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O projeto de “regeneração”
As reformas no Rio de Janeiro faziam parte de um projeto de “regeneração” da cidade, que além de
reformas urbanas e sanitárias, buscava a mudança nos costumes das pessoas.
Além de uma capital “moderna”, as elites brasileiras desejavam que a população fosse “civilizada”,
comportando-se de acordo com padrões europeus.
Por isso, vários costumes e tradições considerados perturbadores da ordem, como a serenata e o
jogo de capoeira, foram duramente reprimidos durante a Primeira República.
ESCOLA ESTADUAL “DR. REYNALDO MARTINS MARQUES”
Rua: Ari Teixeira da Costa, 1500 - Santa Paula
Ribeirão das Neves – Tel: 3626-9108
O Bota-abaixo
Durante as reformas urbanas comandadas pelo prefeito Pereira Passos, muitos prédios antigos
foram demolidos e milhares de pessoas ficaram desabrigadas. Esse período da história do Rio de
Janeiro ficou conhecido como Bota-abaixo.
Um exemplo foi a construção da avenida Central, iniciada em 1904. Ela foi projetada com o objetivo
de melhorar o tráfego de pessoas e veículos e de embelezar o centro da cidade. Toda a arquitetura
ao longo da avenida foi refeita. Cerca de 640 prédios com fachadas em estilo colonial foram
demolidos e substituídos por edifícios em estilo neoclássico, semelhantes aos de Paris.
As mudanças foram radicais e surpreenderam os cariocas. O escritor Lima Barreto, ao falar de um
país fictício chamado “República dos Estados Unidos da Bruzundanga”, fez uma sátira ao que
acontecia no Rio de Janeiro naquele momento:
[...] E eis a Bruzundanga, tomando dinheiro emprestado, para pôr as velhas casas de sua capital
abaixo. De uma hora para outra, a antiga cidade desapareceu e outra surgiu como se fosse obtida
por uma mutação de teatro. Havia mesmo na cousa muito de cenografia.
BARRETO, Lima. Os bruzundangas. São Paulo: Ática, 1985. p. 73.
A expulsão da população
Durante as reformas, muitos moradores pobres e pequenos comerciantes foram expulsos do centro
da cidade, sem nenhuma indenização ou novo local para se fixar.
As obras foram conduzidas de modo autoritário e com repressão policial, gerando grande
insatisfação popular.
Os pobres, afastados de suas residências, deslocaram-se até os morros vizinhos ou para os
subúrbios, construindo moradias improvisadas com material de demolição retirado do centro da
cidade. Essas moradias improvisadas deram origem às primeiras favelas da cidade do Rio de
Janeiro.
Questões do texto
Sobre as reformas urbanas e sanitárias na cidade do Rio de Janeiro, responda:
a ) Quais eram as características da cidade antes das reformas?
b ) Por que os governantes promoveram essas reformas?
c ) O que foi o Bota-abaixo?
d ) Como a população pobre carioca reagiu às medidas sanitárias do governo? Explique os motivos
dessa reação?
Resumo
As revoltas na Primeira República foram motivadas por inúmeros fatores, como desigualdade
social e pobreza, violência policial, medo, fanatismo religioso etc.
As quatro principais revoltas do período, isto é, as mais estudadas são: Canudos, Contestado,
Revolta da Vacina e Revolta da Chibata.
A Guerra de Canudos aconteceu entre 1896-97 e foi motivada pela insatisfação das elites
baianas com a formação do arraial que possuía um líder religioso desvinculado da Igreja e uma
experiência social com ares de igualitarismo.
A Guerra do Contestado aconteceu em uma região disputada por Paraná e Santa Catarina e
envolvia a insatisfação dos sertanejos com a pobreza e o fervor religioso.
A Revolta da Vacina foi motivada pela insatisfação da população com a violência do processo de
modernização do Rio de Janeiro aliada ao medo da campanha de vacinação forçada.
A Revolta da Chibata teve como estopim a insatisfação dos marinheiros negros e mestiços com
os castigos físicos que sofriam na Marinha.
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Revoltas na República Velha: saiba quantas e quais foram - Brasil Escola (uol.com.br)
A Revolta da Vacina
O médico sanitarista Oswaldo Cruz foi encarregado de
conduzir as reformas sanitárias no Rio de Janeiro. Com o
objetivo de sanear a cidade, dedicou-se, inicialmente, ao
combate de doenças como a febre amarela e a peste
bubônica, eliminando mosquitos e ratos.
Em seguida, comandou o processo de erradicação da
varíola, porém o único meio de combater essa doença era
vacinar a população.
Na época, membros da oposição ao governo propagaram
informações infundadas que questionavam a eficácia da vacina. Essas informações assustaram boa
parte da população, que se recusou a tomá-la. Por isso, o governo aprovou, em novembro de
1904,a Lei da VacinaObrigatória e passou a usar a força policial nos casos de
resistência à vacinação.
A população, que já estava cansada das medidas autoritárias do governo, iniciou então uma grande
revolta. Durante uma semana, a população levantou barricadas nas ruas, depredou edifícios e
saqueou lojas. Nos confrontos com a polícia, houve grande número de mortos e feridos. Após a
revolta, a vacinação deixou de ser obrigatória e tornou-se voluntária.
1. Quais foram as principais doenças combatidas pelo médico sanitarista Oswaldo Cruz durante as
reformas sanitárias no Rio de Janeiro?
2. Por que membros da oposição ao governo questionaram a eficácia da vacina contra a varíola?
3. Como o governo lidou com a resistência da população à vacinação obrigatória?
4. Quais foram as consequências da revolta da população contra as medidas autoritárias do governo
em relação à vacinação obrigatória?