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VIRTUAL: DA
DESLINEARIZAÇÃO À
RECOMPOSIÇÃO DE
SENTIDOS
Guilherme Brambila (UNIFESP)
Compreender aspectos funcionais e textual-
discursivos da hashtag no texto e no
contexto virtual;
Analisar o caso da hashtag #contémironia e
seus efeitos de sentido em textos
OBJETIVOS publicados na rede social Facebook;
Apontar desdobramentos de ordem
pragmática no uso da hashtag
#contémironia em contextos de interação
humana mediados pelas redes sociais.
TEXTO PUBLICADO
BRAMBILA, Guilherme. #Contémironia: uma análise bakhtiniana da
DE ONDE contrapalavra no contexto virtual. Signótica, Goiânia, v. 34, 2022.
DOI: 10.5216/sig.v34.72026. Disponível em:
PARTIMOS https://revistas.ufg.br/sig/article/view/72026. Acesso em: 22 maio.
2023.
São essas conversas públicas e coletivas que
A hoje influenciam a cultura, constroem
INTERAÇÃO fenômenos e espalham informações e
memes, debatem e organizam protestos,
HUMANA criticam e acompanham ações políticas e
NAS REDES públicas. É nessa conversação em rede que
SOCIAIS nossa cultura está sendo interpretada e
reconstruída. (RECUERO, 2014, p. 17-18).
A praça pública no fim da Idade Média e no
Renascimento formava um mundo único e coeso
onde todas as “tomadas de palavra” (desde as
interpelações em altos brados até os espetáculos
A REDE organizados) possuíam alguma coisa em comum,
pois estavam impregnados do mesmo ambiente de
SOCIAL liberdade, franqueza e familiaridade. (BAKHTIN,
COMO PRAÇA [1975] 2002, p. 132).
PÚBLICA
A praça pública é o lugar da extroversão, não daquela
manifestação superficial, mas sim da extraposição do
universo interior em toda sua intimidade
(MACHADO, 2010, p. 212).
Diríamos que as hashtags podem ou não apresentar um caráter
argumentativo, considerando que se trata de um elemento
técnico (um link) que só poderá ser significado a partir do modo
como irá integrar o enunciado-tuite e, também, do modo como
esse elemento pode ou não relacionar sentidos e sujeitos em
espaços enunciativos informatizados específicos, uma vez que
A HASHTAG uma hashtag não funciona do mesmo modo em todos os espaços,
pois cada um desses espaços possui normatizações próprias.
COMO (SILVEIRA, 2017, p. 226).
RECURSO
PRODUTIVO AO
TEXTO E AO
DISCURSO
Ironia como recurso mobilizador do sentido do texto, dando-lhe
nova entonação.
Um texto passa a existir no momento em que parceiros de uma
atividade comunicativa global, diante de uma manifestação
linguística, pela atuação conjunta de uma complexa rede de
fatores de ordem situacional, cognitiva, sociocultural e
interacional, são capazes de construir, para ela, determinado
#CONTÉMIRONIA sentido. [...] o sentido não está no texto, mas se constrói a partir
dele, no curso de uma interação. (grifos da autora). (KOCH [1995],
2014, P. 25-26).
Como figura de linguagem, a ironia é vista com o um a contradição
de algo que se queira dizer. Com o estratégia discursiva e
argumentativa , a ironia não se dá apenas no nível do enunciado ,
do dito, mas do ambiente situacional e discursivo nos quais
interlocutores e enunciações se relacionam , passando de um dito
a outro, às vezes menos ou mais implícito ou explícito no produto
enunciado. Buscam-se as marcas, as pistas de indicação de uma
#CONTÉMIRONIA ironia pelo falante, sobre a qual não se tem garantia de
reconhecimento pelo ouvinte. (SMIDERLE, 2008, p. 148).
REFERÊNCIAS KOCH, Ingedore. O texto e a construção dos sentidos. 10. ed. São Paulo: Contexto,
2014.
MACHADO, I. A questão espaço-temporal em Bakhtin: cronotopia e exotopia. In:
PAULA, L.; STAFUZZA G. (Orgs.). Círculo de Bakhtin: teoria inclassificável.
Campinas/SP: Mercado das Letras, 1ª ed., 2010, p. 203-234.
SMIRDELE, M. A IRONIA COMO PRODUÇÃO DE HUMOR E CRÍTICA SOCIAL:
UMA ANÁLISE PRAGMÁTICA DAS TIRAS DE MAFALDA. Contextos Linguísticos,
número especial, 2008, p. 145-158.
RECUERO, R. A conversação em rede: comunicação mediada pelo computador e
redes sociais na internet. 2 ed. Porto Alegre: Sulina, 2014.
Obrigado!
guilhermebrambilamanso@hotmail.com