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Espiritismo à esquerda: a tradição socialista

espírita no Brasil e na Argentina no século XX

Sinuê Neckel Miguel


UNICAMP
sinueneo@gmail.com
Resumo

• “Espiritismo à esquerda”
• Espiritismo politicamente neutro
• Dirigentes do movimento espírita argentino
• Movimento Universitário Espírita (1967-1974)
Antecedentes europeus das aproximações
entre socialismo e espiritismo

• Espiritismo como possibilidade de expressão


do socialismo
• Socialismo utópico e reencarnação
• Espíritas socialistas
• Espiritismo: tentativa de conciliação do
liberalismo com o socialismo utópico
O socialismo entre os espíritas na Argentina

• Cosme Mariño (1847-1927)


• Manuel Porteiro (1881-1936)
• Humberto Mariotti (1905-1982)
Cosme Mariño
• Comunismo como consagração do
cristianismo.
• Propriedade privada é conceito de origem
pagã.
• Simpático à doutrina social católica de Leão
XIII e antipático à revolução bolchevique.
Manuel Porteiro
• Adoção da crítica marxista ao capitalismo.
• Simpático à revolução russa.
• Maior precisão na definição dos princípios
sociais.
• Tese da Confederacion Espiritista Argentina
(CEA) no 5º Congresso Espírita Internacional,
em Barcelona, 1934.
Humberto Mariotti
• Socialismo como resultado de uma revolução
integral, espiritual e social.
• Amigo de Herculano Pires.
• Sua obra foi publicada também no Brasil.
• Parapsicologia y materialismo histórico,
publicada em Buenos Aires em 1963, é logo
publicada no Brasil em 1967 sob o título O
homem e a sociedade numa nova civilização.
O socialismo entre os espíritas no Brasil

• Discurso de neutralidade política do


espiritismo, funcional a adaptações
discursivas, simbólicas e políticas ao status
quo.
• Socialismo no mainstream:
• O Reformador
• Pedro de Camargo (Vinicius)
• Emmanuel
Herculano Pires
• O Reino (1946 e 1967)
• Reconhece a correção das críticas de Marx ao
capitalismo
• Movimento cristão universal para a instauração
do Reino de Deus (1946)
• Papel dos espíritas: educação e exemplo (1967)
• Doação de bens para instaurar a justiça social
• Recusa da violência revolucionária e da política
partidária.
Socialismo espírita no mainstream
• Conformismo gradualista.
• Oposição: reforma/paz/educação vs.
revolução/violência/política.
• Falta de densidade política.
Movimento Universitário Espírita (MUE) –
1967-1974
• A formulação mais engajada e consequente do
ideário socialista no âmbito do espiritismo brasileiro.
• Jovens universitários espíritas.
• Armando de Oliveira Lima e Adalberto Paranhos.
• Inspiração em:
• Intelectuais espíritas: Herculano Pires e Humberto
Mariotti
• Humanismo marxista e/ou cristão: Erich Fromm,
Paulo Freire, Teilhard de Chardin e Emmanuel
Mounier
Movimento Universitário Espírita (MUE) –
1967-1974
• O movimento espírita deve responder
politicamente aos problemas sociais
contemporâneos, colocando o espiritismo em
diálogo crítico com as ciências e as correntes
do pensamento que tivessem algo a dizer a
respeito, como o marxismo.
Rechaço ao MUE
• A maioria dos dirigentes e as principais
instituições espíritas rechaçaram o MUE,
inviabilizando sua atuação.
• O apelo para a ação política vs. Gradualismo
conformista (a via exclusiva da educação e da
evolução do indivíduo).
• Dicotomia sagrado vs. profano.

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