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8o

ANO

2024_AF_V1
História

O cotidiano na cidade do Rio de Janeiro durante


o Período Joanino.

2o Bimestre – Aula 8
Ensino Fundamental: Anos Finais
Conteúdo Objetivo

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● Vida social na cidade do Rio ● Identificar aspectos da vida
de Janeiro durante o cotidiana na cidade do Rio
Período Joanino. de Janeiro durante o
Período Joanino.
Para começar

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Virem e conversem
1. Observe, com atenção, as fontes e os
comentários sobre elas.

Fonte 2: Vila Autódromo Protests –


01/04/2015
Fonte 1:TUMOLO, Eliana. Ponha-se
na Rua.
15 MINUTOS
Para começar

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A fonte 1, trata-se de uma charge representando uma decisão política
que surpreendeu os colonos. Com a vinda da família Real, veio
também cerca de 15 mil pessoas para a cidade do Rio de janeiro de
forma não planejada. Para abrigar toda essa gente, D. João
determinou que casas fossem marcadas com as iniciais “PR”
(Príncipe Regente) para uso dos portugueses recém-chegados.
Foram desapropriadas aproximadamente 10 mil casas. Esse ato
culminou em um problema social, já que o preço das habitações
aumentou devido ao receio de se construir novas casas que poderiam
ser desapropriadas sem aviso prévio.
Continua...
Para começar

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A Fonte 2, retrata o momento em que moradores da Villa Autódromo, na
cidade do Rio de Janeiro no ano de 2016, foram notificados de que 58
casas seriam desapropriadas para uso do poder público municipal em
virtude da realização das Olimpíadas. Acerca disso, uma moradora
declarou: “propagandeada como via de desenvolvimento econômico e
social, a Olimpíada tem representado a perda de nossas moradias, nossa
vida em comunidade, nossa história e dignidade”.
1. A partir de sua observação e leitura, responda:
a) Por que D. João determinou que casas fossem desapropriadas?
Explique.
b) Que motivos o poder público municipal alegou para que 58 casas da Vila
Autódromo fossem desapropriadas em 2016?
c) Qual relação de permanência histórica identificamos entre as fontes
representadas? Argumente.
Para começar

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Correção
a) Por que D. João determinou que casas fossem desapropriadas?
Explique.
Resposta: Com a vinda da família Real, veio também cerca de 15 mil
pessoas para a cidade do Rio de janeiro de forma não planejada. Para
abrigar toda essa gente, D. João determinou que casas fossem
marcadas com as iniciais “PR” (Príncipe Regente) para uso dos
portugueses recém-chegados.
b) Que motivos o poder público municipal alegou para que 58 casas da
Vila Autódromo fossem desapropriadas em 2016?
Resposta: O poder público alegou que precisaria utilizá-las para seu
uso por conta da realização das Olimpíadas naquele ano.
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c) Qual relação de semelhança identificamos entre as fontes históricas
representadas? Argumente.
Resposta: Ambas as fontes, apesar de trazer representações de
momentos históricos diferentes, apresentam uma permanência
histórica no que se refere a forma como o poder público costuma
agir para garantir com que prevaleçam seus interesses. Na fonte 1,
a coroa desapropriou casas para abrigar membros da corte. Na
fonte 2, casas foram desapropriadas por conta da realização de
um evento internacional que movimentou milhões de reais.
Portanto, identificamos que já naquele momento histórico e ainda
hoje, situações de abusos, para com a população menos
favorecida, permanecem no cotidiano.
Foco no conteúdo

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Estudante, na primeira aula deste 2o bimestre, você pôde observar o
retrato social da América portuguesa no final do período colonial e as
situações de desigualdade existentes. Nesta aula, vamos identificar que
com a vinda da Família Real, o cotidiano das pessoas em situação de
vulnerabilidade em nada mudou, gerando desdobramentos que
permanecem ainda hoje, conforme analisado na primeira atividade desta
aula. Para tanto, de início, vamos assistir a um vídeo que recapitula
como foi a chegada da corte portuguesa na cidade do Rio de Janeiro.

Dom João no Brasil | Ep. 05:


olha a corte aí, gente
Dom João no Brasil | Ep. 05: Olha a Corte aí, gen
te (youtube.com)
Foco no conteúdo

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A respeito das mudanças ocorridas com a vinda da corte para o Brasil, leia
atentamente o que escreveu o historiador Boris Fausto.

“…Corte e de uma população urbana em rápida expansão. Basta


dizer que, durante o período de permanência de Dom João VI no
Brasil, o número de habitantes da capital dobrou, passando de cerca
de 50 mil a 100 mil pessoas. Muitos dos novos habitantes eram
imigrantes, não apenas portugueses mas espanhóis, franceses e
ingleses que viriam a formar uma classe média de profissionais e
artesãos qualificados”.

FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp. p. 126-127


Na prática

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10 MINUTOS A arte da frase
Analise as fontes a seguir:

DEBRET, J-B. Caçadores de negros CHAMBERLAIN, Henry. Vistas e


voltando para a cidade. O retorno dos costumes da cidade e bairro do Rio de
negros de um naturalista (Séc. XIX) Janeiro (Sec. XIX)

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Na prática

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Embora a escravidão tenha sido oficialmente abolida em
Portugal em 1761, ela ainda era legal no Brasil em 1808,
sendo que a maioria dos negros eram escravos na época.
Mesmo a minoria negra livre enfrentava muitas
desvantagens, como a exclusão a empregos que não fossem A arte
braçais e ao acesso a instituições educacionais. da
Acerca disso e conforme a análise realizada das fontes frase​

acima, imagine que na época existissem redes sociais para


manifestar seus pensamentos e você fosse um defensor da
abolição da escravidão. Você pegaria, então, seu celular e
postaria uma frase de protesto contra a escravidão,
relacionando esse fato com a vinda da Família Real. Depois
de elaborada, exponha sua frase para turma.
Foco no conteúdo

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Retrato social do Rio de Janeiro no Período Joanino
Classe média urbana: profissionais
Elite agrária: grandes
autônomos, comerciantes e
proprietários de terra.
funcionários públicos.

gerava riquezas

A escravidão era a principal forma de mão de obra. Os negros


escravizados trabalhavam principalmente nas plantações de
cana-de-açúcar e café.
Foco no conteúdo

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A família e suas relações no Período Joanino
A imagem ao lado demonstra
o modelo de família esperado
para época: lideradas por um
homem branco (pai), que era
responsável pelo sustento da
família e pela tomada de
decisões importantes,
casado com uma mulher
branca e filhos. Além disso,
para ter prestígio era
necessário ter posses e
CLARK, John Heaviside. possuir escravos.
A família brasileira – 1822
Continua...
Foco no conteúdo

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Nesse sentido, as relações familiares eram geralmente patriarcais,
com pouca liberdade para as mulheres e para os filhos mais jovens.
O respeito aos pais e aos mais velhos era considerado uma virtude
importante, e a desobediência era punida com rigor.
No que tange à educação das crianças, essa era geralmente de
responsabilidade dos pais ou de tutores contratados por eles. A maior
parte das crianças não estudava.
As famílias mais ricas podiam enviar seus filhos para estudar na
Europa, mas a maioria das crianças frequentava escolas locais.
Aplicando

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10 MINUTOS Mostre-me
Acabamos de estudar como era
o cotidiano da cidade do Rio de
Janeiro durante o Período
Joanino, marcado por
desigualdades sociais,
escravidão e relações familiares
alicerçadas na autoridade do
homem em detrimento dos
demais membros da família.
Agora, vamos verificar o seu
aprendizado. Para tanto, analise
Fonte 1: DEBRET, J-B. Uma senhora de
as fontes: Continua... algumas posses em sua casa
Aplicando

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Fonte 2: Descrição realizada por Debret sobre a sua obra Uma senhora de
algumas posses em sua casa.
Tentei captar essa solidão habitual desenhando uma mãe de família, de
pequenas posses, em seu lar onde a encontramos sentada, como de hábito,
sobre sua marquesa […] lugar que serve, de dia, como sofá fresco e cômodo
em um país quente, para descansar o dia inteiro, sentada sobre as pernas, à
maneira asiática. Imediatamente ao seu lado e bem ao seu alcance se encontra
o gongá (paneiro) destinado a conter os trabalhos de costura; entreaberto,
deixa à mostra, a extremidade do chicote enorme feito inteiramente de couro,
instrumento de castigo com o qual os senhores ameaçam seus escravos a toda
hora. Do mesmo lado, um pequeno mico-leão, preso por sua corrente a um dos
encostos desse móvel, serve de inocente distração à sua dona […]
(DEBRET, 1971). In:
https://ensinarhistoria.com.br/contrastes-sociais-brasil-colonia-debret/ – Blog:
Ensinar história – Joelza Ester Domingues
Continua...
Aplicando

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De acordo com a análise realizada e conforme seu aprendizado adquirido
na aula de hoje, assinale “V” para as afirmativas verdadeiras e “F” para as
falsas:
( ) O cotidiano, na cidade do Rio de Janeiro, era marcado por
desigualdades sociais, escravidão e relações familiares alicerçadas na
autoridade do homem em detrimento dos demais membros da família.
( ) A escravidão era a base de sustentação de riquezas de uma sociedade
hierarquizada e dominada pelo poder econômico de uma elite agrária e
uma classe média composta por profissionais liberais, comerciantes
menores e funcionários públicos.
( ) As relações familiares eram matriarcais, nas quais a autoridade da
mulher se sobrepunha aos demais membros da família.
Aplicando

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( ) Quando Debret descreve em sua obra Uma senhora de algumas
posses em sua casa, que deixava à mostra a extremidade um “chicote
enorme feito inteiramente de couro, instrumento de castigo com o qual
os senhores ameaçam seus escravos a toda hora”, na realidade, isso
representa uma distorção, pois D. João, ao chegar no Rio de Janeiro,
assinou um decreto abolindo a escravidão.
( ) Embora a escravidão tenha sido oficialmente abolida em Portugal em
1761, ela ainda era legal no Brasil em 1808, sendo que a maioria dos
negros eram escravos na época. Mesmo a minoria negra livre enfrentava
muitas desvantagens, como a exclusão ao acesso a empregos que não
fossem braçais e ao acesso a instituições educacionais.
Aplicando

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Correção
De acordo com a análise realizada e, de acordo com seu aprendizado
adquirido na aula de hoje, assinale “V” para as afirmativas verdadeiras e
“F” para as falsas:
(V) O cotidiano, na cidade do Rio de Janeiro, era marcado por
desigualdades sociais, escravidão e relações familiares alicerçadas na
autoridade do homem em detrimento dos demais membros da família.
(V) A escravidão era a base de sustentação de riquezas de uma
sociedade hierarquizada e dominada pelo poder econômico de uma elite
agrária e uma classe média composta por profissionais liberais,
comerciantes menores e funcionários públicos.
(F) As relações familiares eram matriarcais, nas quais a autoridade da
mulher se sobrepunha aos demais membros da família.
Aplicando

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(F) Quando Debret descreve em sua obra Uma senhora de algumas
posses em sua casa, que deixava à mostra a extremidade um “chicote
enorme feito inteiramente de couro, instrumento de castigo com o qual
os senhores ameaçam seus escravos a toda hora”, na realidade, isso
representa uma distorção, pois D. João, ao chegar no Rio de Janeiro,
assinou um decreto abolindo a escravidão.
(V) Embora a escravidão tenha sido oficialmente abolida em Portugal
em 1761, ela ainda era legal no Brasil em 1808, sendo que a maioria
dos negros eram escravos na época. Mesmo a minoria negra livre
enfrentava muitas desvantagens, como a exclusão ao acesso a
empregos que não fossem braçais e ao acesso a instituições
educacionais.
O que aprendemos hoje?

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● Identificamos aspectos da vida
cotidiana na cidade do Rio de Janeiro
durante o Período Joanino.
Referências

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FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1996.
LEMOV, D. Aula nota 10 2.0: 63 técnicas para melhorar a gestão da sala de aula. Porto Alegre:
Penso, 2023.
MEIRELLES, J. G. A família real no Brasil: política e cotidiano (1808-1821). São Bernardo do Campo:
Editora UFABC, 2015. Disponível em:
http://books.scielo.org/id/j56gd/pdf/meirelles-9788568576960.pdf. Acesso em: 19 fev. 2024.
SCHWARCZ, L. M. Paisagem e identidade: a construção de um modelo de nacionalidade herdado do
período joanino. Acervo – Revista do Arquivo Nacional, v. 22, n. 1, p. 19-52, [????]. Disponível em:
http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/41773. Acesso em: 19 fev. 2024.
SCHWARCZ, Lilia Moritz; STARLING, Heloisa Murgel. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia
das Letras, 2015.
Referências

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Lista de imagens e vídeos
Slide 3 – TUMOLO. Eliana. Ponha-se na rua. Disponível em: Currículo em Ação. Caderno do Aluno,
História, p. 158. In:
https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-content/uploads/2024/01/Ci%C3%AAncias-da-Natu
reza-e-Ci%C3%AAncias-Humanas-8%C2%B0-Ano.pdf
. Acesso em: 22 fev. 2024.
Vila Autódromo Protests – 01/04/2015. Disponível em: https://rioonwatch.org.br/?p=13906.
Acesso em 22 fev. 2024.
Slide 9 – SILVA, Joaquim Carneiro da. Alegoria ao Tratado de Comércio e Navegação. Disponível em:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Alegoria_a_Jorge_III_e_D._Jo%C3%A3o_VI_(1810)_-_Joaquim
_Carneiro_da_Silva_(1727-1818).png
. Acesso em: 16 fev. 2024.
Slides 10 – DEBRET, J-B. Caçadores de negros voltando para a cidade. O retorno dos negros de um
naturalista (Séc. XIX). Disponível em:
https://bndigital.bn.gov.br/exposicoes/1808-1818-a-construcao-do-reino-do-brasil/abrir/. Acesso em: 23
fev. 2024.
– CHAMBERLAIN, Henry. Vistas e costumes da cidade e bairro do Rio de Janeiro (Sec. XIX). Disponível
em:
https://bndigital.bn.gov.br/exposicoes/1808-1818-a-construcao-do-reino-do-brasil/construir-costumes/.
Referências

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Slides 11 – DEBRET, J-B. Caçadores de negros voltando para a cidade. O retorno dos negros de
um naturalista (Séc. XIX). Disponível em:
https://bndigital.bn.gov.br/exposicoes/1808-1818-a-construcao-do-reino-do-brasil/abrir/. Acesso em:
23 fev. 2024.
CHAMBERLAIN, Henry. Vistas e costumes da cidade e bairro do Rio de Janeiro (Sec. XIX).
Disponível em:
https://bndigital.bn.gov.br/exposicoes/1808-1818-a-construcao-do-reino-do-brasil/construir-costume
s/
. Acesso em: 23 fev. 2024.
Slide 13 – CLARK, John Heaviside. A família brasileira, 1822. Disponível em:
Obras | Brasiliana Iconográfica (brasilianaiconografica.art.br). Acesso em: 23 fev. 2024.
Slide 15 – DEBRET, J-B. Uma senhora de algumas posses em sua casa. Disponível em:
Ficheiro:Une Dame d´une Fortune Ordinaire dans son Intérieur au Milieu de ses Habitudes Journali
ères, by Jean-Baptiste Debret 1823.jpg – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)
. Acesso em: 23 fev. 2024.
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