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Desde o tempo dos faraós até nossos dias, o objetivo básico da álgebra

continua o mesmo:

Permitir a solução de problemas matemáticos que


envolvam números desconhecidos.
Um papiro egípcio de 3 600 anos,
chamado Papiro de Rhind (em
homenagem a um antiquário
escocês Henry Rhind, que o
adquiriu em uma loja de Luxor,
no Egito, em 1858) mostra,
através do famoso problema “Ah,
seu inteiro, seu sétimo fazem 19”,
que o homem já se aventurava,
desde aquela época, nos
domínios da álgebra.
Para desenvolver o problema e mantê-lo
inalterável, enquanto as manipulações
procuram simplificá-lo, deve-se traduzir a
relação entre números conhecidos e
desconhecidos por meio de uma equação.
Muitas pessoas, depois que deixam a escola, atravessam a vida inteira
sem precisar resolver uma só equação algébrica, mas no mundo em que
vivem, tais equações são indispensáveis para reduzir problemas
complexos a termos simples.
Hoje, as equações são usadas em muitos campos diferentes. Resolvemos
equações para determinar o lucro de uma firma, para calcular a taxa de uma
aplicação financeira, para projetar aviões e naves espaciais, para encontrar as
correntes de uma rede elétrica, para fazer a previsão do tempo etc..
Os processos da álgebra levados para a vida moderna são decisivos muitas
vezes, para resumir experiências realizadas ou desenvolver roteiros que
nos levam até a entender mistérios da natureza.
Tente responder as questões abaixo:

1) Queremos cortar um pedaço 2) Agora se quer cortar um pedaço de


de barbante de 30 cm de barbante, também com 30 cm de
comprimento em duas partes não comprimento, em duas partes de forma
necessariamente iguais. Quanto que uma dessas partes meça o dobro da
deverá medir cada parte? outra. Quanto deverá medir cada parte?

3) O que se deseja é dividir um pedaço de 4) Ache um número que:


barbante de 35 cm de comprimento em
a) adicionado ao seu triplo
quatro partes de modo que uma dessas
resulte 20.
parte seja igual ao triplo de uma das
outras três, quanto deverá medir cada b) somado com o seu quadrado
parte? resulte 30.
A maneira como a matemática se desenvolveu fez com que os matemáticos
passassem a usar as letras dos alfabetos mais conhecidos para representar uma
expressão matemática.

Assim, por exemplo, a soma de dois números


racionais quaisquer pode ser representada por:
Começam a surgir, então, as sentenças matemáticas, ou seja, duas expressões
matemáticas ligadas por um verbo. Por exemplo:

a área do retângulo é igual ao produto da


medida da base pela altura
Com isso, surgiram as sentenças matemáticas com o sinal =, que
indica uma igualdade. Quando a igualdade apresenta um ou mais
elementos desconhecidos, chama-se equação.

Para encontrar a solução de um


problema utilizamos os
conhecimentos e as habilidades
de cálculo que possuímos. Mas,
conhecimentos e técnicas de
cálculo apenas não são
suficientes: raciocínio, lógica e
imaginação são também
necessários quando procuramos
o caminho que nos levará mais
fácil e rapidamente a resposta
correta.
Equações na Antiguidade

Naquele dia de março de 415, uma multidão de romanos, gregos e egípcios,


judeus e cristãos, escravos e homens livres andava pelas ruas de Alexandria. Situada
no delta do Nilo, Alexandria era um centro comercial e cultural.
O museu da cidade era ponto de encontro de sábios de todo Império
Romano do Oriente. Era para o museu que ia aquela bonita jovem. Na carroça que a
levava pelas ruas cheias de gente, talvez pensasse nas conferências que costumava
dar. Freqüentemente falava sobre o matemático Diofanto, grande estudioso em
álgebra, que tinha morrido pouco antes. Fazia tempo que ela se dedicava a estudar o
trabalho do mestre, a escrever e dar aulas sobre ele.
De repente, até hoje ninguém sabe por quê, um grupo de desordeiros parou
a carroça e, a golpes de afiadas conchas de ostra, matou a jovem conferencista.
Assim o mundo perdeu Hipatia, a primeira mulher matemática da história.
Sabe-se pouco sobre Diofanto, um
matemático grego que viveu no séc III d.C.
Ele ficou conhecido como “pai da álgebra”,
pois foi o primeiro a usar símbolos com
significados próprios ao trabalhar problemas.
A obra de Diofanto comportava símbolos
e abreviações semelhantes que hoje usamos.
Sua principal obra foi encontrar soluções para
equações indeterminadas cujas raízes são
números inteiros, ou seja, estudava soluções
para problemas do tipo:

Neusa tem o dobro mais uma


laranja que Emílio. Quantas laranjas
tem cada um?
Esse problema se equaciona na forma:

Neusa
Neusa Emílio
Emílio

Este problema é indeterminado, pois:


Neusa pode ter 3 laranjas e Emílio 1.
Neusa pode ter 5 laranjas e Emílio 2; e assim por diante.
Esse fato caracteriza que o problema admite mais que uma solução, portanto
chama-se indeterminado.
Equações destes tipos recebem o nome de equações Diofantinas.
Apesar de se conhecer muito pouco sobre Diofanto, conta que é possível
saber a idade com que ele faleceu, através de uma inscrição que figura em seu
sepulcro sob a forma de um exercício matemático:

Caminhante! Aqui foram sepultados os restos de Diofanto.


E os números podem, ó milagre!
Revelar quão dilatada foi sua vida...
Cuja sexta parte constituiu sua linda infância...
Transcorrera uma duodécima parte de sua vida,
quando seu queixo se cobriu de penugem....
A sétima parte de sua existência, transcorreu num matrimônio estéril...
Passado um qüinqüênio, fê-lo feliz o nascimento de seu preciso primogênito...
O qual entregou seu corpo sua formosa existência, que durou apenas a
Metade de seu pai, à terra...
E com dor profunda desceu à sepultura, tendo sobrevivido quatro anos ao
falecimento de seu filho....
Diz-me quantos anos vivera Diofante
Quando lhe sobreveio a morte?
Esta mesma inscrição poderá ser vista da seguinte forma:

...
Cuja sexta parte constituiu sua linda infância...
Transcorrera uma duodécima parte de sua vida, ...
quando seu queixo se cobriu de penugem.... A minha infância durou 1/6 de
A sétima parte de sua existência, transcorreu num minha vida, a barba surgiu após
matrimônio estéril... 1 /12 depois de outro 1/7 de
Passado um qüinqüênio, fê-lo feliz o nascimento de minha vida, casei-me. 5 anos
seu preciso primogênito... depois nasceu meu filho, que
O qual entregou seu corpo sua formosa existência, viveu somente a metade de
que durou apenas a metade de seu pai, à terra... minha idade. Morri 4 anos após
E com dor profunda desceu à sepultura, tendo a morte do meu filho....
sobrevivido quatro anos ao falecimento de seu
filho....
...
Utilizamos sempre o mesmo método de resolução. Primeiramente,
chamamos de x o número que queríamos calcular, a incógnita. Em seguida,
traduzimos o problema para a linguagem matemática, isto é, equacionamos
o problema. Depois, usando propriedades matemáticas, descobrimos o valor
de x. E finalmente, chegamos à resposta do problema.

Resumindo, temos então as duas seguintes etapas:

Escrevemos a equação do problema, com


base nas informações dadas no próprio
problema;

Resolvemos a equação, para encontrar o


valor de x.
Vamos treinar a tradução para a linguagem matemática, utilizando
apenas símbolos matemáticos, escreva as seguintes expressões:

a) O triplo de um número é igual a 10. 3x = 10

b) A soma de um número com três é igual a 15. x + 3 = 15

c) O quádruplo de um número resulta 90. 4x = 90

d) A diferença entre um número e dois faz 36. x - 2 = 36

e) A terça parte de um número é igual a 66.

f) Os três quartos de um número é igual a 20.


g) A soma de um número com sua metade
resulta 45.

h) A soma de cinco com o triplo de um número


5 + 3x = 67
é igual a 67.

i) A quinta parte de um número é 46.

x
__
j) A décima parte de um número faz 78. = 78
10

k) O dobro de um número somada ao triplo de


2x + 3y = 96
outro número é igual a 96.

f) A soma de três números resulta 123. x + y + z = 123


m) O produto de três números é igual a 34. xyz = 34

n) Um número p, aumentado de vinte e cinco


p + 25 = 90
faz 90.

o) A diferença entre o quíntuplo e a quinta _


parte de um número x resulta 56.

p) Um número par mais 5 é igual a 89. x é par → x + 5 = 89

q) Um número ímpar menos 5 é igual a 78. x é ímpar → x - 5 = 78


r) Três números consecutivos totalizam 100. x + (x + 1) + (x + 2) = 100

s) Três números pares consecutivos x é par →


perfazem 128. x + (x + 2) + (x + 4) = 128

t) Três números ímpares consecutivos é x é ímpar →


igual a 990. x + (x + 2) + (x + 4) = 990
Para as atividades que se seguem imaginem uma balança de dois braço
em equilíbrio!

1) Qual é o peso do cachorro? 9kg

2) Desenvolva a Equação. x + 16 = 25
3) Os dois sacos tem pesos iguais.
Quanto pesa cada saco? 6kg

4) Desenvolva a Equação. 2x = 12
5) As 3 caixas possuem o mesmo
peso. Qual o peso de cada caixa? 6kg

6) Desenvolva a Equação. 3x = 18
7) Qual o peso do coelho? 2kg

8) Desenvolva a Equação. x+1+1+1=1+1+1+1+1 x+3=5


9) As bolsas são iguais. Qual o peso de
5kg
cada uma?

10) Desenvolva a Equação. 2x = x + 3 + 2 2x = x + 5


11) A balança não está em posição de equilíbrio.
13 < 18
Represente simbolicamente esta situação.

Fique atento às próximas atividades para que você possa tirar algumas
conclusões importante!
Considere uma balança com os pratos em
equilíbrio.

Se trocarmos os pratos O equilíbrio se mantém.

Se acrescentarmos elementos de O equilíbrio


mesmo peso em cada um dos pratos se
mantém.
Considere outra balança com os pratos em
equilíbrio.

Se retirarmos elementos de mesmo peso O equilíbrio se


de cada um dos pratos mantém.
Se duas balanças estão em
equilíbrio:

Podemos somar o conteúdo dos pratos O equilíbrio se


do mesmo lado. mantém.
As Equações de Copo de Feijão

Este material representa as técnicas de resolução de equações de 1º. Grau


com uma incógnita, chamando a atenção para a “ mudança de membro na equação”.
Nas primeiras vezes em que for usado deve-se considerar como principio
fundamental o equilíbrio dos membros da equação. Nestes primeiros casos deve-se
perceber que retirar ou acrescentar números iguais a cada membro da equação
corresponde a mudá-los de membro da tal forma que realizem a operação inversa. Só
então é que o procedimento de passar de um membro na equação pode se tornar
automático.

Neste material cada copo representa a


incógnita x, os feijões brancos unidades
positivas, os feijões pretos unidades negativas
e os copos invertidos, o inverso aditivo da
incógnita (-x).
A seguir representamos algumas sugestões, gradativamente mais elaboradas,
acompanhadas da equação correspondente:

1º Exemplo:
2º Exemplo:
3º Exemplo:
4º Exemplo:
5º Exemplo:
6º Exemplo:

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