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CURSO TÉCNICO EM

FARMÁCIA

Módulo 4
FARMACOTÉCNICA E
COSMETOLOGIA
FARMACOTÉCNICA

A farmacotécnica é um ramo da farmácia, praticada por profissionais


farmacêuticos, e tem como objeto a manipulação dos princípios ativos
para a fabricação de medicamentos. A farmacotécnica é a área do
conhecimento que estuda as formulações, a preparação, estabilidade,
dispensação e eficácia das formas farmacêuticas.
FARMACOTÉCNICA
FÁRMACO
É uma substância ativa, droga, insumo farmacêutico ou matéria-prima empregada
para modificar ou explorar sistemas fisiológicos ou estados patológicos em
benefício da pessoa a qual se administra o medicamento.

DROGA
Substância que modifica a função fisiológica com ou sem intenção benéfica. No
Brasil sinônimo de substância ilícita.

FÓRMULA FARMACÊUTICA
É a composição do medicamento, considerando todas as substâncias ativas ou
inativas que são empregadas na produção de produtos farmacêuticos.

REMÉDIO
É uma palavra aplicada no sentido geral, sendo utilizada a todos os meios usados
para prevenir, melhorar ou curar as doenças. Deste modo, podemos chamar de
remédio os medicamentos e também os meios físicos (radioterapia, massagem
etc.) e os meios psíquicos (psicanálise, tratamento psicológico etc.).
FARMACOTÉCNICA
MEDICAMENTO
Fármaco com propriedades benéficas, comprovadas cientificamente,
manufaturados pela indústria farmacêutica.

MEDICAMENTO OFICINAL OU FARMACOPÉICO


É uma preparação realizada na farmácia, cuja fórmula esteja inscrita no
Formulário Nacional ou em Formulários Internacionais reconhecidos pela
ANVISA.

MEDICAMENTO MAGISTRAL
Medicamento preparado na farmácia cuja prescrição estabelece a composição,
a forma farmacêutica e a posologia de acordo com a necessidade clínica de
cada paciente. Não está descrito nos códigos oficiais.
FARMACOTÉCNICA
MEDICAMENTO HOMEOPÁTICO
Medicamento feito de acordo com as técnicas homeopáticas. Podemos
resumir a homeopatia como a “cura pelo semelhante”, ou seja, o medicamento
homeopático causa no organismo uma reação semelhante à doença, fazendo
com que o próprio organismo reaja a ela.

MEDICAMENTO ALOPÁTICO
Medicamento feito de acordo com as técnicas alopatas. Podemos resumir a
alopatia como a “cura pelo contrário”, ou seja, o medicamento causa um efeito
contrário à doença, melhorando-a ou curando-a. É um medicamento de ação
contrária à homeopatia, portanto, a não ser que o médico prescreva, não
devemos misturar tratamento homeopáticos com alopáticos, mesmo quando
se referirem a doenças diferentes. O paciente deve sempre informar ao médico
todos os tipos de tratamento que está fazendo.
FARMACOTÉCNICA
BASES GALÊNICAS
Preparações compostos de uma ou mais matérias-primas, com fórmula
definida destinada a serem utilizadas como veículos/excipiente de preparações
farmacêuticas.

INSUMO INERTE
Substância complementar, de natureza definida, desprovida de propriedades
farmacológicas ou terapêuticas, nas concentrações utilizadas, e empregada
como veículo ou excipiente, na composição do produto final.
PRINCIPAIS VIAS DE ADMINISTRAÇÃO

• Via oral – através da boca.


• Via parenteral – através do uso de medicamento injetáveis, como
intramuscular, endovenoso, subcutâneo etc.
• Via mucosa – através da mucosa do corpo, como mucosa nasal, retal,
vaginal, bucal etc.
• Via tópica – através da pele, como cremes, pomadas, adesivos
transdérmicos, etc.
BENEFÍCIOS DOS MEDICAMENTOS
MANIPULADOS

• Facilidade posológica;
• Possibilidade de escolha da forma farmacêutica;
• Possibilidade de resgate de medicamentos;
• Economia;
• Personalização terapêutica.
FORMA FARMACÊUTICA

• É a forma na qual o medicamento é apresentado podendo ser líquida


(ex.: gotas, xarope, elixir), sólida (ex.: comprimidos, cápsulas),
semissólida (ex.: creme, gel, pomada) ou gasosa (spray, aerossol).

• É o estado final apresentado pelos medicamentos após operações


farmacotécnicas executadas sobre o fármaco e os adjuvantes
apropriados.
Substâncias que compõe uma forma farmacêutica

Substância ativa
Base Veículo
Adjuvante Excipiente
Intermediário

Corretivo
Edulcorantes
Corantes
Classificação das Formas Farmacêuticas (FF)

• Formas Farmacêuticas MAGISTRAIS: são aquelas cuja fórmula é de


autoria do clínico.

• Formas Farmacêuticas OFICINAIS: são aquelas cuja fórmula e técnica


encontram-se inscritas e descritas nas Farmacopéias em Formulários.

• Formas Farmacêuticas de ESPECIALIDADES: encontram-se preparadas


e embaladas, apresentam nome fantasia ou DCB (Denominação
Comum Brasileira) da substância ativa de sua formulação
Quanto a forma física
Quanto a forma física
SÓLIDAS PASTOSAS
• CÁPSULAS • CATAPLASMA
• COMPRIMIDOS (ORAIS E VAGINAIS) • CREMES
• DRÁGEAS • PASTAS
• ÓVULOS
• POMADAS
• PÉROLAS
• UNGUENTOS
• PÍLULAS
• PÓS
• SUPOSITÓRIOS
Quanto a forma física

LÍQUIDAS ESPECIAIS

• ALCOOLATURAS • AEROSSÓIS
• COLUTÓRIO • AMPOLAS
• EMULSÕES • BANDAGENS
• ENEMAS • COLÍRIOS
• LINIMENTOS
• ÓLEOS MEDICINAIS GASOSA
• TINTURAS
• XAROPES • VAPORIZAÇÃO
Forma Física: Sólida
• As drogas e produtos químicos são mais estáveis na forma sólida.

• As drogas sólidas podem ser dispensadas na forma compactada de


comprimidos, cápsulas, pós divididos, dentre outros, podendo ser
embalados, transportados, administrados e armazenados mais
facilmente que as formas líquidas.
• Paladares desagradáveis são mais evidenciados quando as substâncias
estão na forma de solução do que na forma sólida.

• Doses precisas são mais facilmente obtidas com formas fornecidas em


doses individuais e unitárias, tais como: comprimidos, cápsulas e pós
divididos.

• Modificação da liberação das drogas (libertação lenta, controlada,


retardada, etc) podem ser obtidas muito mais facilmente em formas
sólidas do que em preparações líquidas.
VANTAGENS DAS FORMAS FARMACÊUTICAS
SÓLIDAS

• Menor custo de acondicionamento e embalagem


• Maior estabilidade química, física e microbiana
• Boa aceitação e fácil administração
• Possibilidade de controlar a biodisponibilidade
• Menor sensação de gosto
PÓS
• Pós são misturas íntimas e secas de fármacos e ou outras substâncias
finamente divididas que podem ser para uso interno (Pós Orais) ou
para uso externo (Pós Tópicos).

• Forma física de um material.

• Preparação farmacêutica.

• Podem ser classificados em pós simples e compostos.


VANTAGENS (PÓS)
• Quimicamente mais estáveis que líquidos;

• Convenientes para administração de altas doses do fármaco;

• Velocidade de dissolução mais rápida;

• Efeito farmacológico mais rápido.


DESVANTAGENS (PÓS)
• Transporte;

• Sabor;

• Dificulta administração de pequenas doses;

• Não indicados para fármacos que possam ser inativados no estômago.


PREPARAÇÃO DOS PÓS
- Pulverização
• Trituração
• Levigação
• Pulverização por intervenção (recristalização)
- Tamisação
• Escolha dos tamises
• Movimentos alternados (de um lado ao outro)
- Homogeneização
ALTERAÇÕES E INCOMPATIBILIDADES DOS
PÓS
• Misturas Eutéticas
É definida como aquela que resulta da mistura de componentes sólidos
cuja a proporção lhe confira o ponto de fusão inferior ao de qualquer dos
componentes isolados.

Ex: Acetanilida /Lidocaína , Ácido acetil salicílico / Mentol , Cânfora /


Salicilatos , Fenol / Timol

• Misturas explosivas
Podem ocorrer quando um agente oxidante forte é triturado (ex.:
trituração em um gral) com um agente redutor forte.

Ex: Ácido nítrico / Glicerina , Clomatos / Óleos essenciais ,


IodoTiossulfatos / Permanganato de potássio / Hipofosfitos.
ALTERAÇÕES E INCOMPATIBILIDADES DOS
PÓS
• Substâncias higroscópicas
- São aquelas que absorvem umidade do ar.
- Para a redução da umidade pode-se utilizar adsorventes ou
dessecadores ( Ex : gel de sílica )

• Substâncias deliqüescentes
- São substâncias higroscópicas que absorvem a umidade do ar
se liquefazendo parcialmente ou totalmente (cloreto de cálcio anidro)
PREPARAÇÕES PARA DISPENSAÇÃO (PÓS)
• Pós a granel
• Pós para uso externo
• Pós secos para inalações
• Pós para reconstituição

ACONDICIONAMENTO DOS PÓS


• Caixas
• Envelopes / papéis
• Potes
• Sachês
GRÂNULOS EFERVESCENTES
• Os sais efervescentes são usualmente misturas eflorescidas de ácido
cítrico / ou ácido tartárico (ácidos) com bifosfato sódico e ou
bicarbonato de sódio (bases) e outros ingredientes medicinais.
• Em presença de água, o ácido reage com a base e libera dióxido de
carbono, produzindo efervescência.
• Os sais e grânulos efervescentes podem ser preparados na forma de
misturas de pós a granel e pós divididos.
CÁPSULAS
• Do latim (cápsula): invólucro pequeno;
• Invólucro comestível de gelatina ou outro material apropriado;
• São formas farmacêuticas sólidas, com invólucro duro ou mole, de
diversos formatos e tamanhos, normalmente contendo uma dose
unitária de ingrediente ativo.
VANTAGENS (CÁPSULAS)

• Administração de fármacos de sabor desagradável ou nauseosos;


• Invólucros facilmente digeríveis;
• Liberação rápida do fármaco após deglutição;
• Fácil deglutição: formato e elasticidade;
• Forma de dosificação precisa;
• Fácil produção em pequena escala;
• Variedade de tamanhos;
• Produção mais simples;
• Possibilidade de revestimento: gastro e liberação prolongada.
DESVANTAGENS (CÁPSULAS)

• Rapidez de liberação do fármaco;


• Não fracionáveis;
• Espaço para estocagem;
• Sensíveis à umidade.
FASES DE PRODUÇÃO DAS CÁPSULAS

• Desenvolvimento e preparo da formulação;


• Seleção do tamanho da cápsula;
• Enchimento da cápsula;
• Limpeza e polimento
• Controle de qualidade
• Envase
CLASSIFICAÇÃO (CÁPSULAS)
• Cápsulas duras
• Cápsulas moles (glicerina e gelatina)
• Cápsulas gastro - resistentes (de liberação entérica)
• Cápsulas de liberação modificada (liberação prolongada)
CÁPSULAS MOLES (“Softgel”)
• A cápsula mole é constituída de uma única parte, estando o conteúdo
hermeticamente selado em seu interior.
• Assim como as cápsulas duras são constituídas normalmente por
gelatina e a sua maior flexibilidade está relacionada à presença de
glicerina e ou sorbitol, que atuam como plastificantes.
• As cápsulas moles se destinam preferencialmente a acondicionar
líquidos.
Cápsulas Duras
• O invólucro é constituído por duas partes cilíndricas abertas numa das
extremidades, apresentando fundo hemisférico. As formulações para este
tipo de invólucro englobam maioritariamente substâncias como gelatina,
glicerina e água, assim como outros adjuvantes que melhoram as
características tecnológicas e de conservação da preparação farmacêutica.

• Este tipo de cápsulas podem conter uma ou mais substâncias ativas,


geralmente sólidas, pulverulentas ou granulosas. O conteúdo é veiculado
com excipientes que conferem consistência e preenchem espaços -
diluentes - e promovem o deslizamento do pó ou granulado nas paredes da
cápsula - lubrificantes.

• O enchimento de cápsulas duras à escala laboratorial ou em farmácias,


onde em regra são produzidas pequenas quantidades, pode ser feito de
forma manual ou semi-automática. A nível industrial as quantidades
requeridas são superiores, sendo o enchimento feito de forma automática.
Cápsulas Duras
CÁPSULAS GASTRO-RESISTENTES
• Destinam-se a resistir ao ataque do suco gástrico, de modo a que a
libertação da substância ativa ocorra no intestino delgado. São obtidas
revestindo cápsulas duras ou moles com substâncias que não se
degradam na acidez do estômago, sendo também comum encher as
cápsulas com grânulos ou partículas já recobertas com essas
substâncias enterossolúveis.

• Estas preparações apresentam diversas vantagens para além de


impedir a dissolução em meio ácido, tais como prevenir o efeito
emético que de algumas substâncias ativas e proteção da mucosa
gástrica.

• Elas são preparadas, provendo cápsulas duras ou moles com um


invólucro gastro-resistente (cápsulas entéricas).
Situações em que se deve utilizar o
revestimento gastro-resistente

• Para proteger fármacos instáveis em meio ácido da ação dos fluidos


gástricos.
• Quando o fármaco é irritante para a mucosa gástrica.
• Quando o fármaco produz náuseas ou vômitos se liberado no
estômago.
• Quando for importante que o princípio ativo não sofra diluições antes
de atingir o intestino.
• Quando o fármaco só deverá produzir o seu efeito máximo no
duodeno ou jejuno.
• Quando se deseja fazer com que as substâncias ativas estejam
disponíveis após um período de tempo.
CÁPSULAS DE LIBERAÇÃO PROLONGADA
• As cápsulas assim como os comprimidos, podem ser formuladas para
liberar o(s) princípios(s) ativo(s) de maneira lenta e prolongada para
que seja(m) absorvido(s) pelo trato gastrintestinal.

Vantagens das formas farmacêuticas de


liberação prolongada
• Previne os efeitos adversos de algumas drogas, decorrentes de altas
concentrações plasmáticas.
• Simplifica a posologia reduzindo a frequência de ingestão do medicamento (ex.:
anti-hipertensivos: nifedipina, verapamil).
• Permite a manutenção do nível plasmático do fármaco durante o período
noturno (ex.: antitussígenos, descongestionantes, e broncodilatadores).
COMPRIMIDOS
• São formas farmacêuticas sólidas preparadas através de máquinas de
compressão capazes de exercer grande pressão na compactação de
pós ou grânulos.
• Além do princípio ativo, os comprimidos contêm ingredientes inertes
que são conhecidos como excipientes.
• Os excipientes são substâncias adicionadas que ajudam a dar
características físicas adicionais ao produto final. São os diluentes,
desintegrantes, aglutinantes, lubrificantes, antiaderentes, corantes e
flavorizantes.
• Os três métodos mais usados para a preparação de comprimidos são:
granulação a úmido, granulação a seco e a compressão direta.
SUPOSITÓRIOS E ÓVULOS

• São formas farmacêuticas sólidas destinadas a serem inseridas nas


cavidades corporais, onde devem fundir, amolecer, dissolver para
exercer uma ação localizada ou sistêmica.
• As bases para supositórios e óvulos têm um importante papel na
liberação do fármaco que está veiculando e, portanto, na
biodisponibilidade da droga para absorção.
SUPOSITÓRIOS
• Tamanho:
- O tamanho: 3,3cm comprimento, são cilíndricos, com uma ou
ambas extremidades afiladas.
- Formas: torpedo, projétil ou de pequeno dedo.
• Peso:
- Lactentes ® 1g
- Crianças ® 1,5 a 2g
- Adultos ® 2 a 3g
SUPOSITÓRIOS
• Essas bases são classificadas de acordo com suas características físicas
nas seguintes categorias: bases gordurosas (Manteiga de cacau, Ácido
esteárico) ou oleaginosas, bases aquosas (Bases de gelatina
glicerinada, Carbowax 1540; 4000; 6000; PEG 400) e bases mistas.
• Os supositórios e óvulos são preparados por dois métodos: moldagem
de uma base fundida e compressão a frio.
DRÁGEAS
São comprimidos revestidos por uma substância de modo a evitar a sua
fácil desagregação, para:
• Proteger a substância ativa da umidade e luz.
• Ocultar características organolépticas indesejáveis.
• Facilitar a ingestão.
• Proteger o princípio ativo da destruição estomacal.
Forma Física: Pastosas
CATAPLASMAS: São preparações geralmente magistrais, de aplicação
tópica na epiderme. Efeito de vasodilatação local

CERATOS: São um tipo de pomada, em que o excipiente é constituído por


uma mistura de cera e óleo.

PASTAS: São pomadas espessas devido a grande quantidade de pó


insolúvel que veiculam. Podem ser dérmicas ou orais.
Forma Física: Pastosas
CREMES:
• Tipo de preparação em que o excipiente utilizado é uma emulsão do
tipo Água/Óleo.
• Uso correto em região úmida.

POMADAS:
• Preparações semissólidas numa base lipídica como a lanolina ou a
vaselina
• Completamente ou moderadamente absorvidas pela pele
• Conservam a umidade pelo que aumentam a absorção do fármaco
• São o veículo mais eficaz para a absorção de fármacos pela via tópica
• Uso correto região seca
Forma Física: Líquidas

ALCOOLATURAS: São preparações que resultam da ação dissolvente do álcool a


frio nas graduações de 75, 80 ou 95° , sobre plantas frescas, com o objetivo de
lhes retirar a substância ativa.

COLUTÓRIOS: São preparações magistrais destinadas a serem utilizadas na


mucosa bucal ou orofaríngea. As substâncias ativas empregadas são
antissépticas.

EMULSÕES: São sistemas dispersos constituídos por duas fases líquidas, que
podem ser feitos a partir de água em óleo (A/O) ou o contrário (O/A). Disfarçar o
mau sabor ou proporcionar uma melhor solubilidade do fármaco. Devem ser
agitadas antes da administração.

ELIXIR: São preparações de fármacos num solvente alcoólico. Utilizados para


fármacos não solúveis em água. Muito Utilizados na Indústria Cosmética.
Forma Física: Líquidas
ENEMAS OU CLISTER: São FF destinadas a serem introduzidas na porção terminal
do intestino. Pode ser líquidos (chás de plantas apropriadas, geralmente
camomila, hortelã, goiabeira). Essa prática ajuda Na limpeza intestinal, o que
favorece o bem-estar do doente febril ou com doenças agudas.

LINIMENTOS: São preparações oficinais ou magistrais, destinadas exclusivamente


a uso externo, em unção ou fricção sobre a pele. Efeito vasodilatador por ação do
movimento mecânico de massagem.

SOLUÇÕES: São misturas homogêneas de duas ou mais substâncias ativas


(normalmente sólidas) em solventes líquidos (normalmente água), em
concentrações inferiores à sua solubilidade à temperatura ambiente.

TINTURAS: São preparações oficinais que resultam da ação do álcool por


maceração, sobre produtos secos de origem animal, vegetal ou mineral. São
portanto soluções alcoólicas a 10 ou 20%. Podem ser utilizadas por via tópica,
porções ou xaropes.
Forma Física: Líquidas
XAROPES: são formas farmacêuticas em que a substância ativa, sob a forma de
pó, encontra-se dissolvida numa solução aquosa açucarada concentrada (1 parte
de água para 2 partes de açúcar).

Vantagens:
• correção de sabor desagradável do fármaco
• conservação do mesmo na forma farmacêutica de administração.
• estabilidade prolongada devido ao conservante
Forma Física: Gasosas
VAPORIZAÇÕES: São FF magistrais resultantes da libertação de vapor de água por
si só, ou contendo antissépticos, e que se destinam a ser inalados.
FORMA ESPECIAIS

Denominam-se FORMAS FARMACÊUTICAS ESPECIAIS aquelas que, ou não se


podem facilmente inserir num determinado grupo, ou que tem inserção em mais
de um grupo.

AEROSSOIS:
Se caracterizam por constituírem um “nevoeiro não molhante” formado por
micro gotas (diâmetro compreendido entre 0,05 e 0,2 micrômetro).

Formam uma suspensão coloidal, em que a fase contínua é o gás e a fase


dispersa é o líquido.
FORMA ESPECIAIS

Ampolas: São tubos de vidro ou plástico, colorido ou incolor, seladas que podem
conter líquido ou pó. Servem para facilitar a esterilização e conservação do seu
conteúdo. O pó normalmente é utilizado na preparação extemporânea de
solutos injetáveis. O conteúdo poder ser aplicado via parenteral, oral ou tópico.

SPRAYS: São semelhantes aos aerossóis, mas o diâmetro da partícula é maior


(0,5 micrômetro).
COSMÉTICOS X FÁRMACOS

 Cosmético
• Produto desenvolvido com a finalidade de embelezar, perfumar,
higienizar ou proteger o corpo dos agentes externos. Estas
funções podem apresentar-se isoladamente ou em um conjunto.
Um cosmético não pode, entretanto modificar a estrutura do
organismo, pois esta é a função dos fármacos.
• Ex: perfumes, maquiagens, hidratantes, fotoprotetores,
bronzeadores, shampoo, pasta de dente, sabonetes,
desodorantes, etc.
 Fármacos
• São medicamentos, só podem ser vendidos em farmácias, e ficam
sujeitos às normas que regulamentam o uso e comercialização dos
medicamentos, como prescrição médica e supervisão por
farmacêutico responsável.
COSMÉTICOS
São preparações constituídas por substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas
mais diversas partes do corpo humano, pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais
externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral, com o objetivo exclusivo ou
principal de limpá-los perfumá-los ou alterar sua aparência e, ou corrigir odores corporais
e, ou protegê-los, ou mantê-los em bom estado. Desta forma, os cosméticos são:
• São produtos que servem para higienização, manutenção, proteção e decoração da pele
e dos cabelos, que se apresentam livres de patologias.
• São formulações de aplicação local, baseados em conceitos científicos, destinados à
manutenção e ao melhoramento da pele humana e dos seus anexos, sem interferência
nas funções vitais, sem irritar, sensibilizar ou provocar fenômenos secundários
indesejáveis.
• O conceito de cosmético como produto de tratamento de beleza é compreendido de
uma forma cada vez mais abrangente, onde se procura aliar propriedades
verdadeiramente terapêuticas nesses produtos, através do uso de ativos cada vez mais
eficazes, resultando na moderna cosmecêutica, a cosmética terapêutica.
• Devemos ter sempre em mente o conceito de que “beleza vem de dentro para fora” e
que um produto cosmético só vai ser efetivamente um produto de beleza em um
organismo saudável e equilibrado.
TENDÊNCIAS NO MERCADO ESTÉTICO
GLOBAL
• Apelos éticos: ativos não testados em animais, biodegradáveis e
• seguros
• Produtos botânicos/ herbais/ orgânicos
• Produtos com múltiplos benefícios - multifuncionais
• Apelos de aromaterapia: relax, anti-stress ou com propriedades
indutoras do sono
• Produtos que prometem energizar ou revigorar consumidores
• Envelhecer bem x Parecer jovem
• Vaidade x Saúde
• Bem estar físico e emocional
Características ideais de um cosmético

•Livre de parabenos;

•Fragrâncias sem potencial irritante;

•Baixa concentração e escolha correta de emulsionantes;

•Escolha correta dos ativos sensoriais;

•Ativos com comprovação de eficácia.


COSMIÁTRICOS

• São medicamentos, variam em estrutura, ação e concentração


• Não podem ser usados indiscriminadamente
• São vendidos apenas com receita médica e preferencialmente devem
ser prescritos por médico cosmiatra.
• Ex: produtos para manchas, rugas, estrias, celulite, etc.
COSMECÊUTICOS
• Com o desenvolvimento da bioquímica surgiram produtos que não são tão inertes
quanto um cosmético, mas não chegam a ter uma ação medicamentosa
significativa; esses intermediários foram classificados como “COSMECÊUTICOS” e
o principal representante dessa família são os ANTIAGING.
• Produtos de uso tópico contendo
substâncias com propriedades medicinais.
• Promovem saúde da pele e anexos.
• Possuem benefício terapêutico com
propriedades cosméticas x produtos
dermatológicos com propriedades
medicamentosas.
ATIVOS COSMECÊUTICOS POR CLASSES
COSMIÁTRICOS
• Nutricosméticos são suplementos alimentares destinados à ingestão oral que têm
objetivo de promover a beleza. São conhecidos também como "pílulas da beleza",
"cosméticos orais" ou "beleza de dentro para fora", devendo ser encarados como
suplementares a uma dieta adequada.
• A vitamina C, por exemplo, tem um efeito antioxidante bem estabelecido que reduz
o impacto dos radicais livres na pele. Tem também função vital na produção de
colágeno na derme.
• Outros micronutrientes, tais como alguns ácidos graxos ômega-3, carotenos, e
flavonóides protegem a pele contra os efeitos prejudiciais da exposição à luz
ultravioleta , o que pode levar à aceleração do envelhecimento da pele e a formação
de rugas.
• Terapia ortomolecular • Terapia ortomolecular
• Fitoterápicos • Fitoterápicos
Nutricosméticos Nutracêuticos
• Minerais • Minerais
• Vitaminas • Vitaminas

Exemplos:
• Exsynutriment, Bio Arct. Glicoxyl
• Cerassomosídeos, Bioblanc
• Lycopene, Betacaroteno
• Minerais quelados
• Coenzima Q10, Ácido Lipóico
• Resveratrol,
• Picnogenol
• Luteína
• Vitaminas A, E, C
• Ômegas
FORMAS FARMACÊUTICAS MAIS APLICADAS
À DERMATOLOGIA E À CIRURGIA PLÁSTICA

• Solução
• Emulsão
– Creme
– Loção
– Condicionador
– Cremegel
• Gel
• Pomada
• Xampu
SOLUÇÕES
• Definição:
– São produtos da dissolução de qualquer substância em um líquido, constituindo um
sistema homogêneo, adquirindo um aspecto de uma só natureza

• Composição:
– Solvente: a substância que dissolve, de natureza líquida, normalmente água, podendo
também ser outro solvente como álcool em diversas graduações
– Soluto: a substância que é dissolvida, normalmente o princípio ativo
SOLUÇÕES

• Exemplos de Soluções:
– Solução de eritromicina para Acne
– Solução capilar de minoxidil
– Solução de LCD para Psoríase

• Classificação:
– Solução verdadeira ou homogênea: quando as partículas da substância
dissolvida são extremamente pequenas, não se notando a sua existência, constituindo
uma solução límpida e transparente
– Solução grosseira ou heterogênea: quando se percebe a existência de
partículas, podendo a solução chegar a ser turva, podendo ser chamada de suspensão
quando as partículas forem em grande quantidade
EMULSÕES CLÁSSICAS
• Definição:
– Formas farmacêuticas semissólidas obtidas por dispersão, constituída de dois
líquidos no mínimo, não miscíveis entre si, porém um disperso no seio do outro.
– Desta forma, todas as emulsões são constituídas obrigatoriamente por duas
fases: oleosa e aquosa
REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICAS DAS
EMULSÕES
TIPOS DE EMULSÕES

– A/O: Água em Óleo


• A fase oleosa engloba a fase aquosa, apresentando efeito oleoso e deixando a pele
com aspecto brilhante
• Causa desconforto ao paciente pois mancha roupas, são untuosas ao tato e podem
causar pequenas congestões na pele
• A fase externa (oleosa) constitui 70% da formulação
• Ex: cold cream

– O/A: Óleo em Água


• A fase aquosa engloba a fase oleosa, apresentando efeito não oleoso, refrescância e
absorção rápida, podendo ser facilmente lavável com água.
• São menos engordurados e laváveis somente com água
• A fase externa (aquosa) constitui 70% da formulação
• Ex: creme lanette, creme não-iônico
EMULSIONANTES

• Substâncias capazes de emulsionar dois líquidos inicialmente não-miscíveis (um


aquoso e um oleoso), diminuindo a tensão interfacial entre eles, obtendo emulsões
estáveis e homogêneas. Permitem, possibilitam e facilitam o preparo das emulsões, além
de aumentar a estabilidade e a viscosidade das mesmas.
• São geralmente usados os do tipo não-iônico por serem mais estáveis em várias faixas
de pH, terem baixa toxicidade e irritabilidade e serem mais compatíveis com a pele e
com um grande número de substâncias (ácidos fortes, despigmentantes, fatores de
hidratação, filtros solares, etc)
EXEMPLOS DE EMULSÕES

• Creme Clássico: constituído basicamente de ceras, emolientes, conservantes e água,


tendo um toque mais ceroso (pesado)

• Loção Clássica: emulsão com viscosidade menor que o creme clássico, podendo ou não
ser aplicada com fricção. É ideal para aplicação corporal por ser menos espessa e melhor
espalhabilidade.

• Creme Oil Free: é o “gel branco”, ou seja, creme isento de óleos de origem mineral e
componentes comedogênicos, onde sua viscosidade é dada por espessantes,
geleificantes e por silicones que deixam o “gel” opaco e com a aparência de um creme.

• Loção Oil Free: composição parecida com o creme oil free, porém com menor
consistência.
OUTRAS EMULSÕES

• Creme Hidratante: adiciona-se hidratantes naturais à formulação, principalmente


constituintes da pele como uréia, ceramidas, Hidroviton, ácido hialurônico.

• Creme de Xalifin®: permite a preparação de emulsões não-iônicas e é responsável pelo


toque agradável, não-oleoso, boa espalhabilidade e emoliência e rápida absorção.

• Creme Olivem®: base não-iônica de origem natural, derivada do óleo de oliva, muito
compatível com os lipídeos da pele. Restaura e mantém a integridade da barreira
protetora da pele, formando cristais líquidos estáveis. Tem toque agradável, é
hipoalergênico, suave, tem alto poder de penetração, além de ser estável com a grande
maioria dos ativos.

• Emulsão de Cristal Líquido: emulsão trifásica formada por uma fase externa aquosa, a
fase intermediária com estruturas líquidas cristalinas lamelares (cristais líquidos)
dispersos englobando a fase oleosa, e a fase mais interna com a estrutura do gel. A
emulsão resulta numa preparação hidratante ao extremo, de toque seco e suave devido
à presença do gel e pouco conteúdo de cera.
OUTRAS EMULSÕES

• Base Second Skin®


- Possui caráter não-iônico desenvolvida exclusivamente com fosfolipídeos e phyto
omega 3 e 6, um novo conceito de formulação, que confere um sensorial soft,
protegendo e hidratando a pele. Apresenta as vantagens de ser tacky-free, parabeno-
free, propilenoglicol-free, além de altamente funcional como carreadora de ativos
excelente para ser utilizada pós procedimentos.

• Base Ômega Gold®


– É uma base pronta desenvolvida com a tecnologia dos fosfolipídeos de Girassol e da
Oliva que possui propriedades funcionais e sensoriais únicos à pele juntamente com um
toque sofisticado. Estes constituintes facilitam a absorção carreando os ativos com maior
eficácia.
OUTRAS EMULSÕES
• Vital Green Cristal®
- Base de caráter não-iônico, formadora de cristais líquidos, altamente estável, segura e
compatível com a pele. O Cristal líquido é formado por bicamadas lamelares que doa às
emulsões poder hidratante por mimetizar as bi-camadas lipídicas da membrana celular,
trazendo suavidade, ação extra hidratante, emoliente, além de boa espalhabilidade e
rápida absorção.

• Fitalite®
- Gelcreme natural muito leve que contém fitossomas, corpúsculos oleosos de origem
vegetal, que conferem propriedade emoliente, hidratante, suavizante e anti-oxidante,
sem causar toque oleoso à formulação. Não contém PABA, parabenos, formaldeídos,
PPG, lanolina, além de nao ser comedogênico.

• Hydra Fresh®
- Base pronta com caráter não-iônico e aniônico, desenvolvida à base de fosfolipídeos e
aditivos funcionais que foram pesquisados para proporcionar um alto poder de
hidratação e um sensorial único com a principal vantagem de ser compatível com uma
grande variedade de ativos e suportar uma ampla faixa de pH. É indicada p/ todos os
tipos de pele, inclusive as sensíveis.
GÉIS
• Definição: dispersões de um sólido (resina, polímero ou derivados de celulose) num
líquido (água ou solução hidroalcoólica) formando um excipiente transparente ou
translúcido

• Hidrogéis: como os conhecemos na sua forma clássica

• Composição:
– Água purificada
– Umectante
– Espessante
– Conservante
ESPESSANTES PARA GÉIS

• Definição: produtos que promovem o entrelaçamento da fase dispersa (normalmente


água) com o polímero que retém e segura o meio de dispersão, formando uma malha
consistente.

• As características dos géis variam segundo a composição do espessante:

– CMC (carboximetilcelulose): polímero quase nunca usado para obtenção de gel para
ativos dermatológicos. É mais usado para gel oral ou ginecológico.

– Hidroxietilcelulose (Natrosol®): à base de celulose, é aquele de maior importância


para veiculação de ativos dermatológicos. Possui caráter não-iônico, tolera bem pH
ácido, como por exemplo o ácido glicólico.

– Polímeros de carboxivinil e derivados (Carbopóis): produz géis baratos, brilhantes,


transparentes, porém de difícil utilização em formulações de pH ácido.
GELCREME OU CREMEGEL

• Definição: são emulsões (formadas normalmente a partir de um gel) com alta


porcentagem de água e baixa (ou nenhuma) porcentagem de óleo. Pode-se
acrescentar um opacificante para dar a aparência branca ao gel.

• Apresentação: são preparações opacas, brancas com aparência de creme,


mas com composição de gel
SERUM

• Veiculo fluido, que contém até 3% de fase oleosa em sua formulação o que
permite uma certa penetração dos ativos veiculados.

• Usualmente utiliza-se altas dosagens de ativos neste veículo.

• Por possuir gel em sua formulação proporciona um toque seco, não oleoso e
não pegajoso, ideal para ser aplicado em toda a face por possuir excelente
espalhabilidade. Deve conter ainda em sua formulação ativos hidratantes.
XAMPUS

• Xampus são formas farmacêuticas líquidas, de alta ou média viscosidade,


destinadas à limpeza do couro cabeludo

• Podem ser acrescidos de princípios ativos caracterizando xampu com ação


terapêutica

• Deixam sobre os cabelos cargas negativas, pois seus principais componentes


são tensoativos aniônicos, que são responsáveis pela limpeza.

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