A Tolerância Cristã

 O complexo problema de
relacionamentos entre irmãos na fé
que pensam diferente, em algumas
questões espirituais, leva o apóstolo
a, organizar este texto para
solucionar esse conflito que tinha
se espalhado pela maioria das
igrejas e chegado até a igreja de
Roma.
No capítulo 14 da carta de Paulo aos
Romanos, abre uma extensa  Num raciocínio sistemático, Paulo
discussão de como a liberdade e o faz uma classificação básica: o
amor devem atuar juntos para manter grupo dos irmãos fortes e o dos
unida uma comunidade mista de irmãos fracos na fé. Deixando claro
povos com pensamentos e culturas que não se tratava de uma questão
diferentes, sejam judeus ou gentios. de doutrina anticristã.
 A relação com os fracos na fé
 Mas que fraqueza era essa ?
A palavra grega para “fraco” , no
grego, é astheneo que indica
“fraqueza, indigência, impotência,
falta de força por variados motivos”.
Dessa forma não é exagero dizer que
Paulo apontava para tipo de “fé
enferma”.
Porém é importante ressaltar que o
termo”astheneo” indica alguém que
é momentaneamente fraco, mas
pode torna-se forte. Portanto, a
“fraqueza” aqui não era associada a
nenhum afastamento da fé. Na
verdade, os crentes fracos tinham
uma fé deficiente, eram imaturos,
incultos e até equivocados.
 Quem eram os fracos ?
Vamos vê pelo menos quatro
possibilidades.
 1- Ex-idolatras. Eram recém
convertidos do paganismo, que
mesmo resgatados da idolatria, por
escrúpulo (hesitação da
consciência),sentiam-se impedidos
de comer carne que, antes de ser
vendida no açougue local, era
dedicada a ídolos.
 2- Ascetas. Pessoas que exercitavam
a disciplina do autocontrole do
corpo considerando que isso era
algo imprescindível para chegar a
Deus, o que explica porque se
abstinham do vinho e da carne (Rm
14.21).
 3- Legalistas. Consideravam as abstenções como boas obras necessárias
para a salvação. Não entendiam a suficiência da fé em Cristo para a
justificação do homem.
 4- Cristãos Judeus. Eram os que permaneciam com a consciência voltada
para as regras do judaísmo, especialmente referente a dietas (comer apenas
alimentos considerados limpos – Rm 14.14,20) e dias religiosos (guarda
dos sábados e festivais judaicos).

 Quem eram os crentes forte ?

A palavra grega para “forte” é dynatos, e significa “alma forte capaz de
suportar calamidades com coragem e paciência, firmes nas virtudes
cristãs”. Eram aqueles crentes judeus ou gentios que, convertidos a Cristo,
haviam compreendido com mais clareza a liberdade cristã, eram maduros
na fé e no trato com o próximo. Os crentes fortes eram a maioria da igreja
de Roma (15.1). A maior parte desta passagem é destinada a eles. Embora
Paulo deixe claro que acredita que a posição dos fortes está certa
(14.14,20), estes não tinham o direito de desprezar os crentes fracos, mas
deviam acolhê-los.
Aceitem-se uns aos outros; não se julguem (14.1-
13a)
 Nem todos possuem a mesma fé - As escrituras registram pelo menos
quatro graus de fé: nenhuma fé (Mc4.35-41), pequena fé (Mt 14.22-23),
grande fé (Mt 15.21-28) e inigualável fé (Mt 8.5-15). Há pessoas que se
encaixam nesses grupos, portanto, nem todos possuem a mesma fé. Diante
dessa tensão, o apostolo Paulo direciona aos crentes maduros dois conselhos
práticos em relação aos fracos na fé: “acolhei ao fraco na fé” e “mas não
para debater opiniões”.
 Razões para aceitação mútua - Porque Deus aceitou, Porque Cristo
morreu e ressuscitou para ser o Senhor, Porque ele é seu irmão, Porque
todos nós seremos julgados no tribunal de Deus.
 Ajam com amor uns pelos outros; não escandalizem (Rm 14.13b-
23)
Não julguem a seu irmão e não coloque pedra de tropeço no caminho dele.
Levar em conta a avaliação do irmão fraco do que é impureza ou pureza.
Buscar primeiro o Reino de Deus.
Primar pelos relacionamentos em vez dos rituais.
Abster-se de privilégios por amor ao irmão