ECLETISMO, IDENTIDADE NACIONAL E École Nationale Supérieure des Beaux-Arts – 1682

INDUSTRIALIZAÇÃO A reforma implementada por Napoleão III incentivou a

criatividade e a mistura de estilos com influência grega,
romana e renascentista.
Movimento neogótico na França e na Inglaterra e o
sistema de ensino da Escola de Belas Artes.

O Ecletismo começa a partir da imersão de problemas da

nova sociedade que surgem com a revolução industrial;

Busca de uma nova identidade que antes, no

neoclassicismo, não fora alcançada.

Uso do ferro e do vidro de forma ampliada com o

progresso da indústria, introduzindo novas técnicas de
construção e novos conceitos.

‘’O Ecletismo era a cultura arquitetônica de uma classe

burguesa que priorizada o conforto, amava o progresso e
a as novidades, mas rebaixava a produção artística e
arquitetônica ao nível da moda e do gosto’’.

CORRENTES ESTILÍSTICAS

1. Composição Estilística: imita as formas do passado

(neogótico, neoegípsio e neogrego).

2. Historicismo tipológico: relação entre estilo e função

encontrados nos estilos anteriores.

3. Pastiches Compositivos: ‘’invenção’’ de soluções

estilísticas.

NEOCLÁSSICO X ECLETISMO
Ópera de Garnier – Paris (1861-1874)

Neoclássico: obedece com fidelidade as composições e Influenciado pela arte barroca, porém, com vários outros
regras ditadas no Renascimento. estilos diferentes.

Ecletismo: as regras são reconsideradas em detrimento

da decoração, sem rigor e com liberdade, visando
também atender o gosto do cliente (historicismo).
 Petit Palais - Charles Louir Girault – Paris 1990.

NEOGÓTICO – Inglaterra e França (nacionalismo)

Movimento associado ao racionalismo arquitetônico.

Herança do passado gótico e análise dos processos de

construção modernos: uso apropriado dos materiais
obediência as necessidades funcionais.

Neoclássico: estrutura somente como esqueleto, não

coincide com a forma arquitetônica.
Grand Palais des Beaux-Arts – Charles Louir Girault – Paris
1990. Neogótico: a forma arquitetônica como forma estrutural,
coincidência com a estrutura metálica e forma gótica.
Sainte – Clotilde – Franz Christian Gau e Théodore
Ballu - Paris, 1846.
Casas do Parlamento (Palácio de Wstmister) – Charles
Barry e Augustus Pugin
Eugène Viollet-le-Duc – França 1814 a 1879
Estudou arquitetura na Escola de Belas Artes de Paris,
mas interrompeu os estudos devido ao carácter
arquitetônico fechado em relação ao futuro no ensino.
Trabalhou principalmente em restaurações (catedrais e
castelos medievais) por falta de encomendas de novas
obras.
Tinha um gosto maior pela arquitetura gótica, e com a
relação a honestidade das expressões dos materiais e dos
processos construtivos das obras medievais.
Gárgulas
Originalmente serviam para captar a água da chuva e
descartá-la a uma boa distância das paredes.
No século XIX, são apenas decorativas.
Acredita-se que as gárgulas nas catedrais medievais eram
um indicativo de que o demônio nunca dormia, exigindo
uma vigilância contínua das pessoas mesmo nos locais
sagrados.
 Interior da Bibliothèque Sainte Geneviève – Paris (1838-
1850)

Catedral de Notre Dame – Paris.

As paredes externas em alvenaria, em estilo neoclássico,

com o interior em colunas esbeltas de ferro fundido que
sustentam arcos de meia volta em ferro forjado, que
apoiam domus hemisféricos.

Sainte – Chapelle – Paris

ECLETISMO NO BRASIL

Uso livre dos estilos do passado.

Brasil = não houve um estilo nacional

Esse estilo foi uma tendência dentro do Academicismo

propagado pela Academia Imperial de Belas Artes
(Fundada por Dom João VI para receber os artistas da
Missão Francesa) e pela sucessora, Escola Nacional de
Belas Artes ao longo do séc. XIX.

O ensino arquitetônico acadêmico no Rio de Janeiro, que Vista aérea da praça Mauá para a zona sul, com o Pão de
inicialmente privilegiou o neoclassicismo, mais tarde Açúcar ao fundo. Avenida Rio Branco cruzando de fora a
aderiu o ecletismo de origem europeia. fora.

Instituições artísticas em paralelo em outros cantos do

Brasil, exemplo: Liceu de Artes e Oficio de São Paulo.

O Academicismo organizou todo o sistema de arte no

Brasil, do início do séc. XIX ao séc. XX, inspirado nos
princípios da academia francesa.

Rio de Janeiro

Reforma urbanística de Pereira Passos – Aspecto

parisiense.

A reforma ampliou ruas, construiu praças e demoliu os Teatro Municipal do Rio de Janeiro – 1909
cortiços (entre 1902 e 1910).

Objetivos: remodelar, sanear e embelezar.

Política do bota abaixo:

Destruir cortiços e vielas;
Abertura de avenidas e boulevard;
Construção de bibliotecas, teatros e outros;
Higienização a fim de combater as principais doenças.
Museu Nacional de Belas Artes – 1908

Biblioteca Nacional do Brasil – 1810

O IMPACTO DA INSTRIALIZAÇÃO E OS PROCESSOS Haussmann (prefeito em Paris) cria grandes intervenções
DE CONCENTRAÇÃO URBANA – Paris, Viena e que alterarão a dinâmica e a estrutura de Paris.
Barcelona Visa: salubridade, circulação e beleza.

Remodelou Paris, criando uma ‘’cidade nova’’

A urbanística moderna tem base na revolução industrial. modificando parques e criando outros, além de edifícios
públicos.
Aumento da população – diminuição do índice de
mortalidade. Melhora no sistema de distribuição de água e aumento
da rede de esgoto.
Redistribuição dos habitantes no território em
decorrência do aumento demográfico e das
transformações da produção. – Aumento da
Obras de Haussmann divididas em 5 categorias:
concentração urbana.
Obras viárias – abertura de ruas traçadas no conjunto
Degradação do ambiente urbano – ocupação
existente e faixa periférica – 165km novos;
desordenada.
Hausmann sobrepõe a antiga cidade, uma nova malha de
Bairros velhos se transformam em áreas miseráveis e
vias largas e retilíneas formando um sistema coerente de
espaços para construção de moradia barata e cortiços.
comunicação entre as estações ferroviárias e os principais
Urgência de reformas sanitárias centros;

Discussão de legislação sobre infraestrutura básica de Evita destruir os monumentos mais importantes e cria
salubridade na cidade. anéis ao redor dessas obras interligadas por perspectivas
viárias.

Novos serviços primários – novos aquedutos, instalações

Paris – França (séc. XIX).
de iluminação a gás, rede de transporte público;
Características anteriores a reforma:
Novos serviços secundários – escolas, hospitais, colégios,
Centro urbano característico da idade média – núcleo quartéis, prisões e parques púbicos;
urbano com estrutura já formada e possui principais
Nova estrutura administrativa da cidade – a cidade se
monumentos que predominam no panorama da cidade e
estende até as fortificações externas e é dividida em 20
que agora estão expostos a se tornarem centros de
distritos. (parcialmente autônomos).
aglomeração urbana.
Construção de Boulevards – termo para via de trânsito,
Barracões industriais são implantados sem ordenação.
geralmente larga e com pistas divididas nos dois sentidos,
com ocupação paisagística.

1850

Legislação que se limita a investigar e indicar as medidas

indispensáveis para o arranjo dos alojamentos e
dependências insalubres ocupadas.
Paris, 1615 – Plan de Mérain
Comissão comporta por um médico e um arquiteto.
Haussmann procurou enobrecer o ambiente urbano com
instrumentos urbanísticos tradicionais como a busca pela
regularidade, a escolha de um edifício monumental
antigo ou moderno como pano de fundo de cada nova
rua.

Ambientes privados e públicos são contrapostos: de um

lado casas e do outro os estúdios, laboratórios e
escritórios. A rua é o elemento de ligação que permite a
mistura dos dois elementos.

Foram criados parques e jardins públicos: Jardir dês

Tulleries, Palais Royal, Parc Monstsours.

A figura do quarteirão surge a partir do sistema viário,

sendo assim o quarteirão é o espaço residual definido
pelo traçado.

Leis de ocupação: cada lote é perpendicular a rua e não

tem a mesma medida padrão;

A partir da lei, os edifícios passam a ter regras de

padronização para as fachadas;

A tipologia urbana segue um catálogo pré-definido,

passam a apresentar unicidade arquitetônica;

As passagens passam a ter função comercial –

multifuncionalidade do quarteirão e abrigam café e lojas.
Criação de Parques Públicos
Paris só possuía parques construídos durante o Antigo
Regime.
Haussmann cria: Bois de Boulogne e Bois de Vincennes
para classes operárias.
O plano de Haussmann não se trata de um projeto
fechado ou de intervenções isoladas ou que se trata de
uma cidade ideal;
Trata-se de uma ação global com intervenções
interligadas através de um propósito maior de regular,
adaptar e apropriar a cidade para novas necessidades.
Reorganização urbana – Viena, Áustria (séc XIX)
Viena ainda mantinha suas muralhas e a expansão da
cidade estava acontecendo para além dela. A cidade
interna da muralha era a área mais antiga e de origem
medieval, já a cidade externa havia se expandido para os
subúrbios que ficaram isolados do núcleo urbano pelas
fortificações e pela área militar ao seu redor.
Com o crescimento econômico na década de 1850 trouxe
aproximadamente 500.000 imigrantes provocando uma
crise habitacional;
1840 – 1870: número de empresas duplicaram em Viena;
Após as revoluções de 1948 o imperador deixa de ter
domínio direto;
Em 1857 o imperador decide derrubar a muralha e é
aberto um concurso para trabalhar uma melhor forma de
expansão, criando assim uma Comissão de expansão da
cidade.
Ludwig Forster ganhou o concurso com o plano
Ringstrasse;
• Inserir a cidade dentro do sistema viário da cidade
moderna sem cortar e destruir o tecido antigo;
• Principais edifícios públicos em um ambiente
amplo e arejado, entre passeios e jardim,
separando do antigo núcleo;
• Grande anel circundando a cidade velha onde era
localizada a muralha.
Foram propostas condições razoáveis de saúde e
segurança, desenvolvendo serviços públicos necessários a
uma metrópole:
• Canalização do Danúbio para evitar inundações;
• Sistema de fornecimento de água eficiente;
• Sistema sanitário público;
• Construção do primeiro hospital público da
cidade.
O cinturão livre ao redor do núcleo de Viena foi o
centro da reconstrução urbana e ficou conhecido
como Ringstrasse.
O programa de desenvolvimento da Ring excluía todo
o resto da cidade, que era deixado nas mãos das
construtoras particulares, onde a altura dos edifícios
e a largura das ruas era regulada pela administração
pública.
 O contraste entre a cidade antiga e a Ring aumentou
com a transformação política. O centro era ocupado
por construções em estilos barroco e gótico os
palácios e igrejas.

Já na Ring, foram edificadas sedes do governo

constitucional e da cultura.

As ruas que entram na Ring, vindas do centro ou do

subúrbio, não cruzam a via principal, mantendo a
cidade velha fechada.

As várias funções representadas pelos edifícios são

dispersas no espaço de forma que não há destaque a
nenhuma edificação.

Isolamento e ausência de relações – intensificado

pela variedade de estilos históricos em que foram
executados.

O estilo foi escolhido para se adequar a função da

edificação:

• Rathaus (edificio da administração

municipal): gótico;
• Burgtheater (teatro): barroco;
• Universidade: estilo renascentista;
• Reichsrat (parlamento): grego clássico.

Cinturão verde com edifícios importantes para além

dele são controlados apenas a altura das edificações
particulares em relação à largura da rua.

Boulevard com vários edifícios públicos imponentes.

Construídos no lugar das fortificações.

Foram construídos: universidade, museu, tribunal,

edifícios governamentais.