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VAZ, Lilian F.; JACQUES, Paola B. Pequeno Histórico das Favelas no Rio de Janeiro (Pequeña historia de las Favelas de Río de Janeiro). Revista
Ciudad y Territorio - Estudios Territoriales, n. 135, p. 259-272, 2003.
Este episódio foi relatado no clássico Os Sertões, de 1901, por Euclides da Cunha, que,
como correspondente, descreveu não apenas a guerra, mas o sertão, o vilarejo e o
reduto rebelde: o morro que contornava Canudos, conhecido como o Morro da Favela1.
Em 1897, os soldados retornam à capital do país, Rio de Janeiro, onde permaneceram
acampados em praça pública, reivindicando sua re-incorporação ao exército. As
autoridades militares permitiram a ocupação do Morro da Providência, situado atrás do
quartel geral. Vários barracos de madeira foram construídos e os novos moradores
passaram a chamar o morro de “Morro da Favella” em alusão àquele de Canudos.
A palavra favela passa do estatuto de nome próprio ao de substantivo nos jornais locais
por volta de 1920. A palavra designa a partir de então todos os “conjunto de habitações
populares toscamente construídas (por via de regra nos morros)” que se espalhavam
pelo Rio de Janeiro e depois pelo país inteiro.
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Favela) mas a do morro de Santo Antonio, situada também no entorno imediato do
núcleo histórico da cidade. Apesar de ser pouco conhecida, a história da favela de
Santo Antônio (já desaparecida) tem origem semelhante à da favela da Providência. Há
notícias da presença em 1897 de 41 barracos no local; de 150, em 1901, e de 1314 em
1910 (Abreu e Vaz, 1991:9).
Esta favela conheceu várias remoções (e incêndios criminosos) até sua total eliminação,
quando o morro foi arrasado, na década de 50. Esta seria uma explicação para o
contínuo interesse suscitado pelo Morro da Providência (Morro da Favella) e pela favela
de mesmo nome, que ainda existe no local e já comemorou os seus 100 anos de
existência.
Uma relação direta entre estas habitações populares e a insalubridade geral da cidade
foi rapidamente estabelecida pelas autoridades e a guerra contra este tipo de habitação
foi decretada pelo poder público. Várias medidas de ordem higiênica e legislativa
procuraram eliminar os cortiços. O próprio Poder Público Municipal chegou a ensaiar a
demolição destas casas, arrasando o famoso "Cabeça de Porco", um dos maiores
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cortiços da cidade. Para sua destruição, foi necessário criar uma estratégia policial e
militar, que simbolizou o começo das intervenções do Estado na cidade. Porém não
existia uma real política de relocação para os moradores dos “cortiços”.
Mas não foram unicamente as demolições do centro da cidade que foram responsáveis
pelo agravamento da crise de moradia popular. A legislação estabelecida em 1903
dificultou ainda mais a instalação da população pobre na zona que lhe era destinada, a
zona suburbana, pois proibia a auto-construção e impunha regras de construção
onerosas além de taxas elevadas. Expulsos do centro da cidade e impedidos
economicamente de se instalar nas áreas distantes, os mais pobres foram levados a
ocupar os morros vazios próximos ao centro da cidade (Santo Antônio, Providência e
outros). Os morros, que já apresentavam vestígios de moradias rústicas desde a década
de 60 do século XIX, foram aos poucos ocupados, delineando-se as primeiras favelas.
Iniciava-se a expansão das favelas.
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provocaram uma demanda de serviços domésticos e de construção civil que somente a
população mais pobre poderia satisfazer. Mas esta população, não podendo pagar o
custo do transporte diário, acabou se instalando junto ao seu local de trabalho, e passou
a ocupar assim os morros próximos das fontes de trabalho.
Outra conexão importante diz respeito ainda à ação do Estado. Vimos anteriormente que a
administração municipal durante a reforma urbana inviabilizou a permanência das classes
populares nas tradicionais habitações coletivas e criou dificuldades a outras opções formais,
como o deslocamento para os subúrbios. Ironicamente, um incentivo governamental foi
dado por meio do decreto no 391, de 1903, que, se por um lado, proibia terminantemente
não só a construção como qualquer melhoramento, obra ou conserto em cortiços, por outro
lado tolerava a construção de "barracões toscos ... nos morros que ainda não tivessem
habitações...".
Assim, pode ser estabelecida uma relação causal entre a emergência da nova forma de
habitação popular e a ação do Estado. Paradoxalmente, a nova forma que surgia como
efeito e conseqüência da política higienista habitacional e urbana revelava-se tão ou
mais insalubre e promíscua do que a anterior, que se desejava higienizar e disciplinar.
Após a reforma de Pereira Passos, mesmo não havendo mais preocupação com os
cortiços, que desapareciam rapidamente da área central, as contradições do espaço
urbano no Rio de Janeiro se agravaram mais. A renovação do centro da cidade continuou
expulsando os mais pobres, e o embelezamento da elegante zona sul continuou
atraindo os investimentos em detrimento da zona norte (classes médias) e sobretudo da
zona suburbana (proletariado). Esta última, mesmo sem ajuda do Estado, pode se
desenvolver graças à construção de novas indústrias que surgiam e que construíram
infraestruturas urbanas sem ajuda do poder público.
O novo prefeito, Prado Júnior (1926/1930) foi pressionado por diversas associações
locais que pediam um novo plano para tentar controlar o desenvolvimento da forma
urbana do Rio de Janeiro. O Rotary Club, por exemplo, cujos membros possuíam muita
influência junto à Prefeitura, avançava a idéia de uma remodelagem da cidade e
defendia a contratação de um urbanista estrangeiro, apesar do descontentamento dos
arquitetos brasileiros. Antes mesmo da chegada de Agache, os rotarianos discutiam
com fervor sobre o “problema” das favelas; o influente Mattos Pimenta chamava as
favelas de lepra da estética que infestavam as belas montanhas do Rio e sujavam e
levavam a miséria aos bairros mais recentes da zona sul3 .
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Foi então convidado o urbanista francês Alfred Agache para proferir uma série de
conferências sobre a cidade e elaborar o plano. Em uma de suas conferências, em
1927, Agache já abordava a questão das favelas, considerando-as como “ cidades jardim
de formação espontânea ”. Alfred Agache foi pois o responsável pela elaboração deste
primeiro projeto urbanístico para a cidade, um plano de remodelação, embelezamento e
expansão da cidade.
O plano Agache é o primeiro documento oficial que evoca explicitamente essa nova
forma de habitação popular que não parava de se desenvolver na cidade: as favelas.
Estas, tratadas pela primeira vez de forma explícita, foram consideradas um “problema
social e estético” e citadas como uma das “pragas do Rio de Janeiro”. O plano propôs
como solução a sua remoção total.
O plano Agache nunca foi aplicado mas ficou como uma referência importante para os
planos e projetos futuros; como ele foi concluído depois do advento da Nova República,
instaurada com a revolução de 1930, o novo governo preferiu abandonar tudo que
pudesse representar a República Velha. As diferentes classes que realizaram a
revolução possuíam aspirações contraditórias e as coalizões logo se mostraram frágeis
e insustentáveis, provocando uma instabilidade que resultou em um regime ditatorial
populista (Estado Novo - 1937/1945, governo de Getúlio Vargas).
Os anos 40 foram o período de mais forte proliferação de favelas no Rio de Janeiro. Foi
nesta época que o primeiro Censo oficial foi realizado, após as eleições de 1947 quando
um grande apoio aos candidatos comunistas veio das favelas, preocupando o Governo.
Apesar dos números deste Censo terem sido controvertidos, ele se tornou o marco do
reconhecimento oficial do Estado da existência das favelas, que já faziam parte da
paisagem da cidade.
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Esta foi a “descoberta” das favelas pelo Estado. Em um primeiro momento, 119 favelas
foram oficialmente declaradas, com 283.390 habitantes, o que representava 14% da
população da cidade. Posteriormente os números oficiais foram bastante reduzidos5.
Outras informações do Censo mostravam que a população favelada era pobre, jovem e
migrante, que a maioria trabalhava em indústrias (zonas norte e suburbana), na
construção civil e nos serviços domésticos (zona sul). Quanto à localização das favelas,
o censo confirmou a expansão em direção à zona norte e suburbana, onde já existia
neste momento mais favelas do que na zona sul e central.
Em 1964, um golpe militar instalou no Brasil uma ditadura que permaneceria por mais de
20 anos. Neste contexto a política urbana no Rio de Janeiro era extremamente
repressiva: muitas favelas foram sistematicamente arrasadas e seus moradores
removidos de terrenos altamente valorizados, principalmente da rica zona sul. Em seu
lugar foram construídos prédios de luxo ou deixadas áreas livres, como parques que
valorizavam mais ainda aquelas áreas. A expulsão dos pobres do território mais rico se
realizava. Foi também neste período que a zona residencial de elite começou sua
expansão, superando os obstáculos naturais através de grandes obras de engenharia
viária custeadas pelo Estado: surgiram então na novíssima orla marítima bairros de
desenho modernista (Barra da Tijuca) onde uma segregação sócio-espacial total era
possível.
Um novo padrão de habitação popular se manifestava também, à medida que a
expansão urbana ultrapassava os limites do município, configurando-se como área
metropolitana. A medida que as favelas esgotavam os espaços disponíveis no interior
do tecido urbano, as alternativas para a população de baixa renda limitava-se às
periferias cada vez mais distantes, onde, a partir dos anos 50 se multiplicaram os
loteamentos populares: lotes pequenos, sem infra-estruturas urbanísticas, de difícil
acesso, e por isso mesmo, baratos.
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A combinação loteamento popular / auto-construção tornou-se padrão metropolitano de
habitação popular, assim como a periferização se tornou o padrão de urbanização.
Segundo fontes oficiais7, entre 1964 e1974, 80 favelas, com 26.193 barracos foram
removidas, deslocando uma população de 139.218 pessoas. Os moradores das favelas
removidas foram relocados em conjuntos habitacionais construídos na periferia, muito
distantes do mercado de trabalho. Uma grande parcela da população não se adaptou
(Berenstein.Jacques,2001)8, por diversos motivos: era preciso pagar um aluguel ou
financiamento; o preço do transporte era muito caro e o tempo de viagem muito longo;
uma parte da família ficou longe, a solidariedade entre vizinhos desapareceu; não havia
mais equipamentos urbanos comunitários; os apartamentos eram muito rígidos,
impessoais e sem área livre. Dentre estes, muitos retornaram para as favelas que não
haviam sido afetadas pela ação do governo ou então criaram outras novas. Após 1975,
vários conjuntos habitacionais ficaram abandonados, sendo que alguns se apresentam
em situação tão precária ou até mais do que as próprias favelas.
No princípio dos anos 80, com o processo de abertura política e o fim da ditadura militar,
as políticas oficiais de habitação passaram a ser menos autoritárias. Foi somente com a
redemocratização do país que as propostas de urbanização, que os favelados
reivindicavam desde muito, foram incorporadas às políticas federais. Os moradores de
favelas passaram a ser considerados trabalhadores, e não só marginais, e a favela
começou a ser percebida como o lamentável resultado de um desenvolvimento
industrial e um crescimento urbano rápido e sem planejamento. Neste contexto
surgiram as políticas de “legalização”.
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A população da cidade começou a se estabilizar nos anos 80: os fluxos migratórios e o
crescimento demográfico diminuíram, mas, paradoxalmente, a população das favelas
continuou a crescer. A pobreza urbana se expandia não mais devido às migrações
rurais mas devido ao empobrecimento dos trabalhadores urbanos, que se agravava com
o processo inflacionário. Mesmo com a expansão das periferias não houve
estancamento do crescimento das favelas no interior do município (ver Tabela 1),
fazendo com que autores como Pasternak e Sachs dissessem, em 1990, “ decidedly,
Brazilian cities are becoming huge squatter settlements”. No entanto, no seu interior há
grande heterogeneidade: novas práticas, novas tendências e novos padrões de
habitação popular já podem ser identificados.
Os terrenos para construção nas favelas se tornaram mais raros e ganharam valor, o
mercado imobiliário se desenvolveu dentro das favelas e os moradores mais miseráveis
passaram a ser substituídos por uma classe média baixa, menos miserável mas cada
vez mais empobrecida. Como aparentemente não há mais espaços que poderiam
comportar novas favelas no interior do núcleo, onde a permanência da maioria das
existentes está praticamente assegurada, duas tendências podem portanto ser
observadas: o adensamento e a verticalização das favelas antigas e consolidadas, por
um lado, e a periferização de novas favelas, por outro. Devido ao esgotamento dos
espaços no núcleo,
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as novas favelas que se formam - 205 entre 1982 e 199011 - localizam-se nas regiões
mais afastadas.
A disputa pelos raros espaços disponíveis faz surgirem barracos em terrenos insólitos.
Assim, vem sendo ocupadas faixas estreitas de terra non aedificandi situadas ao longo
de vias públicas, rios e canais, e sob viadutos e pistas elevadas. A imagem de longas
sequências de casebres embaixo de viadutos se tornou comum na cidade: estimava-se
em 1990 em cerca de 30 destas ocupações12, que poderiam ser denominadas de favelas
lineares.
Uma das faces mais gritantes da crise e da pobreza na “década perdida“ era a
população sem teto. Estimativas diferentes se referiam a dezenas de milhares de
pessoas abrigando-se sob pontes, marquises, nas calçadas, nas praças, parques e
quaisquer vãos ou coberturas disponíveis. Os pobres de rua, ao contrário do que se
supunha, não eram mendigos, alcoólatras e desocupados, mas em sua maioria
trabalhadores, aposentados, desempregados e principalmente famílias inteiras cuja
renda não era suficiente para pagar qualquer tipo de moradia. Dentre estes encontram-
se também os que tem moradia nas periferias distantes, mas não podem pagar o custo
do deslocamento, permanecendo durante a semana nas ruas das zonas mais
populosas (JB 16/3/89). Há ainda um grande número de desabrigados pela chuva de
1988 e provavelmente um razoável contingente de trabalhadores egressos da
construção civil. Atingido pela crise econômica, este setor se retraiu, deixando de
oferecer não só trabalho mas também alojamento para milhares de trabalhadores de
menor qualificação, que se soma à população de rua.
Ao final dos anos 80 estimava-se que meio milhão de pessoas habitassem nas
periferias e um milhão nas 545 favelas em toda a cidade. Nesta época e no início da
década de 90 observaram-se novas formas de habitação popular, estampando no
espaço as crescentes dificuldades de se morar na metrópole. A real dimensão da
população moradora em favelas na cidade do Rio de Janeiro não é conhecida, pelo
contrário, é muito controvertida: há autores que se referem a mais de um milhão4, outros
a dois milhões5 de favelados dentre os 5.851.914 habitantes do município (Censo IBGE
2000).
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Após 1983 surgiram algumas tentativas de legalizar as favelas, e vários programas foram
criados pela administração pública visando a população das favelas. Mas o verdadeiro
plano de urbanização sistemática de favelas só começou em 1994 quando a recém
criada Secretaria Municipal Extraordinária de Habitação lançou, entre outros programas,
o intitulado “Favela-Bairro” que consistia, como seu nome indica, em transformar as
favelas em bairros13. Nenhuma favela foi efetivamente transformada em bairro formal
legal mas o programa já beneficiou mais de uma centena de favelas da cidade com
obras de infraestrutura e urbanização.
Referências Bibliográficas
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1991.
BENCHIMOL, J.L. - Pereira Passos, um Haussman tropical, Rio de Janeiro, Biblioteca Carioca,
1990.
BERENSTEIN-JACQUES, P. – Les favelas de Rio, um enjeu culturel, Paris, L’ Harmattan, 2001.
FERREIRA DOS SANTOS, C.N.- Movimentos urbanos no Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Zahar,
1981.
FERREIRA dos SANTOS C.N. Um tema dos mais solicitados: como e o quê pesquisar em favelas,
in: Revista de Administração Municipal, n°161, out./dez. 1981.
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PERLMAN, J.E.- O mito da marginalidade, Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1981.
VAZ L.F. - Notas sobre o cabeça de porco, in Revista Rio de Janeiro n°2, Nitéroi, 1986 VAZ L.F.
- Dos cortiços às favelas e aos edifícios de apartamentos - a modernização da moradia no Rio de
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ZYLBERBERG S., Morro da providência: memórias da Favella , Rio de Janeiro, Prefeitura do
Rio de Janeiro, 1992.
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Outros
1
A acepção original do termo vem de “faveleiro” que é o nome popular de Jatropha phyllacantha,
grande arbusto da família das euforbácias de flores claras, frutos escuros e sementes oleaginosas.
2
Ver também acervo fotográfico do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro (AGCRJ).
3
Discurso de 12 Novembro de 1926,Para a remodelação do Rio de Janeiro.
4
Três parques proletários provisórios são construídos entre 1941 e 1944 pelo prefeito Henrique Dodsworth
(1937-1945) : o n°1 na Gávea, o n°2 no Caju e o n°3 no Leblon, em uma tímida tentativa de substituição pois
os parques eram construídos na proximidade das favelas destruídas. Apesar da propaganda política feita
com o primeiro parque o projeto não foi adiante.
5
Censo de 1948: 105 favelas, e 137.837 habitantes, ou seja 7 % da população da capital
6
VII Censo Geral do Brasil, Favelas da Guanabara.
7
COHAB-GB.
8
È preciso notar que as favelas possuem uma cultura particular e seus habitantes possuem uma maneira de
habitar que lhes é própria e incompatível com os conjuntos habitacionais modernistas.
9
Na realidade tratam-se de novos cortiços. O Globo 7/6/91.
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Jornal do Brasil 4/4/91.
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IPLAN RIO.
12
Jornal do Brasil 30/12/90
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Ao mesmo tempo, um outro programa chamado “morar sem risco ”, removeu as favelas de rua e de áreas
de risco para novos conjuntos habitacionais.
14
Apesar de ainda haver algumas vozes dissonantes contra a urbanização e a favor da remoção das favelas
como se pôde ver recentemente no editorial Favelas.sempre do Jornal do Brasil de 16/11/00 (ver também
nossa réplica publicada no mesmo jornal em 25/11/00, Favelas). O novo Estatuto da cidade é também um
grande avanço em prol da urbanização e legalização das favelas de todo o país.
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