Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Teoria e História da
Arquitetura e Urbanismo
(Urbanismo I)
Profa. Dra. Valéria Eugênia Garcia
Cronologia do desenvolvimento urbano
Fonte:_https://www.christiandeportzamparc.co
m/en/projects/centre-culturel-suzhou-2
Portzamparc e a Terceira Era das Cidades
A organização da cidade por meio de vias de circulação (ruas) que delimitam a ordenação
privada do território determinou o desenho do espaço público genérico das cidades pré-
industriais e industriais.
A constituição de quadras como resultado oposto dos vazios viários, negativo privado do
espaço público, manteve-se como consequência obrigatória da consolidação dos núcleos
urbanos ao longo dos séculos.
Quadras moldaram a forma urbana, tanto
em cidades de ocupação espontânea,
quanto naquelas de matriz planejada
(NOTO; SILVA, 2019).
CIDADE INDUSTRIAL
Primeira
Era das Cidades Em Paris, Haussmann
CIDADE PRÉ-INDUSTRIAL (1853-1870) marca o
momento em que o
Edifícios erguidos
Estado atua por meio de
no alinhamento, espaço
diretrizes urbanísticas.
reduzido interior da quadra.
Em Barcelona, Cerdá
(1859-1864) elabora o
plano diretor que propõe
o traçado ortogonal,
quadras de 113m x
113m e vias de 20m de
largura.
Fonte: Figueroa (2006).
Portzamparc e a Terceira Era das Cidades
Rejeição da rua como modelo de ocupação da cidade. Segunda Era das Cidades
Edifícios, antes desenhados pela matriz urbana existente, CIDADE MODERNA
tornaram-se objetos autônomos e precisos. A lógica milenar de
construção da cidade a partir
Lógica de organização moderna pautada pela racionalidade. da distinção entre cheios e
A difusão do automóvel transformou a lógica de funcionamento vazios é subvertida pela
dos sistemas de deslocamento urbano. possibilidade de
multiplicação dos vazios e
A rua não é o único lugar do pedestre, uma vez que as
de concentração (em altura)
distâncias a serem percorridas passam a contar dos cheios.
com o auxílio da mecanização.
Os espaços públicos se multiplicam em dimensão
e frequência.
(FIGUEROA, 2006).
Portzamparc e a Terceira Era das Cidades
Terceira Era das Cidades A Terceira Era das cidades considera a cartilha de Jane
CIDADE CONTEMPORÂNEA Jacobs que contesta a separação das funções (habitação,
A cidade da Terceira Era é formada lazer, trabalho e circulação) em prol da diversidade do
por arquipélagos de bairros que se ambiente urbano:
costeiam e fragmentos de todas as
escalas, alguns inteiros e quase
homogêneos em relação à época
de sua formação, outros bastante
heterogêneos.
(PORTZAMPARC, 1997)
Fonte:_https://www.archd
aily.com.br/br/928061/o-
que-e-madeira-laminada-
colada-mlc-ou-glulam
Portzamparc e a Terceira Era das Cidades
Terceira Era das Cidades QUADRA ABERTA
CIDADE CONTEMPORÂNEA
A quadra arquipélago Redefine a noção de rua quarteirão
reconhece a herança que a por meio de uma solução híbrida, a
modernidade impôs ao “quadra aberta” que admite soluções
oferecer alternativas arquitetônicas livres.
arquitetônicas bem-sucedidas
Espaços públicos adentram áreas
em diversas escalas.
Utiliza edifícios multifuncionais do domínio privado, ocupando os
para prover flexibilidade de interiores das quadras e os
circulação e de usos. desenhando como extensão da rua.
Objetos autônomos, mas ligados
entre si por regras que impõem
vazios e alinhamentos parciais.
Formas individuais e formas coletivas
coexistem (NOTO; SILVA, 2019).
Fonte:_https://www.
christiandeportzam
parc.com/en/project
s/quartier-massena/
Portzamparc e a Terceira Era das Cidades
QUADRA ABERTA
FICHA TÉCNICA
Programa de Paris Rive Gauche: 1991-1995
Investimento: 3 bilhões de euros;
Preexistência: 260 mil m² de linhas férreas
(cobertas);
Habitação: 430 mil m²;
Escritórios: 710 mil m²;
Equipamentos Públicos: 662 mil m²;
Área Verde: 98 mil m².
Gare e Área
Biblioteca e
linhas férreas Comercial e
Universidade
corporativa
Fonte:_https://www.skyscrap
ercity.com/threads/paris-
rive-gauche-u-c.2129472/
Rive Gauche: Paris – França
Utilização de transportes
menos poluentes: metrô,
aluguel de bicicletas em
pontos estratégicos BRUNESEAU
do bairro.
PARC DE BERCY MESSÈNA
TOLBIAC
AUSTERLITZ
Fonte: https://www.skyscrapercity.com/threads/paris-rive-gauche-u-c.2129472/
Rive Gauche: Paris – França
TOURS DUO
Edifício Multifuncional: 2021
Em construção
Fonte:_https://www.skyscrapercity.com/t
hreads/paris-rive-gauche-u-c.2129472/
Rive Gauche: Paris – França
LE BERLIER
Edifício Multifuncional: 2022
Em construção
Fonte:_https://www.skyscrapercity.com/thr
eads/paris-rive-gauche-u-c.2129472/
Rive Gauche: Paris – França
WOOD’UP
Edifício Multifuncional: 2022 Rive Gauche: Gestão Urbana SEMAPA
Em construção Fonte:
Programa: Habitação https://www.skyscrapercity.com/threads/p
aris-rive-gauche-u-c.2129472/
Área: 8 616 m²
Altura: 58 m
Pisos: 16
Arquiteto: LAN
Potsdamer Platz, Berlim – Alemanha
FICHA TÉCNICA
Potsdamer Platz
Fonte:_http://www.rpbw.com/projec
t/potsdamer-platz
Potsdamer Platz, Berlim – Alemanha
Potsdamer Platz
Fonte:_https://architectuul.com/ar
chitecture/potsdamer-platz-
masterplan
Potsdamer Platz, Berlim – Alemanha
Potsdamer Platz
Fonte: https://architectuul.com/architecture/potsdamer-platz-masterplan
Potsdamer Platz, Berlim – Alemanha
Galeria contemporânea
localizada no passeio comercial
e integra todos os edifícios.
Complexo de entretenimento:
teatro e cassino, concebidos em
sintonia com o projeto da Neue
Staatsbibliothek (1967-1978).
Potsdamer Platz
Fonte: https://architectuul.com/architecture/potsdamer-platz-masterplan
Interatividade
Leia e analise as alternativas a seguir e assinale a que não é pertinente ao juízo de centro, em
qualquer uma das condições expostas acima.
Interatividade
Os centros das cidades têm sido identificados como espaços dinâmicos da vida urbana,
animados pelo fluxo de pessoas, veículos e mercadorias decorrentes da marcante presença
das atividades terciárias, transformando-se no referencial simbólico das cidades. Sendo
lugares historicamente eleitos para localização de diversas instituições públicas e religiosas,
os centros têm a sua centralidade fortalecida pela somatória de todas atividades, e o seu
significado, por vezes, extrapola os limites da própria cidade (CASTILHO; VARGAS, 2006).
Parque Linear do Rio Manzanares, Madrid – Espanha
Requalificação Parque Linear
Rio Manzanares-Madrid
Fonte: https://niusdiario.art/es/madrid-rio-
urbanity.html
FICHA TÉCNICA
Parque Linear do Rio Manzanares - Madrid: 2006-2011
Investimento: 5 bilhões de euros
Preexistência: Pistas da Rodovia M30, tráfego diário de 200 mil veículos
Programa: Revitalização e Paisagismo
Área: 80 000 m²
Arquitetos: West 8, Burgos & Garrido, Porras La Casta, Rubio Alvarez Sala
Coordenação de Projeto: Ginés Garrido Colomero
Parque Linear do Rio Manzanares, Madrid – Espanha
A organização de túneis
resguarda o parque das
vias de veículos particulares.
LEGENDA
Projeto prioriza Pinheiros vivos Casa do relógio
Jardins da Virgem do Porto Jardins da ponte de São Isidro
transporte público. Acesso à casa de campo Matadouro
Projetos complementares
Esportivo
Edificação
Calçadas
Agentes de intervenção rápida Rua 30
Jogos infantis
Atividades saudáveis
Estruturas fluviais
Elementos de água
Manutenção Madrid-Rio
Fonte: acervo pessoal.
Parque Linear do Rio Manzanares, Madrid – Espanha
Parque Madri-Rio
Fonte:
https://www.skyscrapercity.com/threads/madrid-
van-prado-tot-real.2298687/#post-171642023
Projeto urbano no contexto contemporâneo: Modelo Barcelona
São
Francisco
Revitalização da região
portuária do Rio de
Janeiro, compreendida
por 5 milhões de
metros quadrados.
Engloba parte dos bairros
do Caju, Gamboa, Saúde,
Santo Cristo e parte do
centro da cidade.
Museu do Amanhã:
Fonte:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Museu
_do_Amanh%C3%A3_11_2015_Rio_753.JPG
Porto Maravilha, Rio de Janeiro – Brasil
Requalificações na Praça XV e
nos Galpões da Gamboa.
Museu do Amanhã e
requalificação da Praça Mauá
(ZENATO; SILVA, 2017).
Século XXI: exposições mundiais, laboratórios para pensar a cidade
EXPO 98: Exposição Mundial de Lisboa em 29 de maio, 1998. Foto: Vitor Oliveira.
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Expo_98_-
_Lisboa_(Portugal)_(2513077565).jpg
Século XXI: exposições mundiais, laboratórios para pensar a cidade
O projeto urbano do Parque Expo foi realizado com objetivo de recuperação urbanística e
ambiental de Lisboa. A organização da exposição recebeu autorização para conceber,
executar, construir e explorar a região da exposição, bem como intervir na restruturação
urbana da zona oriental de Lisboa. Guardadas algumas críticas, a intervenção se apresenta
com um caso bem-sucedido de aplicação de programa estratégico voltado à qualificação da
imagem urbana da cidade global portuguesa.
Plano de Urbanização da Expo 98 (NUNES DA SILVA; SEDOURA; COSTA; BENTO; LAJA, 2009).
Limite do concelho Limite da zona de proteção Habitação Uso Misto/Multiusos Comércio Serviço urbano Indústria
Limite da freguesia Limite da zona de intervenção Multiusos/Comércio
Habitação/Comércio Equipamentos Desporto Turismo
Século XXI: exposições mundiais, laboratórios para pensar a cidade
Exposição Mundial de 1998 (Expo 98), mais do que a temática voltada à preservação dos
oceanos como patrimônio da humidade, mostrou-se sensível aos processos de qualificação
de áreas portuárias em vias de degradação.
Organizadores optaram em realizar um projeto urbano que preserva parte dos edifícios
ao final da exposição.
A implantação do recinto na região oriental da cidade participa de qualificação de áreas
residuais e vazios urbanos.
Em 2010, BIG (Bjarke Ingels Group) propõe um edifício em espiral, com estacionamento de
bicicletas sobre a cobertura.
O que significa: a infraestrutura para bicicletas tem sido ampliada. Implantação de ciclovias
nas metrópoles é notícia comum e a conversão permanente das rotas ferroviárias, orlas,
docas e fábricas opta por corredores não veiculares de circulação.
Na Expo Milão realizada em 2015, o designer Wolfgang Buttress recebe a medalha de ouro
do evento ao propor uma instalação artística que circunscreve a relevância das abelhas para
a manutenção da produção de alimentos.
O que significa: a obra reforça a sensibilidade para a sustentabilidade da vida no planeta.
Em Dubai 2020, o pavilhão Nature.Nurture.Future, de
Singapura, ilustra uma associação entre arquitetura, natureza,
tecnologia e cultura para um futuro sustentável.
O que significa: as múltiplas camadas do espaço
criam um ecossistema autossuficiente que destaca uma
proposta sustentável e resiliente pela associação entre
tecnologia e natureza.
Interatividade
Leia com atenção o texto que se apresenta abaixo que complementa os assuntos tratados em
aula e auxiliam a resposta da questão proposta:
O processo de espetacularização urbana está cada vez mais explícito e sua crítica já se tornou
recorrente no meio acadêmico, mesmo que muitas vezes com outros nomes: cidade-cenário,
cidade-museu, cidade genérica, cidade parque-temático, cidade-shopping, em resumo:
cidade-espetáculo.
[Texto continua]
Interatividade
Comentário:
Os espaços públicos contemporâneos, assim como a cultura são vistos como estratégicos
para a construção e a promoção de imagens pensadas como peças publicitárias destinadas
ao consumo imediato. Nesse sentido, as transformações urbanas de Barcelona, Olímpiadas
de 1992, tornaram-se um produto. Assim, o modelo Barcelona de planejamento passou a ser
comercializado como referência de boas práticas de renovação espacial. Em perspectiva
crítica, trata-se de projetos que buscam transformar os espaços públicos em cenários,
fachadas sem corpo: pura imagem publicitária. As cidades cenográficas contemporâneas
estão cada dia mais padronizadas e uniformizadas.
Referências
RAWN, E. Um laboratório de arquitetura: a história das exposições mundiais, 21 mai 2018. ArchDaily
Brasil. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/894771/um-laboratorio-de-arquitetura-a-historia-
das-exposicoes-mundiais. Acesso em: 14 jul. 2022.
RIO DE JANEIRO. Prefeitura Municipal. Porto Maravilha. Rio de Janeiro, 2009. Disponível em:
http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/6165511/4162118/projeto_porto_maravilha.pdf. Acesso em: 14
jul. 2022.
SOARES, N. Em Madri, intervenção urbana transforma margem do rio em área de convívio público.
Seminário A Cidade e a Água, 30 out. 2017. In: ArchDaily Brasil. Disponível:
https://www.archdaily.com.br/br/883041/intervencao-urbana-transforma-margem-do-rio-em-area-de-
convivio-publico-em-madri. Acesso em: 14 jul. 2022.
VARGAS, H. C.; CASTILHO, A. L. H. Intervenções em centros
urbanos: objetivos, estratégias e resultados. Barueri-SP: Manole,
2006.
ZENATO, C.; SILVA, A. S. Requalificação de Espaços Residuais
Portuários no Brasil: Os Casos do Porto Maravilha e do Cais José
Estelita. Cidades: Comunidades e territórios. In: Open Editions
Journal. Disponível: https://journals.openedition.org/cidades/561.
Acesso em: 14 jul. 2022.
ATÉ A PRÓXIMA!