Você está na página 1de 68

Capítulo 10

Potenciais e campos

slide 1 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


10.1 A formulação do potencial
10.1.1 Potenciais escalar e vetorial
Buscamos a solução geral para as equações de Maxwell,

(10.1)

slide 2 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


Dados ρ(r, t) e J(r, t), quais são os campos E(r, t), e B(r, t). B permanece
com divergente nulo, de forma que ainda podemos escrever
(10.2)

como na magnetostática. Colocando isso na lei de Faraday (iii),

ou

Eis aqui uma grandeza cujo rotacional, ao contrário de E sozinho, de fato se


anula; pode, portanto, ser escrita como o gradiente de um escalar:

slide 3 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


Em termos de V e A, então,
(10.3)

Isto se reduz à velha forma, é claro, quando A é constante.


A representação potencial (equações 10.2 e 10.3) preenche as duas
equações homogêneas de Maxwell, (ii) e (iii). E quanto à lei de Gauss (i)
e à lei de Ampère/Maxwell (iv)? Colocando a Equação 10.3 em (i),
constatamos que
(10.4)

isso substitui a equação de Poisson. Colocando as equações 10.2 e


10.3 em (iv) temos

slide 4 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


ou, usando a identidade vetorial ∇× (∇× A) = ∇(∇· A) −∇2A, e
rearranjando os termos um pouco:

(10.5)

As equações 10.4 e 10.5 contêm todas as informações das equações


de Maxwell.

slide 5 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


Exemplo 10.1
Encontre as distribuições de carga e de corrente que fariam surgir os
potenciais

onde k é uma constante e c = 1/√Є0μ0.


Solução: primeiro vamos determinar os campos elétrico e magnético,
usando as equações 10.2 e 10.3:

slide 6 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


O positivo para x > 0, negativo para x < 0). Estes são para |x| < ct;
quando |x| > ct, E = B = 0 (Figura 10.1). Calculando todas as derivadas
à vista, encontro

A condição de contorno (iv) na Equação 7.63 fornece

e portanto,

slide 7 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


slide 8 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados
Problema 10.1 Mostre que as equações diferenciais para V e A
(equações 10.4 e 10.5) podem ser escritas de forma mais simétrica

(10.6)

onde

slide 9 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


Problema 10.2 Para a configuração no Exemplo 10.1, considere uma
caixa retangular de comprimento l, largura w e altura h, situada a uma
distância d acima do plano yz (Figura 10.2).
(a) Encontre a energia na caixa no tempo t1 = d/c, e emt2 = (d + h)/c.
(b) Encontre o vetor de Poynting e determine a energia por unidade de
tempo que flui para dentro da caixa no intervalo t1 < t < t2.
(c) Integre o resultado em (b) de t1 a t2 e confirme que o aumento de
energia (parte (a)) é igual ao influxo líquido.

slide 10 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


slide 11 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados
10.1.2 Transformações de calibre
Suponha que temos dois conjuntos de potenciais, (V, A) e (V’, A’), que
correspondem aos mesmos campos elétrico e magnético. De quanto
pode ser a diferença entre eles? Escreva

Os dois A resultam no mesmo B, e seus rotacionais devem ser iguais


∇× α = 0.
Podemos então escrever α como o gradiente de algum escalar:
α = ∇λ.
Os dois potenciais também resultam no mesmo E, então

slide 12 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


ou

O termo entre parênteses é, portanto, independente da posição; chame-o


de k(t):

É melhor já absorvermos k(t) em λ, definindo um novo λ com o acréscimo


de Isso não afetará o gradiente de λ; apenas acrescenta k(t) a
∂λ/∂t. Segue-se que

(10.7)

Conclusão: para qualquer função escalar λ, podemos acrescentar ∇λ a A,


desde que subtraiamos simultaneamente ∂λ/∂t de V .

slide 13 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


Problema 10.3 Encontre os campos e as distribuições de carga e de
corrente correspondentes a

Problema 10.4 Suponha que V = 0 e A = A0 sen (kx − ωt) onde A0, ω e


k são constantes. Encontre E e B, e verifique se satisfazem as equações
de Maxwell no vácuo. Que condição tem de ser imposta a ω e k?
Problema 10.5 Use a função de calibre λ = −(1/4πЄ0)(qt/r) para
transformar os potenciais do Problema 10.3, e comente o resultado.

slide 14 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


10.1.3 Calibre de Coulomb e calibre de Lorentz
O calibre de Coulomb. Como em magnetostática, escolhemos
∇· A = 0. (10.8)
Com isso, a Equação 10.4 torna-se
(10.9)

Esta é a equação de Poisson e já sabemos como resolvê-la: colocando


V = 0 no infinito,
(10.10)

A equação diferencial para A (10.5) no calibre de Coulomb é

(10.11)

slide 15 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


O calibre de Lorentz. No calibre de Lorentz, escolhemos
(10.12)

O objetivo aqui é eliminar o termo médio da Equação 10.5 (na linguagem


do Problema 10.1, faz-se L = 0). Com isso
(10.13)

Enquanto isso, a equação diferencial para V, (10.4), torna-se


(10.14)

A virtude do calibre de Lorentz é que ele trata V e A nas mesmas bases; o


mesmo operador diferencial
(10.15)

slide 16 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


(chamado operador d’alembertiano) ocorre em ambas as equações:

(10.16)

No calibre de Lorentz V e A satisfazem a equação de onda não


homogênea, com um termo ‘fonte’ (em lugar de zero) à direita. Usarei
exclusivamente o calibre de Lorentz e toda a eletrodinâmica se reduz
ao problema de resolver a equação de onda não homogênea para
fontes especificadas.

slide 17 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


Problema 10.6 Qual dos potenciais no Exemplo 10.1, Problema 10.3 e
Problema 10.4 estão no calibre de Coulomb? Quais estão no calibre de
Lorentz?
Problema 10.7 No Capítulo 5 mostrei que é sempre possível escolher
um potencial vetorial cujo divergente é nulo (calibre de Coulomb).
Mostre que é sempre possível escolher ∇· A = −μ0Є0(∂V/∂t), como
exigido pelo calibre de Lorentz, assumindo que saiba como resolver as
equações da forma 10.16. É sempre possível escolher V = 0? E quanto
a A = 0?

slide 18 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


10.2 Distribuições contínuas
10.2.1 Potenciais retardados
No caso estático, as Equações 10.16 reduzem-se equação de Poisson,
com as soluções conhecidas
(10.17)

onde r, como sempre, é a distância entre o ponto fonte r’ e o ponto r do


campo (Figura 10.3). a ‘notícia’ eletromagnética viaja à velocidade da luz.
Como essa mensagem deve percorrer a distância r,o retardo é r/c:
(10.18)

slide 19 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


slide 20 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados
A generalização natural da Equação 10.17 para fontes não estáticas é,
portanto,

(10.19)

No cálculo do laplaciano de V (r, t), o ponto crucial é que o integrando


(na Equação 10.19) depende de r em dois lugares: explicitamente, no
denominador, e implicitamente, no numerador. Assim,

(10.20)
e
(10.21)

slide 21 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


Agora, (Problema 1.13), então

(10.21)

Tomando o divergente,

mas

como na Equação 10.21, e

slide 22 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


(Problema 1.62), enquanto

(Equação 1.100). Então

confirmando que o potencial retardado (10.19) satisfaz a equação de


onda não homogênea (10.16). c.q.d.
Esta prova aplica-se bem a potenciais avançados,
(10.23)

nos quais as densidades de carga e de corrente são calculadas no tempo


avançado
(10.24)

slide 23 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


Exemplo 10.2
Um fio reto infinito transporta a corrente

Ou seja, uma corrente estática I0 é ligada em t = 0. Encontre os campos


elétrico e magnético resultantes.
Solução: o fio é eletricamente neutro, assim o potencial escalar é zero.
Considere que o fio está ao longo do eixo z (Figura 10.4); o potencial
vetorial retardado no ponto P é

slide 24 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


slide 25 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados
Para t < s/c, a ‘notícia’ ainda não chegou a P, e o potencial é nulo. Para t
> s/c, somente o segmento
(10.25)

contribui ; assim

O campo elétrico é

slide 26 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


e o campo magnético é

Observe que à medida que t→∞reencontramos o caso estático: E = 0,


B = (μ0I0/2πs) ˆϕ.

slide 27 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


Problema 10.8 Confirme que os potenciais retardados satisfazem a condição
do calibre de Lorentz. [Dica: mostre primeiro que

onde ∇ denota derivadas com respeito a r, e ∇’ denota derivadas com respeito


a r’. Em seguida, observando que J(r’, t − r/c) depende de r’ tanto
explicitamente quanto através de r, confirme que

Use isso para calcular o divergente de A (Equação 10.19).]

slide 28 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


Problema 10.9
(a) Suponha que pelo fio do Exemplo 10.2 passa uma corrente que
aumenta linearmente
I(t) = kt,
para t > 0. Encontre os campos elétrico e magnético gerados.
(b) Faça o mesmo para o caso de um pulso repentino de corrente:
I(t) = q0δ(t).

slide 29 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


Problema 10.10 Por um pedaço de fio dobrado na forma de espira,
como mostra a Figura 10.5, passa uma corrente que aumenta
linearmente com o tempo:
I(t) = kt (−∞ < t < ∞).
Calcule o potencial vetorial retardado A no centro. Encontre o campo
elétrico no centro. Por que esse fio (neutro) produz um campo elétrico?
(Por que você não pode determinar o campo magnético a partir desta
expressão para A?)

slide 30 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


10.2.2 Equações de Jefimenko

Dados os potenciais retardados

(10.26)
em princípio é uma questão simples determinar os campos:
(10.27)

Já calculei o gradiente de V (Equação 10.22); a derivada temporal de A


é fácil:
(10.28)

slide 31 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


Colocando-os juntos (e usando c2 = 1/μ0Є0):

(10.29)

Quando para B, o rotacional de A contém dois termos:

Agora

então

slide 32 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


Mas (Problema 1.13), portanto
(10.30)

Enquanto isso (novamente, Problema 1.13), e


consequentemente

(10.31)

Esta é a generalização da lei de Biot-Savart para o caso dependente do


tempo, ao qual se reduz no caso estático.

slide 33 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


Problema 10.11 Suponha que J(r) é constante no tempo, portanto (Problema 7.55)
ρ(r, t) = ρ(r, 0) + ρ˙(r, 0)t. Mostre que

ou seja, a lei de Coulomb se aplica com a densidade de carga calculada no tempo


não retardado.
Problema 10.12 Suponha que a densidade de corrente varie de forma lenta para que
possamos (em boa aproximação) ignorar todas as derivadas mais altas na expansão
de Taylor
J(tr) = J(t) + (tr − t)˙ J(t) + . . .
Mostre que um cancelamento fortuito na Equação 10.31 resulta em

A lei de Biot-Savart se aplica com J calculado em tempo não retardado. Portanto a


aproximação quase-estática é muito melhor do que poderíamos esperar: os dois
erros envolvidos cancelam em primeira ordem.
slide 34 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados
10.3 Cargas pontuais
10.3.1 Potenciais de Liénard-Wiechert
O próximo objetivo é calcular os potenciais (retardados), V (r, t) e A(r, t),
de uma carga pontual q que está se move em uma trajetória específica
w(t) ≡ posição de q no tempo t. (10.32)
O tempo retardado é determinado pela equação
(10.33)

pois o lado esquerdo é a distância que a ‘notícia’ tem de viajar, e (t−tr) é o


tempo para fazer a viagem (Figura 10.6).
Vou chamar w(tr) de posição retardada da carga; r é o vetor entre a
posição retardada e o ponto r do campo:
(10.34)

slide 35 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


uma leitura ingênua da fórmula

(10.35)

talvez sugira a você que o potencial retardado de uma carga pontual é,


simplesmente,

Mas isso está errado por um motivo muito sutil: é verdade que para uma
carga pontual o denominador r sai da integral, mas o que resta,
(10.36)

não é igual à carga da partícula.

slide 36 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


para uma partícula ampliada, por menor que seja, o retardo na Equação
10.36 acrescenta um fator onde v é a velocidade da carga no
tempo retardado:
(10.37)

slide 37 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


Prova: este é um efeito puramente geométrico. um trem que vem na sua
direção parece um pouco mais longo do que realmente é, já que a luz que
você recebe do último vagão partiu antes da luz que você recebe
simultaneamente da locomotiva e naquele primeiro momento o trem
estava mais longe (Figura 10.7). No intervalo que a luz do último vagão
leva para percorrer a distância extra L’, o próprio trem movimenta-se uma
distância L − L’:

slide 38 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


Trens que se aproximam parecem mais longos, por um fator (1 − v/c)−1.
Em contrapartida, um trem que se afasta parece mais curto, por um fator
(1 + v/c)−1. se a velocidade do trem
forma um ângulo θ com a sua linha de visão, a distância a mais que a luz
do último vagão tem de percorrer é L’ cos θ (Figura 10.8). No tempo L’ cos
θ/c, o trem movimenta-se uma distância (L − L’):

O volume aparente τ’ do trem, então, está relacionado ao volume de fato τ


por
(10.38)

onde é um vetor unitário do trem para o observador.

slide 39 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


slide 40 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados
Segue-se então que

(10.39)

Enquanto isso, como a densidade de corrente de um objeto rígido é ρv


(Equação 5.26), temos também

ou
(10.40)

As equações 10.39 e 10.40 são os famosos potenciais de Liénard-


Wiechert para uma carga pontual em movimento.

slide 41 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


Exemplo 10.3
Encontre os potenciais de uma carga pontual movendo-se a velocidade
constante.
Solução: por conveniência, digamos que a partícula passa pela origem
no tempo t = 0, de forma que
w(t) = vt.
Primeiro, calculamos o tempo retardado (Equação 10.33):
|r − vtr| = c(t − tr),
ou, elevando ao quadrado:

Resolvendo para tr pela fórmula quadrática, concluo que

(10.41)

slide 42 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


Para escolher o sinal, considere o limite v = 0:

Neste caso, a carga está em repouso na origem e o tempo retardado


deve ser (t − r/c); evidentemente queremos o sinal negativo.
Agora, das equações 10.33 e 10.34,

então

slide 43 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


(Usei a Equação 10.41 com o sinal negativo no último passo). Portanto,

(10.42)

e (Equação 10.40)

(10.43)

slide 44 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


Problema 10.13 Uma partícula de carga q move-se em um círculo de raio a
a uma velocidade angular constante ω. (Assuma que o círculo está no
plano xy, centrado na origem, e no tempo t = 0 a carga está em (a, 0), no
eixo x positivo.) Encontre os potenciais de Liénard-Wiechert para pontos no
eixo z.
Problema 10.14 Mostre que o potencial escalar de uma carga pontual
movendo-se a velocidade constante (Equação 10.42) pode ser escrito de
forma equivalente como

(10.44)
onde R ≡ r − vt é o vetor posição presente (!) da partícula para o ponto r de
campo, e θ é o ângulo entre R e v (Figura 10.9). Para velocidades não
relativísticas (v2 << c2),

slide 45 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


Problema 10.15 Mostrei que no máximo um ponto da trajetória da
partícula se comunica com r em qualquer tempo dado. Em alguns casos,
esse ponto pode não existir (um observador em r não veria a partícula –
na linguagem da Relatividade Geral, ela está ‘além do horizonte’). Como
exemplo, considere uma partícula em movimento hiperbólico ao longo do
eixo x:

(10.45)
Desenhe o gráfico de w versus t. Com quatro ou cinco pontos
representativos na curva, desenhe a trajetória de um sinal de luz emitido
pela partícula naquele ponto – tanto no sentido de x positivo quanto no
de x negativo. Que região do seu gráfico corresponde aos pontos e
tempos (x, t) dos quais a partícula não pode ser vista? Em que tempo
alguém no ponto x vê primeiro a partícula? Depois de já ter sido vista,
uma partícula pode desaparecer do campo de visão?
slide 46 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados
Problema 10.16 Determine os potenciais de Liénard-Wiechert para uma
carga em movimento hiperbólico (Equação 10.45). Assuma que o ponto r
está no eixo x e à direita da carga.

slide 47 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


10.3.2 Os campos de uma carga pontual em movimento
Estamos agora em posição de calcular os campos elétrico e magnético
de uma carga pontual em movimento arbitrário, usando os potenciais de
Liénard-Wiechert:

(10.46)
e as equações para E e B:
(10.47)

A diferenciação, no entanto, é complicada porque


(10.48)

slide 48 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


são ambos calculados no tempo retardado e tr – definido implicitamente
pela equação
(10.48)
– é em si uma função de r e t. Vamos começar com o gradiente de V :
(10.49)

(10.50)
Quanto ao segundo termo, a regra de produto 4 resulta em
(10.51)

slide 49 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


Calculando esses termos, um de cada vez:

(10.52)

slide 50 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


onde a ≡ v˙ é a aceleração da partícula no tempo retardado. Agora
(10.53)
e

(10.54)

slide 51 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


enquanto
(v ·∇)w = v(v ·∇tr)
Passando ao terceiro termo da Equação 10.51,

(10.55)

Finalmente,
(10.56)

mas ∇× r = 0, enquanto pelo mesmo argumento da Equação 10.55,


(10.57)

slide 52 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


Colocando tudo isso de volta na Equação 10.51, e usando a regra ‘BAC-
CAB’ para reduzir os produtos vetoriais triplos,

(10.58)
Juntando as equações 10.50 e 10.58, temos
(10.59)

Para completar o cálculo, precisamos conhecer ∇tr. Isso pode ser feito
tomando-se o gradiente da equação que define (10.48) e expandindo∇r

slide 53 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


(10.60)
mas

(a mesma ideia que da Equação 10.53), enquanto (das equações


10.56 e 10.57)

Assim

e então
(10.61)

slide 54 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


Incorporando esse resultado à Equação 10.59, concluo que

(10.62)

Um cálculo semelhante que deixarei para você (Problema 10.17) resulta


em

(10.63)
Combinando esses resultados e introduzindo o vetor
(10.64)
encontro
(10.65)

slide 55 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


Enquanto isso,

Já calculamos ∇× v (Equação 10.55) e ∇V (Equação 10.62). Juntando


ambos,

podemos impunemente trocar v por −u; segue-se que

(10.66)

O campo magnético de uma carga pontual é sempre perpendicular ao


campo elétrico e ao vetor a partir do ponto retardado.

slide 56 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


O primeiro termo em E cai com o inverso do quadrado da distância da
partícula. Se a velocidade e a aceleração são nulas, somente esse
termo permanece, reduzindo-se ao velho resultado eletrostático

O primeiro termo em E é às vezes chamado de campo de Coulomb


generalizado. (também conhecido como campo de velocidade.) O
segundo termo cai com o inverso da primeira potência de r e é
dominante a grandes distâncias; é chamado de campo de radiação ou
de campo de aceleração. A mesma terminologia se aplica ao campo
magnético.

slide 57 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


As equações 10.65 e 10.66 nos dão os campos e a lei de força de
Lorentz determina a força resultante:

(10.67)

onde V é a velocidade de Q, e r, u, v e a são todos calculados no tempo


retardado. Toda a teoria da eletrodinâmica clássica está contida nessa
equação, mas você vê por que preferi começar pela lei de Coulomb.

slide 58 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


Exemplo 10.4
Calcule os campos elétrico e magnético de uma carga pontual que se
move com velocidade constante.
Solução: colocando a = 0 na Equação 10.65,

Neste caso, usando w = vt,

No Exemplo 10.3 constatamos que

No Problema 10.14, você demonstrou que esse radical poderia ser


escrito como

slide 59 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


No Problema 10.14, você demonstrou que esse radical poderia ser
escrito como

onde

é o vetor da posição presente da partícula até r, e θ é o ângulo entre R e


v (Figura 10.9). Assim,

(10.68)

Devido ao sen2 θ no denominador, o campo de uma carga que se move


em alta velocidade fica achatado na direção perpendicular ao
movimento (Figura 10.10).

slide 60 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


Quanto a B, temos

e, portanto,

(10.69)

slide 61 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


slide 62 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados
Linhas de B circundam a carga, como na Figura 10.11.

Os campos de uma carga pontual movendo-se em velocidade constante


(equações 10.68 e 10.69) foram primeiro obtidos por Oliver Heaviside em
1888. Quando v2 c2 eles se reduzem a
(10.70)

O primeiro é, em essência, a lei de Coulomb e o segundo é a ‘lei de Biot-


Savart para uma carga pontual’ sobre a qual eu o alertei no Capítulo 5
(Equação 5.40).

slide 63 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


Problema 10.17 Deduza a Equação 10.63. Mostre primeiro que
(10.71)

Problema 10.18 Suponha que uma carga pontual q está restrita a


movimentar-se ao longo do eixo x. Mostre que os campos em pontos do
eixo à direita da carga são dados por

Quais são os campos no eixo à esquerda da carga?

slide 64 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


Problema 10.19
(a) Use a Equação 10.68 para calcular o campo elétrico a uma distância d
de um fio reto infinito que possui uma densidade linear de carga uniforme
λ, movendo-se a uma velocidade constante v pelo fio.
(b) Use a Equação 10.69 para encontrar o campo magnético desse fio.
Problema 10.20 Para a configuração do Problema 10.13, encontre os
campos elétrico e magnético no centro. A partir da sua fórmula para B,
determine o campo magnético no centro de uma espira circular pela qual
passa uma corrente estacionária I, e compare sua resposta com o
resultado do Exemplo 5.6.

slide 65 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


Mais problemas do Capítulo 10
Problema 10.21 Suponha que você tome um anel de plástico de raio a e
cole nele uma carga, de forma que a densidade linear de carga seja λ0|
sen (θ/2)|. Em seguida, você gira a espira em torno do próprio eixo a uma
velocidade angular ω. Encontre os potenciais escalar e vetorial (exatos)
no centro do anel.
Problema 10.22 A Figura 2.35 resume as leis da eletrostática em um
‘diagrama triangular’ relacionando a fonte (ρ), o campo (E) e o potencial
(V). A Figura 5.48 faz o mesmo para a magnetostática, onde a fonte é J,
o campo é B e o potencial é A. Construa o diagrama análogo para a
eletrodinâmica, com as fontes ρ e J (ligadas pela equação de
continuidade), os campos E e B, e os potenciais V e A (ligados pela
condição de calibre de Lorentz). Não inclua fórmulas para V e A em
termos de E e B.

slide 66 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


Problema 10.23 Verifique se os potenciais para uma carga pontual em
movimento a uma velocidade constante (equações 10.42 e 10.43)
satisfazem a condição de calibre de Lorentz (Equação 10.12).
Problema 10.24 Uma partícula de carga q1 é mantida em repouso na
origem. Outra partícula, de carga q2, aproxima-se ao longo do eixo x em
movimento hiperbólico:

ela alcança o ponto mais próximo, b, no tempo t = 0, e depois retorna ao


infinito.
(a) Qual é a força F2 sobre q2 (devido a q1) no tempo t?
(b) Qual é o impulso total (I2 = F2dt) fornecido a q2 por q1?
(c) Qual é a força F1 sobre q1 (devido a q2) no tempo t?
(d) Qual é o impulso total (I1 = F1dt) fornecido a q1 por q2?

slide 67 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados


Problema 10.25 Uma partícula de carga q está viajando a uma velocidade
constante v ao longo do eixo x. Calcule a potência total que passa pelo
plano x = a, no momento em que a partícula em si está na origem.
Problema 10.26 Uma partícula de carga q1 está em repouso na origem.
Uma segunda partícula de carga q2 move-se ao longo do eixo z com
velocidade constante v.
(a) Encontre a força F12(t) de q1 sobre q2, no tempo t (quando q2 está em z
= vt).
(b) Encontre a força F21(t) de q2 sobre q1, no tempo t. A terceira lei de
Newton aplica-se neste caso?
(c) Calcule o momento linear p(t) nos campos eletromagnéticos, no tempo
t.
(d) Mostre que a soma das forças é igual a menos a taxa de variação do
momento nos campos, e interprete o resultado fisicamente.

slide 68 © 2011 Pearson. Todos os direitos reservados

Você também pode gostar