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Pós-Graduação em Estruturas e Construção Civil - UnB

Estruturas Metálicas
Aula 05: Ligações com conectores

Professor: Pedro Cunha

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INTRODUÇÃO
• Vários aspectos diferenciam as estruturas de aço dos outros tipos de
estruturas, um dos mais significativos refere-se as ligações presentes
entre as peças que compõem a estrutura.

• As ligações são constituídas por dois tipos de componentes:


o Os elementos de ligação
o Dispositivos de ligação

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INTRODUÇÃO
• Elementos de ligação
São componentes que facilitam ou que permitem a transmissão dos
esforços gerados na estrutura.

o Enrijecedores;
o Placas de base;
o Cantoneiras de assentos;
o Chapas de nós de treliças (chapas gusset);
o Entre outros.

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INTRODUÇÃO
• Dispositivos de Ligação
São componentes que proporcionam a união entre os elementos de
ligação e as partes da estrutura que se deseja conectar.

o Conectores

o Soldas

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INTRODUÇÃO

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INTRODUÇÃO
As ligações parafusadas são empregadas em grande escala nas ligações de
partes das estruturas nas montagens finais de campo e nas fábricas.

VANTAGENS:
• Rapidez nas ligações de campo;
• Emprego em locais onde não há energia elétrica;
• Pouca mão de obra e não muito qualificada;
• Melhor resposta as tensões de fadiga

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INTRODUÇÃO
As ligações parafusadas são empregadas em grande escala nas ligações de
partes das estruturas nas montagens finais de campo e nas fábricas.

DESVANTAGENS:
• Verificação de áreas líquidas e esmagamento das peças;
• Previsão antecipada de parafusos na obra;
• Realizar pré-montagem na fábrica.

Na montagem da estrutura, aspectos econômicos aliados a facilidades


práticas geralmente levam a uma maior utilização da solda nas operações
de fábrica e do parafuso no canteiro de obras.
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INTRODUÇÃO

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INTRODUÇÃO

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INTRODUÇÃO

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INTRODUÇÃO

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INTRODUÇÃO

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INTRODUÇÃO

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INTRODUÇÃO
Classificação das ligações:
De acordo com o grau de impedimento da rotação relativa das barras unidades,
as ligações podem ser classificadas em: Rígidas, flexíveis ou semirrígidas.

Ligação rígida
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INTRODUÇÃO
Classificação das ligações:
De acordo com o grau de impedimento da rotação relativa das barras unidades,
as ligações podem ser classificadas em: Rígidas, flexíveis ou semirrígidas.

Ligação flexível
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INTRODUÇÃO
Classificação das ligações:

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INTRODUÇÃO
Classificação das ligações:
• Função dos enrijecedores em ligações

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INTRODUÇÃO
Ligações usuais:
• Nós de treliças

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INTRODUÇÃO
Ligações usuais:
• Ligação de viga e pilar de alma cheia (flexíveis)

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INTRODUÇÃO
Ligações usuais:
• Ligação de viga e pilar de alma cheia (rígidas)

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INTRODUÇÃO
Ligações usuais:
• Ligação entre vigas

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INTRODUÇÃO
Ligações usuais:
• Emenda de pilares

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INTRODUÇÃO
Ligações usuais:
• Emenda de vigas

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TIPOS DE CONECTORES E LIGAÇÕES
O conector é um meio de união que trabalha através de furos feitos nas
chapas.

• Rebites;

• Parafusos comuns;

• Parafusos de alta resistência.

OBS.: Em estruturas fabricadas a partir de 1950, as ligações rebitadas foram


substituídas por ligações parafusadas ou soldadas.
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TIPOS DE CONECTORES E LIGAÇÕES
• Rebites
o São conectores instalados a quente, o produto final apresenta duas
cabeças;
o Pelo resfriamento, o rebite aperta as chapas entre si; O esforço de
aperto é, entretanto, muito variável, não se podendo garantir um valor
mínimo a considerar nos cálculos;
o Os rebites eram calculados pelos esforços transferidos por apoio do
fuste nas chapas e por corte na seção transversal do fuste.

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TIPOS DE CONECTORES E LIGAÇÕES
• Rebites

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TIPOS DE CONECTORES E LIGAÇÕES
• Parafusos comuns
o São comumente, forjados com aço-carbono de baixo teor de carbono,
em geral segundo a especificação ASTM A307;
o Em uma extremidade apresenta cabeça quadrada ou sextavada e na
outra uma rosca com porca;

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TIPOS DE CONECTORES E LIGAÇÕES
• Parafusos comuns

• O comprimento do parafuso deve ser


tal que, após a intalação, a
extremidade coincida com a face
externa da porca ou ultrapasse essa
face.

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TIPOS DE CONECTORES E LIGAÇÕES
• Parafusos comuns
o São instalados com aperto normal, que mobiliza atrito entre as chapas.
Entretanto, esse tipo de aperto nas chapas é muito variável, não podendo
garantir valor mínimo a considerar nos cálculos.

o Desse modo, são dimensionados através das tensões de apoio e de corte.

o Ou seja, constituem uma ligação do tipo apoio.

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TIPOS DE CONECTORES E LIGAÇÕES
• Parafusos comuns
o Na ligação do tipo apoio, a transmissão dos esforços se dá por apoio
das chapas no fuste do parafuso e por esforço de corte na seção
transversal do parafuso.

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TIPOS DE CONECTORES E LIGAÇÕES
• Parafusos comuns
o Ligação tipo apoio:
Tensão de corte no parafuso –

Tensão de apoio do conector na chapa –

F: esforço transmitido por um conector em um plano de corte.


t: espessura da chapa.
d: diâmetro nominal do conector.
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TIPOS DE CONECTORES E LIGAÇÕES
• Parafusos de alta resistência
o São feitos com aços tratados termicamente. O tipo mais usual é o ASTM
A325.

o Podem ser instalados com esforços de tração mínimos garantidos


(protensão inicial), os quais podem ser levados em conta nos cálculos.

o Nos casos em que se quer impedir qualquer movimento entre chapas,


aplica-se a protensão inicial, constituindo uma ligação do tipo atrito.

o Quando são tolerados pequenos deslizamentos, aplica-se aperto normal,


constituindo uma ligação do tipo apoio.
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TIPOS DE CONECTORES E LIGAÇÕES
• Parafusos de alta resistência
o Ligação do tipo atrito
A transmissão do esforço F entre chapas se dá por atrito entre as
mesmas, com o parafuso sujeito apenas à tração de instalação.

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TIPOS DE CONECTORES E LIGAÇÕES
• Parafusos de alta resistência
o Ligação do tipo atrito
O aperto com proteção inicial é feito de maneira que o parafuso
desenvolva em seu corpo uma força de protensão mínima equivalente a
aproximadamente 70% da sua força de tração resistente nominal.

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TIPOS DE CONECTORES E LIGAÇÕES
• Parafusos de alta resistência
o Ligação do tipo atrito

Torquímetro Métodos alternativos


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TIPOS DE CONECTORES E LIGAÇÕES
• Parafusos de alta resistência
o Ligação do tipo atrito
 Apesar da força de protensão inicial, o dimensionamento deve ser
realizado no estado limite último, considerando tensões de corte ou de
apoio, conforme feito no parafuso comum.

 Contudo, nas ligações em que um possível deslizamento for prejudicial


(cargas reversíveis com ou sem fadiga), deve-se a resistência ao
deslizamento para cargas em serviço.

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TIPOS DE CONECTORES E LIGAÇÕES
• Parafusos de alta resistência
o Aperto com protensão inicial
É obrigatório o uso de parafusos de alta resistência com protensão
inicial nas seguintes situações:
 Na emendas de pilares de estruturas de múltiplos pavimentos com
mais de 40 m de altura;
 Nas ligações de vigas com pilares e com quaisquer outras vigas
(Estruturas com mais de 40 m de altura);
 Em estruturas de pontes rolantes de capacidade nominal superior a 50
kN;
 Nas ligações de peças sujeitas a ações que produzam impactos ou
tensões reversas. 37
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TIPOS DE CONECTORES E LIGAÇÕES
• Parafusos de alta resistência
o Aperto com protensão inicial
Além de quando forem usados:

 Parafusos ASTM A490 sujeitos a tração ou tração e cisalhamento;

 Parafusos ASTM A325 sujeitos a tração ou tração e cisalhamento, quando


o afrouxamento ou a fadiga devidos a vibração ou flutuações de solicitação
precisar ser considerado no projeto.

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TIPOS DE CONECTORES E LIGAÇÕES
• Comportamento das ligações parafusadas

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TIPOS DE CONECTORES E LIGAÇÕES
• Classificação das ligações quando ao tipo de esforço solicitante

Ligação por corte


Ligação por tração

Ligação por corte e tração


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TIPOS DE CONECTORES E LIGAÇÕES
• Classificação das ligações quando ao tipo de esforço solicitante

Corte simples Corte duplo Corte múltiplo

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TIPOS DE CONECTORES E LIGAÇÕES
• Ruptura do conector

Por tração

Por corte

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DISPOSIÇÃO CONSTRUTIVAS
• Furação de chapas
o Os conectores são instalados em furos feitos nas chapas.

o O furo-padrão para parafusos comuns deverá ter uma folga de 1,5 mm em


relação ao diâmetro nominal do parafuso d. (d’ = d + 1,5 mm)

o O processo mais econômico de furar é o puncionamento, feito para chapas


com espessura de até o diâmetro nominal do parafuso mais 3 mm.

o Para chapas mais grossas, os furos deverão se abertos com broca ou por
punção, com o diâmetro pelo menos 3 mm inferior ao definitivo, e
posteriormente, alargados com broca.
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DISPOSIÇÃO CONSTRUTIVAS
• Furação de chapas
o Como a punção danifica uma parte do material da chapa, para os cálculos
deve-se considerar o diâmetro fictício a seguir:
Diâmetro fictício = d’ + 2 mm = d + 3,5 mm
o Além do furo-padrão, as ligações podem ser feitas com furos alargados ou
alongados.

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DISPOSIÇÃO CONSTRUTIVAS
• Furação de chapas
o Os furos alargados e alongados só devem ser usados em situações
especiais, para atender a dificuldade de montagem.

o Para o alargamento ou alongamento na direção da força, deve-se


considerar uma ligação do tipo atrito.

o Na direção normal a força, podem ser usados em ligações do tipo


apoio.

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DISPOSIÇÃO CONSTRUTIVAS
• Furação de chapas
o Os furos alargados e alongados só devem ser usados em situações
especiais, para atender a dificuldade de montagem.

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DISPOSIÇÃO CONSTRUTIVAS
• Espaçamentos dos conectores
o Mínimos para furos do tipo padrão

 Distância entre bordas de furo deve ser de no mínimo o diâmetro do parafuso.

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DISPOSIÇÃO CONSTRUTIVAS
• Espaçamentos dos conectores
o Máximos
São aplicados para impedir penetração de água e sujeira nas
interface. São dados em função da espessura t da chapa mais fina.

 24 t (< 300 mm) para elementos pintados ou não-sujeitos à corrosão;

 14 t (< 180 mm) para elementos sujeitos à corrosão, executados com


ações resistentes a corrosão, não pintados.

 A distância máxima de um conector à borda da chapa é tomado igual


a 12 t (< 150 mm).

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DISPOSIÇÃO CONSTRUTIVAS
• Padronização de espaçamentos
Nas linha de produção, procura-se utilizar conjuntos padronizados de
brocas ou punções, que economizam tempo. Por exemplo:

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DIMENSIONAMENTO DOS CONECTORES E DOS EL. DA
LIGAÇÃO
• Resistências dos aços utilizados nos conectores

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DIMENSIONAMENTO DOS CONECTORES E DOS EL. DA
LIGAÇÃO
• Tipos de rupturas em ligações com conectores

Ovalização do Rasgamento da Ruptura da


Corte fuste do
furo chapa seção líquida
conector
(plastificação)
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DIMENSIONAMENTO DOS CONECTORES E DOS EL. DA
LIGAÇÃO
• Resistência ao deslizamento em ligações por atrito
o Verificação do estado limite de serviço: Ligações com furos-padrão e
furos pouco alongados ou muito alongados com alongamentos
transversais à direção da força aplicada.

o Verificação do estado limite último: Ligações com furos alargados e


furos alongados com alongamento paralelos a direção da força aplicada,
o deslizamento, por levar a deformações muito elevadas da estrutura,
pode conduzir a alguma forma de colapso.

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DIMENSIONAMENTO DOS CONECTORES E DOS EL. DA
LIGAÇÃO
• Resistência ao deslizamento em ligações por atrito
o Na situações em que o deslizamento é um estado-limite de serviço:

𝑅 𝑎𝑡 ,𝑘 ≥ 𝐹 𝑠 , 𝑘 Onde: (
𝑅 𝑎𝑡 ,𝑘 ¿ 0 ,80 𝜇 𝐶 h 𝐹 𝑇𝑏 𝑛 𝑠 1 −
𝐹 𝑡 , 𝑆𝑘
0 ,80 𝐹 𝑇𝑏 )

μ: é o coeficiente médio de atrito, definido a seguir:


a) 0,35 para superfície classe A, isto é, superfície laminadas, limpas, isentas de óleos
ou graxas, sem pintura, e para superfícies classe C, isto é, superfícies galvanizadas a
quente com rugosidade aumentada manualmente por meio de escova de aço (não é
permitido o uso de máquinas);
b) 0,50 para superfícies classe B, isto é, superfícies jateadas sem pinturas;
c) 0,20 para superfícies galvanizadas a quente.
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DIMENSIONAMENTO DOS CONECTORES E DOS EL. DA
LIGAÇÃO
• Resistência ao deslizamento em ligações por atrito
o Na situações em que o deslizamento é um estado-limite de serviço:

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DIMENSIONAMENTO DOS CONECTORES E DOS EL. DA
LIGAÇÃO
• Resistência ao deslizamento em ligações por atrito
o Na situações em que o deslizamento é um estado-limite de serviço:
Ch: é um fator de furo, igual a:
a) 1,0 para furos-padrão;
b) 0,85 para furos alargados ou pouco alongados;
c) 0,70 para furos muito alongados.
ns: é o número de planos de deslizamento;

Ft,Sk: é a força de tração solicitante característica no parafuso que reduz a força de


protensão, calculada com as combinações de ações raras de serviço, ou
simplificadamente, tomada igual a 70% da força de tração solicitante de cálculo.
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DIMENSIONAMENTO DOS CONECTORES E DOS EL. DA
LIGAÇÃO
• Elementos de ligação
No dimensionamento de uma ligação, devem ser verificados também os
enrijecedores, as chapas de ligação, as cantoneiras, os consoles e todas as
parte ligadas afetadas localmente pela ligação.

o Elementos submetidos à tração:


Devem ser verificadas a ruptura da seção líquida e escoamento da
seção bruta (Peças tracionadas).

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DIMENSIONAMENTO DOS CONECTORES E DOS EL. DA
LIGAÇÃO
• Elementos de ligação
o Elementos submetidos à compressão:
Para elementos com esbeltez pequena (Kl/i < 25):
𝐴𝑔 𝑓 𝑦
𝑅𝑑 ≤
𝛾 𝑎1

Em caso contrário (Kl/i > 25) o elemento fica sujeito à flambagem


e devem ser seguidas as prescrições de peças comprimidas.

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DIMENSIONAMENTO DOS CONECTORES E DOS EL. DA
LIGAÇÃO
• Elementos de ligação
o Elementos submetidos à cisalhamento:
São dimensionadas com base nas resistências ao escoamento da
seção bruta:
𝐴𝑔 (0 , 6 𝑓 𝑦 ) para esforços decorrentes de
𝑅 𝑑=
𝛾𝑎 1 combinações normais de ações

E ruptura da seção líquida:


𝐴𝑛 ( 0 , 6 𝑓 𝑢 )
𝑅 𝑑=
𝛾𝑎2

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DIMENSIONAMENTO DOS CONECTORES E DOS EL. DA
LIGAÇÃO
• Elementos de ligação
o Cisalhamento de bloco:

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DIMENSIONAMENTO DOS CONECTORES E DOS EL. DA
LIGAÇÃO
• Elementos de ligação
o Cisalhamento de bloco: Rd  1  0,60 f u Anv  Cts f u Ant   1  0, 60 f y Agv  Cts f u Ant 
a2 a2

Agv: é a área bruta sujeita a cisalhamento;


Anv: é a área líquida sujeita a cisalhamento;
Ant: é a área líquida sujeita à tração;
Cts: é igual a 1,0 quando a tensão de tração na área líquida for uniforme, e
igual a 0,5 quando for não-uniforme (As Figuras 18-b e 18-c, da NBR
8800:2008, ilustram situações típicas, respectivamente, para Cts = 1,0 e Cts =
0,5). 60
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CONSIDERAÇÕES PARA ALGUNS TIPOS DE LIGAÇÕES
• Distribuição de esforços entre conectores
o A distribuição de esforços entre conectores de uma ligação é bastante
variável devido a sensibilidade a fatores como:
 Imperfeições geométricas oriundas da fabricação por corte, furação e
solda;
 Existência de tensões residuais.

o Na prática, o cálculo dos esforços solicitantes: adota-se um equilíbrio de


forças e verifica-se a resistência dos elementos envolvidos.

o Considera-se que os elementos da ligação são rígidos e que os conectores


se deslocam em função do movimento relativo entre os elementos ligados.
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CONSIDERAÇÕES PARA ALGUNS TIPOS DE LIGAÇÕES
• Ligação axial por corte
o Ligação axial por corte com diversos conectores: admite-se que o
esforço transmitido se distribua igualmente entre os conectores;

o Deformações em regime elástico: os primeiros conectores em carga


absorvem maiores parcelas de esforços;
o Com o aumento dos esforços, os conectores sofrem deformações
plásticas, transferindo-se os esforços adicionais para os conectores
intermediários.

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CONSIDERAÇÕES PARA ALGUNS TIPOS DE LIGAÇÕES
• Ligação axial por corte

Regime elástico

Regime plástico

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CONSIDERAÇÕES PARA ALGUNS TIPOS DE LIGAÇÕES
• Ligação axial por corte
o Se a ligação for longa, poderá ocorrer ruptura dos conectores de
extremidade antes que se atinja a uniformidade dos esforços nos
conectores;

o De acordo com a NBR 8800, se L > 1270 mm a força F solicitante deve


ser multiplicada por 1,25 para levar em conta a distribuição não
uniforme de esforços entre parafusos;
o Contundo, a distribuição uniforme de esforços cisalhantes entre
conectores permite que o cálculo da resistência à corte de um grupo n de
conectores seja obtida multiplicando-se por n a resistência de um
conector.
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CONSIDERAÇÕES PARA ALGUNS TIPOS DE LIGAÇÕES
• Ligação excêntrica por corte
o Os conectores ficam submetidos apenas ao corte, mas a linha de ação
da força não passa pelo centro de gravidade dos parafusos.

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CONSIDERAÇÕES PARA ALGUNS TIPOS DE LIGAÇÕES
• Ligação excêntrica por corte
o A carga centrada F se admite igualmente distribuída entre os
conectores (comportamento plástico). Sendo n o número de
conectores, cada um recebe a carga:
𝐹
𝑛

o Para o momento M = Fe, admite-se que a placa constitua um disco


rígido e que os conectores sejam seus apoios elásticos com
coeficientes de rigidez k.

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CONSIDERAÇÕES PARA ALGUNS TIPOS DE LIGAÇÕES
• Ligação excêntrica por corte
o O esforço R é perpendicular a distância r. Suas componentes podem
ser determinados por:
𝑀
𝑅 𝑥= 𝑦
∑𝑟 2

𝑀
𝑅𝑦 = 𝑥
∑𝑟 2

o O esforço total de corte no conector resulta da soma vetorial dos


efeitos da força centrada e dos momentos.

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CONSIDERAÇÕES PARA ALGUNS TIPOS DE LIGAÇÕES
• Ligação a tração
o Nas ligações com parafusos tracionados, a restrição à deformação
das extremidades laterais da chapa de ligação provocam o
aparecimento das forças Q nas extremidades.

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CONSIDERAÇÕES PARA ALGUNS TIPOS DE LIGAÇÕES
• Ligação a tração
o O valor de Q depende da espessura da chapa de ligação. Quanto mais
espessa, menor o efeito de alavanca.

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CONSIDERAÇÕES PARA ALGUNS TIPOS DE LIGAÇÕES
• Ligação a tração
o O efeito de alavanca deve ser considerado da seguinte maneira (NBR 8800).

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CONSIDERAÇÕES PARA ALGUNS TIPOS DE LIGAÇÕES
• Ligação a tração
o O efeito de alavanca deve ser considerado da seguinte maneira (NBR 8800).

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CONSIDERAÇÕES PARA ALGUNS TIPOS DE LIGAÇÕES
• Ligação a tração
o No dimensionamento, deve-se verificar:

OBS.: Para que todo o procedimento


de cálculo apresentado seja válido, a
dimensão a não pode ser inferior à
dimensão b.

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Exercício 1:
Duas chapas de 204 mm x 12,7 mm (1/2”) em aço ASTM A36 são emendadas com
chapas laterais de 9,5 mm (3/8”) e parafusos comuns (A307) f 22 mm. As chapas
estão sujeitas às forças Ng = 200 kN, oriunda de carga permanente, e Nq = 100 kN,
oriunda de carga varável decorrente do uso da estrutura. Verificar a segurança da
emenda no estado limite último com combinação normal de ações

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Estruturas Metálicas – Prof. Pedro Cunha
Exercício 1:

Esforço solicitante de cálculo:


𝑁 𝑑=1, 4 ×200 +1 ,5 × 100=430 𝑘𝑁

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Exercício 1:
b) Pressão de apoio e rasgamento da chapa
b) Pressão de apoio:
2 , 4 × 𝑑 ×𝑡 × 𝑓𝑢
𝑅 𝑑=
𝛾𝑎 2
b) Rasgamento da chapa:
1 , 2× 𝑎 × 𝑡 × 𝑓𝑢
𝑅 𝑑=
𝛾𝑎2
c) Tração na chapa 12,7 mm (1/2”)
c.1) Ruptura da seção líquida:
𝐴𝑛 × 𝑓𝑢
𝑅 𝑑=
𝛾 𝑎2

a) Corte (corte duplo dos parafusos): c.2) Escoamento da seção bruta:


𝐴𝑔 × 𝑓𝑦
0 , 4 × 𝐴𝑔× 𝑓𝑢 𝑅 𝑑=
𝑅 𝑑= 𝛾 𝑎1
𝛾𝑎 2
d) Ruptura por cisalhamento do bloco:

1 1
Rd 
a2
 0 , 60 f A
u nv  Cts u nt 
f A 
a2
 0, 60 f y Agv  Cts f u Ant 
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Estruturas Metálicas – Prof. Pedro Cunha
Exercício 1:
a) Corte (corte duplo dos parafusos):
0 , 4 × 𝐴𝑔× 𝑓𝑢
𝑅 𝑑=
𝛾𝑎 2

𝜋 ×∅2 𝜋 ×2 , 22
𝐴 𝑔= × 6= ×6=𝟐𝟐 ,𝟖𝟏 𝒄𝒎²
4 4

Parafusos comuns (A307) f 22 mm

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Estruturas Metálicas – Prof. Pedro Cunha
Exercício 1:
b) Pressão de apoio e rasgamento da chapa:
b) Pressão de apoio:
2 , 4 × 𝑑 ×𝑡 × 𝑓𝑢
𝑅 𝑑=
𝛾𝑎 2
𝑑=2 , 2𝑐𝑚
𝑡 =1 , 27 𝑐𝑚
𝑓𝑢=40 𝑘𝑁 /𝑐𝑚 ²
b) Rasgamento da chapa:
1 , 2× 𝑎 × 𝑡 × 𝑓𝑢
𝑅 𝑑=
furo padrão
𝛾𝑎2
( 2 ,2+ 0 , 15)
𝑎=5 ,1 − =3 , 93 𝑐𝑚< 2 𝑑
2

𝑡 =1 , 27 𝑐𝑚

𝑓𝑢=40 𝑘𝑁 /𝑐𝑚 ²

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Estruturas Metálicas – Prof. Pedro Cunha
Exercício 1: c) Tração na chapa 12,7 mm (1/2”)
c.1) Ruptura da seção líquida:
𝐴𝑛 × 𝑓𝑢
𝑅 𝑑=
𝛾 𝑎2

c.2) Escoamento da seção bruta:


𝐴𝑔 × 𝑓𝑦
𝑅 𝑑=
𝛾 𝑎1

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Estruturas Metálicas – Prof. Pedro Cunha
Exercício 1:
d) Ruptura por cisalhamento do bloco:

1 1
Rd 
a2
 0 , 60 f A
u nv  Cts u nt 
f A 
a2
 0, 60 f y Agv  Cts fu Ant 

𝐴 𝑔𝑣 =12, 1 ×1 , 27 ×2=30 , 7 𝑐𝑚 ²

𝐴 𝑛𝑣 =(12 , 1− 1, 5 × 2, 55) ×1 , 27 ×2=21 , 02𝑐𝑚 ²

𝐴 𝑛𝑡 =(7 , 6 −1 , 0 ×2 , 55) ×1 , 27=6 , 4 𝑐𝑚 ²

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Estruturas Metálicas – Prof. Pedro Cunha
Exercício 2:
O tirante de uma treliça é constituído por duas cantoneiras de 63 x 6,3 mm (2 ½’” x
¼”) com ligação a uma chapa de nó da treliça com espessura 6,3 mm, utilizando
parafusos de aço A307 f12,7 mm (1/2”). Determinar o esforço normal resistente do
tirante, desprezando o pequeno efeito da excentricidade introduzida pela ligação.

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Estruturas Metálicas – Prof. Pedro Cunha
Exercício 3:
Deseja-se projetar a ligação de um consolo metálico com uma coluna, utilizando
parafusos de alta resistência ASTM A325. Determinar o diâmetro necessário dos
parafusos para absorverem uma carga de 30 kN em serviço (oriunda de carregamento
permanente), com uma excentricidade de 200 mm, relativa ao eixo da coluna.

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Estruturas Metálicas – Prof. Pedro Cunha

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