Você está na página 1de 45

Procedimento

Operacional Viveiro
LP1
Vinícius Galdino & Andressa Copetti
Introdução

O viveiro florestal tem como principal finalidade a


produção de mudas de aprimoramento genético,
qualificação e seleção para visar melhor desempenho e
crescimento no campo para obter fins de melhor qualidade
de madeira e celulose.
Existem dois meios de produção distintos, sendo eles: LP1
e LP2. O LP1 tende a produção em sua maior parte em
campo aberto, enquanto o LP2 utiliza de tetos retráteis em
algumas partes e setores. O LP3, ainda em processo de
construção, possui estruturas semelhantes a do LP2, porém,
é mais voltado para depósito e rustificação de mudas.
Segurança em Primeiro Lugar!

Botina Bico Luvas de Luvas Chapéu de Perneira


de Aço Vaqueta Nitrílicas Palha

Chapéu Camisa Manga Protetor Capuz de Avental Capa de


Árabe Longa Solar Fuga Chuva
Animais Peçonhentos
O LP1, por ser um local de campo aberto, é comum encontrarmos em nosso dia a dia animais que
podem ser nocivos a nossa saúde, por esse motivo é sempre crucial reforçar o uso correto de EPIs
durante a realização das atividades.

Os animais mais comuns de serem encontrados são:


Sequência de Atividades LP1
Lavagem e
Preparo de Plantio de Podas de Esterilizaçã
canaleta Minicepas Formação o
dos tubetes
4 DIAS 10 DIAS 4A6
MESES

Logística Casa de Preparo de Substrato


com Carreta Vegetação Logística com Coleta de Broto
de Sombrite (CV) Carrinho Estaqueamento
Elétrico Podas de Manutenção
NO DIA
20 A 30 NO DIA
DIAS
NO DIA

Logística Expedição
Área de Área de Área de
com Carreta Avaliação de Qualidade
Aclimatação Crescimento Rustificação
Aberta Carregamento
(CS)
Transporte
3A5 NO DIA 90 A 120
20 A 35
DIAS DIAS
DIAS
Minijardim
Antes da muda se tornar o que ela é, ela recebe o nome de miniestaca. A coleta de miniestacas é feita
no minijardim clonal que tem como principal objetivo ser o estopim para que possa ser possível a
realização do restante de todas as atividades realizadas no viveiro .

O minijardim clonal é formado por canaletas. As canaletas são constituídas de:


● Telha;
● Manta;
● Seixo rolado;
● Sombrite;
● Areia.
Minijardim
As mudas mães que dão origem às miniestacas
são chamadas de minicepas. Sua formação se dá
pelas mudas de melhor condicionamento
fisiológico, com uma altura entre 15cm a 20cm,
retilínea, firme e com pelo menos três pares de
folhas.

Após escolher as mudas é usado um


gabarito de 10cm para cortar o ápice da
muda (ponteiro) sempre deixando dois pares
de folha.
Minijardim

A irrigação do minijardim é feita por


gotejamento com o objetivo de molhar a
areia e não a folha. O volume por dia
pode variar dependendo da temperatura.
Em dias de menor temperatura o volume
é de 3-4 L/m2/dia. Em dias quentes pode
ficar entre 6-8 L/m2/dia.

Quando é feita a fertirrigação é necessário checar o EC da


areia, caso a mesma estiver com o EC acima do esperado é
preciso fazer a lavagem da areia.
Minijardim
Uma técnica usada também no minijardim é a de estufim. Ela tem como função
aumentar o enraizamento e controle de oídio. Deve-se ter cuidado por conta da alta
temperatura em que pode-se expor a minicepa em estufim tendo que manter a
temperatura abaixo de 41 °C.
Minijardim

Também é feita a poda de


manutenção, onde são
descartados os brotos maiores
que 14cm, baixos, sobrepostos
ou com desenvolvimento
vertical.

Rosana e Ana Cláudia executando a


poda de manutenção.
Minijardim

01
Canaleta 03
Minijardim

02
Minicepas 04
Estaqueamento
Coleta de Miniestacas
A miniestaca será coletada no minijardim e estaqueada para que ela possa se tornar
muda. O tempo de coleta não pode passar de 40 minutos incluindo o tempo em que a
miniestaca estiver armazenada.
 Tamanho entre 6cm a 12cm;
 Mínimo 2 pares de folha ;
 Caule rustificado, firme com coloração
avermelhada ou verde escuro;
 Base arredondada.
A tesoura deve estar devidamente amolada e
esterilizada em cloro ou água fervente.

A caixa térmica deve estar sempre com água


para evitar a desidratação das miniestacas.

Eliane executando a coleta de


Estaqueamento
Antes de plantar as miniestacas deve primeiramente
averiguar se o substrato está úmido e se o tubete está
devidamente preenchido.

A miniestaca deve ser plantada centralizada no tubete


com profundidade de 2cm a 3cm.

Após estaqueada a bandeja passa por um sistema de


nebulização para poder molhar as folhas.

Quando as bandejas estão devidamente prontas, são


levadas para a casa de vegetação.

Fernanda executando o
estaqueamento.
Estaqueamento
Após as bandejas serem feitas, é importante que elas
sejam identificadas com plaquinhas, que precisam
conter o nome da colaboradora, a data do dia atual, o
lote do material e a numeração da canaleta.

Sendo 3 cores, Azul para o IPB2, Amarela para o LW9 e


Verde para o LW11, cada uma representa o tipo de
material que está sendo estaqueado no momento.

Bruna executando o manejo das


plaquinhas de identificação.
Movimentação
Após o estaqueamento, as mudas precisam
ser levadas para a casa de vegetação (CV).

Com o auxilio de um carrinho elétrico com


condução manual que é movido a quatro
baterias de lítio, possuindo suporte de 36
bandejas por viagem.

O carrinho é coberto por um sombrite, já que


as mudas ainda estão muitos sensíveis a luz
solar.
Casa de Vegetação
A casa de vegetação tem como objetivo de oferecer um ambiente climático adequado para o
enraizamento das miniestacas, onde permanecem de 20 a 30 dias.

 O sucesso de enraizamento das mudas depende dos seguintes fatores:


 Controle de Irrigação;
 Controle Temperatura entre 28°C e 32°C;
 Controle de Umidade;
 Controle de Luminosidade.

A limpeza da casa de vegetação é feita a cada


ciclo de produção com hipoclorito (NaClO) a
2% de concentração. Os bicos entupidos ou
quebrados devem ser limpos ou trocados.
Casa de Vegetação
A casa de vegetação é composta por:
 Janelas Zenitais; As mudas são retiradas da Casa de
 Tela Aluminet; Vegetação quando a bandeja contém
 Sistema de Nebulização “Fogger”. ao menos 70% das mudas com raízes.
Desenvolvimento do Enraizamento em Escala Gráfica

IPB2
Urophylla
95%

LW11
Urograndis
95%

LW9
Urograndis 85%
Quadriciclo
No decorrer do dia e em meios as atividades, é comum de se ouvir pelas pessoas ou pelos rádios de
comunicação as expressões “Buggy”, em sentido a os quadriciclos e “Bugueiro” aos operadores. Os
quadriciclos são veículos leves, que possuem sistemas semelhantes a motocicletas.

 Exigência de CNH na categoria A;


 Treinamento Específico;
 Uso do Capacete e Sinto de Segurança;
 Checklist Diário;
 Motorização de 420cc;
 Alternador de Tração entre 2WD e 4WD;
 4WD é Fundamental ao Engatar um Reboque;
 Capacidade do Tanque de Combustível é 14L;
 Verificação do Nível do Óleo.
Pontos Essenciais do Quadriciclo

Ancorador

Sinto de Segurança

Alternador de Tração

Corrente em
reboques
Capacete com peso
elevado
Meios de Movimentação

Carreta Aberta Carreta de Sombrite

Carreta Baú Carreta Prancha


Movimentação CV – CS
Após a etapa da casa de vegetação estiver concluída, a muda é movimentada
com a carreta de sombrite para a etapa seguinte, a casa de sombra.

Em média, são retiradas de 5 a 8 carretas por dia, sendo 72 bandejas


por cada carreta.
Casa de Aclimatação
Quando já enraizadas, as mudas passam para a casa de
sombra. Lá, elas permanecem 5 dias em um ambiente onde
a temperatura e umidade são menos controladas,
diferentemente da casa de vegetação.

A retirada da muda da casa de sombra deve ser feita em


um curto período de tempo, já que quando elas tendem a
crescer gera uma competição aumentando as chances de
proliferação de doenças.
Doenças
As mudas também estão propícias ao surgimento de doenças. As mais comuns em um viveiro são as de
características bióticas, ou seja, causadas por doenças patogênicas (fungos, bactérias, vírus) que passam
de uma planta a outra.

Nessas situações, os cuidados com o regime de água e espaçamento entre as mudas devem ser
colocados como prioridade.

Doenças mais comuns: oídio, ácaro, cochonilhas, ferrugem, canela preta, costalimaita.
Doenças
 Canela Preta (Calonectria)
A canela preta é uma lesão escura na haste da muda. Ela pode causar o murchamento e morte
da planta.

 Cochonilha
A cochonilha é um inseto de tamanho muito pequeno, que possui o hábito de sugar as seivas
das plantas. Ela pode conter coloração diversa, mas a mais comum é encontrá-la branca como
se fossem bolinhas de algodão nas folhas.
Doenças

Canela Preta
Cochonilha
Movimentação CS - PL
A retirada da muda da casa de sombra possui um limite de dias, porém, para que essa
movimentação possa ser feita é necessário que haja uma plataforma liberada.

O ideal de retirada é de 3 a 5 dias, já nesta etapa a muda pode ser retirada na carreta
aberta.

Em média, são retiradas de 5 a 8 carretas por dia, sendo 72 bandejas por cada carreta.
Plataforma

As plataformas são
fracionadas em válvulas.
Algumas possuem 6
válvulas e outras possuem V3 V V1
V4 2
no mínimo de 4 a 2.

Na imagem ao lado pode-se


observar a plataforma 8 e
suas 4 válvulas.
1º Seleção
Após o processo de Aclimatação, as mudas são levadas as
plataformas, onde precisam ser abertas para terem um bom
espaçamento entre elas e obter um melhor desenvolvimento.

No LP1, mudas de tamanho P são distribuídas em 88


em uma bandeja de 176 e as demais em 48.
Elas são distribuídas por tamanho em uma bandeja, tamanho
estes que seguem em P, M e G.

P - Mudas de até 12cm


M – 12cm a 15cm
G - Maior que 15cm
1º Seleção
A primeira seleção passa por uma etapa de qualidade.

Alguns parâmetros devem ser seguidos na avalição da


bandeja:

 O tamanho entre as mudas segue um parâmetro de


qualidade, não podendo passar de 3cm uma da outra;
 Presença de doenças;
 Mudas sem ápice em meio a mudas com ponteiro.

Tiago executando avaliação de


qualidade.
Irrigação e Crescimento
As mudas passam por um processo de crescimento onde elas recebem mais luz solar e
recebem fertirrigação com adubos.

Anteriormente, a adubação de crescimento era feita 2x ao dia durante 15 minutos, 7


minutos eram de adubo concentrado e os 8 minutos restantes eram de água para lavar
as folhas e evitar a queima da muda.

A P&D Florestal conseguiu chegar em um parâmetro onde mudas de até 15cm


recebem de 5 a 8 minutos de adubo concentrado por cerca de 3x ao dia, sem precisar
da lavagem das folhas. O crescimento pode variar de uma para outra. Mudas P de 20 a
25 dias e M e G de 20 a 35 dias.
2º Seleção
Após 20 a 40 dias em crescimento, a muda passa para a segunda
seleção.

Na segunda seleção mudas mortas, doentes e com defeitos


devem ser descartadas.

Nessa fase deve ser feita a poda de mudas bifurcadas. Galhos


com mesma densidade e tamanho do caule principal.

As mudas são realocadas na bandeja em 20%, ou seja, 36.

Silmara executando a poda de


bifurcação.
2º Seleção
As mudas precisam ter um parâmetro por tamanho:
P - 25 cm
M - 25 a 30 cm
G - maior que 30 cm

Também é avaliado se a muda não possui bifurcações, ponteiras


quebradas e danos físicos.

Natali executando a avaliação da


sanidade das mudas.
Rustificação
Processo onde a muda continua seu crescimento, porém, necessita seguir outros critérios a partir daqui.
A muda tende a ganhar mais resistência, ou seja, maior espessura no caule ganhando assim mais
rigidez.

A muda precisa de maior incidência solar possível.

A adubação nessa etapa tem como objetivo fornecer nutrientes que aceleram a maturação da muda.
Expedição
Quando ocorre uma expedição no LP1, um operador de quadriciclo é responsável pela logística de
caixas para as plataforma onde estão as mudas de determinado lote e material que serão
expedidas.
Expedição
O término do ciclo produtivo, nessa etapa o
objetivo principal é entregar as mudas ao
cliente para sua enfim chegada ao campo.
Cada clone possui uma demanda. As mudas
são encaixotadas por duplas, uma é
responsável pela seleção das melhores mudas
e a outra é responsável pelo encaixotamento.
A caixa cheia suporta 200 mudas, que
precisam estar bem posicionadas para evitar
uma eventual quebra do caule ou do ponteiro
da mesma.

Natália executando o
encaixotamento.
Expedição
A muda segue os seguintes parâmetros de qualidade:
Conferência e Avaliação
Antes das mudas serem avaliadas pela
equipe de Qualidade, as caixas precisam ser
conferidas e anotadas para manter um
controle.

A avaliação de qualidade é feita seguindo os


parâmetros da tabela acima. Caso ocorra a
não conformidade de >3% a carga é
reprovada. Em sanidade a tolerância é zero,
podendo reprovar um lote inteiro caso
encontrado algum tipo de doença presente
na carga.
Keithy executando a contagem.
Transporte para o Campo
Com a carga aprovada, lotes são separados e regados com uma mangueira antes de serem
colocados no caminhão.

No carregamento do caminhão, alguns cuidados devem ser tomados como:


 A forma de segurar a caixa;
 Mudas que ultrapassam 5 cm do limite da caixa, é
obrigatório uso do alargador de plástico para evitar a
quebra dos ponteiros;
 Para o transporte, são usados caminhões baú, evitando ao
máximo que as mudas toquem a borda do caminhão,
possíveis queimas;
 Em casos de distâncias menores, as mudas podem ser
transportadas em carrocerias, desde que ela esteja coberta
por um sombrite e a carga esteja devidamente amarrada.
Agrupamento e Liberação de Plataforma

Após a passagem da expedição pelas plataforma, é necessário fazer o reagrupamento das


mudas. Essa parte do processo propõe vantagens a dois segmentos: seleção de mudas que
ainda podem ser expedidas e liberação das válvulas.

Para que as mudas da casa de sombra possam seguir para o próximo estágio, é preciso que o
viveiro obtenha espaço para a retirada dessas mudas. O agrupamento seleciona as mudas que
ainda possuem qualidade para passar por uma segunda ou terceira expedição, ou descartam as
que não alcançam o parâmetro de qualidade desejado.
Agrupamento e Liberação de Plataforma
As mudas reagrupadas, diminuem a quantidade por válvula, tornando possível a
movimentação das bandejas para outra plataforma com o mesmo clone e lote, liberando
espaço para a retirada da muda da casa de sombra.

Nesta etapa, a logística é feita com 96 bandejas de mudas por viagem.


Movimentação de Padronização

Nesta etapa, as bandejas de mudas são movimentadas


manualmente e padronizadas por tamanho.

As mudas são separadas para melhorar a adubação, sendo as


mudas maiores que irá receber um manejo de rustificação,
podendo ser somente água ou adubo, enquanto as menores
precisam receber adubos de crescimento para aumentar de
tamanho e ficar todas em um padrão.

Tania executando a padronização por


tamanho
Organização (5S)
O viveiro também segue um parâmetro de organização.

Caixas de tubetes são recolhidas e levadas com destino ao lavador do LP2 para a reutilização. Já
o descarte orgânico é levado para um aterro apropriado.

No dia a dia também é orientado a retirada de tubetes do chão, reforçar o descarte correto de
lixos orgânicos e inorgânicos, deslocar os garrafões de água no local correto após o uso e manter
as caixas e bandejas padronizadas.
OBRIGADO!

Você também pode gostar