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Comportamento dos gases

No final desta unidade o aluno deve ser capaz de:

 Enunciar os pressupostos do modelo de gás ideal


 Aplicar a equação de estado para gases perfeitos
 Estimar o erro cometido na aplicação da equação dos gases
perfeitos em gases reais
 Explicar o significado físico das constantes críticas
 Explicar o conceito de factor de compressibilidade
 Enunciar o princípio dos estados correspondentes
 Realizar cálculos PVT recorrendo às cartas de
compressibilidade
 Inferir do comportamento de misturas gasosas reais

20-10-2023
Comportamento dos gases

Propriedades intensivas e extensivas

 Pressão (P) e Temperatura (T) são propriedades intensivas


(não dependem da quantidade de amostra)

 Volume (V) e número de moles (n) são propriedades


extensivas

 Para prever o comportamento de um gás precisamos de


uma da equação, para isso definiu-se uma propriedade
intensiva:

Volume molar = V/n

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Dedução equação dos gases perfeitos
Comportamento dos gases

 Lei de Boyle (transformação isotérmica)


• A pressão de uma quantidade fixa de gás é inversamente proporcional ao volume
ocupado se a temperatura se mantiver constante: P  V  cons tan te

 Lei de Charles (transformação isobárica)


• O volume ocupado por uma quantidade fixa de gás é diretamente proporcional à
temperatura absoluta se a pressão se mantiver constante: V
Nota: V (T= 0 K) > 0  cons tan te
T
• Dedução da equação dos gases perfeitos
2 transformações: T
P1 , V1 , T1  P2 , V2 *
P
, T1  P2 , V2 , T2
• da 1ª tira-se que:
P1  V1  P2  V2 *

• da 2ª resulta que: V2 * V2

T1 T2
• P1  V1
eliminando o volume intermédio V2* vem: P V
 2 2
T1 T2
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Dedução equação dos gases perfeitos (conclusão)
Comportamento dos gases

 Hipótese de Avogadro (transformação isotérmica e isobárica)


• Para um dado volume de um qualquer gás, a temperatura e pressão fixas, deve
conter o mesmo número de partículas independentes:
V
 cons tan te
n
• Considerando duas transformações:
n P,T
P1 , V1 , T1 , n1  P2 , V2 * , T2 , n1  P2 , V2 , T2 , n 2

• P1  V1 P2  V2 *
da 1ª tira-se que: 
T1 T2
• da 2ª resulta que:
V2 * V2

n1 n2
• eliminando o volume intermédio V2* vem:

P1  V1 P2  V2
  R = 0,08205 L.atm.mol-1.K-1 = 8,314 J.mol-1.K-1
n1  T1 n 2  T2
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Pressupostos do modelo de gás ideal
Comportamento dos gases

• A partir da teoria cinético-molecular é possível deduzir


a equação dos gases perfeitos desde que se assumam
as seguintes hipóteses:
– O gás é constituído por partículas individuais (átomos ou moléculas)
cujas dimensões são desprezáveis em comparação com as
distâncias entre elas.
– Essas partículas estão em constante movimento e por conseguinte
possuem energia cinética.
– Não existem forças atrativas nem repulsivas entre partículas.
– O número de partículas é suficiente para que o movimento das
partículas (em média) seja perfeitamente aleatório.
– As colisões são elásticas ou seja que há conservação da quantidade
de movimento e da energia cinética.
– A energia cinética das partículas é proporcional à temperatura.

 Regra geral: Um gás tem comportamento ideal se


R·T/P>5 L/mol para gases diatómicos ou então R·T/P>20
L/mol se o gas for monoatómico
 Outros critérios: T > 2 Tc e P < 60 atm
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Misturas gasosas ideais
Comportamento dos gases

 Pressão parcial de A
• Numa mistura gasosa, define-se pressão parcial de A como a pressão que o gás
exerceria sobre as paredes do recipiente nele contido se se retirasse todas as
moléculas dos restantes componentes à temperatura da mistura.
PA  V  n A  R  T Lei de Dalton
Aplicando a equação dos gases perfeitos à mistura
P  V  n R  T
Dividindo uma equação pela outra
PA n A
  yA
P n
Somando todas as pressões parciais
 
 
PA  PB  PC     y A  y B  y C    P  P
         
 1 
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Misturas gasosas ideais
Comportamento dos gases

 Volume parcial de A
• Numa mistura gasosa, define-se volume parcial de A como o volume que o gás
ocuparia se se retirasse todas as moléculas dos restantes componentes,
continuando a exercer a mesma pressão que a mistura exerce sobre as paredes do
recipiente à temperatura da mistura.
P  VA  n A  R  T Lei de Amagat
Aplicando a equação dos gases perfeitos à mistura
P  V  n R  T
Dividindo uma equação pela outra
VA n A
  yA
V n
Somando todos os volumes parciais
 
 
VA  VB  VC     y A  y B  y C    V  V
         
 1 
Conclusão: Numa mistura gasosa ideal, as frações molares calculadas
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em função da pressão ou volume de cada componente são iguais.
Misturas gasosas ideais
Comportamento dos gases

 Massa molecular média de uma mistura gasosa (M)

M=

yi – fração molar do gás i


Mi – massa molar do gás i

Nota 1: Quando é dada a composição duma mistura gasosa, expressa em


% e nada mais se especifica, considera-se sempre que essa % é molar (no
caso de misturas sólidas ou líquidas considera-se que a % é mássica).
Nota 2: A composição de uma misturas gasosas pode estar expressa em
base seca ou em base húmida. É vantajoso exprimir a composição das
misturas gasosas em base seca, quando o teor de vapor de água está
sujeito a flutuações independentes da composição do gás seco.

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