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TRATAMENTO E PRECEDÊNCIA
– Diferença entre os termos –
O TRATAMENTO é a forma de nos dirigirmos às pessoas.
A PRECEDÊNCIA, por outro lado, determina a ordem ou a hierarquia de uma pessoa
sobre outra e/ou de um estado sobre outro. Relaciona-se com a PRIMAZIA.
A igualdade jurídica dos estados (que é uma regulamentação) surge no Congresso e
estabelece que cada país é quem dita as suas próprias leis de cerimonial.
Cada estado deve definir como vai receber seus visitantes e irá homenageá-los de acordo
com seu próprio PROTOCOLO.
Existem outras definições sobre CERIMONIAL. Assim mesmo, são vários os estudiosos
do assunto que têm utilizado seus próprios termos para definir o que é o PROTOCOLO.
Porém, todos coincidem, sim, em dar a estes conceitos um caráter de solenidade na
atividade internacional ou em esfera oficial ou pública dos Estados.
Para o dicionário da REAL ACADEMIA ESPANHOLA, o CERIMONIAL é “uma série ou um conjunto
de formalidades para qualquer ato público ou solene”.
O mesmo dicionário define como PROTOCOLO “a regra cerimonial, diplomática ou
palaciana, estabelecida por decreto ou pelos costumes”.
Em outras palavras, o PROTOCOLO reconhece “as hierarquias da ordem institucional”.
Ao realizá-lo, ”institui-se a categoria das autoridades e as devidas precedências”.
Na vida religiosa católica encontramos bons exemplos de Cerimonial e especialmente de
PROTOCOLO. No próprio Credo se diz que “Jesus Cristo foi assunto ao céu e está
assentado à direita de Deus, Todo Poderoso”.
Porém, encontramos na Bíblia um dos melhores exemplos. No Evangelho de São Lucas,
os versículos referentes ao texto “Os Convidados para as Bodas”, relatam que Jesus,
observando como escolhiam os primeiros assentos às mesas, contou aos convidados a
seguinte parábola:
“Quando por alguém fores convidado às bodas, não te assentes no primeiro lugar; não aconteça
que esteja convidado OUTRO MAIS DIGNO DO QUE TU, e vindo o que te convidou a ti e a ele, te diga: DÁ O
LUGAR A ESTE; e então, COM VERGONHA, TENHAS DE TOMAR O DERRADEIRO LUGAR. Mas quando vier o que te
convidou, te diga: AMIGO, SOBE MAIS PARA CIMA Então TERÁS HONRA DIANTE DOS QUE ESTIVEREM CONTIGO à
mesa. Porque qualquer que a si mesmo SE EXALTAR será HUMILHADO, e aquele que a si mesmo se
HUMILHAR será EXALTADO” (Lucas 14: 7-11).
PRECEDÊNCIA:
Vejamos, primeiro, que significado tem este vocábulo.
Segundo o dicionário Aurélio da língua portuguesa, PRECEDÊNCIA (do verbo preceder,
derivado do latim “preacedere” = ir à frente ou na frente), é:
“PREEMINÊNCIA OU PREFERÊNCIA NO LUGAR E ASSENTO - PRIMAZIA – SUPERIORIDADE...”.
Esta definição leva-nos à sua significação exata na área do protocolo em geral e no papel
específico do protocolo às mesas.
Porém, antes, vejamos brevemente a natureza e o sentido do termo PROTOCOLO, pois a
PRECEDÊNCIA é a parte essencial do PROTOCOLO, de tal forma que sem a prévia
PRECEDÊNCIA, não é possível a formalização do PROTOCOLO.
Para começar, podemos definir o PROTOCOLO como a arte da determinação e o
estabelecimento das normas essenciais para a execução eficaz de toda atividade
humana, social, oficial e relevante.
Vemos, pois, que os caracteres definidores desta atividade são:
A sociabilidade deve ser realizada na sociedade humana com a ação e participação de
duas ou mais pessoas.
Sua realização deve ser uma atividade oficial, isto é, que seja conseqüência da ação do
Estado, em qualquer de suas áreas ou níveis. Deve ser levada a efeito, portanto, no seio
da estrutura do Estado.
Sua relevância deve ser importante, pois uma atividade humana que, tendo as duas
características anteriores, não alcance um nível mínimo de relevância, não pode ser
objeto do PROTOCOLO.
Como a ação objeto do protocolo será realizada por ou com a participação de duas ou
mais pessoas, isto exige o estabelecimento de uma ordem prévia à atividade que se vai
desenvolver, para que esta seja eficaz; isto implica na prévia determinação de sua
precedência.
Em conseqüência, e pela ótica do PROTOCOLO, podemos definir:
“PRECEDÊNCIA é o prévio estabelecimento de uma ordem entre as pessoas que
realizam ou participam de uma atividade que afeta o protocolo, em função de sua
preeminência, primazia, categoria, nível ou relevância, no seio da estrutura e da
própria sociedade que integram o Estado, para se obter a máxima eficácia nessa
atividade.”
Nesta definição aparecem as duas interpretações que podem ser dadas à PRECEDÊNCIA:
No sentido restrito da palavra, é a ordem das pessoas, em virtude de seu nível ou classe
oficial, estabelecido por norma legal, tradição ou uso.
Em sentido mais amplo, é a ordem das pessoas, tendo em vista a sua importância real na
sociedade, sustentada pelo estado.
Não há uma diferença clara e precisa entre o primeiro e segundo tipo de precedências. É
porém, num tema de cerimonial das mesas, que devemos ter em conta pelas razões a
seguir:
Como foi visto, o objetivo do PROTOCOLO e da PRECEDÊNCIA é a eficiência nas atividades, atos
ou cerimoniais humanos.
Porém, para se obter essa eficiência, é necessário que se defina a ordem razoável e
precisa das pessoas. Isto é, que todas as coisas estejam em seu devido lugar.
Se as pessoas tiverem seu lugar predeterminado em uma relação oficial, não haverá
problema. Poderá haver alguma divergência, no entanto, quando o lugar de uma pessoa,
por sua importância, mesmo tendo uma posição relevante na sociedade, não estiver
incluído numa lista de precedências.
Explicando: existem duas classes de personalidades oficiais:
a) Aquelas que têm o seu lugar estabelecido numa relação oficial ou oficiosa.
b) Aquelas que, mesmo sendo importante, não têm lugar definido.
Pois bem, quando a presença das pessoas destas duas classes coincide ao se realizar
uma atividade, o que se pode fazer?
COM MUITO TATO: Aplicar o que se denomina “pentefino” ou “intercalação” de pessoas,
organizando-as de acordo com uma precedência única, ainda que procedam de diferentes
classes.
A mesma solução deve ser dada quando se trata de pessoas que, mesmo tendo todas
uma precedência definida, pertençam a dois ou mais grupos de natureza distinta, com
precedências diferentes (Ex.: autoridades civis e militares, ou autoridades civis, militares e
eclesiásticas), e estes grupos não têm, na cerimônia em questão, um lugar próprio,
separado e determinado.
PRONOMES DE TRATAMENTO
• Utilize VOSSA EXCELÊNCIA (V.Exª) para:
o Presidente da República
o Vice-Presidente da República
o Ministros de Estado
o Prefeitos Municipais
o Secretários de Estado
o Senadores
o Deputados
o Embaixadores e Cônsules
o Generais e Marechais
o Funcionários graduados
o Particulares em geral
o Cardeais
o Arcebispos e Bispos
o Papa
o Sacerdotes
o Clérigos
o Religiosos
o VOCATIVO: Reverendo
o Reitores de Universidades
o Reis
o Rainhas
o Príncipes e Princesas
Atenção. Existem duas possibilidades de tratamento a autoridades:
• VOSSA - quando nos dirigimos à Autoridade, como na frase "Vossa Excelência
viajará amanhã?"
• SUA - quando nos referimos à Autoridade, como na frase "Sua Santidade avisa
que concederá audiências."
PRONUNCIAMENTOS
Pronunciamentos ocorrem em todos os eventos, dos mais simples, através de uma
saudação aos participantes, aos mais complexos, com o discurso de encerramento feito
pelo convidado mais importante.
Em relação a essas falas, algumas orientações devem ser observadas:
1. Apos a formação da mesa, o mestre de cerimônia ou a pessoa para tal designada
abrirá a reunião, saudando os presentes em nome do anfitrião, chamará os oradores
conforme o roteiro, indicando seus nomes e cargos; esta seqüência será da pessoa
menos importante para a de maior importância;
ORGANIZAÇÃO DE BANDEIRAS
Apesar de contribuírem positivamente para a composição de um ambiente, conferindo-lhe
clima e sugerindo credibilidade ao evento, as bandeiras não são simples objetos
decorativos, mas símbolos oficiais que devem ser respeitados.
Dessa forma, seu uso tem que obedecer critérios que vão desde a localização até seu
próprio estado de conservação.
As bandeiras seguem os mesmos critérios de precedência das pessoas.
Quando as bandeiras são colocadas em número par, nenhuma fica no centro. A primeira é
colocada à direita do centro, a segunda, à esquerda, a terceira, à direita da primeira, a
quarta à esquerda da segunda e assim sucessivamente.
Exemplo.:
bandeira bandeira bandeira bandeira
Município País Estado Instituição
Quando a solenidade utilizar um número ímpar de bandeiras, a primeira é colocada no
centro, a segunda, à direita do centro, a terceira à esquerda do centro (à esquerda da
primeira) e assim consecutivamente.
banderia bandeira bandeira
Estado País Município
Portanto:
� As bandeiras são colocadas sempre à direita e à esquerda da primeira bandeira,
quando for um número ímpar ou à direita e à esquerda do centro imaginário, quando for
um número par de bandeiras.
� O lado considerado como esquerda e direita é o da bandeira e não o do público.
� As bandeiras ficam sempre de frente para o público.
Elas ocupam sempre local de destaque e fácil visualização. Esse local é escolhido,
quando em um ambiente fechado, na seguinte ordem: à direita da mesa principal ou no
centro, atrás da mesa principal.
Bandeiras não são decoração, são símbolos que merecem respeito.
Dessa forma, não podem ser colocadas em locais que fiquem encobertas.
MESAS ÍMPARES
• A pessoa mais importante ( 1 ) fica no centro.
• A segunda pessoa mais importante ( 2 ) fica à direita de ( 1 ).
• A terceira pessoa mais importante ( 3 ) fica à esquerda de ( 1 ).
• A distribuição continua nesta ordem.
Cabe ressaltar que a disposição das pessoas é sempre feita a partir do centro da mesa.
Dessa forma, o número dois ( 2 ) fica à direita do número um( 1 ) e não à direita de quem
olha do auditório.
MESAS PARES
• Ninguém fica no centro da mesa. Esse é considerado como uma linha imaginária, a
partir da qual colocaremos as autoridades.
• A primeira pessoa mais importante ( 1 ) fica à direita do centro imaginário.
• A segunda pessoa mais importante ( 2 ) fica à esquerda do centro imaginário.
• A terceira pessoa mais importante (3) fica à direita de (1).
• A quarta pessoa mais importante (4) fica à esquerda de (2).
• As demais seguem o mesmo critério.
APERTO DE MÃO
Ao apertar a mão de um conhecido faz-se um gesto simbólico de satisfação. É por isso
que causa má impressão alguém dar a mão mole ou somente a ponta dos dedos.
Grosseria, ainda maior, é o aperto muito forte.
Quem tem iniciativa do aperto de mão sempre é a mulher.
Também há ocasiões em que o aperto de mão é dispensado.(restaurantes, cons. Médico
e Dentário).
CARTÕES DE VISITA
Quem pensa que cartão de visita é dispensável ou antiquado, está muito enganado. Ele,
ainda, é um instrumento fundamental para a nossa vida cotidiana, além de ser prático e
elegante.
Flores, sempre ficam mais simpáticas, quando acompanhadas de um cartão pessoal;
Aceitando ou recusando convites;
Condolências;
Comunicação de mudança de endereço;
Acompanhando presentes de casamento;
OBS: Papel opaline branco ou no máximo perolado, com letras preta, grafite ou azul-
marinho, são ideais para cartões pessoais.
CARTÃO PROFISSIONAL
O cartão profissional também é muito importante. No formato, ele é igual para homens e
mulheres, com nome, sobrenome, cargo, endereço, telefone, fax, e-mail, etc. É tão útil
quanto o cartão de visitas. O ideal é você ter os dois.
GESTOS
Gesticular, em excesso, pode ser muito desagradável numa conversa. Ficar duro, como
uma pedra, é pior ainda.
LINGUAGEM
Uma linguagem clara e fácil é mais da metade do caminho andado para um bom
entendimento. Caso exista um desnível cultural muito grande entre as pessoas que estão
conversando, cabe ao mais erudito se fazer entender com simplicidade.
O uso de palavras, em outro idioma, deve ser sempre evitado.
EXPRESSÕES
Hoje, felizmente, tudo é mais informal. Por isso, não use expressões empolgadas quando
cumprimentar alguém do tipo: É um prazer revê-lo, É uma honra. Um simples e objetivo:
Como vai? ou Tudo bem ?, são absolutamente corretos.
SABER OUVIR
Saber ouvir é uma qualidade indispensável e tão importante quanto saber falar. Aprenda a
não interromper as pessoas e a ouvi-las com atenção.
AS GAFES
As gafes em reuniões e almoços de negócios são muito comuns, até entre os executivos
mais experientes.
A palavra "gafe" vem do francês Gaffeur, que nada mais é do que a pessoa que comete
gafe. Existem três tipos de pessoas que cometem gafes: os que assumem, os que
disfarçam e os que tentam remediar.
Ao contrário do que muita gente pensa, não se deve tentar consertar uma gafe. Gafe
cometida, gafe assumida. Porque, ao tentar consertar, a tendência é piorar a situação
ainda mais.
Elas geralmente acontecem por falta de bom senso ou porque a pessoa valoriza coisas
que o outro não valoriza, ou ainda porque despreza algum detalhe que o outro valoriza
demais. É por isso que afirmamos que a prudência e o bom senso são armas infalíveis
para evitar as gafes.
"Se cometer uma gafe, o melhor é deixar ela passar. Porque pior é tentar consertar.”
AGRADECENDO A ENTREVISTA
Para um executivo, é de bom tom agradecer sempre as oportunidades que lhe são
concedidas. Principalmente, é claro, agradecer a oportunidade de ter sido entrevistado
para um emprego.
Esta é uma etapa geralmente esquecida, mas que pode ser decisiva para conquistar o
trabalho. Agindo assim, você estará se mostrando gentil e educado, e também manterá
seu nome fresco na memória do entrevistador.
Faça assim:
1 - Envie a carta um dia após a entrevista.
2 - Confira o nome e o título do entrevistador, e esteja certo que escreveu corretamente.
Você pode até solicitar o cartão para esta finalidade, ou verificar com a secretária ou o
recepcionista da empresa.
3 - Seja formal no tratamento, usando "senhor" ou "senhora". Você só deve abdicar da
formalidade se já tiver um relacionamento prévio, ou se a entrevista tiver sido
descontraída e bem-sucedida. Nesses casos, o excesso de formalidade pode soar como
falso.
4 - No texto, agradeça ao entrevistador pela chance concedida de você mostrar suas
características profissionais. Descreva algumas virtudes da entrevista, como a
empolgante troca de idéias e a boa oportunidade.
5 - Deixe claro que você está bastante interessado na vaga e aberto a outras
oportunidades.
6 - Acrescente algumas frases que demonstrem seu interesse. Por exemplo: 'Fiquei
satisfeito em ver a satisfação dos colaboradores na empresa', ou 'Os números das vendas
são impressionantes'.
7 - Descreva suas expectativas. Um exemplo é afirmar que vai incorporar o espírito
visionário do presidente da empresa.
8 - Finalize sua carta com os encerramentos de praxe, como 'atenciosamente',
'sinceramente' ou 'grato'.
9 - Verifique a ortografia e imprima em papel de boa qualidade.
TELEFONE CELULAR
O mundo viveu milênios, sem o telefone celular, e tudo sempre acabou se arranjando. É
difícil saber até que ponto vai a necessidade e quando começa o esnobismo.
Mas se você é adepto, desse aparelho eletrônico, algumas dicas para não infernizar a
vida de quem está ao seu lado:
PODE...
• Em cafés
• No carro (de preferência sozinho e com carro parado)
• Em salas de espera e filas de banco, etc
• Sozinho no banheiro
• Em casa de amigos, atendendo e pedindo licença
• Numa ilha deserta
NÃO PODE...
• Em restaurantes (na mesa)
• No cabeleireiro (em voz alta)
• No teatro, no cinema, em concertos (nem na sala de espera)
• Andando na rua
• Em festas, recepções ou reuniões íntimas
• Na praia (a não ser que esteja absolutamente deserta)
• Na igreja (durante a missa)
• Em reuniões de negócios
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
- CARTA, Alice. Ninguém é perfeito, mas pode Melhorar. Siciliano, 1995.
- CARVALHO, Marcelino de. Guia de Boas Maneiras. Ed. Nacional, 1977.
- COLOMBINI, Letícia. Como Compartilhar o Cubículo e manter sua Privacidade
Intacta. Artigo do Jornal USA Today para Revista Você S. A.
- DOBLINSKI, Suzana. Como se Comportar Mundo Afora. Mandarim, 1997.
- KANTER, Moss Rosabeth. O Futuro depende dos Relacionamentos.
Management, Maio/Junho 2000.
- LEÃO, Danuza. Na Sala com Danuza. Siciliano, 1992.
- MARGERISON, Charles J. Conservando a Gente se Entende. Saraiva, 1992.
- MATARAZZO, Cláudia. Etiqueta sem Frescura. Melhoramentos, 1995.
- NUNES, Marina Martinez. Cerimonial para executivos. Sagra de Luzzatto, 1996.
- RIBEIRO, Célia. Etiqueta na Prática. L& M, 1991.
- SPEERS, Nelson. Cerimonial Público.
- VIRGINIA, Barbara. Comportamento. Loyola, 1992.