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DECAIMENTO

RADIOATIVO
PROTEÇÃO E HIGIENE DAS REAÇÕES – Aula 2
COLÉGIO TÉCNICO EDUCACIONAL VISÃO
Exemplos de diferentes aplicações
utilizando radiação.
Princípios básicos

■ Alguns átomos são naturalmente estáveis, enquanto outros são instáveis. Os átomos com o núcleo instável - os
quais se transformam espontaneamente, liberam energia na forma de radiação - são conhecidos como
radionuclídeos. Essa energia liberada pode interagir com outros átomos e ionizá-los.
■ A ionização é o processo pelo qual os átomos se tornam positivamente ou negativamente carregados pelo ganho ou
pela perda de elétrons.
■ A radiação ionizante transfere energia suficiente para arrancar os elétrons de sua órbita, resultando na criação de
átomos carregados denominados íons.
■ A emissão de dois prótons e de dois nêutrons refere-se ao decaimento alfa, e a emissão de elétrons ao decaimento
beta.
■ Frequentemente, um nuclídeo instável é tão energizado que a emissão de partículas não é suficiente para estabilizá-
lo.
■ Este, então, libera uma explosão de energia na forma de ondas eletromagnéticas como fótons, denominadas raios
gama.
RADIAÇÃO ALFA

■ Um dos processos de estabilização de um núcleo com excesso de energia é o da emissão


de um grupo de partículas, constituídas por dois prótons e dois nêutrons, e da energia a
elas associada.
■ São as radiações alfa ou partículas alfa, na realidade núcleos de hélio (He), um gás
chamado nobre, por não reagir quimicamente com os demais elementos.
RADIAÇÃO BETA
■ Outra forma de estabilização, quando existe no núcleo um excesso de nêutrons em
relação a prótons, é através da emissão de uma partícula negativa, um elétron, com
carga -1, resultante da conversão de um nêutron em um próton.
■ É a partícula beta negativa ou, simplesmente, partícula beta.
■ No caso de existir excesso de cargas positivas (prótons), é emitida uma partícula beta
positiva, chamada pósitron, resultante da conversão de um próton em um nêutron.
■ Em resumo, a radiação beta é constituída de partículas emitidas por um núcleo, quando
da transformação de nêutrons em prótons (partículas beta) ou de prótons em nêutrons
(pósitrons).
RADIAÇÃO BETA
RADIAÇÃO GAMA

■ Radiação gama é a energia em forma de onda eletromagnética, de natureza semelhante à


da luz, e sem carga elétrica.
■ Essa radiação ocorre, em geral, após um núcleo instável emitir partículas alfa ou beta,
gerando novo núcleo, que tende a se estabilizar; caso a estabilização não ocorra, o
processo de emitir as partículas se repete, pode haver a emissão de raios gama, caso o
núcleo não tenha se tornado, ainda, estável.
CONCEITO DE RADIAÇÃO

■ Radiação é a propagação de energia, na forma de ondas eletromagnéticas ou de


partículas.
DECAIMENTO RADIOATIVO

■ Conforme foi visto, um núcleo com excesso de energia tende a estabilizar-se, emitindo
partículas α ou β.
■ Em cada emissão de uma dessas partículas, há uma variação do número de prótons no
núcleo, isto é, o elemento se transforma ou se transmuta em outro, de comportamento
químico diferente.
■ Se o núcleo ainda apresentar excesso de energia, há a emissão de radiação gama.
■ Nos núcleos instáveis de um mesmo elemento químico, porém com massas diferentes,
denominados radioisótopos, as transformações não ocorrem ao mesmo tempo.
■ As emissões de radiação são feitas de modo imprevisto e não se pode adivinhar o
momento em que um determinado núcleo irá emitir radiação.
Decaimento Radioativo
MEIA-VIDA RADIOATIVA

■ Cada elemento radioativo, seja natural ou obtido artificialmente, transmuta-se,


desintegra-se ou decai auma velocidade que lhe é característica.
■ Para se acompanhar a duração (ou a vida) de uma amostra radioativa foi preciso
estabelecer uma forma de comparação.
■ Quanto tempo leva para uma amostra radioativa ter sua atividade reduzida à metade da
atividade inicial ?
■ Esse tempo foi denominado meia-vida da amostra.
■ Meia-vida é o tempo necessário para a atividade de uma amostra radioativa ser reduzida
à metade da atividade inicial.
MEIA-VIDA

■ Isso significa que, para cada meia-vida que passa, a atividade vai sendo reduzida à
metade da anterior, até atingir um valor insignificante, que não permite mais distinguir
suas radiações das do meio ambiente.
■ Dependendo do valor inicial, em muitas fontes radioativas utilizadas em laboratórios de
análise e pesquisa, após 10 (dez) meias-vidas, atingi-se esse valor.
■ Entretanto, não se pode confiar totalmente nesta “receita”, pois, em várias fontes usadas
na indústria e na medicina, mesmo após 10 meias-vidas, a atividade dessas fontes ainda
é alta.
EXEMPLO PRÁTICO: IODO-131

■ O 131-iodo, utilizado em Medicina Nuclear para exames de tireoide, possui a meia-vida


de oito dias.
■ Isso significa que, decorridos 8 dias, a atividade ingerida pelo paciente será reduzida à
metade.
■ Passados mais 8 dias, cairá à metade desse valor, ou seja, ¼ da atividade inicial e assim
sucessivamente.
■ Após 80 dias (10 meiasvidas),atingirá um valor cerca de 1000 vezes menor.
GRÁFICO DECAIMENTO IODO-131
DECAIMENTO IODO-131

■ Entretanto, se fosse necessário aplicar uma quantidade maior de 131-iodo no paciente,


não se poderia esperar por 10 meiasvidas (80 dias), para que a atividade na tireoide
tivesse um valor desprezível.
■ Isso inviabilizaria os diagnósticos que utilizam material radioativo, já que o paciente
seria uma fonte radioativa ambulante e não poderia ficar confinado durante todo esse
período.
ATENÇÃO

■ Para nossa felicidade, o organismo humano elimina rápida e naturalmente, via fezes,
urina e suor, muitas das substâncias ingeridas.
■ Dessa forma, após algumas horas, o paciente poderá ir para casa, sem causar problemas
para si e para seus familiares.
■ Assim, ele fica liberado, mas o iodo-131 continua seu decaimento normal na urina
armazenada no depósito de rejeito hospitalar, até que possa ser liberado para o esgoto
comum.
RADIAÇÃO NATURAL

■ Na natureza existem elementos radioativos que decaem sucessivamente até que o núcleo
atinja uma configuração estável.
SÉRIES RADIOATIVAS OU FAMÍLIAS
RADIOATIVAS NATURAIS
■ SÉRIE DO URÂNIO, DO ACTÍNIO E DO TÓRIO.
■ As três séries naturais terminam em isótopos estáveis do chumbo, respectivamente, 206-
chumbo, 207-chumbo e 208-chumbo.
■ Alguns elementos radioativos têm meia vida muito longa, por exemplo, os elementos
iniciais de cada série radioativa natural (235-U – 713 milhões de anos; 238-U - 4,5
bilhões de anos e 232-Th - 13,9 bilhões de anos).
■ Com o desenvolvimento de reatores nucleares e máquinas aceleradoras de partículas,
muitos radioisótopos puderam ser produzidos, utilizando-se isótopos estáveis como
matéria prima.
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DECAIMENT
O
RADIOATIV
OS
Os principais elementos
NATURAIS
das séries acima mencionadas

são apresentados no quadro ao

lado nas SÉRIES


RADIOATIVAS

NATURAIS.
RADIOATIVIDADE ARTIFICIAL

■ A radioatividade artificial foi descoberta quando bombardearam núcleos de boro e


alumínio com partículas alfa.
■ Após cessar o ataque com partículas, os núcleos continuaram emitindo radiação.
■ Se a energia dessas partículas tem um valor adequado, elas penetram no núcleo
modificando-o, e este, por ser instável, se desintegra posteriormente.
Fontes
Artificiais

Exemplos das principais


fones de radiações de origem
artificial.

Radiodiagnóstico Aplicaões médicas Outros


Indústria nuclear Exposição ocupacional
Aplicações médicas

■ O uso da radiação em medicina para o diagnóstico e o tratamento de certas doenças


desempenha um papel muito importante, sendo a principal fonte artificial de exposição
no mundo.
■ Em média, isso contribui em 98% da exposição à radiação de todas as fontes artificiais
e, depois das naturais, é o segundo maior contribuinte para a exposição da população
em todo o mundo, representando aproximadamente 20% do total.
Penetração das Radiações na Matéria

■ As partículas α são as radiações mais ionizantes; possuem carga + 2, massa mais elevada
que a massa da partícula β, por exemplo, e sua penetração na matéria é pequena. Não
consegue atravessar uma simples folha de papel e percorre poucos centímetros no ar.
■ As partículas β, que são elétrons de origem nuclear, conforme sua energia, podem percorrer
até poucos metros no ar e têm um poder de ionização bem menor que as partículas α. Já os
Raios X e os raios γ são as radiações mais penetrantes e seu poder de ionização é baixo em
relação às partículas α e β.
■ Os nêutrons se comportam de uma forma mais complexa ao atravessar a matéria. Não
interagem por meio de força coulombiana (força elétrica). Os nêutrons com grande energia
(nêutrons rápidos) atravessam materiais mais densos sem perderem muita energia.
Penetração das
radiações na
matéria
Contudo, átomos pequenos, por exemplo
átomos de hidrogênio, são capazes de
diminuir muito a energia dos nêutrons
rápidos.

Estes se transformam então em nêutrons


térmicos, que podem ser capturados por um
núcleo, alterando sua estrutura.

Torna-o radioativo, capaz de emitir radiação


γ de alta energia.
REJEITOS RADIOATIVOS

■ Os materiais radioativos produzidos em instalações nucleares – Reatores


nucleares, Usinas de Beneficiamento de minério de Urânio e Tório,
Unidades do Ciclo do Combustível Nuclear – além de laboratórios e
hospitais, produzem materiais radioativos nas formas sólida, líquida e
gasosa, que ao serem descartados, não podem ser simplesmente jogados
fora no lixo.
■ Estes materiais contém, em geral, resíduos de radioatividade e, por isso
são chamados de rejeitos radioativos.
Tratamento de ■ Os rejeitos radioativos precisam ser tratados
antes de irem para o depósito final.

rejeitos ■ Os rejeitos radioativos podem ser sólidos,


líquidos ou gasosos e são classificados,
radioativos. quanto à atividade, em rejeitos de baixo,
médio e alto nível de radiação.
TRATAMENTO DE REJEITOS

■ Todos os rejeitos de baixo e médio nível de radiação são compactados ou imobilizados


em cimento ou betume (asfalto) e ficam guardados em segurança dentro de depósitos
especiais.
■ O combustível que já foi utilizado e retirado dos reatores nucleares é chamado
combustível irradiado. Ele ainda poderá ser utilizado após reprocessamento, que gera
rejeitos de alto nível. Isso ainda não é feito no Brasil, então o combustível irradiado fica
armazenado em piscinas dentro das usinas nucleares.
■ Dependendo da meia-vida, os rejeitos podem permanecer radioativos por dezenas,
centenas ou milhares de anos. Os rejeitos que têm meia-vida menor que 60 dias ficam
guardados até que seu nível de radiação seja próximo ao ambiental, quando podem ser
liberados.
Depósito dos rejeitos radioativos do
acidente de Goiânia.
■ Após o acidente radioativo de Goiânia, ocorrido em 1987 com uma fonte de césio-137,
a CNEN estabeleceu uma série de procedimentos para a construção de dois depósitos
com a finalidade de abrigar, de forma segura e definitiva, os rejeitos radioativos
decorrentes deste acidente. O primeiro, denominado Contêiner de Grande Porte (CGP),
foi construído em 1995, dentro dos padrões internacionais de segurança, para os rejeitos
menos ativos.
■ O segundo depósito destinado a armazenar rejeitos com atividade mais alta foi
concluído em 1997. Este depósito será mantido sob controle institucional da CNEN por
50 anos, a qual realizou um programa de monitoração do ambiente de forma a assegurar
que não haja impacto ambiental, no presente e no futuro.
Depósito dos rejeitos radioativos do
acidente de Goiânia.

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