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AULA 1

HERMENÊUTICAS
ESCATOLÓGICAS
PROGRAMA
 Aula 1: Hermenêuticas escatológicas
 Aula 2: Panorama das escolas escatológicas - pré-milenismos
 Aula 3: Panorama das escolas escatológicas – a e pós-milenismo
 Aula 4: Uma interpretação de Mateus 24 - parte 1
 Aula 5: Uma interpretação de Mateus 24 - parte 2
 Aula 6: Uma interpretação de outras passagens bíblicas
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
 Interpretar a Bíblia não é uma tarefa fácil.

 A metodologia hermenêutica que será usada nesta série de aulas será o


histórico-gramatical.

 Esse método, em primeiro lugar, parte do entendimento de que a


Escritura é inspirada por Deus.

 Além disso, serão levadas em conta questões gramaticais dos textos em


seus idiomas originais.

 Por isso, entendemos que a inspiração plenária-verbal é importante


nesta tarefa.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
 Para isso, a história tem papel duplo: primeiramente para entendermos o
significado mais exato das palavras no contexto histórico.

 Em segundo lugar, para entendermos os contextos culturais, geográficos


e historiográficos das narrativas apocalípticas.

 Também entendemos que o quadrilátero wesleyano, proposto por Albert


Outler (1908-1989), é pertinente nesta tarefa hermenêutica.

 Finalmente, como primazia das Escrituras, adotamos o princípio da


Reforma conhecido como Sola Scriptura.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Tradição ≠ da ICAR

Criação ≠ dos naturalistas

Razão ≠ dos platonistas


ESCRITURAS
≠ dos puritanos

Experiência ≠ dos entusiastas


A LITERATURA APOCALÍPTICA
 Apocalipsismo é um estilo literário e está contido em outros livros da
Bíblia como Daniel, Mateus 24, 1 e 2 Tessalonicenses e outros profetas
maiores e menores, além de Apocalipse.
 A literatura apocalíptica surgiu num período específico da história do
povo judeu (aproximadamente século 4 a.C.).
 Tratava-se de uma mudança socioliterária correspondente aos
movimentos apocalípticos.
 Tais movimentos, por sua vez, seriam o resultado de fatores econômicos,
sociais, políticos e religiosos.
 Era uma tendência que visava ocupar o lugar do movimento profético até
então oficial.
A LITERATURA APOCALÍPTICA
 Deste modo, a literatura apocalíptica tinha a pretensão de ser uma nova
forma de profecia.

 Profecia esta, a qual valorizava, na realidade, determinadas características


advindas do profetismo veterotestamentário e que acabou configurando
peculiaridades que por fim definiram a natureza de ser movimento
revelatório.

 Além disso, ainda vale comentar que no NT existem “apocalipses”:


1. sinóticos em Mt 24, Mc 13 e Lc 21;
2. paulinos de 1 Ts 4,13-18 e 2 Ts 1,6-10, etc;
3. e petrino, como 2 Pd 3,10-13, etc
MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO APOCALÍPTICOS
 Como já vimos, a interpretação do Apocalipsismo não é tão fácil. Por
isso, veremos a seguir, as principais metodologias de interpretação que
tem sido usadas nesta tarefa:

1. Idealismo

2. Futurismo

3. Historicismo

4. Preterismo
IDEALISMO
 É uma corrente que interpreta as profecias (exceto a volta de Cristo e o
juízo final) como simbólicos ou alegóricos.
FUTURISMO
 Interpreta a maioria das profecias como eventos futuros, apocalípticos
(cataclísmicos) e globais.

 Alguns expoentes da patrística adotaram o pré-milenismo histórico


seguindo esta linha.

 Contudo, não foi uma interpretação muito popular.

 Ela voltou a ter alguma popularidade no início do século XX com a visão


dispensacionalista de John Nelson Darby (1800-1882)
FUTURISMO
 “Entre essas coisas, diz que um milênio se estabelecerá após a
ressurreição dos mortos e, a seguir, o reino de Cristo se fixará fisicamente
na nossa terra. Creio que essa sua opinião é fruto de uma má
interpretação dos ensinamentos dos apóstolos, de forma que ele não
compreendeu as coisas que diziam de maneira figurada e simbólica. A
verdade é que, pelo que se pode deduzir de seus próprios discursos,
Papias parece ser homem de inteligência curta. Assim, ele é o culpado de
vários escritores da Igreja que lhe sucederam terem adotado sua opinião,
por confiarem em sua antiguidade. Foi isso que aconteceu com Ireneu e
outros que pensavam igual a ele”

(Eusébio de Cesaréia falando sobre Papias – História eclesiástica Livro 3, 39:11-13)


HISTORICISMO
 Foi a metodologia predominante entre os reformadores.

 Tenta-se encontrar o cumprimento progressivo das profecias no decorrer


da história da humanidade.

 Para isso, alguns símbolos tornam-se pessoas, nações ou eventos


históricos (e.g. 2 Guerra Mundial)

 A Grande Apóstata é a Igreja Católica Apostólica Romana e o anticristo


eram os papas e opositores do cristianismo.

 A Grande Tribulação não seria um evento futuro específico, mas vários


eventos de perseguição que os cristãos estavam sujeitos.
HISTORICISMO
 O anticristo, portanto, não era um líder mundial de governo global, mas
os vários papas apóstatas e opositores do cristianismo.
 “Filhinhos, esta é a última hora; e, conforme ouvistes que vem o
anticristo, já muitos anticristos se têm levantado; por onde conhecemos
que é a última hora” (1 Jo 2:18)
 “...todo espírito que não confessa a Jesus não é de Deus; mas é o espírito
do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que havia de vir; e agora
já está no mundo” (1 Jo 4:3)
 “Porque já muitos enganadores saíram pelo mundo, os quais não
confessam que Jesus Cristo veio em carne. Tal é o enganador e o
anticristo” (2 Jo 1:7)
HISTORICISMO
“Naqueles dias os homens buscarão a morte, e
de modo algum a acharão; e desejarão morrer, e
a morte fugirá deles. A aparência dos gafanhotos
era semelhante à de cavalos aparelhados para a
guerra; e sobre as suas cabeças havia como que
umas coroas semelhantes ao ouro; e os seus
rostos eram como rostos de homens. Tinham
cabelos como cabelos de mulheres, e os seus
dentes eram como os de leões. Tinham couraças
como couraças de ferro; e o ruído das suas asas
era como o ruído de carros de muitos cavalos
que correm ao combate. Tinham caudas com
ferrões, semelhantes às caudas dos escorpiões; e nas suas caudas estava o seu poder para fazer dano aos
ferr
homens por cinco meses. Tinham sobre si como rei o anjo do abismo, cujo nome em hebraico é Abadom e
em grego Apoliom” (Ap 9:6-11)
PRETERISMO
 Divide-se em duas escolas de interpretação:

 Preterismo total: entende que todas as profecias do discurso do Monte


das Oliveiras como eventos que já aconteceram desde o século VIII a.C.
até o ano 70 d.C.

 Preterismo parcial: também é chamado de preterismo


ortodoxo , preterismo clássico ou preterismo moderado e entende que a
maioria daquelas profecias do sermão profético já aconteceram.

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