Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Fundição e Soldagem
Parte 1: Soldagem, corte e operações afins
Tópico 1.8: Soldagem a Arco Submerso (SAW)
(2 ha)
https://www.esab.com.br/br/pt/education/blog/produtividade_soldagem.cfm
TWI
2/37
Introdução
Por volta de 1890, N.G. Slavianoff, na Rússia, e Charles Coffin nos USA
desenvolveram a soldagem a arco com eletrodo metálico nu com o fluxo (proteção e
estabilização) colocado na superfície de chapas a soldar. O fluxo se representava o
vidro triturado. Assim foi demonstrado um novo processo de soldagem, a saber por
Arco Submerso, que foi patenteado apenas em 1935. Desenvolvido e aprimorado na
União Soviética nos anos 30s do século XX, onde passou a ser um processo
industrial antes da Segunda Guerra Mundial.
3/37
Introdução
“The first patent on the submerged-arc welding (SAW)
process was taken out in 1935 and covered an electric
arc beneath a bed of granulated flux. Developed by the
E.O. Paton Electric Welding Institute, Kiev, during the
Second World War, SAW's most famous application
was on the T34 tank.”
4/37
Características do processo SAW
✓ Não há arco visível nem faíscas e respingos, mas fumos podem ser gerados.
✓ Posição - a alta corrente de soldagem aliada ao alto aporte térmico cria uma
grande poça de fusão. Sob tais condições, as soldas devem ser feitas na
posição plana para evitar que a poça se escorra. Soldas com pequenas poças
de fusão podem ser inclinadas por até 15° da horizontal sem grande
dificuldade. Se o tamanho dos passes for limitado, soldas horizontais podem
ser executadas em superfícies verticais, desde que seja providenciado um
suporte adequado para o fluxo.
5/37
Vantagens, limitações e aplicações do
processo SAW
Vantagens:
Altas taxas de deposição e (consequentemente) velocidades de soldagem;
Produz soldas uniformes e de bom acabamento superficial;
Ausência de respingos (mas fumos podem ser gerados – ventilação é necessária!);
Dispensa proteção contra radiação devido ao arco não visível;
Facilmente mecanizado e automatizado;
Elevada produtividade.
Limitações:
Soldagem limitada às posições plana e filete horizontal;
Aporte térmico elevado pode prejudicar propriedades da junta em alguns casos;
Necessário retirar a escória entre passes;
Normalmente limitado a soldas retas;
Só pode ser aplicado para chapas de elevada espessura;
Não é usado na soldagem de campo.
Aplicações recomendadas:
• Soldagem de aços carbono e ligados;
• Soldagem de níquel e suas ligas;
• Soldagem de membros estruturais e tubos de grande diâmetro;
• Soldagem em fabricação de peças pesadas de aço;
• Recobrimento, manutenção e reparo. 6/37
EQUIPAMENTOS
ALIMENTADOR DE ARAME
O conjunto alimentador de arame consiste de
um suporte para a bobina de arame
que é utilizada para soldagem, um motor de
corrente contínua com controlador de
velocidade e um conjunto de roletes que
servem para fazer a alimentação e auxiliar o
endireitamento do arame.
TOCHA DE SOLDAGEM
A tocha de soldagem consiste do bico de contato (de cobre e ligas) deslizante, um
sistema para fixação do cabo de saída da fonte, e um suporte isolante. Os bicos de
contato devem ser adequados para cada diâmetro de arame que se irá utilizar. 9/37
EQUIPAMENTOS
CABEÇOTE DE SOLDAGEM
O cabeçote para soldagem
mecanizada geralmente consiste em
uma "tartaruga", ou seja, um carro
que suporta a tocha e é acionado por
um motor de corrente contínua, que
permite a variação da velocidade.
Este carro, normalmente, se desloca
por um trilho colocado sobre a peça
ou um suporte no qual são montados
o alimentador de arame, o
alimentador de fluxo e a tocha de
soldagem.
Em alguns casos, o cabeçote pode ficar parado enquanto a peça é movimentada por
posicionadores ou viradores, como por exemplo na soldagem de tubos.
10/37
Equipamentos: alimentador e recuperador
de fluxo
Estes conjuntos não tem nenhuma relação, e alguns equipamentos não apresentam o
sistema de recuperação, que deve ser feito em separado.
O alimentador de fluxo é composto por um recipiente
porta fluxo, mangueiras condutoras e um bocal de saída.
Este bocal pode ser concêntrico com a tocha de
soldagem ou estar colocado ligeiramente à frente desta.
Recuperador de fluxo
(aspirador)
11/37
CONSUMÍVEIS
Consumíveis para a soldagem a arco
submerso, descontados os bocais e bicos de
contato, cujo consumo é pequeno, resumem-
se unicamente aos fluxos e ao
arame-eletrodo.
Os fluxos para soldagem por arco submerso
são compostos minerais granulares e fusíveis
que cobrem o arco e produzem proteção,
limpeza e controle da geometria do cordão de
solda.
14/37
Volume do fluxo fundido
vs
comprimento do arco (tensão do arco)
15/37
Fluxos neutros x fluxos ativos
Fluxos neutros são definidos pelo ASME/AWS como "aqueles que não produzem
alterações significativas na composição química do metal depositado como resultado
de grandes mudanças na tensão do arco e, portanto, no comprimento do arco".
Consequentemente, a resistência mecânica do depósito de solda não é
significativamente alterada pela quantidade fundida de fluxo, que varia com a tensão
de soldagem. O uso principal dos fluxos neutros é em soldas multipasse de peças
com espessuras acima de 25 mm.
Fluxos ativos são definidos pelo ASME/AWS como "aqueles que contêm pequenas
quantidades de manganês, silício ou ambos, que são desoxidantes adicionados ao
fluxo para melhorar a resistência à porosidade e a trincas causadas pelos
contaminantes no metal de base ". Normalmente, o uso desses fluxos fica restrito a
peças com espessuras menores que 25 mm, sendo aplicável a soldas monopasse ou
com poucos passes. Maiores tensões de soldagem causam aumento significativo do
consumo de fluxo, aumentando os teores de manganês e/ou de silício no depósito de
solda e, consequentemente, aumentando também sua resistência mecânica e dureza
e diminuindo sua tenacidade.
Fluxos ligados podem ser definidos como aqueles que contêm, além de manganês e
silício, elementos de liga tais como: cromo, níquel, molibdênio e cobre. As principais
aplicações dos fluxos ligados são aços de baixa liga e revestimento duro.
16/37
Classificação quanto à basicidade - Índice de
basicidade (IB)
Os fluxos também são classificados pelo IIW (International Institute of Welding)
quanto à composição química pelo índice de basicidade, calculado pela Equação:
Os fluxos para soldagem por arco submerso são escolhidos para satisfazer aos
requisitos de propriedades mecânicas em conjunto com um arame e também para
atender às necessidades de desempenho de cada aplicação.
A escolha dos consumíveis para uma dada aplicação depende do tipo de material
sendo soldado, procedimento de soldagem e propriedades desejadas para a solda.
O arame e o fluxo desempenham um papel conjunto na determinação das
propriedades da solda e, portanto, não tem sentido especificá-los
separadamente.
18/37
Classificações AWS
19/37
Sistema de classificação de consumíveis para soldagem
a arco submerso segundo à Norma AWS A 5.17
20/37
Classificações AWS dos pares
fluxo + arame-eletrodo
21/37
Classificações AWS dos arames-eletrodo para SAW
São especificados em base a sua composição química (teor de manganês). Maiores
teores de C, Mn e Si - cordões de maior resistência.
Si – aumenta a fluidez da poça, melhora o formato do cordão e aumenta a resistência
à porosidade.
22/37
Como a classificação do Fluxo aparece no saco:
24/37
Exemplos da escolha de combinações arame-fluxo
(Empresa ESAB)
Apostila da ESAB “Arco Submerso”, Cleber Fortes, 24-05-2014
25/37
Exemplos da escolha de combinações arame-fluxo
(Empresa ESAB)
Combinação de arame-fluxo pré-escolhida para a maioria das aplicações
26/37
Variáveis de soldagem
27/37
Variáveis de soldagem
28/37
Variáveis de soldagem
O diâmetro do eletrodo influencia a largura e a penetração do cordão e a taxa de
deposição para um dado nível de corrente.
30/37
Variáveis de soldagem
A corrente de soldagem é a variável que controla de forma mais direta a taxa de
fusão do arame, a penetração e a altura do reforço da solda, todas estas
aumentando com a corrente.
O uso de uma corrente muito elevada pode, dependendo da espessura da junta,
causar uma penetração excessiva e a formação de furos ou levar a formação de
um cordão com uma razão penetração/largura muito alta (o que favorece o
aparecimento de trincas no centro do cordão) e de mordeduras.
O uso de corrente contínua e polaridade inversa (eletrodo positivo) resulta em uma
maior penetração e uma menor taxa de fusão do que a polaridade direta. O uso de
corrente alternada fornece resultados intermediários e minimiza a ocorrência de
sopro magnético.
Velocidade de Soldagem
31/37
Variáveis de soldagem
A tensão de soldagem influencia mais
fortemente o comprimento do arco e a
largura e a altura do reforço do cordão, tendo
um efeito mais fraco na penetração e na taxa
de fusão do eletrodo.
32/37
Variações do processo SAW
O processo de soldagem a arco submerso admite diversas variações, que tem por
objetivo aumentar a produtividade e facilitar certas operações específicas. Algumas
destas variações são apresentadas à seguir.
33/37
Variações do processo SAW
- +
https://en.wikipedia.org/wiki/Submerged_arc_welding 34/37
Variações do processo SAW
35/37
Variações do processo SAW
36/37
FIM
37/37