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A TRINDADE PELA ÓTICA DE

AGOSTINHO

Aluno: Matheus Carvalho


Turma: Bacharel em Teologia - Seminário do Sul do Brasil
Prof. Rainerson Israel - Teologia Sistemática
AGOSTINHO DE HIPONA
RESUMINDO SUA BIOGRAFIA.
"Aurelius Agostinus, Agostinho de Hipona ou Santo Agostinho foi um dos filósofos da filosofia
patrística, considerado um dos pais ou um dos doutores da Igreja Católica. Seu período, o
período patrístico, consiste no primeiro esforço de criar-se uma base teológica e doutrinária
para o cristianismo, que já existia enquanto religião, mas carecia de uma doutrina que
fundamentasse todo o embasamento institucional da Igreja. Agostinho é um dos responsáveis
por criar esse embasamento com a sua filosofia cristã."

"Santo Agostinho nasceu Aurélio Agostinho, em 354 d.C. Seu local de nascimento foi a
cidade de Tagaste, no território atualmente composto pela Argélia, na época sob domínio do
Império Romano. O pai de Agostinho era pagão (algo comum na época, pois o cristianismo era
recente e tinha deixado marcas problemáticas no império por conta da imagem subversiva de
Jesus Cristo). Sua mãe, Mônica (mais tarde canonizada como Santa Mônica), era cristã
devota."
"Agostinho cresceu no caminho considerado pelo cristianismo como pecaminoso e
pagão, por conta da influência de seu pai. As biografias de Agostinho e de Mônica afirmam que
a mãe viveu muito angustiada pela conduta do filho e sempre rezou por sua conversão. No
entanto, ela sabiamente nunca forçou ou impôs a religião ao filho, mesmo quando ele era
criança."
"Agostinho estudou lógica, filosofia e retórica. Tornou-se um grande professor de retórica,
sendo reconhecido no Império Romano. Ele procurou, com base em seus estudos, vários modos
de encontrar um certo conforto espiritual. Agostinho aproximou-se do maniqueísmo, doutrina
religiosa com base sincrética (cristã e pagã, advinda do zoroastrismo), que enxergava um dualismo
moral no mundo, o qual seria dividido apenas entre duas forças em equilíbrio: o bem e o mal. Além
disso, Agostinho aproximou-se de doutrinas filosóficas gregas antigas, como o hedonismo e o
ceticismo."
"É difícil traduzir a filosofia de Agostinho em poucas palavras, pois ele tratou sobre os mais
variados temas ao defender as primeiras bases teológicas do cristianismo. Agostinho escreveu, por
exemplo, sobre o tempo. Algo que intriga religiosos, cientistas e filósofos, o tempo é, segundo o
filósofo patrístico, algo que ele sabe o que é, mas não sabe responder caso seja perguntado. Isso
leva o interlocutor a pensar algo que seria muito importante na contemporaneidade: o
conhecimento intuitivo.
Além do tempo e de outros assuntos importantes para a filosofia e para a Igreja Católica,
Agostinho escreveu sobre o bem e o mal. Na visão do filósofo, ao tentar-se resolver o antigo
paradoxo da onipotência e da suprema benevolência de Deus sobre o mal, afirma-se que Deus é o
supremo bem e o único caminho possível para o bem. No entanto, há a possibilidade deixada pelo
livre arbítrio de que o homem afaste-se do bem e vá em direção ao mal. Deus seria o bem e a
distância de Deus seria o mal, o caminho oposto à iluminação divina."
Deus Trindade: Agostinho de Hipona
e o dogma trinitariano

Estimulados pelos escritos de Karl Barth, o teólogo que mais explorou o


mistério trinitário no século XX,1 várias obras importantes sobre a doutrina
da Trindade foram escritas. Nas décadas finais do século XX Karl Rahner,
Jürgen Moltmann, Wolfhart Pannenberg, Colin Gunton e Millard Erickson,
buscaram refletir e reaplicar a doutrina trinitária, produzindo um grande
número de estudos dogmáticos, bíblicos e históricos.2 O alvo deste ensaio é
expor a compreensão da doutrina trinitariana como formulada por Agostinho
de Hipona, que produziu uma obra seminal sobre este tema, A Trindade, com
a qual todos estes escritores interagem.
1. A Santíssima Trindade
Seguiremos aqui os pontos básicos do resumo que J. N. D. Kelly fez da exposição da doutrina trinitária em Agostinho. Esta é
inteiramente fundamentada nas Escrituras, porém, em contraste com a tradição oriental, que fez da pessoa do Pai o seu ponto de partida,
Agostinho principia com a natureza divina em si mesma. É esta simples e imutável natureza ou essência que é Trindade. A unidade da
Trindade é assim claramente asseverada, eliminando-se rigorosamente “o arianismo e o subordinacionismo da sua doutrina da Trindade”.
Portanto, tudo o que é afirmado de Deus é afirmado igualmente de cada uma das três pessoas da deidade: “O Deus único e verdadeiro não é
somente o Pai, mas o Pai, o Filho e o Espírito Santo”.
Segundo Agostinho, a distinção das pessoas se fundamenta nas “suas relações mútuas dentro da Divindade”. Embora consideradas
enquanto substância divina, as pessoas sejam idênticas, o Pai se distingue enquanto Pai por gerar o Filho, e o Filho se distingue enquanto
Filho por ser gerado.

“Com respeito às relações mútuas na Trindade, se aquele que gerou é principio do gerado, o Pai é principio em referencia ao Filho, porque o gerou. Entretanto não é
uma investigação de pouca importância inquirir se o Pai é também principio com relação ao Espírito Santo, pois está escrito: procede do Pai. Se assim for, é principio
não somente do que gera ou faz (o Filho), mas também da pessoa que ele dá (o Espírito). Isso lançaria uma possível luz sobre a questão que a muitos preocupa,
sobre a possibilidade de dizer-se que o Espírito Santo também seja Filho, já que sai do Pai, como se lê no Evangelho (Jo 15.26). Saiu do Pai, sim, mas não como
nascido, mas como Dom, e por isso, não se pode dizer filho, já que não nasceu como o Unigênito e nem foi criado como nós, que nascemos para a adoção filial pela
graça de”
2. A distinção das pessoas

Agostinho entendia que o Pai, o Filho e o Espírito Santo eram três pessoas
distintas entre si e de mesma substância. Entretanto, essas três pessoas não estão
separadas como acontece com três indivíduos humanos. Embora a Trindade seja
constituída de três pessoas, não é correto dizer que Deus é tríplice, pois não são
três deuses, mas um único em que, cada uma das pessoas habita nas outras ou é
inerente às outras.

Em relação à distinção de cada pessoa da Trindade, Agostinho dizia que o Pai


distingue-se do Filho porque este é gerado pelo Pai. O Espírito Santo distingue-se do
Pai e do Filho porque é outorgado por ambos. Em sua explicação sobre o Espírito
Santo, Agostinho disse: “O Filho vem do Pai, o Espírito também vem do Pai. Mas o
primeiro é gerado, o último procede. De sorte que o primeiro é Filho do Pai, de quem é
gerado, mas o último é o Espírito de ambos, visto que procede de ambos”.
3. A processão do Espírito Santo

Agostinho também procurou explicar o que é a processão do Espírito


Santo, ou “em que ela difere da geração do Filho”.Ele considerou como
certo que o Espírito Santo é o amor mútuo do Pai e do Filho o amor comum
pelo qual o Pai e o Filho se amam mutuamente. Assim, Agostinho afirma
que “o Espírito Santo não é o Pai nem o Filho, mas somente o Espírito
Santo do Pai e do Filho, igual ao Pai e ao Filho e pertencente à unidade da
Trindade”. Desta maneira, em relação ao Espírito Santo, o Pai e o Filho
formam um único princípio, o que é inevitável, “pois a relação de ambos”
para com o Espírito Santo “é idêntica e onde não há diferença de relação, a
operação dEles é inseparável”. Agostinho, portanto, ensinou a doutrina da
dupla processão do Espírito Santo do Pai e do Filho.
Portanto, o Espírito Santo é algo comum ao Pai e ao Filho. “O Pai é apenas o Pai do Filho, e o Filho apenas o Filho do
Pai; o Espírito, entretanto, é o Espírito tanto do Pai como do Filho, unindo-os em um vínculo de amor”. Portanto, o
Espírito Santo é o “elo que une, por um lado, o Pai e o Filho, e, por outro lado, Deus e os cristãos. O Espírito é um dom,
dado por Deus, o qual une os cristãos a Deus e aos demais cristãos. O Espírito Santo forma os elos de união entre os
cristãos, dos quais depende fundamentalmente a unidade da igreja. A igreja é o ‘templo do Espírito Santo’, e em seu
interior o Espírito Santo habita. O mesmo Espírito que une o Pai e o Filho, tornando-os um, também une os cristãos em
uma só igreja”.47
O Espírito Santo é muitas vezes chamado de Espírito do Senhor. Gálatas 5:22–23 ensina-nos que “o fruto do Espírito é
caridade, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão [e] temperança”.

João 15:26: O Espírito Santo testifica de Jesus Cristo


Jesus ensinou que “quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, a saber, aquele Espírito de
verdade, que procede do Pai, ele testificará de mim.” (João 15:26). Os Mórmons acreditam que um dos principais papéis
do Espírito Santo é testificar da verdade, especialmente no que diz respeito a Jesus Cristo e à Sua divindade! É somente
através do Espírito Santo que podemos receber um testemunho de que Jesus Cristo é o Filho de Deus e o Redentor do
Mundo (ver “Testemunho,” Tópicos do Evangelho.
“ Mateus 3:11: O Espírito Santo santifica-nos”
CONCLUSÃO
“Para encerrar, podemos resumir as contribuições de Agostinho à doutrina
trinitariana: (a) Na explicação da Trindade, ele concebe a natureza divina, antes das
pessoas, separadamente. Sua formula da Trindade é: uma só natureza subsistindo em
três pessoas. Ao contrário, a dos gregos era: três pessoas tendo uma mesma
natureza. Em Agostinho, a divindade única aparece logo. A igualdade das pessoas
divinas também aparece com mais brilho.61 (b) Outro progresso da doutrina
trinitariana de Agostinho é a insistência em fazer de todas as operações ad extra a
obra indistinta das três pessoas, isto é, as operações exteriores são atribuídas ou
apropriadas ao Pai, Filho e Espírito Santo.62 (c) Enfim, Agostinho lançou os
fundamentos da teoria psicológica das processões, concernentes à origem do Filho e à
do Espírito Santo.”
-Franklin Ferreira

Agostinho teve uma mente brilhante e inegavelmente iluminada pelo Espírito Santo. Foi um teólogo que
batalhou pela fé que uma vez nos foi dada (Jd 6) e que estava preparado para responder sobre a razão
de nossa esperança (1 Pe 3.15).

O Bispo de Hipona deve servir de inspiração para os amantes da Palavra de Deus, pois era um homem
estudioso e sedento da verdade que nos santifica (Jo 17.17). Suas grandes contribuições teológicas
ecoam ainda hoje e continuarão a embasar e influenciar a teologia enquanto o plano divino não se
consumar por completo, “porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos; mas, quando vier o
que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado” (1 Co 13.9,10).
Deus seja louvado!
Referencias

[1] NOZIMA, Helder. Batismo Infantil e Teologia do Pacto. Disponível em:


<http://www.monergismo.com/textos/batismo/batismo_helder.htm> Acesso em: 20 de Setembro de 2013.
[2] E.g. de peccat. Mer. Et remiss. 1.34.
[3] KELLY. J. N. D. Patrística: origem e desenvolvimento das doutrinas centrais da fé cristã. Vida Nova, 1994, p. 329.
A Trindade, Santo Agostinho, Paulus

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