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Iluminismo

Professora Laise Reis Homem Pinto


O que foi o Iluminismo?
Iluminismo, ou Ilustração (palavra mais
apropriada, segundo os especialistas), foi um
movimento de ideias desenvolvido nos séculos
XVII e XVIII, na Europa ocidental, sendo a França
seu principal centro de produção e divulgação.
O Iluminismo foi também uma reação ao
Antigo Regime: monarquias absolutistas em que
o rei, a nobreza e o clero acumulavam poder e
privilégio.
O Iluminismo foi também uma reação
ao Antigo Regime: monarquias absolutistas
em que o rei, a nobreza e o clero
acumulavam poder e privilégio.
Gravura de Simon Louis Boizot, 1793. Na imagem, vê-se a Liberdade, munida com o
cetro da razão, lançando raios sobre a ignorância e o fanatismo.
Iluminismo
A principal característica do Iluminismo era
a crença na razão humana e no seu potencial.
Para os iluministas, seres humanos só podiam
alcançar o esclarecimento e a luz por meio da
razão, que deveria ser aplicada a todas as
atividades humanas, destruindo a ignorância e
combatendo os preconceitos e o fanatismo
religioso.
“ Princípio de toda verdade, autônoma por
definição, a razão iluminista se opõe a tudo
que [...] se oculta sob as denominações vagas
de “autoridade”, “tradição” e “revelação”.
FALCON, Francisco José Calazans. Iluminismo. São Paulo: Ática, 1994. p. 36.
Alguns Pensadores Iluministas
John Locke e o liberalismo político

O inglês John Locke (1632-


1704) dizia que todas as
pessoas, ao nascerem, tinham
os mesmos direitos: direito à
vida, à liberdade e à
propriedade. Para garantir
esses direitos naturais, os
indivíduos haviam criado
governos. Mas, se o
governante tentasse impor o
absolutismo, eles poderiam se
rebelar e retirá-lo do poder
pela força das armas.
Voltaire: liberdade de expressão e tolerância

O francês Voltaire, cujo nome era François-


Marie Arouet (1694-1778), tornou-se
conhecido por suas críticas à Igreja Católica e
à monarquia absolutista francesa, por seu
combate à ignorância, ao preconceito e ao
fanatismo religioso.
Voltaire é um representante de peso da
geração iluminista e considerado por muitos
como o maior propagandista do novo ideário.
Voltaire e sua luta em favor da
liberdade de expressão

“Posso não
concordar com
nenhuma palavra do
que você disse, mas
defenderei até a
morte seu direito de
dizê-las”.
Montesquieu e a autonomia dos
poderes
O jurista francês Charles-
Louis de Secondat, Barão de
Montesquieu (1689- 1755),
em sua principal obra, O
espírito das leis, defende a
ideia de que, quando as
pessoas têm poder, tendem
a abusar dele, então era
preciso evitar que o poder
se concentrasse nas mãos
de uma só pessoa ou um só
grupo de notáveis.
Montesquieu e a divisão dos poderes

Inspirados nas ideias de Montesquieu, os


estadunidenses Alexander Hamilton e James
Madison formularam a teoria da divisão dos
poderes em três: Executivo (para administrar
o país e executar as leis), Legislativo (para
elaborar e aprovar as leis) e Judiciário (para
fiscalizar o cumprimento das leis e julgar os
conflitos).
Rousseau e o contrato social
O suíço Jean-Jacques
Rousseau (1712-1778), em
uma de suas principais
obras, O contrato social,
Rousseau defende a ideia de
que a vontade geral é
soberana, ou seja, só o povo
é soberano. Assim, para
esse pensador, se o governo
escolhido por um povo não
o estiver representando, o
povo não só pode como
deve substituí-lo.
Obra Emílio ou Da Educação
Nessa obra, Rousseau reflete sobre
diversos temas a partir da educação de um
garoto por seu tutor. O autor inova ao ver a
criança como um ser singular e não como um
adulto em miniatura, como até então ela era
vista. Sua premissa filosófica é a de que o
homem nasce bom e a sociedade o corrompe.
“Liberdade, igualdade e fraternidade”

As ideias de Rousseau influenciaram


movimentos revolucionários tanto na Europa
como em outros continentes. No continente
americano, seu pensamento insuflou, entre
outros, o movimento de independência das
Treze Colônias, na América do Norte, e a
Conjuração Baiana, na América portuguesa.
Ciência e Iluminismo
Antoine-Laurent
Lavoisier, representado
na imagem é um dos
mais importantes
iluministas no campo da
ciência. Em virtude de
suas descobertas, a
Química se transformou
em uma ciência
moderna.
A enciclopédia dos iluministas
Em 1751, quando a Enciclopédia foi publicada
na França, ela foi considerada perigosa e chegou a
ser proibida e retirada de circulação. Para os
padrões da época, a obra foi um sucesso de
vendas. O filósofo Denis Diderot (1713-1784) e o
matemático Jean D’Alembert (1717-1776)
coordenaram a edição da obra e convidaram
artistas, filósofos, cientistas, médicos, teólogos,
entre outros profissionais, para escrever os
verbetes.
Em 1751, quando a
Enciclopédia foi
publicada na França, ela
foi considerada perigosa
e chegou a ser proibida
e retirada de circulação.
Para os padrões da
época, a obra foi um
sucesso de vendas.
A produção literária iluminista abrangia
panfletos, livretos, jornais clandestinos etc.,
sendo divulgada inclusive entre a população que
não sabia ler, pois muitos dos escritos eram lidos
em voz alta nas praças públicas por “pregadores
iluministas”. Lembrar ainda que os autores
iluministas nem sempre eram burgueses; entre
eles era possível encontrar também aristocratas,
membros do clero e funcionários públicos pouco
graduados.
O Iluminismo na economia
A revolução intelectual iluminista não se restringiu a
criticar o absolutismo monárquico, atacou também sua
política econômica, o mercantilismo, fazendo críticas a
sua principal característica: a intervenção do Estado na
economia.
Os primeiros a criticar o mercantilismo foram os
fisiocratas franceses; para eles, as únicas fontes de toda
a riqueza eram a terra e a agricultura, sendo a
manufatura e o comércio atividades secundárias, pois
não faziam nada mais do que transformar e trocar as
riquezas oriundas da terra.
François Quesnay
O principal representante da fisiocracia foi o
economista François Quesnay; ele compara o
organismo econômico ao corpo humano,
afirmando que ambos são regidos por leis
naturais e que a agricultura é o coração da
economia.
Para Quesnay, a lei mais importante do
organismo econômico é a lei da oferta e da
procura.
Adam Smith e o liberalismo econômico

Adam Smith foi considerado por muitos o


fundador da ciência econômica.
Em sua obra A riqueza das nações (1776),
Adam Smith fez uma descoberta científica:
somente o trabalho cria riqueza (e não o
comércio, como acreditavam erroneamente os
mercantilistas; ou a agricultura, como
pensavam os fisiocratas).
Smith defendia a livre concorrência e o livre
comércio entre as nações; se todas as nações
comerciassem entre si, todas elas sairiam
lucrando, pois cada uma produziria somente
aquilo que conseguisse fazer melhor. As
nações com perfil agrícola se dedicariam à
agricultura e as mais industrializadas se
especializariam na indústria.

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