Você está na página 1de 24

Casas subterrâneas

Tradição Taquara-Itararé
• Definição
• Cronologia
• Prospecções e escavações
desde 1960.
• Co-existência com sítios a céu
aberto e abrigos.
• Implantação na paisagem
• Alternância entre
descampados e mata fechada
rica em epífitas
• Córregos com pouca
navegabilidade
Formato:
Disposição das casas na aldeia: Redonda ou elíptica
- alinhada com córregos. Ocorrência de casas geminadas
- Pequenas depressões ao redor de outras Tamanho:
maiores. RS: 40 % 2 – 6 m de diâmetro. Demais 5-11 m.
Lages (SC): 3-5 m.
Profundidade: até 6m (SC) e 8m (RS).
• Pequeno aterro em volta das
casas até 2m.
• Escavação de La Salvia no RS
(figura).
• Degraus saindo de uma das
paredes.
• Escavação de Mentz Ribeiro
em Santa Cruz do Sul.
• Banquetas de 50 cm de
altura.
• rampa
• No interior das casas:
• Fogueiras laterais com
pinhão
• Cerca de 40 cacos de
cerâmica.
• Limpeza constante das
casas.
• M. J. Reis - camadas
“estéreis” com alto teor de
fósforo.
Histórico das Pesquisas
• Rio Grande do Sul
• 1950s – amadorística
• Comparações com a cerâmica Eldoradense
• 1960s e 1970s
• primeiros projetos
• Pesquisas em Santa Lúcia do Piai
• La Salvia elabora os primeiros modelos de cobertura para as casas
• Explicações ambientalistas para as casas.
• 1990s
• Pesquisas em Vacaria
• Abrigo Perau das Cabeças – aglomerado superficial de ossos humanos
• 65 indivíduos sem acompanhamentos
• 47 adultos, um adulto jovem, cinco jovens, dez crianças e dois lactentes
• Aterros grandes x aterros pequenos.
• Áreas de atividades a céu aberto.
• Um sítio com muitas casas não era, necessariamente, uma grande aldeia, mas
um lugar onde as casas se multiplicavam e substituíam através do tempo.
• Casas grandes mais antigas (séc.XI ao XIII). Mudança no padrão habitacional.

Casas Casas Casas


grandes geminadas pequenas
• Gruta do Matemático – Bom Jesus
• 37 indivíduos
• Gruta da Caapora – Caraá, no Vale do Rio dos Sinos.
• 36 indivíduos
• Marcas de corte e queimadura nos ossos
• Pesquisas em São Marcos
• avaliar as variações das ocupações subterrâneas.
• 35 sítios: seis sítios têm uma casa, um tem 12, e os demais 28 sítios têm entre
duas e oito casas
• Abrigos funerários com poucos indivíduos.
• Montículos funerários: aterros elípticos com 5 e 6 m de medida maior, e
cercados, no lado do aclive, por uma valeta rasa.
• Indústria lítica abundante, mas expediente.
• Síntese Rio Grande do Sul
• Também no RS as casas maiores
são mais antigas e as geminadas
e menores mais recentes, e há
alternância na ocupação das
casas.
• Cerâmica pequena e bem feita
com decorações plásticas.
• Material lítico simples –lascado-
feito com rochas locais.
• Índios Kaingang não reivindicam
as casas como suas.
• Planalto de Santa Catarina – Taió – Bacia do Rio Itajaí
• Casas sem cerâmica
• Sobreposições
• Máximo de duas casas ocupadas ao mesmo tempo
• Provável acampamento em vez de aldeia.
• Encontro com a tradição Umbu.
• Rincão dos Albinos
• Topo de uma elevação basáltica de 960m.
• 107 estruturas subterrâneas e 10 montículos.
• SC-CL-70 - 39 casas
• Algumas casas foram reocupadas
• Indústria lítica pouco abundante: núcleos e lascas de basalto, quartzo hialino e
calcedônia.
• SC-CL-71 – 68 estruturas e 10 montículos
• Margem esquerda do riacho
• Área de 19.511 m2.
• 27 Casas pequenas (4m ou menos), 29 médias (entre 5 e 5,5m) e 12 grandes (6
a 8 m de diâmetro).
• Montículos tem forma circular ou alongada, tem entre 2,5 e 5 m de extensão e
altura menor que 1m.
• Uma ou até 5 finas camadas escuras intercaladas por camadas claras.
• Líticos organizados (fogueiras)
• 10 casas escavadas e 21 cortes de 1m2 no entorno.
• 630 a 870 d.C (margem direita)
• 600 a 1200 d.C (margem esquerda)
• As primeiras cerâmicas aparecem em 840 d.C.
Boa Parada
• Mais de 50 casas subterrâneas de diferentes
tamanhos: uma tem 19,50 m, outra tem 13 m,
três têm 12 m de diâmetro; as demais têm
entre 10 e 5 m; quatro são geminadas,
constando cada uma de duas depressões com
apenas um aterro e uma cobertura.
• 4 aterros plataforma, construções de terra de
topo plano nas quais se cremavam os mortos
de 0,80 a 2,20 de altura; 18 a 29m de diâmetro.
• “danceiro” composto por quatro estruturas
anelares, isto é, pequenos aterros circulares
circundados por um anel rebaixado e este por
uma baixa taipa de terra.
• Mudança na tecnologia construtiva: as casas grandes teriam
cobertura em forma de chapéu chinês, as geminadas em forma de
canoa emborcada, as pequenas provavelmente em cúpula ou
colmeia.
• Rincão e Taió se apresentam como uma sucessão de acampamentos
transitórios, a Boa Parada como assentamentos estabilizados; Rincão
e Taió são do primeiro milênio, Boa Parada do segundo milênio de
nossa era.
• A cremação dos mortos parece caracterizar todos esses grupos
ceramistas, somente aparecendo raros sepultamentos no chão. O
aterro-plataforma como lugar de cremação parece ligado a um dos
grupos de ocupantes; as estruturas anelares, a outro grupo. Eles
ocupam espaços diferentes e se alternam: o primeiro grupo, de casas
grandes e aterros-plataforma, é substituído pelo de casa grande e
estruturas anelares; e, depois de um período sem casas, volta o grupo
dos aterros-plataforma que, aparentemente, tinha sido transferido
para Santo Antônio dos Pinhos. A identificação, atuação e
movimentação de diversos grupos na área são ainda mal
compreendidas.
Litoral de Santa Catarina
• Sítio sem cerâmica
• Material lítico diferente dos sambaquis.
• Quatro cemitérios e dois sepultamentos isolados.
• 19 sepultamentos primários, dos quais dez estavam em covas
individuais, três em covas de dois indivíduos e um de três indivíduos.
Das 21 sepulturas secundárias, 12 eram de indivíduos não cremados,
cinco de cremados, duas de parcialmente cremados e duas mistas.
• A cremação dos mortos se mostrou um identificador do Jê Meridional
no litoral e no planalto
• Trata-se de um cemitério de referência de uma população móvel que
aí vinha depositar e celebrar seus mortos. Não se conhecem os
acampamentos donde procedem estes corpos, nem se existem outros
cemitérios semelhantes no litoral de Santa Catarina
Sítio Tapera
• O sítio testemunha uma primeira ocupação por populações da
tradição cerâmica Itararé e uma ocupação posterior por gente da
tradição cerâmica Tupiguarani. A ocupação Itararé tem as datas de
810 anos d.C. e 920 anos d.C.
• Nos sepultamentos, foram identificados ao menos 176 indivíduos
atribuídos, de forma geral, à ocupação Itararé pela forma do
sepultamento.
• O assentamento Itararé está mais visível por sua forma de
sepultamento, sempre primário e estendido, com os mortos dos
grupos familiares mantidos juntos, em espaço limitado.
Laranjeiras
• 114 indivíduos.
• O sítio é considerado Jê Meridional por sua cerâmica, sua população e sua
diferença dos sambaquis da região.
• Para estes moradores litorâneos, somente existiam datas de C14 até o
século XII ou XIII.
• Os sítios do litoral atribuídos ao Jê Meridional se distinguem dos sambaquis,
em termos gerais, entre outros elementos, por uma cronologia mais
recente, a cerâmica presente nos sítios, com exceção de Içara, o lugar do
assentamento em frente ao mar e as características biológicas dos
moradores. As semelhanças e relações entre as duas formações culturais
não estão livres de discussão
• há marcadas diferenças no tratamento dos mortos: no planalto, eles
eram cremados em aterros-plataforma ligados a casa; no litoral, eram
enterrados ao longo da parede, no interior da casa. Em ambas as
situações, os mortos continuavam ligados à sua comunidade e à sua
casa.
• Não há dados para contar a história Jê na primeira parte do
povoamento defendido pelos linguistas.
• Litoral
• Primeiro casas pequenas depois grandes

• Planalto
• Inverso.
Referências
• Prous, 1992.
• Rogge e Beber, 2013.
http://periodicos.unesc.net/historia/article/viewFile/1131/1096

Você também pode gostar