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Resumo
Abstract
The discussions on urban landscape, socio-spatial segregation, citizenship and the right to the
city, lead this work to develop a reflection on the social inequalities that inhabit the urban space
of the city of Goiânia, having as main object of analysis av. Anhanguera. For this, we used
photographs of the east and west route, encompassing the entire avenue in the interior of the
capital, for later reading and analysis of the images. An urban ethnography was also
performed, with simple participant observation of this part of the city from the Anhanguera Axis,
a vehicle that travels exclusively along this avenue. From this, we analyzed the mobility
conditions available to the city dwellers using this mass vehicle, BRT. The results point to a
close relationship between social inequality and spatial segregation, showing how, as we move
away from the central regions and approach the peripheral regions, the places of the city
change significantly with regard to services and urban aesthetics.
Key words: Av. Anhanguera; socio-spatial segregation; urban landscape; urban mobility.
Introdução
A paisagem está para a natureza assim como a cidade está para a cultura. Muito além
desta insólita dicotomia, a paisagem urbana resulta de um processo contínuo de
transformações dos elementos naturais pelas forças humanas, seja por razões adaptativas,
interesses econômicos ou desejos estéticos. Ao caminhar pela cidade, a flâneur1 estabelece
com ela uma relação de proximidade, de familiaridade e pertencimento. A paisagem ergue-se
no espaço. A percepção humana ativa-se pelas sensações e estímulos diversos. Há, nas
cidades, um predomínio da visão, das imagens. E o que é a paisagem senão uma larga
fotografia diante dos nossos olhos?
A vida moderna exige deslocamentos. Cada atividade é realizada num lugar. A
mobilidade surge como condição humana e o espaço é atravessado por espacialidades e
movimentos contínuos, pois, “todo mundo está em movimento, e tem sido há séculos:
moramos em viagem” (CLIFFORD, 1997, p. 2). A vida como movimento permite que a
flâneurie se apresente como passeio, observação, apreciação, atenção aos detalhes,
vivências. A cidade aparece como lócus de múltiplas atividades, efêmeras e simbólicas, como
experiência sensível. Como experiência social, cultural, política, etnográfica. A cidade como
laboratório2 possibilita experimentos que capturem seus conteúdos que sobressaem às
formas e estruturação do espaço físico.
O passeio, a pé ou motorizado, desenha-se sobre o traçado da cidade e seus
direcionamentos possíveis. Escolhas e cursos, trajetos e trajetórias, mobilidades, usos e
acessos, são pelas linhas do pavimento, das calçadas e ruas, prédios, muros e vitrines,
definidas. A proposta metodológica envolve, pois, uma tensão entre a flâneurie, no sentido
benjaminiano, e outras metáforas ou analogias da ação social orientadas pelo traçado da
cidade, como a do Metrô3, a do plano ou mapa4, a do ônibus em movimento5. Essa orientação
pelo traçado da cidade permite observá-la de um ponto de vista, fragmentado, limitado, micro,
de um sujeito definido temporal e espacialmente.
A proposta consiste numa “caminhada virtual” (ARANTES, 2000), por meio da qual
atravesso a cidade seguindo a rede da Avenida Anhanguera, capturando os trechos com
fotografias para, em seguida, descrevê-las e analisá-las. O instante temporal, o corte ou pausa
na sequência de eventos, capturam o fato com o clique fotográfico. Assim, “a fotografia
permite, pela primeira vez, fixar os vestígios de uma pessoa de uma forma inequívoca e
definitiva” (BENJAMIN, 1994, p.29)
A fim de sustentar a utilização das fotografias como método investigativo e forma de
apreensão da realidade, trago uma citação de Simmel feita por Benjamin, sobre o predomínio
1 Criada no século XIX pelo poeta francês Charles Baudelaire e utilizada por outros, como Edgar Allan
Poe, o flâneur é uma personagem caracteristicamente urbana. Difundiu-se na literatura científica e
acadêmica por meio do filósofo alemão Walter Benjamin, no século XX, que viu nesta personagem uma
crítica à própria modernidade e ao estilo e ritmo de vida vigorados com a revolução industrial.
2 Essa expressão remonta a vários autores, podendo ser aqui referida a Robert Park em seu texto A
estrutura da rede, ou seja, a matriz das relações objetivas entre as diferentes estações.
4 Estudo de Jean-Claude Passeron.
5 Estudo do economista e cientista político austríaco Joseph Schumpeter.
da visão, em relação aos outros aparelhos sensoriais humanos, nas grandes cidades e no
mundo moderno, vinculando-o ao surgimento dos transportes coletivos:
Anhanguera, de origem tupi, anhanga, “ser maligno”, e uera, “o velho, o que já foi”,
“diabo velho”, foi o nome dado ao filho de Bartolomeu Bueno da Silva, bandeirante
responsável pela fundação do Arraial de Sant’Anna, em 1722, que se tornaria Vila Boas de
Goyaz e seria a capital do estado até o final do século XIX, quando as ideias de construção
da nova capital começam a surgir.
Além da Avenida e o Eixo de transporte público aqui estudados, que carregam esse
nome, há monumentos, canal de televisão aberta (filial da Rede Globo), jornal, faculdade
particular, vilas habitacionais, terminais de integração de ônibus coletivo e inúmeras outras
referências em lojas e armazéns locais: Monumento ao Bandeirante, Av. Anhanguera, Eixo
Anhanguera, Jornal Anhanguera, TV Anhanguera, Faculdade Anhanguera, Vila Bandeirantes,
Terminal das Bandeiras etc.
Construída nos anos 30 do século XX, Goiânia nasce como nova capital de Goiás, em
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1942 . Inaugura a modernidade no centro-oeste com seus traços fortemente influenciados
pelo urbanismo moderno. Atílio Correa Lima, criador do primeiro plano urbanístico da cidade,
formou-se na França e trouxe para o coração do Brasil suas marcas nesse projeto. A
arquitetura em art déco caracteriza os edifícios e casas nas ruas do centro histórico da cidade
cujos conjuntos arquitetônicos são hoje tombados em patrimônio pela legislação federal. Parte
deles se encontram na Avenida Anhanguera, uma das principais projetadas e construídas nos
primeiros anos de vida da jovem cidade.
A Avenida Anhanguera, todavia, se encontra tombada, como uma árvore sem raízes,
esquecida e apodrecendo. Reconhecida por seu predominante fluxo comercial, nas áreas
centrais da capital, é referência para o comércio local:
7Metrobus Transporte Coletivo S/A: Empresa de transporte público urbano, gerida por economia mista,
com subsídios estatais, no estado de Goiás, responsável pelo Eixo Anhanguera que trafega em Goiânia
e, desde 2014, alcança Goianira, Trindade e Senador Canedo.
não entre ou saia depressa pode ter suas pernas decepadas. O fechamento é bruto,
barulhento, preciso. O privilégio é de quem conseguiu se sentar, seja criança ou idoso(a),
jovem ou adulto. Aos que permanecem de pé, cuidem de seus pertences: mochilas entre os
braços e a barriga, bolsas firmes coladas ao corpo, nada nos bolsos, mãos onde se pode ver.
Se for mulher, o cuidado é dobrado. Além de cuidar de seus pertences deve cuidar de seu
corpo, para evitar situações constrangedoras de assédio. Para distrair, há monitores de TVs
instalados no veículo, que não vimos ligados em nenhuma das viagens que fizemos, refletindo
em seu espelho negro apenas aquela realidade momentânea.
Olhar para os lados, certificar-se de quem lhe acerca, é arriscado. A depender da
velocidade do gesto, da precisão do olhar, da forma do movimento, o(a) observador(a) torna-
se observado(a). O medo, a insegurança, a incerteza, a falta de confiança, geram um
silencioso percurso, aflito e ansioso pelo fim do trajeto sem surpresas. “Diz-se que a confiança
é ‘um dispositivo para se lidar com a liberdade dos outros’, mas a condição principal de
requisitos para a confiança não é a falta de poder, mas falta de informação plena” (GIDDENS,
1991), incluindo a possibilidade de o Outro usar sua liberdade para tomar-lhe de assalto num
susto, num ato imprevisível, não informado. Não é lenda, mas todos(as) conhecem as
histórias de assaltos e arrastões do Eixão. Se perguntar algo a alguém, caso não se
conheçam, é provável que a resposta da interação seja distante, precavida e, em alguns
casos, hostil, sem contato visual. Há exceções, obviamente. Uma senhora, mais velha, com
dificuldades para se locomover, um homem ou mulher com uma criança, jovens com mochilas
e uniformizados certamente despertam maior confiança do que um rapaz, alto, forte,
malvestido e de mãos vazias.
Não é raro encontrar jovens mães com seus bebês no colo trafegando pela cidade
dentro do Eixo. Negras/os, pardos/as, em sua maioria. Crianças de colo e ainda em
crescimento estão sempre acompanhadas. Quando estão prontas para seguir sozinhas,
vestem o uniforme da escola ou do trabalho e seguem com suas turmas. Afinal, na Estação
Universitária, o Eixo corta o Instituto Estadual Goiano - IEG, um dos maiores colégios públicos
de Goiânia, localizado em frente à Secretaria Cidadã, onde vemos slogans de igualdade
racial, sexual, social, econômica etc. Também não é raro ver idosos(as), geralmente
sozinhos(as) ou acompanhados(as) de algum familiar, utilizando o transporte para chegar até
algum hospital, resolver trâmites burocráticos ou fazer compras. É possível inferir tais
informações a partir de curtos diálogos com dúvidas sobre onde descer ou com resultados de
exames, pasta com fotocópias de documentos ou sacolas de lojas, nas mãos.
Do Terminal Novo Mundo ao Terminal Praça da Bíblia, a paisagem urbana não se
modifica tanto. Passamos por quatro estações: Anhanguera, Palmito, Vila Morais e Vila
Bandeirantes. As pequenas lojas, raras construções acima do térreo, expõem mercadorias e
estabelecimentos que variam de cosméticos a salões de beleza, de açougues a
supermercados, revistarias a chaveiros, ferro e aço a materiais para construção, celulares a
shows eróticos, parafusos e ferramentas a revisão de veículos, panificadoras, lanchonetes,
farmácias, lotéricas. Restaurantes, escolas, igrejas, praças, postos de gasolina. Ruas
estreitas para os carros, calçadas desfeitas e caminhos inventados para os(as) pedestres. Um
viaduto sobre a Avenida permite a saída da cidade pela BR-153.
Do Terminal da Praça da Bíblia até o próximo Terminal, Praça A, é onde encontramos
os principais contrastes na organização espacial da cidade e, concomitantemente, na
desigualdade social. Ainda não estamos certas do que viria primeiro: a disposição espacial ou
a hierarquia socioeconômica? Após a Estação Botafogo, referente à marginal botafogo, uma
via de trânsito rápido da capital, avistamos o começo do Setor Central. Antigos prédios,
tombados como patrimônio por sua
arquitetura em estilo Art déco,
cedem lugar para contemporâneos
prédios comerciais, principalmente
de grandes lojas nacionais de
eletrodomésticos, eletrônicos,
instrumentos musicais, brinquedos,
roupas, acessórios etc.
A exemplos dos antigos
prédios, vemos o Teatro Goiânia
[Figura 3], o Edifício do Comércio, Figura 2 - Teatro Goiânia, cruzamento Av. Anhanguera e Av.
Tocantins / Fonte: Acervo pessoal (2017)
entre outras casas e sobrados. Nas
calçadas, o mercado informal reina. Há muitos imigrantes, negros e homens, em especial.
Entre as mercadorias, nota-se a predominância de óculos escuros e relógios; bolsas e
carteiras; baterias, chips, acessórios para celular; meias e peças íntimas; frutas e doces etc.
Sempre a pequenos preços promocionais que cabem no bolso do(a) trabalhador(a). É nesses
entroncamentos da Tocantins, Goiás e Araguaia com a Anhanguera que o fluxo de pessoas,
mercadorias, coisas e valores aparece mais visível, ininterrupto. Porém, vale lembrar que
estamos caminhando pela manhã, por volta das 9h, durante a semana. Atravessamos as
estações da Rua 20, Rua 7, Rua 8 e do Joquei Clube.
Figura 3: O império das mercadorias: St. Central, Av. Anhanguera / Fonte: Acervo pessoal (2017)
Figura 8 - Trocas: Terminal Dergo, St. Aeroviário / Fonte: Acervo pessoal (2017)
Ao passo que o transporte individual permite uma circulação relativamente mais livre
pela cidade – apesar de ainda condicionada pelas vias de tráfego, como todo tipo de
movimento urbano (ônibus, carro, bicicleta, pedestres etc.), o transporte público, coletivo, em
suas condições atuais, dificulta essa circulação. As possibilidades caminham nos limites do
aceitável, do humano. Em horários de pico, pela manhã e fim da tarde, transitar por Goiânia
utilizando o Eixo Anhanguera é um desafio nada divertido. O inevitável contato físico, o temível
assédio, a ilusória privacidade, esmagam uns contra os outros, contra assentos, janelas e
portas. Até mesmo respirar se torna difícil. Mas é preciso ir. Chegar a casa, ao trabalho, à
escola, ou a outro lugar. Atravessar os muros e pontes que cruzam lugares tão diferentes e
tão próximos (Figuras 9 e 10).
Figura 9: Estação Vila Moraes, entrada do Jd. Novo Figura 10 - Passeio entre árvores e edifícios: Parque Lago
Mundo [leste da Av. Anhanguera]/ Fonte: Acervo pessoal das Rosas, St. Oeste [oeste da Av. Anhanguera] / Fonte:
(2017) Acervo pessoal (2017)
Considerações Finais
Chave de investigação deste trabalho foi a paisagem urbana criada nos intermédios
do corredor BRT que articula a mobilidade urbana na região metropolitana de Goiânia. Sendo
o principal veículo de massa da capital, sua importância para o tráfego e circulação de
pessoas é inegável: mesmo em péssimas condições, de superlotação, sujeira e violência,
caso o Eixo Anhanguera deixe de transitar, uma quebra nos deslocamentos cotidianos de
milhares de habitantes, trabalhadores/as e estudantes, será sentida8. A ideia consistiu em
mostrar que o trajeto da Avenida Anhanguera por onde passa o Eixo não se reduz a um
espaço de circulação, tratando-se de um espaço público. Ou seja, não se restringe ao simples
deslocamento, homogêneo e abstrato, de pessoas e bens, mas integra em seu veículo e
percurso diário redes de sociabilidades, convívios, encontros e agência.
Isso foi elucidado com a presença dos/as vendedores/as ambulantes, dos/as pedintes,
dos rapazes da reabilitação; dos grupos mais ou menos estruturados de estudantes,
idosos/as, crianças, dos/as que sabem onde estão e dos/as que precisam de informação, de
homens e mulheres, jovens, grupos étnicos (negros/as, pardos/as, mestiços/as). Apesar de
não termos mencionado, uma vez que não presenciamos durante nossa observação, alguns
grupos de artistas marginais e/ou estudantes realizam dentro do Eixo intervenções artísticas,
visando o entretenimento e o lazer dos/as que assistem, além da divulgação de seus projetos
e trabalhos. Tocam instrumentos, cantam; recitam poesias, cordéis; encenam pequenos
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Isso é notado em greves de motoristas, manifestações que impedem a circulação do veículo, entre outros.
jograis, peças, cujos temas podem fazer referência à vida na cidade, ao cotidiano urbano ou
simplesmente terem um caráter lúdico, humorístico, reflexivo.
Ainda foram discutas questões que envolvem a cidadania, os direitos à cidade, à
mobilidade, ao transporte etc., foram levantadas, de modo a mostrar o vácuo entre a ordem
legal e a cidade real, as salvaguardas constitucionais e a realidade das condições sociais
concretas que abrigam a pobreza, a marginalidade e a exclusão urbana. Apesar das melhorias
implementadas no Eixo Anhanguera, incluindo sua ampliação para cidades da região
metropolitana de Goiânia, as condições de travessia disponíveis aos/às usuários/as ainda não
são satisfatórias. Em horários de grande procura, a superlotação é inevitável, aumentando os
riscos temíveis pela maioria dos transeuntes: roubos, furtos, violências, assédios, empurra-
empurra, agressões involuntárias (cotoveladas, pisar no pé, quedas etc.).
A partir da trajetória desenhada pelo Eixo no percurso da Av. Anhanguera, a paisagem
que se modificava do lado de fora do veículo foi objeto de análise, uma vez que apresentava
dissonâncias visuais significativas. Era a desigualdade social refletida no espaço urbano e em
suas apropriações por classes e grupos distintos, isto é, a segregação socioespacial. Este
tema foi discutido tomando como pontos de comparação uma região periférica, de poucos ou
nulos espaços fixos de convivência, calçadas, parques, praças, e uma região médio-nobre
que conta com amplos espaços como estes. Nessa discussão, não se considerou a região
comercial-central como referência para as discussões, pois, ela se encontra relativamente
acessível a ambos os grupos de moradores/as.
Pela janela do “Eixo”, enxergamos as paisagens urbanas da cidade de Goiânia
mudando como cenários de um filme latino-americano sobre desigualdade social, violência,
acumulação de capital, trabalho infantil, trabalho informal, trânsito, limites da cidadania,
individualismo, tribos urbanas, capitalismo, subdesenvolvimento, contrastes centro-periferia,
etc. Marcadamente distintas, as regiões e bairros adjacentes à Avenida Anhanguera diferem-
se nas paisagens, comércios e serviços oferecidos; casas, prédios, edifícios, monumentos;
fluxos de pessoas, veículos e mercadorias; limpeza e “beleza” de ruas, muros e avenidas. É
como mundos diferentes num mesmo lugar.
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