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ENGENHARIA CIVIL
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
PROF. MONQUEIRO
INTRODUÇÃO À HIDROLOGIA
• Hidrologia é a ciência que trata da água na terra,
sua ocorrência, circulação e distribuição, suas
propriedades físicas e químicas, e suas reações
com o meio ambiente, incluindo suas relações
com a vida.
• Engenharia hidrológica é uma ciência aplicada.
Ela usa princípios hidrológicos na solução de
problemas de engenharia provenientes da
exploração dos recursos hídricos.
Usos Múltiplos da Água
• Em função de suas qualidades e quantidades, a
água propicia vários tipos de uso, isto é, múltiplos
usos. O uso dos recursos hídricos por cada setor
pode ser classificado como consuntivo e não
consuntivo.
Uso Consuntivo.
• É quando, durante o uso, é retirada uma
determinada quantidade de água dos mananciais
e depois de utilizada, uma quantidade menor
e/ou com qualidade inferior é devolvida, ou seja,
parte da água retirada é consumida durante seu
uso. Exemplos: abastecimento, irrigação, etc.
Uso Não Consuntivo
• É aquele uso em que é retirada uma parte de
água dos mananciais e depois de utilizada, é
devolvida a esses mananciais a mesma
quantidade e com a mesma qualidade, ou ainda
nos usos em que a água serve apenas como
veículo para uma certa atividade, ou seja, a água
não é consumida durante seu uso. Exemplos:
pesca, navegação, etc.
Importância e Aplicação da
Hidrologia
• Hidrometeorologia: é a parte da hidrologia que trata da
água na atmosfera.
• Geomorfologia: trata da análise quantitativa das
características do relevo de bacias hidrográficas e sua
associação com o escoamento.
• Escoamento Superficial: trata do escoamento sobre a
superfície da bacia.
• Interceptação Vegetal: avalia a interceptação pela
cobertura vegetal da bacia hidrográfica.
• Infiltração e Escoamento em Meio Não-Saturado:
observação e previsão da infiltração e escoamento da
água no solo.
Importância e Aplicação da Hidrologia
• Escoamento em Rios, Canais e Reservatórios:
observação da vazão dos canais e cursos de água, e do
nível dos reservatórios.
• Evaporação e Evapotranspiração: perda de água pelas
superfícies livres de rios, lagos e reservatórios, e da
evapotranspiração das culturas.
• Produção e Transporte de Sedimentos: quantificação
da erosão do solo.
• Qualidade da Água e Meio Ambiente: trata da
quantificação de parâmetros físicos, químicos e biológicos
da água e sua interação com os seus usos na avaliação do
meio ambiente aquático.
Áreas de atuação da Hidrologia:
• Planejamento e Gerenciamento da Bacia Hidrográfica:
planejamento e controle do uso dos recursos naturais.
• Abastecimento de Água: limitação nas regiões áridas e
semi-áridas do país.
• Drenagem Urbana: cerca de 75% da população vive em
área urbana. Enchentes, produção de sedimentos e
problemas de qualidade da água.
• Aproveitamento Hidrelétrico: a energia hidrelétrica
constitui 92% de toda energia produzida no país. Depende
da disponibilidade de água, da sua regularização por obras
hidráulicas e o impacto das mesmas sobre o meio
ambiente.
Áreas de atuação da Hidrologia:
• Navegação.
• Recreação e Preservação do Meio Ambiente.
• Preservação dos Ecossistemas Aquáticos.
Disponibilidade Hídrica
• Total de água no planeta..1400 x 1015m3 (100%)
• Oceanos............................ 1350x1015 (96,4%)
• Geleiras............................. 25 x 1015 (1,8%)
• Águas subterrâneas............. 8.4 x 1015 (0,6%)
• Rios e lagos......................... 0.2 x 1015 (0,01%)
• Atmosfera.......................... 0.01 x 1015 (0,0007%)
Importância da água
• Elemento essencial à vida seres vivos: maior
parte em peso é água (homem 67%) portanto:
disponibilidade de água condiciona a biomassa.
• Regulador térmico condiciona o clima
• Produção de alimentos suprimento: natural e/ou
irrigação animais e vegetais aquáticos.
• Essencial à saúde: abastecimento doméstico;
moléstias de veiculação hídrica
Importância da água
• Produção de energia:
no Brasil: 50 x 106 KW instalados (90% hidro)
150 x 106 KW potenciais (a desenvolver)
• Insumo industrial: resfriamento, lavagem,
processo produtivo, incorporação ao produto
• Meio de transporte: navegações, minerodutos,
afastamento de dejetos (autodepuração).
• Recreação, paisagismo
Ciclo Hidrológico
• O conceito de ciclo hidrológico está ligado ao
movimento e à troca de água nos seus diferentes
estados físicos, que ocorre na Hidrosfera, entre
os oceanos, as calotas de gelo, as águas
superficiais, as águas subterrâneas e a atmosfera.
Ciclo Hidrológico
• Este movimento permanente deve-se ao Sol, que
fornece a energia para elevar a água da superfície
terrestre para a atmosfera (evaporação), e à
gravidade, que faz com que a água condensada
se caia (precipitação) e que, uma vez na
superfície, circule através de linhas de água que
se reúnem em rios até atingir os oceanos
(escoamento superficial) ou se infiltre nos solos
e nas rochas, através dos seus poros, fissuras e
fraturas (escoamento subterrâneo).
Ciclo Hidrológico
• A água que continua a infiltrar-se e atinge a zona
saturada, entra na circulação subterrânea e
contribui para um aumento da água armazenada
(recarga dos aquíferos).
Ciclo Hidrológico
• Nem toda a água precipitada alcança a superfície
terrestre, já que uma parte, na sua queda, pode
ser interceptada pela vegetação e volta a
evaporar-se.
• A água que se infiltra no solo é sujeita a
evaporação direta para a atmosfera e é absorvida
pela vegetação, que através da transpiração, a
devolve à atmosfera. Este processo chamado
evapotranspiração ocorre no topo da zona não
saturada, ou seja, na zona onde os espaços entre
as partículas de solo contêm tanto ar como água.
CICLO HIDROLÓGICO
• De uma maneira ou de outra, a água existe em toda parte.
• Pode ser considerada ilimitada nos oceanos (relativo ao
homem) e de magnitude quase nula nas regiões desérticas.
• Na atmosfera, a água está presente em forma de vapor,
nuvens e precipitação.
• Sob a superfície da Terra ocorre em forma de cursos d´água
e lagos.
• Maior porção de água do planeta está contida nos oceanos,
mesmo assim há permanente circulação de água em todo
o corpo da natureza
• A evaporação na superfície dos oceanos é permanente
CICLO HIDROLÓGICO
• A água evaporada dos oceanos:
a) condensa-se e precipita-se sobre os mesmos;
b) é levada pelos ventos para áreas continentais e
precipita-se sob forma de chuva, granizo, neve ou
condensa-se sob a forma de orvalho ou geada nas áreas de
vegetação.
• Umidade sob forma de orvalho ou geada: é diretamente
evaporada ou absorvida pela vegetação.
• Água precipitada sob a forma de chuva:
a) uma parte transforma-se em vapor;
b) outra parte é interceptada pela vegetação, pelas
construções e objetos e é parcialmente reevaporada;
CICLO HIDROLÓGICO
c) outra parte escoa superficialmente até alcançar os
cursos d´água, retornando aos oceanos.
d) outra parte infiltra-se pelo solo, onde:
I - parte é retida por capilaridade nas proximidades da
superfície e dali evaporada;
II- outra parte é utilizada pela vegetação retornando à
atmosfera pelo processo de transpiração;
III- outra parte infiltra-se mais profundamente (subsolo)
dando origem ao escoamento subterrâneo;
IV- uma pequena parte infiltra-se até grandes
profundidades e, após longos períodos de tempo, surge sob
a forma de nascentes ou gêiseres.
CICLO HIDROLÓGICO
• Água que alcança os cursos d´água: somente uma parte
escoa diretamente para o rio.
• O restante:
a) evaporado diretamente da superfície líquida;
b) absorvido pela vegetação ribeirinha;
c) penetra nos solos marginais quando o nível freático é
inferior ao nível do curso d´água; esta parcela pode
retornar ao curso d´água em pontos mais a jusante; ou
pode encontrar saídas em nascentes distantes em outras
bacias, lagos ou mesmo no mar; pode ainda ser alcançada
por vegetais de raízes profundas ou então agregar-se às
águas subterrâneas.
CICLO HIDROLÓGICO
CICLO HIDROLÓGICO
CICLO HIDROLÓGICO
Tipos de escoamento bacia
• Superficial
• Sub-superficial ??
• Subterrâneo
• Chuva, infiltração,
escoamento superficial
• Chuva, infiltração,
escoamento superficial,
escoamento subterrâneo
Camada saturada
• Escoamento
sub-superficial
• Depois da chuva: Escoamento sub-superficial e
escoamento subterrâneo
Camada saturada
• Estiagem: apenas escoamento subterrâneo
Camada saturada
• Estiagem: apenas escoamento subterrâneo
Camada saturada
• Estiagem: apenas escoamento subterrâneo
Camada saturada
• Estiagem muito longa = rio seco
Rios intermitentes
Camada saturada
HIDROGRAMAa:
ção
ascen
Superficial
e recessão
Sub-superficial
Escoamento subterrâneo
Hidrograma
Exemplo: Hidrograma Rio Paraguai em Porto Estrela (1974-1975)
precipitação
zona de aeração
ou percolação
fluxo
zona não saturada
ascendente
lençol freático
escoamento
zona saturada
sub-superficial
rocha de origem
CICLO HIDROLÓGICO
• O ciclo hidrológico pode ser representado pela chamada
Equação do Balanço Hídrico, que em geral está associada a
uma bacia hidrográfica. Essa equação é dada por:
• onde:
• P – total precipitado sobre a bacia em forma de chuva, neve,
etc., expressa em mm;
• EVT – esperadas por evapotranspiração, expressa em mm;
• Q – escoamento superficial que sai da bacia. É normalmente
dado em vazão média ao longo do intervalo (por exemplo m3/s
ao longo do ano);
• R – variação de todos os armazenamentos, superficiais e
subterrâneas. É expresso em m3 ou em mm.
PRECIPITAÇÃO
• Entende-se por precipitação a água proveniente do vapor
de água da atmosfera depositada na superfície terrestre
sob qualquer forma: chuva, granizo, neblina, neve, orvalho
ou geada.
• Representa o elo de ligação entre os demais fenômenos
hidrológicos e fenômeno do escoamento superficial, sendo
este último o que mais interessa ao engenheiro.
• Para as condições climáticas do Brasil, a chuva é a mais
significativa em termos de volume.
Formação das chuvas
• A umidade atmosférica é o elemento básico para
a formação das precipitações. A formação da
precipitação segue o seguinte processo: o ar
úmido das camadas baixas da atmosfera é
aquecido por condução, torna-se mais leve que o
ar das vizinhanças e sofre uma ascensão
adiabática. Essa ascensão do ar provoca um
resfriamento que pode fazê-lo atingir o seu ponto
de saturação.
Formação das chuvas
• A partir desse nível, há condensação do vapor
d’água em forma de minúsculas gotas que são
mantidas em suspensão, como nuvens ou
nevoeiros. Essas gotas não possuem ainda massa
suficiente para vencer a resistência do ar, sendo,
portanto, mantidas em suspensão, até que, por
um processo de crescimento, ela atinja tamanho
suficiente para precipitar.
Tipos de chuva
• As chuvas são classificadas de acordo com as
condições em que ocorre a ascensão da massa de
ar.
Chuvas frontais
• Provocadas por “frentes”; no Brasil predominam
as frentes frias provindas do sul;
• É de fácil previsão (é só acompanhar o avanço da
frente);
• É de longa duração, intensidade baixa ou
moderada, podendo causar abaixamento da
temperatura;
• Interessam em projetos de obras hidrelétricas,
controle de cheias regionais e navegação.
Chuvas frontais
Precipitações Convectivas
(“chuvas de verão”)
B
Polígono de B
∑
𝑖=1
𝐴 𝑖 . h𝑖 Para completar o cálculo, é necessário
𝑃=
𝐴 determinar as áreas Ai e A.
Método das Isoietas
• Isoietas são linhas indicativas de mesma altura
pluviométrica. Podem ser consideradas como
“curvas de nível de chuva”. O espaçamento entre
eles depende do tipo de estudo, podendo ser de
5 em 5 mm, 10 em 10 mm, etc.
• O traçado das isoietas é feito da mesma maneira
que se procede em topografia para desenhar as
curvas de nível, a partir das cotas de alguns
pontos levantados.
Método das Isoietas
• Descreve-se a seguir o procedimento de traçado
das isoietas:
• 1º. Definir qual o espaçamento desejado entre as
isoietas.
• 2º. Liga-se por uma semi-reta, dois postos
adjacentes, colocando suas respectivas alturas
pluviométricas.
Método das Isoietas
• 3º. Interpola-se linearmente determinando os
pontos onde vão passar as curvas de nível,
dentro do intervalo das duas alturas
pluviométricas.
Método das Isoietas
• 4º. Procede-se dessa forma com todos os postos
pluviométricos adjacentes.
• 5º. Ligam-se os pontos de mesma altura
pluviométrica, determinando cada isoieta.
• 6º. A precipitação média é obtida por:
Método das Isoietas
• Área de drenagem
• É a área plana (projeção horizontal) inclusa entre
seus divisores topográficos. A área é o elemento
básico para o cálculo das outras características
físicas. A área de uma B.H. é geralmente expressa
em km2. Na prática, determina-se a área de
drenagem com o uso de um aparelho
denominado planímetro, porém pode-se obter a
área com uma boa precisão, utilizando-se o
“método dos quadradinhos”.
Forma da Bacia
• A forma da bacia influencia o escoamento
superficial e, consequentemente, o hidrograma
resultante de uma determinada chuva.
• Dois índices são mais usados para caracterizar a
bacia: índices de compacidade e conformação.
Índice de Compacidade (kc)
• É a relação entre o perímetro da bacia e a
circunferência de um círculo de área igual à da
bacia.
• onde:
• P – perímetro da bacia; A – área da bacia.
• Caso não existam fatores que interfiram, os
menores valores de kc indicam maior
potencialidade de produção de picos de
enchentes elevados.
Exercício-exemplo 6
• Dadas as duas bacias ilustradas abaixo, determine
qual das duas possui maior probabilidade de
sofrer com as enchentes.
Exercício-exemplo 6
• Os menores valores de kc indicam maior
probabilidade de sofrer com as enchentes.
Índice de Conformação
(Fator de forma)
15 + 3 + 2,8 + 3,2
Densidade de drenagem (Dd)
• A2 = área do trapézio
método de “compensação de área”
• A3 = área do trapézio
• A4 = área do trapézio
método de “compensação de área”
• A5 = área do trapézio
• A6 = área do trapézio
método de “compensação de área”
2,9 m/km
Cálculo da declividade equivalente pelo método da média
harmônica.
método da média harmônica
método da média harmônica
método da média harmônica
perfil longitudinal do talvegue
Tempo de Concentração
• Fórmula de Kirpich
Tempo de Concentração
• Fórmula de Picking