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Adão

ventura
Biografia
Adão Ventura Ferreira Reis, poeta e prosador conhecido por Adão Ventura,
nasceu em 5 de julho de 1946, em Santo Antônio do Itambé, então distrito
do Serro (MG). Filho de Sebastiana de José Teodoro e de José Ferreira dos
Reis, e neto de escravos, Adão Ventura viveu em péssimas condições,
tendo mudado para Belo Horizonte, em busca de vida melhor, e conseguido
se graduar em direito, pela Universidade Federal de Minas Gerais. No início
da carreira literária, em Minas Gerais, fez parte de uma consagrada
geração de escritores, que se revelou pelo Suplemento Literário do Minas
Gerais,

Depois de exercer várias atividades, mudou-se para Brasilia em 1989, onde


presidiu a Fundação Palmares entidade governamental dedicada à cultura
negra. Obteve prêmios com a sua poesia e tem obras traduzidas para o
inglés, espanhol, alemão e húngaro.
Adão escreveu "Abrir-se um abutre ou mesmo depois de deduzir dele o
azul" (1970), "As musculaturas do Arco do Triunfo" (1976), "A Cor da Pele"
(1981), "Jequitinhonha - Poemas do Vale" (1980), "Texturaafro" (1992) e
"Litanias de Cão" (2002). Foi professor de Literatura Brasileira na
University of New Mexico na década de 70 e Morreu em junho de 2004.
Poemas
“Para um negro”

para um negro
a cor da pele
é uma sombra
muitas vezes mais forte
que um soco.

para um negro
a cor da pele
é uma faca
que atinge
muito mais em cheio
o coração.
“Para um negro”

para um negro
a cor da pele
é uma sombra
muitas vezes mais forte
que um soco.

para um negro
a cor da pele
é uma faca
que atinge
muito mais em cheio
o coração.

Análise: O poema fala sobre como muitas das vezes as pessoas olham para os povos
negros com preconceito, deixando de lado o interior da pessoa, vendo a cor da pele alheia
como uma ameaça. Também fala sobre a força que as pessoas negras possuem e precisam
ter para enfrentar essa intolerância e hostilidade.

Estrutura: não possui rima, contém versos livres e é irregular. possui duas estrofes que
contém seis versos cada.
“Agora”

É hora
de amolar a foice
e cortar o pescoço do cão.

— Não deixar que ele rosne


nos quintais
da África.

É hora
de sair do gueto/eito
senzala
e vir para a sala
— nosso lugar é junto ao Sol.
“Agora”

É hora
de amolar a foice
e cortar o pescoço do cão.

— Não deixar que ele rosne


nos quintais
da África.

É hora
de sair do gueto/eito
senzala
e vir para a sala
— nosso lugar é junto ao Sol.

Análise: o poema fala sobre a desigualdade entre os povos brancos e


os negros, o preconceito e a diferença racial. Tendo como referência
nossos ancestrais que foram escravizados.

Estrutura: A estrutura do poema é irregular, contém versos livres, pois


não há métrica e não há rima. Possui três estrofes, com três versos
nas duas primeiras e cinco versos na última estofe.
”Preconceito”

– Muitas vezes
a cor da pele
é uma grande parede.

Daí
o abraço frouxo,
o beijo mal dado
e o sorriso amarelo.
”Preconceito”

– Muitas vezes
a cor da pele
é uma grande parede.

Daí
o abraço frouxo,
o beijo mal dado
e o sorriso amarelo.

Análise: Este poema novamente nos mostra a desigualdade racial e o


preconceito, trazendo como pauta a diferença de como as pessoas tratam
os povos negros, muitas vezes com receio e até mesmo medo. Assim,
causando uma distância entre as etnias.

Estrutura: o poema também não possui rima, contém versos livres e sem
métrica, sendo assim irregular. O poema possui apenas duas estrofes e
três versos cada.
Muito obrigado

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