Aula 17 - Urbanismo I - A Revolução Industrial e Os Efeitos Sobre A Ocupaçao Territorial No XIX - História e Teoria Da Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo I
Alunos: Débora Amaral Eduardo Caminada Hadrian Thompson Sidney Pinheiro de Oliveira Haussman: O barão Haussmann foi prefeito de Paris entre 1853-1870. Empreendeu-se uma profunda e polêmica reforma urbana que inspirou intervenções em várias outras cidades do mundo. O objetivo principal era modernizar Paris que em pleno século XIX mantinha muito de sua estrutura medieval, cujo centro era composto de muitos quarteirões insalubres. Seu projeto consistia em redesenhar o traçado urbano compondo uma “nova cidade” mais racional, organizada e harmônica. Para realizar esta tarefa foram necessárias várias demolições. Isso fez com que muitos estudiosos criticassem Haussman duramente o processo. As críticas não eram contrárias à reforma em si, Situação Histórica: Neste período a França era governada por Luis Bonaparte (sobrinho de Napoleão) que implantou um governo imperial assumindo o nome de Napoleão III. A reforma teria sido uma demonstração de autoritarismo, uma expressão de um governo imperial ditatorial A ampliação e o alargamento das avenidas facilitava a atuação da repressão policial. Além disso, todo o embelezamento da cidade, os parques, os novos edifícios e monumentos atendiam muito mais a burguesia do que o resto da população. O centro urbano de Paris teria sido transformado num espaço burguês e a população pobre que antes vivia ali jogada para a periferia. Corrente Progressista O Urbanismo Moderno se baseia na premissa que as intervenções urbanas devem ser feitas com o intuito de eliminar os “males” provenientes do processo de urbanização como se fossem “ações cirúrgicas”, em que simplesmente se eliminam os espaços degradados ou se transformam estes espaços em espaços belos e salubres. Este pensamento se adequaria a uma corrente denominada progressista que desconsidera elementos sócio-culturais e históricos, na busca por uma cidade ideal, e assim se busca a reprodução do espaço para demonstrar uma imagem mais limpa e funcional que talvez não seja condizente com sua bagagem histórica. A Reconstrução de Paris: Havia dois problemas muito concretos que precisavam ser resolvidos: o da insalubridade (foco de doenças) e o da circulação. Para sanar o primeiro problema era necessário arejar e iluminar os espaços e promover higiene. Mas, sobretudo, também era preciso um conjunto de obras de infra-estrutura de impacto negativo (água, esgoto, gás, árvores), pois se demolia e revirava-se o terreno, causando grandes transtornos. Por outro lado, para dar conta do problema da circulação (pessoas e coisas) era preciso remodelar o traçado urbano para que funcionasse uma lógica racional dos diferentes fluxos. • Foram construídos três tipos de boulevards : os de cruzamento, os de ligação norte-sul e leste-oeste e os periféricos que delimitavam os espaço urbano (por onde entravam as mercadorias necessárias à cidade). Este último era o limite com o subúrbio de Paris. Ele ligava todas as entradas para a região central sendo uma espécie de contorno externo. Esquema de trabalhos de Haussmann em Paris – linhas mais grossas, novas ruas – tracejado quadriculado e novos bairros Boulevards Boulevard: (francês, do neerlandês Bolwerk – bolwark, com a mesma etimologia de baluarte) ou, em português, bulevar, é um termo que designa um tipo de via de trânsito, geralmente larga, com muitas pistas divididas nos dois sentidos, geralmente projetado com alguma preocupação paisagística. O termo foi inicialmente introduzido na língua francesa em 1435 como boloard, e desde então foi alterado para boulevard. A palavra francesa boulevard originalmente se referia ao topo reto (passarela) dos muros de cidades medievais. Vários boulevares parisienses substituíram velhos muros medievais, mas, mais geralmente, boulevares circulam centros de cidades, em contraste com as avenidas, que irradiam de centros. Boulevard é as vezes o termo utilizado para descrever vias de tráfego elegantemente amplas. O Barão Haussmann fez estas vias conhecidas em seu re-planejamento da Paris A Reconstrução de Paris: A Reconstrução de Paris: Seu trabalho destruiu grande parte da cidade medieval. Estima- se que ele transformado 60% dos edifícios de Paris. Notavelmente, ele redesenhou a Place de l'Étoile, e criou longas avenidas que dão perspectivas em monumentos como o Arco do Triunfo e da Ópera Garnier. A Reconstrução de Paris: Haussmann colocou o Bois de Boulogne, e fez grandes melhorias nos parques menores. Os jardins do Palácio de Luxemburgo foram cortados para permitir a formação de novas ruas, e o Boulevard de Sebastopol, na metade sul o que hoje é o Boulevard St Michel, foi conduzido através de um distrito populoso. Mudanças radicais fizeram de ruas estreitas até então largas "avenidas". Um novo abastecimento de água, um gigantesco sistema de esgotos, novas pontes, novos edifícios públicos, a inclusão dos bairros periféricos estavam entre o novo prefeito de A Reconstrução de Paris:
Divisão de Paris em 20 ‘distritos’ – a linha mais grossa define o antigo cinturão
alfandegário do século XVIII. A Reconstrução de Paris: Entre a Revolução de 1789 e a renovação de Haussmann de Paris na década de 1860, os ideais daqueles mudaram de uma cidade politicamente motivada aos de uma cidade economicamente e socialmente centrado. Tecnologia moderna, como ferrovias e lâmpadas a gás foram as conveniências que a burguesia ascendente poderiam desfrutar em seu estilo de vida descontraído. Novos espaços que foram criados durante a reforma incentivou a burguesia para ostentar sua riqueza nova, a criação de uma economia em expansão. Todos estes exemplos de alterações que ocorrem em Paris durante esse período pode ser visto nas representações da cidade A Reconstrução de Paris: Ruas sinuosas e edifícios de apartamentos degradados, e substituí-los com as largas, arborizadas avenidas e jardins extensos para o que é hoje a famosa Paris. Outros elementos do plano de Haussman incluiu alturas uniformes de construção, grandes avenidas, e elementos de fixação como o Arco do Triunfo e do Grand Opera House. Plano de Haussmann para Paris inspirou alguns dos mais importantes movimentos arquitetônicos, incluindo o movimento City Beautiful nos Estados Unidos. Na verdade, o renomado arquiteto americano Daniel Burnham emprestado liberalmente do plano de Haussmann e ainda incorporados os projetos de rua diagonais em seu Plano de 1909 de Chicago. Cidades como Londres e Moscou também tem influências de Haussmann em seus planos para a cidade. Historiador Shelley Rice, no seu livro parisienses escreve que a maioria dos parisienses "durante [a primeira metade do século XIX] percebiam como era suja, cheia, e insalubre ... coberto de lama e barracos improvisados, úmida e fétida, preenchido com os sinais de pobreza, bem como os sinais de lixo e resíduos deixados lá pelo sistema de esgoto inadequado e deficiente. Para essas pessoas, Haussmann estava realizando um serviço muito necessário para a cidade e para a França. A Reconstrução de Paris: A haussmanização aliou urbanismo com arquitetura. A cidade de Paris foi pensada como sendo um só monumento em que todas as partes se articulavam. Todas as construções formavam um único monumento urbano interligado por jardins, praças e parques.
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