Você está na página 1de 23

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

UNIDADE ACADÊMICA DE FÍSICA


DISCIPLINA: FÍSICA EXPERIMENTAL I

PROFESSORES:

Dr. Alexandre José de Almeida Gama


Dra. Cleide Maria Diniz Pereira da Silva e Silva
Dr. Jossyl Amorim Ribeiro
Dr. Wilton Pereira da Silva
GRÁFICOS EM PAPEL MILIMETRADO
Gráficos são linhas desenhadas a partir de escalas
sobre eixos ortogonais e que mostram o
comportamento de uma grandeza (efeito) em relação
à outra (causa). A grandeza representada em cada
eixo recebe o nome de variável.

2
O eixo horizontal recebe o nome de abscissa e nele
marcamos a variável independente, isto é, aquela que
nós manipulamos (causa).

No eixo vertical, ordenada, marcamos a variável


dependente, isto é, a resposta de um sistema de
manipulação (efeito).

Os gráficos permitem uma visualização do


comportamento de uma variável (ou grandeza) em
relação à outra.

ESCALA é uma linha, isto é, um eixo, com marcas sob


as quais se indicam os valores ordenados de uma
grandeza.
3
A distância entre duas marcas consecutivas é
chamada de passo. A diferença entre dois valores
consecutivos da grandeza chama-se degrau

A distância ao longo da linha da escala, de uma marca


ao ponto de referência, pode ser dada por uma
função da grandeza a ser representada, ou seja

L = f(G)

ESCALA LINEAR

Uma escala é linear quando a função f(G) que a


define é uma função do 1o grau

L = m G + lo
4
onde lo dá a posição da marca em que a grandeza
assume o valor zero;
m é o módulo de escala, ou seja, mostra a
correspondência entre a grandeza e o comprimento
no papel (na escala) e G valor da grandeza

Aplicando a equação ao ponto de referência

L = m G + lo

→ 0 = m Go + lo, m = - m Go

→ L = m G – m Go

→ L = m (G - Go)
5
Equação de uma escala linear; L é uma função linear
de (G - Go)

Se a origem da escala coincide com o referencial,


Go = 0

→L=mG

→ m = L/G

Onde L é o comprimento a ser utilizado no papel e G


o valor máximo da grandeza.

6
Exemplo:

Dado os pontos (Tabela) a seguir

1 2 3 4 5 6
P (cmHg) 72,5 74,9 75,9 77,2 78,5 80,4
t (oC) 30,0 38,0 42,3 48,0 54,0 61,0

7
a) Trace o gráfico de P x t em papel milimetrado.
Utilize o passo de 20,0 mm para ambas as escalas e
calcule os degraus das duas escalas.

b) Qual deve ser o tipo de função que descreve Y x X?

c) Determine os parâmetros da função Y (X).

Solução:

Técnicas de construção de Gráficos

Cálculo dos módulos de escala e degrau

Antes de iniciarmos os cálculos dos módulos de


escala, faremos algumas considerações
8
Eixo X:

Equação da escala: L = m(G – Go); sejam os valores


inicial e final da grandeza do eixo X:
____________________________________
30,0 30,5 61,0

Se o valor da primeira grandeza, 30,0oC, estiver na


“primeira metade” da reta, nós incluímos a origem da
escala, ou seja, Go = 0. Então, para este caso, Go = 0,
pois 30,0oC está na “primeira metade” da nossa reta.
Daí,

9
L=mG

Façamos Lx = 150,0 mm (comprimento arbitrário)

150,0 mm = mx.61,0oC , mx = 2,47 mm/oC; isto quer


dizer que a cada 2,47 mm de comprimento da nossa
escala corresponde a 1,0 grau Célsius de temperatura.

Melhores módulos de escala: 1.10n; 2.10n; 5.10n.

mx = 2,0 mm/oC, ou seja, a cada 2,0 mm de


comprimento da nossa escala corresponde a 1,0 grau
Celcius de temperatura.

10
Cálculo do Degrau

Da equação da escala, L = m.G, temos:

20,0 mm = 2,0 mm/oC. D

→ Dx = 10,0oC
Isto quer dizer que a cada 20,0 mm de comprimento
da nossa escala do eixo X, a partir da origem,
colocamos/marcamos 10,0oC.

Calculemos agora as diversas distâncias (pontos) a


partir da origem da nossa escala do eixo dos X
(temperaturas):

11
Temos que L = m.G

L1x = mx .G1x = 2,0mm/oC .30,0 oC = 60,0 mm

L2x = mx .G2x = 2,0mm/oC .38,0 oC = 76,0 mm

L3x = mx .G3x = 2,0mm/oC .42,3 oC = 84,6 mm

L4x = mx .G4x = 2,0mm/oC .48,0 oC = 96,0 mm

L5x = mx.G5x = 2,0mm/oC .54,0 oC = 108,0 mm

L6x = mx .G6x = 2,0mm/oC .61,0 oC =122,0 mm

12
Módulos de escala e degrau do Eixo Y:

Equação da escala: L = m(G – Go)

O valor inicial e final da grandeza do eixo Y:

_____________________________________
72,5 40,2 80,4

Se o valor da primeira grandeza, 72,5 cmHg, estiver


na “primeira metade” da reta, nós incluímos a origem
da escala, ou seja, Go = 0

Então, para este caso, não incluiremos a origem, pois


o primeiro ponto, 72,5 cmHg está na “segunda
metade” da nossa reta.
13
L = m (G - Go)

Escolhendo, L = 100,0 mm (arbitrário),

mY = 100,0 mm / (80,4 – 72,5)cmHg

mY = 12,6 mm/cmHg = 10,0 mm/cm/Hg (de acordo


com os melhores módulos de escala: 1.10n; 2.10n;
5.10n)

Calculemos agora as diversas distâncias (pontos) a


partir da origem da nossa escala do eixo dos Y
(pressões):

14
L = m (G - Go)

Temos que: LY = mY (GY - GoY)

L1Y = mY (G1Y - GoY)= 10,0 mm/cmHg (72,5 – 72,5)

→ L1Y = mY (G1Y - GoY)= 0,0

Para evitarmos este primeiro ponto seja zero (o que


não está errado), façamos com que Goy seja um pouco
inferior a 72,5 cmHg, por exemplo, 70,0 cmHg.

Então, mY = 100,0 mm/ (80,4 – 70,0)cmHg = 9,1743


mm/cmHg = 10,0 mm/cmHg (de acordo com os
melhores módulos de escala: 1.10n; 2.10n; 5.10n),

15
Portanto, para cada 10,0 mm de comprimento da
nossa escala corresponde a 1,0 centímetro de
mercúrio de pressão.

Cálculo do Degrau

Da equação da escala, L = m.G

→ 20,0 mm = 10,0 mm/cmHg . D

→ D = 2,0 mm/cmHg.

Portanto, para cada 20,0 mm de comprimento da


nossa escala do eixos dos Y, a partir da origem (70,0
cmHg) colocamos/marcamos 2,0 cmHg.
16
Para calcular as diversas distâncias (pontos) a partir
da origem da nossa escala do eixo dos Y (pressões)

LY = mY (GY - GoY)

L1y= mY (G1y- GoY)= 10,0 mm/cmHg (72,5 – 70,0) cmHg = 25,0 mm

L2y= mY (G2Y - GoY)= 10,0 mm/cmHg (74,9 – 70,0) cmHg= 49,0 mm

L3y= mY (G3Y - GoY)= 10,0 mm/cmHg (75,9 – 70,0) cmHg = 59,0 mm

L4y= mY (G4Y - GoY)= 10,0 mm/cmHg (77,2 – 70,0) cmHg = 72,0 mm

L5y= mY (G5Y - GoY)= 10,0 mm/cmHg (78,5 – 70,0) cmHg = 85,0 mm

L6y= mY (G6Y - GoY)= 10,0 mm/cmHg (80,4 – 70,0) cmHg = 104,0 mm

17
Após graduados os eixos, iremos localizar os pontos
(x;y) no papel milimetrado. A partir dos pares
ordenados (x;y) traçamos um pequeno círculo em
torno de cada um, simbolizando desta forma a
incerteza na sua posição. O gráfico é então obtido
através da linha que mais se ajusta aos pontos, ou
seja, o gráfico é obtido tomando-se o maior número
de pontos possíveis, como nos mostra, a seguir, o
gráfico deste exemplo.

a) Gráfico (em anexo)


b) A função é do tipo P = at + b
c) Os parâmetros da função são os coeficientes a
(coeficiente angular) e b (coeficiente linear).

18
a = ΔP/Δt = P2 – P1 / t2 – t1

Tomemos então os pontos P2 (pertencentes à reta, não


os pontos que encontramos para a construção do
gráfico, pois esses pontos são passíveis de erros) de
coordenadas (135,0;120,0) e P1 de coordenadas
(55,0;20,0); esses pontos são bem afastados entre si,
a fim de que os erros relativos das leituras sejam
pequenos.
a = ΔP/Δt = P2 – P1 / t2 – t1

a = [(120,0 – 20,0) /10,0] / [(135,0 – 55,0) /2,0]

19
Observação: dividimos as coordenadas dos pontos 1 e
2 pelos seus respectivos módulos de escala, pois ao
construirmos o presente gráfico multiplicamos os
valores das distâncias pelos respectivos módulos.

a = 0,250

A fim de encontrarmos o parâmetro b, escolhemos o


ponto 1 ou o ponto 2 e o substituímos na função, ou
seja, tomando o ponto 1 (55,0;20,0)

P = at + b

20,0/10 + 70,0 = 0,250.55,0/2,0+b

20
b = 65,1

Daí, a nossa equação será:

P = 0,250.t + 65,1

Observação: somamos o valor 70,0 ao valor de P1 na


função, pelo fato de termos atribuído o valor de GoY =
70,0 cmHg (deslocamos o eixo dos Y, ordenadas, em
70,0 cmHg); os coeficientes a e b devem conter três
algarismos significativos, pois as grandezas das
Tabelas são com três algarismos significativos.
Finalmente, teremos então o gráfico (em anexo) do
nosso problema:

21
Exercício
Trace o gráfico de y x x, utilizando um programa
de ajuste de curvas, por exemplo, o LAB FIT, e determine
os parâmetros da função
1. 1 2 3 4 5 6 7
X (m) 0,50 1,00 2,00 4,00 5,00 8,00 10,00
Y (m) 3,0 4,8 8,0 14,1 17,5 27,5 33,1

2. X (m) 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0


Y (m) 9,9 20,0 31,0 40,0 51,0 63,0 71,0

Você também pode gostar