poços completados para
elevação artificial.
2 -VÁLVULA DE RETENÇÃO (STANDING VALVE)

Descida nas operações com arame e instalada em nipples de


assentamento com a finalidade de permitir o fluxo somente no
sentido de produção.
3 -TAMPÃO (BLANKING PLUG)
Descido com a finalidade de interromper o fluxo de uma ou mais zonas
produtoras do poço. Os tampões são alojados em nipples de assentamento e
projetados para impedir o fluxo nos dois sentidos. São instalados também em
ANMs e T. Hangers.
Tampão FDB e sua haste de equalização
4 -VÁLVULA DE CONTRA-PRESSÃO (BPV)
Instalada no interior do suspensor de coluna com o objetivo de isolar o poço
para permitir substituição do BOP da sonda pela árvore de natal durante a
completação, ou seja, permite acesso seguro ao poço pois fornecem uma
barreira mecânica adicional contra o fluxo durante a ausência dos equipamentos
de Superfície. Também são utilizados para permitir o reparo das válvulas da
arvore de natal sem a necessidade de amortecer o poço.
E) OUTROS DISPOSITIVOS

1- COLETOR DE PEIXE

Os coletores de “peixe” são dispositivos utilizados para impedir que materiais


ou peças possam cair no poço acidentalmente, se alojando sobre outros
dispositivos instalados na coluna, o que poderia dificultar a retirada dos mesmos.
Com a utilização do coletor, o “peixe” se alojará dentro do mesmo, mantendo
a coluna limpa após ser retirado.
São geralmente assentados nos suspensores de coluna submarinos, mas
também podem ser utilizados sendo enroscados acima de dispositivos, como em
válvulas de retenção ou nas hastes de equalização dos tampões de fundo, a fim
de facilitar a pescaria dos mesmos.
2 – CAMISÃO PARA DHSV
No início era utilizado como alternativa para se manter a DHSV aberta após
a mesma apresentar problemas operacionais, travando mecanicamente a
flapper.
Apesar de inutilizar a DHSV como barreira de segurança, o camisão
mantinha a produção do poço até que a intervenção fosse realizada.
Hoje em dia é utilizado também durante as operações onde há o risco de
fechamento acidental da DHSV, como por exemplo, nas operações de
flexitubo.
F) OUTROS EQUIPAMENTOS DE COLUNA /
INTERFACE COM OPERAÇÕES DE ARAME
1 -Válvula de Segurança de Sub-superfície – DHSV
Posicionada abaixo da cabeça do poço (sub-superfície), com o objetivo de
prevenir erupções ou fluxos descontrolados, em caso de danos ou falhas dos
equipamentos da superfície.
Sua abertura ou fechamento é controlada da superfície através da linha
hidráulica a esta conectada. De característica normalmente fechada, é mantida
aberta da superfície através de suprimento de pressão hidráulica que se transmite
à válvula por meio de uma linha de controle. Possui um nipple de assentamento
para colocação de dispositivos descidos com arame.
O fechamento da válvula se dá por simples despressurização da linha de
controle.
Atualmente na bacia de campos são utilizadas dois tipos de válvulas: as
sensitivas, nas quais a pressão do poço interfere na sua abertura e fechamento; e
as de nitrogênio, chamadas não sensitivas, para lâminas d’água profundas.
A) SENSITIVAS:
B) NÃO SENSITIVAS – (CÂMARA DE NITROGÊNIO)
2 - Junta de Expansão (TSR)
Posicionada geralmente acima do obturador de assentamento
hidráulico/hidrostático. Suas funções são absorver os encurtamentos ou
alongamentos da coluna promovidos pelas operações de estimulação e
produção mantendo O obturador isolado dos esforços advindos deste processo;
possibilitar modificações na coluna de produção através da retirada dos
componentes posicionados acima da junta sem necessidade de
desassentamento do obturador e permitir amortecimento do poço durante as
intervenções com sonda quando operado com sistema de tubos concêntricos na
superfície.
São constituídos de um mandril de superfície polida e uma Camisa onde se
alojam os elementos que estabelecem a vedação da junta.
O mecanismo de engate/desengate da junta e feito através de parafusos de
cisalhamento ou sistema de pinos e sulcos que prendem o conjunto
mandril/camisa. O mandril possui em seu topo um perfil de assentamento
seletivo para instalação de dispositivos de controle de fluxo através de operação
com arame.
G) FERRAMENTAS DE PESCARIA
Utilizadas para recuperação de dispositivos / ferramentas em condições
desfavoráveis dentro do poço, sem pescoço de pescaria. Normalmente descidas
na extremidade das ferramentas básicas, podendo em alguns casos ser
lançadas da superfície.

1 - CORTADOR DE IMPACTO VERTICAL


É utilizado para cortar arame em cima do porta cabo, sempre que existir a
possibilidade de se ter a ponta do arame presa ao carretel da unidade.
Com o B.O.P. fechado e a pressão acima aliviada, folgar o arame
suficientemente para suspender o lubrificador, encaixar o cortador e reinstalar
os lubrificadores, equalizar as pressões e abrir as válvulas deixando descer em
queda livre. O impacto em cima do porta cabo devera cortar o arame a ser
recuperado trazendo consigo o cortador preso na extremidade.
BARRA DE PESO PARA CORTADOR
CORTADOR DE IMPACTO VERTICAL
Montagem do conjunto, ação de corte e prisão da ponta do arame.
2 - ARPÃO
É uma ferramenta normalmente usada para recuperar arame quebrado
dentro da coluna nos casos em que não se tem acesso a extremidade do
mesmo na superfície. Consiste de um corpo com hastes flexíveis e pontas
soldadas no seu interior onde o arame será entrelaçado e recuperado.
3 – OVERSHOT / SPEAR

Os OVERSHOTS / SPEARS ( pescadores de cunha ) são ferramentas slickline


utilizadas para a recuperação de dispositivos de subsuperfície que não possuam pescoço de
pescaria ou estejam com o mesmo danificado, usualmente chamados de “peixe”. São
utilizados em operações especiais de pescaria.
Durante a operação de retirada do dispositivo (peixe), as cunhas, que possuem dentes,
vão penetrando na extremidade superior do peixe até que ocorra o aprisionamento do
mesmo. Caso a operação seja abortada e o pino cisalhado, a mola interna deslocará o núcleo
do pescador para cima, retraindo as cunhas e liberando o pescador.

Suas peças podem ser montadas e combinadas de acordo com o diâmetro e tamanho
do peixe a ser pescado, possuindo vários diâmetros. A diferença entre o overshot e o
spear se dá nas cunhas, o overshot possui garras internas e o spear, externas.
H) OPERAÇÕES COM REGISTRADORES E
VÁLVULA DE FECHAMENTO DE FUNDO
São operações nas quais são avaliados parâmetros da formação tais como:
pressão estática, pressão de fluxo e temperatura, entre outros.
Podem ser efetuadas de duas formas;
com registradores eletrônicos: pendurados no trem de arame ou enroscados em
ancoradores instalados em nipples de assentamento. Neste caso o poço é
fechado na ANM.
Com VFF ( válvulas de fechamento de fundo ) + registradores, na qual obtem-se
parâmetros mais apurados, pois o poço é fechado próximo à formação.
I ) NOVAS TECNOLOGIAS
1.BARRAS DE TUNGSTÊNIO
Fornece peso maior 30% da barra convencional, necessário para permitir a
descida dos equipamentos em poço de óleo pesado e com alta viscosidade.
2.ROLLER BOGIES
Acessório com roletes que são conectados ao trem de arame com
finalidade de diminuir o atrito deste com parede interna da coluna. A limitação
das operações com arame, atualmente é de se operar com inclinação máxima de
62º e 45º para operações com válvula de gás lift. O uso de Bogies e barras de
tungstênio, permitem operar em ângulos maiores, entretanto não é a solução
absoluta em ambiente com óleo viscoso .
3. DESVIADOR ACOPLADO AO CAMISÃO
Projetados especialmente para permitir instalação e retirada de válvulas de
gás lift em mandris de bolsa lateral em poços com a DHSV inoperante.
4. VÁLVULA DE RETENÇÃO E VÁLVULA DE FECHAMENTO DE FUNDO COM
LANÇAMENTO DE ESFERA MODELO GR.
Trata-se de uma válvula de retenção com adaptação do pescoço de pescaria para
aplicador /pescador GS e esfera lançável.
5. COMPLETAÇÃO LARGE BORE
Desenvolvida para possibilitar a instalação e retirada de dispositivos (
válvulas de retenção e tampões )em nipples de assentamento de colunas de
diâmetros elevados, utilizando colunas de trabalho, de diâmetros internos
menores, otimizando assim o tempo da intervenção.
Isto é possível devido ao Insert Nipple, dispositivo instalado na superfície e
descido junto com a completação inferior.
Ao final da completação, já com toda a coluna definitiva e árvore de natal
instaladas, o insert nipple é retirado.

insert nipple e válvula de retenção


Conjunto: nipple de assentamento + tampão QXPB e haste de equalização
Insert nipple + válvula retenção

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