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Plástico
Índice
Índice ................................................................................................................ 2
Os Plásticos ..................................................................................................... 8
Crescimento dos plásticos modernos ....................................................................................................8
Então em síntese, como são feitos os plásticos? ...................................................................................8
Como são usados os plásticos? .............................................................................................................9
O plástico na vida moderna ...................................................................................................................9
Porque é que os plásticos são usados na embalagem? ........................................................................12
Porque é que precisamos de diferentes tipos de plásticos nas embalagens? .......................................13
Redução na fonte........................................................................................... 19
Como é que o plástico contribui para a redução dos resíduos na fonte? ............................................19
São os plásticos a razão pela qual os aterros estão a ficar saturadas? .................................................20
Reutilização.................................................................................................... 21
Como é que os plásticos são reutilizados? ..........................................................................................21
Reciclagem..................................................................................................... 21
Como funciona a reciclagem do plástico? ..........................................................................................21
Como é feita pela população em geral, a colecta do plástico para reciclagem? .................................23
Existem muitos recicladores de plástico? ...........................................................................................23
Porque é que a triagem é tão importante para a reciclagem? ..............................................................24
Que tipos de produtos são feitos a partir dos plásticos reciclados? ....................................................24
Os plásticos reciclados podem voltar a servir para a fabricação de embalagens de produtos
alimentares e de bebidas, por exemplo?..............................................................................................26
Aterros............................................................................................................ 31
Como é que os aterros protegem o ambiente? ....................................................................................31
Poderão os resíduos degradáveis resolver o problema dos resíduos sólidos?.....................................31
Duráveis ......................................................................................................... 32
O que é um bem durável e qual a sua importância no fluxo dos resíduos? ........................................32
Os plásticos destes bens duráveis podem ser reciclados? ...................................................................32
Referências: ................................................................................................... 51
Apêndices: ..................................................................................................... 52
História do plástico
Origem dos plástico
Podemos recuar até ao Antigo Testamento, para encontrar referências sobre materiais naturais
utilizados como materiais de enchimento, adesivos, revestimentos e afins.
Estes materiais foram os percursores dos materiais plásticos modernos. Os historiadores continuam
em desacordo quanto ao ano ou década em que a indústria dos plásticos teve início, devido ao uso
do termo “plástico” ser objecto de diferentes interpretações.
Mas uma coisa parece certa, é que a história da indústria da borracha, fundamenta-se nos plásticos,
isto porque a Ebonite, ou a “borracha dura”, descoberta em 1851, foi o primeiro termoplástico a ser
preparado e, foi o primeiro material que comportou uma alteração química distinta de um material
natural.
No entanto, a Ebonite só foi explorada comercialmente alguns anos após a sua descoberta e, por
esse motivo, a sua importância histórica foi minimizada.
Desenvolvimentos Europeus
Um ano após a falência da Companhia Parkesine, um sócio de Parkes, Daniel Spill, formou a
Companhia Xilonita para fabricar produtos semelhantes à de Parkes mas, mais uma vez o resultado
foi o fracasso económico e a companhia de Spill faliu em 1847.
Apesar do fracasso, Spill não se deixou desencorajar e, mudou-se de local estabelendo uma nova
companhia desta vez chamada Companhia Daniel Spill e, continuou a produzir o seu material, a
xilonita.
Entretanto, nos EUA, durante 1860, John Wesley Hyattfez experiências com nitrato de celulose,
tendo em 1865 desenvolvido um método para produzir bolas de bilhar a partir de outros materiais
além do marfim. Utilizando inicialmente misturas de tecidos, pó de marfim e goma-laca, ele
patenteou, em 1869, o uso de colódio o para revestimento de bolas de bilhar, patente essa que lhe
foi concedida um ano mais tarde, já depois do material estar a ser comercializado.
Assim, em 1870, John W. Hyatt e o seu irmão Isaiah, obtiveram a patente EUA 105.338, para um
processo de produção de uma material duro, utilizando nitrato de celulose e cânfora. Embora Parkes
e Spill tivessem mencionado a cânfora nos seus trabalhos, os irmãos Hyatt foram os primeiros a
reconhecer o valor desta como plastificador do nitrato de celulose.
Desta forma, o termo “celulóide” foi cunhado por Isaiah Hyatt para descrever o produto
comercialmente bem sucedido dos Hyatt.
Depois disto, iniciou-se uma guerra entre os irmão Hyatt e Spill, com acções em tribunal pela disputa
dos direitos da patente. Na última acção ficou então decidido que Spill não tinha direito às patentes
dos irmão Hyatt.
O juiz considerou que Parkes era o verdadeiro inventor do processo porque tinha mencionado o uso
da cânfora nas suas patentes, no entanto, como não havia restrições ao uso destes processos e
qualquer companhia, incluíndo a Companhia de Fabrico de Celulóide dos Hyatt, tinha a liberdade de
os usar.
Depois desta decisão, a Companhia de Fabrico de Celulóide prosperou, modou o seu nome para
Corporação Química de Celulose Americana e foi, absorvida pela Corporação Celanese.
Resinas de formaldeído
A seguir ao nitrato de celulose, o material mais importante na história dos plásticos foi o formaldeído.
Por volta de 1847, houve uma exigência nas escolas Alemãs de quadros brancos.
Os esforços para obter tal produto resultaram na descoberta de plástico de caseína, produzidos
fazendo reagir a caseína (proteína do leite) com formaldeído.
O material assim obtido, rapidamente se estabeleceu com os nomes de Galalite e Erinóide.
Os Plásticos
Crescimento dos plásticos modernos
O acetato de celulose, um termoplástico que foi desenvolvido na mesma altura que as resinas de
base de ureia, foi apresentado em 1927.
O período de 1930 a 1940 assistiu ao desenvolvimento comercial inicial da maior parte dos
termoplásticos da actualidade, como o cloreto de polivinilo, o polietileno de baixa densidade, o
poliestireno e o metacrilato de polimetilo. Com o início da 2ª Guerra Mundial, em 1939, surgiu a
necessidade de desenvolver novos produtos a partir dos plásticos, pelas características que estes
tinham de serem leves, duradouros e etc.. Nessa altura, durante a primeira década desta Grande
Guerra, desenvolveu-se então o polipropileno e o polietileno de alta densidade. A partir dos anos 60 e
70, a produção em massa de grandes quantidades destes materiais, fez reduzir o custo destes
significativamente tornando-os mais procurados.
Os plásticos são materiais formados pela união de grandes cadeias moleculares chamadas
polímeros, que por sua vez, são formadas por moléculas menores chamadas monómeros.
Desta forma os plásticos são produzidos através de um processo químico chamado polimerização,
que proporciona a ligação química de monómeros para formar polímeros.
Assim sendo, os plásticos são feitos a partir de aglomeração de “monómeros” que são
hidrocarbonetos e, portanto derivados do petróleo ou do gás natural.
As diferentes combinações de monómeros, em tamanho e estrutura, dão lugar a resinas com
propriedades e características especiais.
Portanto a matéria prima do plástico é o petróleo. Este, é formado, por uma complexa mistura de
compostos e, por esse facto, e porque estes compostos possuem diferentes pontos de ebulição,
torna-se possível separá-los através de um processo químico.
Chamam-se Termoplásticos, aos plástico que não sofrem alterações na sua estrutura química
durante o aquecimento e, que após o arrefecimento podem ser novamente moldados.
O material certo na aeronáutica – Nos últimos 50 anos a indústria aeronáutica, vou mais “alto” com
o recurso aos novos materiais produzidos a partir dos plásticos.
Estes foram usados em aviões, mísseis, satélites e naves que dessa forma permitiram que assim
fossem atingidos novos limites em termos de velocidade, capacidade e autonomia, de tal forma que
quando o homem chegou á Lua, o plástico chegou lá com ele.
A grande diversidade de plásticos e de materiais compostos por plástico, proporcionam as
qualidades indicadas para uma grande variedade de necessidades do espaço aéreo. Estes podem
ser, suficientemente flexíveis para aguentar as vibrações dos helicópteros, mas ao mesmo tempo
suficientemente rígidos para assegurar uma carga segura. Podem ser transparentes para permitir a
observação e, resistentes ao corte, podendo ainda oferecer protecção contra as balas. Podem ainda
ser, leves e fortes.
Na aeronáutica, a necessidade crescente de economizar combustível, leva a que cada vez mais se
recorra ao plástico como forma de reduzir peso nas aeronaves e, consequentemente reduzir os
consumos destas em por em causa a fiabilidade e a eficiência.
O papel do plástico na construção – Na construção os plásticos abundam cada vez mais, sejam
nas tubagens, nos pavimentos, nos isolamentos, nos quadros eléctricos e outros, nas portas e
janelas, nas casas de banho, em gradeamentos e, em muitos outras aplicações sejam de ordem
estrutural ou decorativa.
Nas tubagens, válvulas e acessórios, os plásticos oferecem maior resistência à corrosão, sendo
leves e fáceis de instalar e, simultaneamente são impenetráveis aos agentes químicos.
As mudanças impostas pela sociedade moderna e, os elevados custos da habitação, deram origem a
novas concepções e tendências que criaram utilizações adicionais, por exemplo ao nível dos
espaços públicos com a utilização de mobiliário urbano construído a partir da chamada madeira
plástica.
Nesta como em outras áreas, o plástico continuará a aumentar a sua velocidade de penetração, a
poupar energia e a reduzir os custos.
acabamentos fáceis, elasticidade e leveza. A partir de então, comboios, autocarros e metros, têm
vindo a utilizar cada vez mais o plástico.
Muitas das janelas e outros painéis interiores destes meios de transporte públicos, são construídos
em policarbonato, que é um material plástico de alta resistência e, em geral, transparente.
Mas outros meios de transporte, como as bicicletas e os barcos, viram também nos plásticos uma
forma não só de redução de custos, como também uma forma de aumentar a estética destes.
• A sua grande versatilidade e facilidade em ser trabalhado, por forma a cumprir requisitos
técnicos específicos.
• O seu baixo peso comparativamente a outros materiais, fazendo com que o seu transporte
seja muito mais barato.
• A sua resistência á água e aos produtos químicos.
• À sua resistência e durabilidade.
• Graças ao facto de serem seguros e higiénicos para a embalagem de produtos alimentares.
• Por ser um óptimo isolador térmico e eléctrico.
E, pelo facto de ser relativamente barato.
No gráfico apresentado a seguir, ilustra-se a distribuição típica do consumo do plástico, por sector de
actividade.
12%
5%
34%
18%
5%
26%
A embalagem é usada para proteger, acondicionar e garantir a qualidade dos produtos, abrangendo
desde produtos electrónicos sensíveis até produtos frescos e até comida pré-preparada, durante a
expedição, o transporte e a sua comercialização. Como já vimos, os plásticos são uma família
versátil de materiais que são adoptados para uma grande variedade de aplicações de embalagens.
Em muitos casos, os plásticos oferecem a melhor protecção possível, através da utilização mínima
de recursos e criando menos “lixo” do que os materiais alternativos.
Efectivamente os plásticos têm-se tornado uma presença surpreendente nas nossas vidas, eles
estão presentes desde as tarefas mais comuns, até ás nossas actividades menos usuais.
Se acordássemos de manhã e não existisse o plástico, sofreríamos um choque.
Se ele a vida seria muito mais dispendiosa e muito menos confortável e, muitas das comodidades
que conhecemos desapareceriam.
Os plásticos são pois, geralmente, polímeros orgânicos (isto é, são
constituídos por cadeias de moléculas que contém carbono) que são
formados no estado plástico quer durante, quer depois da sua transição de
um químico de pequenas moléculas para um material sólido.
Dito de forma simples, as grandes moléculas tipo cadeia, são formadas
ligando entre si moléculas de químicos mais pequenos (monómeros: mono
= um, mero = unidade) numa reacção conhecida por polimerização (poli =
muitos).
Já agora, quando unidades de um só monómero são ligadas entre si, o plástico resultante é um
homopolímero, cujo melhor exemplo é o polietileno, que é produzido a partir do monómero do etileno
e, cuja aplicação mais conhecida são os famosos sacos plásticos das compras.
Quando no processo está incluído mais do que monómero, por exemplo o etileno e o propileno, o
plástico resultante é um copolímero.
Desta forma cada tipo de plástico, tem atributos que fazem com cada um, seja mais apropriado para
determinadas aplicações especificas.
Por exemplo, o Polietileno Teraftalato (PET) é maioritariamente usado na fabricação de garrafas de
água porque retém a migração, (o Polietileno de Alta Densidade (HDPE) quando utilizado em
garrafas que embalem produtos com gás, permitiria a saída deste);
O polipropileno (PP) pode ser cheio a quente e o HDPE permite a fabricação de embalagens de
grandes capacidade normalmente indicadas para usos industriais.
Seis tipos de resina estão na base de cerca de 97 % dos plásticos usados em embalagens:
• PET (polietileno teraftalato) é um plástico maioritariamente usado na embalagem de água.
• HDPE (polietileno de alta densidade) é maioritariamente usado na embalagem de produtos de
limpeza, embalagem industrial e industria automóvel.
• LDPE (polietileno de baixa densidade) é usado para a fabricação de filmes para a produção de
sacos e outras embalagens flexíveis.
• PP (polipropileno) é usado na fabricação de algumas embalagens de produtos de consumo como
os iogurtes, pastas de dentes, etc.
Por: Carlos Alberto T. Alves
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Curso de Gestão de Resíduos
APEMETA
AEP
Setembro de 2005
• PS (poliestireno) é um plástico rígido que pode ser encontrado sob a forma de “espuma” com
propriedades de isolamento ou utilizado enquanto rígido na fabricação de embalagens
alimentares.
• PVC (policloreto de vinilo) é um plástico rígido que é muito usado na construção para a execução
de caixilharia de janelas e portas.
Considerando a capitação dos resíduos gerados, em Portugal, deverão ser gerados cerca de 10
milhões de toneladas de resíduos sólidos anualmente. Daqui estão excluídas, claro está, uma série
de outros resíduos gerados como, os electrodomésticos, os resíduos de demolição etc. que, também
têm um peso significativo no total dos resíduos nacionais.
Por estas razões, deverá aumentar a confiança depositada nos aterros e na sua gestão para que
possa ser possível continuar a actual política ambiental.
No entanto todos podemos e devemos ajudar encontrando soluções que viabilizem o aumento das
actuais taxas de reciclagem.
Não há milagres e logo os resíduos não desaparecem por artes mágicas.
Vista de um aterro
Muitos de nós normalmente pensamos ainda em obter um lucro a partir desses resíduos.
Isto não é sustentável.
Cada abordagem, redução na fonte, recuperação, reciclagem, recuperação de energia e deposição
em aterro, tem vantagens evidentes mas, cada uma tem também desvantagens se for pensada só
por si.
O objectivo deve ser discernir qual a melhor abordagem a adoptar com vista à redução dos volumes
e eventual aproveitamento de eventuais recursos sem aumentar os impactes ambientais derivados.
Alguns aterros foram obrigados a encerrar por incumprimentos legais estipulados quer pela
legislação nacional quer pela legislação comunitária.
Outros aterros há que estão próximos da sua capacidade máxima.
Outros ainda há que estão a ser mal geridos, permitindo a deposição de todo o género de resíduos
dificultando e mesmo inviabilizando, dessa forma, eventuais investimentos na reciclagem.
Há ainda quem pense que se tudo fosse biodegradável um aterro poderia durar para sempre.
Contrariamente a esta crença, os aterros modernos, devem ser geridos por forma a minimizar e
controlar a biodegradação.
Se estes não forem controlados, a biodegradação do papel e dos restos de resíduos orgânicos, que
serão cerca de 70 % do total dos resíduos domésticos depositados podem criar quantidades de
metano substanciais, que é um gás inflamável e dá um potencial contributo para o aquecimento
global.
Cada tonelada de resíduos domésticos, colocados em aterro, produzirá cerca de 6,68 ton. de gases
medidos em termos de dióxido de carbono.
A maior parte dos resíduos gerados são enviados para aterro, muito embora esta percentagem esteja
a reduzir.
A redução na fonte, a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação de energia, através
da utilização destes resíduos como combustível, estão a contribuir para a minimização da deposição
destes resíduos em aterro.
O balanço das diferentes opções da gestão integrada faz com que não seja apenas considerada
exclusivamente a deposição em aterro.
Isto faz com que, para uma determinada região ou cidade estejam disponíveis mais do que essa
opção:
Redução na fonte:
Quanto menos resíduos gerarmos menos custos estarão subjacentes á sua gestão e menores serão
os custos de deposição.
Reutilização:
Usando um dado objecto vezes e vezes, seja para o fim original para o qual foi concebido, seja
através de uma novo uso, ajuda a reduzir o quantitativo total dos resíduos, prolongando a vida útil
desse mesmo objecto.
Reciclagem:
A reciclagem retira valor destes resíduos é dá-lhes uma nova utilidade industrial através da sua
transformação em novos produtos ou novas aplicações.
E como é de gestão de integrada e consequentemente de recursos que estamos a falar, convém
referir desde logo que, estudos feitos recentemente, demonstram que a utilização de plástico
reciclado relativamente ao plástico virgem, para a fabricação de sacos, reduz o consumo de energia
em cerca de 60%, produz apenas 30% do dióxido de sulfureto e metade do óxido nítrico, usando
apenas um oitavo da água e, reduzindo a geração de dióxido de carbono cerca de duas vezes e
meia.
Por cada tonelada de polietileno reciclado utilizado, são economizadas 1,8 toneladas de petróleo.
Compostagem:
A compostagem dá-se através da exposição do material orgânico aos elementos e microorganismos.
Isto produz um fertilizante rico em nutrientes chamado composto após um a três meses. Este
composto converte relva, folhas, ramos e restos vegetais em aditivo para o solo.
As grandes instalações de compostagem, como por exemplo a da
LIPOR são normalmente mais tecnicamente evoluídas e são
concebidas para controlar ambientalmente condições, tais como
níveis de oxigénio, conteúdo da mistura, temperatura e presença
de microorganismos.
A compostagem oferece um potencial significativo alternativo ao
aterro.
O que é a compostagem?
Redução na fonte
Como é que o plástico contribui para a redução dos resíduos na fonte?
Os plásticos são campeões no que diz respeito à redução de material necessário para fazer aquilo
que é essencial fazer mais com menos.
Eles têm uma larga gama de usos, desde a embalagem até ás aplicações nos automóveis, tendo
sido o responsável por poupanças dramáticas em termos de materiais e recursos.
Estimativas europeias mostram que se as embalagens plásticas tivessem que ser substituídas pelos
materiais tradicionais o aumento em todo o consumo de embalagens poderia ser quase três vezes
mais, com as respectivas repercussões no volume de lixo manuseado.
No caso das aplicações da industria automóvel em cada 100 Kg de plástico estima-se que teriam de
ser substituídos por entre 200 a 300 kg de outros materiais.
Para além disto, ao longo da vida de um automóvel, isto representa uma economia de 750 litros de
combustível e uma redução de 2.5 toneladas de gases de escape.
Um outro exemplo de racionalização ou de redução na fonte, é o que se observa na industria do
plástico e, que pode ser evidenciado através de um processo chamado ”redução de peso”.
As novas tecnologias permitem que a industria produza produtos cada vez mais fortes e leves.
Por exemplo, os fabricantes produzem hoje em geral embalagens mais leves 30 % do que há dois ou
três anos atrás.
Isto resulta em cada vez menos plástico presente no lixo em cada ano que passa.
Um estudo sobre a utilização de sacos plásticos evidencia que estes são hoje 50 % mais do que
eram nos anos 70. Esta evolução gera enormes economias em matéria prima anualmente.
Os novos desenvolvimentos nas resinas permitem aos fabricantes produzir sacos plásticos para
compras cerca de 60 % mais finos que em 1976. Apesar disto estes sacos mais finos têm a mesma
ou mesmo maior resistência.
De acordo com estudos internacionais cada tonelada que seja poupada de polietileno e equivalente a
uma redução de emissões da ordem das 2 toneladas de dióxido de carbono.
O consumo anual de materiais plásticos, aumentou desde os 5 milhões de toneladas até aos 100
milhões de toneladas de hoje.
Não. Em geral os plásticos deverão representar qualquer coisa como 8 a 10% em peso e 13 a 15%
em volume do total dos resíduos depositados em aterro. Os plásticos podem permitir a entrega e
embalagem de maiores quantidades de produtos utilizados, menos embalagens e sendo assim
geram menos “lixo”. O consumo mundial do plástico aumentou de 5 milhões de toneladas nos anos
de 1950, até aos 100 milhões de toneladas em 2000.
Reutilização
Como é que os plásticos são reutilizados?
Apesar de haver muita gente que em suas casas pensam em maneiras engenhosas de reutilizar, por
exemplo, sacos plásticos, é no entanto na industria onde a reutilização assume um papel
determinante.
Na industria muitas embalagens entre as quais as de plástico são recolhidas, recondicionadas por
empresas preparadas para a gestão dessas embalagens, que depois voltam a ser cheias e são
novamente enviadas para o mercado.
Reciclagem
Como funciona a reciclagem do plástico?
Esquema de princípio
1. Triagem Esquema de princípio
de uma instalação de
1. Triagem
de uma instalação
reciclagem de
de plástico
2. Trituração e lavagem reciclagem de plástico
2. Trituração e lavagem
4. Secagem
4. Secagem
8. Corte dos
8. Corte
peletes
dos
peletes
• Recolha:
Após o seu uso o plástico sobretudo o da área do consumo, é depositado para recolha no “lixo” ou
nos receptáculos próprios dos ecopontos e ecocentro.
Na estação de triagem é feito a separação e posteriormente enviada para reciclagem. Mas
existem muitos casos sobretudo na área industrial em que é necessária a sua recolha caso a
caso.
• Triagem:
Após a recolha o plástico é triado e separado por famílias ou tipos (HDPE, LDPE, PP, etc...) e
posteriormente prensado em lotes que desta forma minimizam os custos de transporte e
simultaneamente valorizam esse plástico.
• Transformação:
Após ser convertido em “paletes” o plástico é posteriormente transformado em novos produtos por
injecção ou por extrusão, produtos esses com os mais variados fins e que retornam ao mercado.
Uma das maiores preocupações deve ser e é, quer a quantidade quer a qualidade de plástico
recolhido para reciclagem.
Uma boa triagem, com materiais facilmente identificáveis, isentos de resíduos de alimentos
susceptíveis de putrefacção e de gorduras, garantem uma boa qualidade final do produto.
Por todas estas razões procura-se orientar as populações para a separação daquelas fracções de
plástico facilmente identificáveis, como por exemplo garrafas de água (PET), por forma a
minimizar os custos da triagem e bem assim garantir uma maior qualidade na reciclagem.
O consumo dos plásticos desenvolve-se praticamente após a II Guerra. Como resultado disto pode
dizer-se que a reciclagem e as infra-estruturas desta, estão na sua infância, quando comparadas
com a reciclagem do aço e do papel, que por exemplo têm uma história de centenas de anos.
Apesar disto, existem já hoje centenas de pontos de recolha, á disposição da população, para a
recolha e posterior reciclagem de vários materiais como o plástico, vidro, papel etc.
Em Portugal existem alguns recicladores de plástico mas infelizmente a soma das suas capacidades
totais de reciclagem não chegarão sequer chegar ás 60 mil toneladas, representando uma
capacidade instalada de menos de 10 % do total do plástico colocado no mercado.
A título de exemplo, na Alemanha(1) em 2000, a capitação dos resíduos plásticos era de cerca de 80
Kgs por pessoa e por ano.
Deve referir-se também que em Portugal, e em 2004 a mesma capitação, (resíduos plásticos
gerados por pessoa e por ano) considerando as toneladas declaradas ao sistema Ponto Verde(2) era
de cerca de 36 Kgs. Ora considerando que os níveis de vida e os hábitos sociais na Europa não
diferem o suficiente para justificar a diferença entre os números declarados na Alemanha e em
Portugal, significa isto que faltará ainda alguma transparência entre as quantidades declaradas e as
quantidades efectivamente processadas ou entradas no mercado.
Por esta razão, existe um imperativo nacional de propiciar condições, aqueles que, queiram investir
na área, no entanto e apesar desta necessidade tem sido feito muito pouco para incentivar o
investimento na reciclagem.
Existem vários tipos de plástico, tal como existem diferentes tipos de metal, papel e vidro.
O aço deve ser separado do alumínio antes de serem reciclados, o vidro deve ser separado por côr
e, isto é normalmente feito manualmente.
Da mesma forma o papel deve ser separado conforme se trate de papel de jornais ou de escritório,
por exemplo.
Assim, cada um dos seis principais tipos de plástico utilizados nas embalagens tem características
diferentes, que os tornam indicados para uma ou outra aplicação conforme o tipo.
Desta forma, o valor do plástico para reciclar será tanto maior quanto maior for a qualidade na sua
triagem. Por um lado se uma triagem eficiente acrescenta valor ao plástico viabilizando uma melhor
reciclagem, também é verdade que quanto mais eficiente esta é, mais custos acrescenta á operação.
Grande parte das triagem são feitas á custa de trabalho manual, com o recurso ao uso da mão de
obra intensiva, colocando em causa a eficiência dessa operação.
Com o recurso ao investimento em equipamento, será possível minimizar estes custos, com o
recurso á triagem por densidades, triagem electrostática, etc.
No entanto, e como estes sistemas automatizados de triagem são indicados para grandes volumes,
não se prevê a sua fácil adopção em Portugal, considerando a pequena capacidade individual dos
recicladores nacionais.
A quantidade e tipo de produtos produzidos a partir do plástico reciclado está a crescer rapidamente.
Normalmente o plástico reciclado não é utilizado para a fabricação de embalagens destinadas a
produtos alimentares.
No entanto, torna-se necessário a publicação de uma listagem, extensiva sobre estes tipos de
produtos (reciclados) e os seus fabricantes, cuja divulgação poderia ser, por exemplo, feita via net.
No entanto optou-se por listar apenas alguns exemplos de como são usados alguns dos plásticos
reciclados.
Transparente, incolor ou colorido, brilhante, com um ponto de ponto de injecção no fundo. Interior
do gargalo liso.
Marcação de identificação: 1 ou 01.
• HDPE ou PEAD (polietileno de alta densidade):
È transformado em embalagens para lubrificantes, na industria automóvel, na tubagem para a
agricultura, em mobiliário urbano e vedações e etc.
Principais Características: inquebrável, resistente a baixas temperaturas, leve, impermeável,
rígido e com resistência química.
Marcação de identificação: 2 ou 02
• LDPE ou PEBD (polietileno de baixa densidade):
É usado sobretudo na fabricação de novos sacos e é também usado como componente na
fabricação de mobiliário urbano.
Principais Características:
flexível, leve, transparente e impermeável.
Marcação de identificação: 4 ou 04
• PVC (policloreto de vinilo):
È usado na fabricação de tubagens sobretudo para a passagem de cabos eléctricos, molduras e
perfis de janelas e ainda solas de sapatos.
Principais Características: rígido, transparente, impermeável, resistente á temperatura e
inquebrável.
Marcação de identificação: 3 ou 03
• PP (polipropileno):
É utilizado sobretudo na fabricação de acessórios para a industria automóvel.
Principais Características: conserva o aroma, inquebrável, transparente, brilhante, rígido, e
resistente ás mudanças de temperatura.
Marcação de identificação: 5 ou 05
• PS (poliestireno):
É utilizado na fabricação de brinquedos, cassetes vídeo e também é componente da fabricação de
madeira plástica.
Principais Características:
impermeável, inquebrável, rígido, transparente, leve e brilhante.
Marcação de identificação: 6 ou 06
Uma nova forma de reciclagem, recentemente levada a cabo em Portugal, consiste na fabricação de
“madeira plástica” ou do chamado “plastic lumber”.
Este processo, utiliza um mix de materiais plásticos, tendo como base os materiais mais vulgares e
conhecidos como o LDPE e o HDPE, e no qual é possível a integração de outros materiais plásticos
como o ABS, o NYLON e outros menos vulgares.
Este processo, destina-se a produzir produtos semelhantes á madeira, embora com características
próprias, dando origem a peças de grandes massas como barrotes, tábuas e outros perfis de
grandes dimensões e ou outras peças moldadas também de grandes dimensões.
Existe pois, um mercado potencial que se espera se desenvolva rapidamente, de fabricação de
madeira plástica, que é consumidor deste mix de materiais plásticos com base em HDPE, LDPE, PP
e PS.
A aplicabilidade destes produtos estende-se a um número muito grande de aplicações como a
decoração urbana e de lazer.
Graças a sua longa durabilidade e aos baixos custos de manutenção aliados a um design inovador,
estes produtos poderão substituir a tradicional madeira em muitos casos, permitindo
simultaneamente a preservação desse recurso natural.
Sim. Em certos casos, as embalagens são produzidas por camadas designadas por “layers”, ficando
as camadas exteriores que são produzidas como material virgem em contacto com os alimentos e, a
proteger a camada interior, camada essa produzida em alguns casos com material reciclado.
Também no caso do PET e conforme as procedências e os próprios processos já é possível a sua
reciclagem e posterior utilização para contacto alimentar.
Recuperação de energia
O que é a recuperação de energia?
Com a excepção dos metais e do vidro, a maior parte dos resíduos sólidos municipais tem um valor
energético que pode e deve ser recuperado através da sua combustão desde que levada a cabo em
instalações próprias para esse efeito e ainda considerando a legislação e as exigências ambientais
inerentes.
O valor ou a gama de valores desta pode ir desde as 1.600 Kcal/kg para os resíduos domésticos
normais até aos 10.500 Kcal/kg considerando por exemplo os plásticos.
Como forma de comparação pode dizer-se que a nafta, utilizada como combustível para queima tem
um valor energético de cerca de 11.600 Kcal/kg.
O calor produzido desta forma pode ser usado para a produção de energia eléctrica.
Material Kcal/Kg
Plásticos
PET 6.060
HDPE 11.064
Outras Embalagens Plást. 9.118
Valores Outros Plásticos 9.952
Borracha 7.117
Energéticos
Jornais 4.448
Cartão Canelado 3.892
Têxteis 5.226
Madeira 4.059
Média dos Resíduos 3.280
Resíduos de Comida 1.612
Nafta 11.620
Que se passa numa instalação moderna de produção de energia através da combustão dos resíduos?
Numa instalação moderna, de recuperação de energia por combustão dos resíduos sólidos, estes
são queimados em câmaras especiais concebidas para atingir elevadas temperaturas.
Estas elevadas temperaturas dão origem a uma melhor combustão dos materiais, resultando
menores quantidades de cinzas e uma queima mais limpa produzindo menores emissões. As mais
modernas instalações para este fim, estão dotadas de equipamentos de controlo de emissões e
outros equipamentos tais como dispositivos de precipitação electrostáticos “Scubber’s” secos e
molhados e, filtros que são usados para remover partículas potencialmente perigosas para o
ambiente e outros gases emitidos pela unidade .
Uma moderna instalação para este fim não tem nada a ver com as antigas instalações de
incineração.
Num país onde existe comissões para tanta coisa, talvez não ficasse mal criar um organismo
independente cujas funções deveriam ser controlar e avaliar (através de um programa elaborado
previamente) as condições de operação destas instalações e simultaneamente investigar novas
formas e tecnologias de controlo dessas emissões.
No entanto, e apesar da faltas de dados objectivos que sejam de conhecimento público e, sobretudo
com base nas experiências de vários países da Europa, estas demonstram ser possível taxas de
remoção de 99%.
De acordo com alguns testes feitos ás concentrações de dioxinas e furanos, estas são tão baixas,
que se aproximam dos limites mínimos de detecção das amostras e dos métodos analíticos.
Existem já alguns estudos sobre tecnologias destinadas a eliminar estas emissões, com taxas de
redução previstas de 99.99 %.
As dioxinas formam-se a partir de várias fontes. Os incêndios florestais são uma das fontes
geradoras de dioxinas e até a queima de uma lixeira qualquer poderá libertar tantas dioxinas como
um fabrica moderna de queima destes resíduos (desde que devidamente equipada), que sirva um
aglomerado de por exemplo 100.000 pessoas.
Existe ainda uma outra forma de recuperar plástico ou a energia nele contida através da queima .
Esta é uma alternativa às incineradoras municipais e consiste na canalização dos não conformes,
para a reciclagem, sob a forma de RDF (Refuse Derived Fuel).
Neste processo, os resíduos são transformados em aglomerados ou em blocos de dimensões que
permitam o seu uso em altos-fornos ou em caldeiras industriais devidamente equipadas para o efeito,
onde vão substituir uma parte do combustível utilizado, resultando assim numa poupança de
combustível e energia.
O que é a gasificação?
A combustão normal, tal como a que é feita nas instalações de queima (como a LIPOR II), faz-se
com um excesso de ar. A reacção química é chamada oxidação e, o principal produto é o dióxido de
carbono.
A gasificação tem lugar num ambiente com carência de oxigénio. A reacção química chama-se
redução e, o principal produto é o monóxido de carbono e hidrogénio.
Devido a falta de oxigénio, os óxidos normalmente produzidos numa incineração, tais como o
dióxido de sulfureto e os óxidos de nitrogénio não existem. Da mesma forma, não se formam as
dioxinas e furanos.
Quaisquer dioxinas que existam no material de alimentação são destruídas devido ás elevadas
temperaturas da operação de gasificação.
Os resíduos de carbono e hidrogénio são também eles combustível que podem ser queimados numa
caldeira ou usados para gerar energia eléctrica.
Os produtos dessa combustão são dióxidos de carbono e água. O hidrogénio pode também ser
recuperado em reservatórios próprios.
A gasificação não é propriamente dita uma tecnologia nova, mas antes tem vindo a ser usada pela
industria petroquímica durante décadas.
Nos últimos anos e, sobretudo na Europa têm vindo a ser concebidos gasificadores pequenos e
muito eficientes a custos razoáveis que têm vindo a ser aplicados em industrias como a dos
produtos florestais e na industria alimentar.
No entanto, o investimento para tal, na área da reciclagem, do plástico é considerável e, por essa
razão, ainda não se usa esta tecnologia para este fim em Portugal.
Aterros
Como é que os aterros protegem o ambiente?
Os aterros ajudam a proteger o bem estar das populações e o ambiente, removendo e confinando os
resíduos em condições tecnicamente controladas.
A confinação dos resíduos, permite o controlo da biodegradação, limitando o risco das emissões de
metano que é simultaneamente explosivo e contribui para a libertação de gases que contribuem
dessa forma para o aquecimento global.
A biodegradação descontrolada pode também dar origem a contaminantes tóxicos, que uma vez
produzidos podem contaminar as águas subterrâneas e os solos.
Duráveis
O que é um bem durável e qual a sua importância no fluxo dos resíduos?
Os produtos produzidos, cuja vida útil seja superior a mais de três anos, por exemplo, carros,
electrodomésticos, computadores etc., são os chamados bens duráveis.
No entanto, estes itens podem não fazer parte dos resíduos gerados no dia a dia das nossas casas,
porém estes resíduos podem eventualmente vir a fazer parte do fluxo dos resíduos sólidos.
Sim. Quer a construção automóvel, quer o sector de fabricação de equipamento de escritório, quer a
industria em geral, têm criadas estruturas próprias para a reciclagem do plástico e de outros
produtos gerados no exercício da sua actividade.
O principal desafio que se coloca, é a triagem e a recolha destes em quantidades economicamente
viáveis, de forma a tornar a reciclagem rentável.
Muitas vezes na reciclagem destes produtos é necessária alguma desmontagem e a separação em
componentes destes tipo de produtos / resíduos, dificultando pois a viabilidade da mesma, ou de
outra forma introduzindo custos a esta.
Competirá aos designer conceber agora produtos que tenham predisposição prévia para a
reciclagem, tornando esta mais económica e viável.
Outro problema efectivo tem a ver com a identificação destes materiais a reciclar que, muitas vezes
não está patente no produto, impedindo ou dificultando a sua recuperação.
A utilização por todos dos códigos de identificação da matéria prima usada na fabricação do produto,
tornará mais fácil a separação e a recuperação desses materiais contribuindo dessa forma para a
valorização do mesmo.
Existem, em jeito de resumo, dez factores sobre os plásticos que ninguém deverá desconhecer:
Plásticos Biodegradáveis
O que são?
Os plásticos bio-plásticos são materiais com as propriedades semelhantes ás dos outros plásticos,
mas que são produzidos através da utilização de recursos renováveis tais como o milho, farinha,
arroz e batata por exemplo.
Os plásticos biodegradáveis podem vir no futuro a desempenhar um papel de relevo no que diz
respeito á redução e á diminuição da perigosidade que representa a deposição de plástico no “lixo”.
No entanto existem algumas preocupações acerca destes plásticos:
• Estes plásticos só são degradados se forem depositados de forma correcta.
• Durante a degradação, estes podem gerar um aumento das emissões de gases causadores
do efeito de estufa.
• A mistura deste plástico com os plásticos normais poderá complicar a recolha e a triagem.
• O aumento destes plásticos no mercado poderá levar as pessoas a pensar que pode ser
posto no “lixo” sem mais, partindo do pressuposto de que pura e simplesmente estes
desaparecem o que não é verdade.
Os materiais Bio-Plásticos podem ser transformados e utilizados numa grande variedade de
produtos, dando origem a materiais capazes de se dissolverem na água e, até materiais capazes de
aguentarem o impacto de um martelo, de forma a satisfazerem necessidades especificas.
Existem várias formas ou possibilidades de degradação dos polímeros:
a) A Fotodegradação
Nesse fenómeno, onde o factor determinante da degradação é a acção da luz e, mais
particularmente, dos raios ultravioleta.
Todos os polímeros são sensíveis à luz em graus diferentes. Desta forma, os plásticos possuem
aditivos para retardar o efeito da mesma.
Assim, estes podem conter aceleradores de foto-degradação que entram em acção assim que os
retardadores sejam consumidos.
As aplicações mais conhecidas são os filmes agrícolas foto-degradáveis para revestimento de
terrenos em culturas rasteiras ou de estufas.
O problema, nesses casos, é que só a parte exposta à luz se degrada, ou seja, a parte enterrada fica
intacta ou fraccionada em pequenos pedaços, tornando difícil sua extracção no final da colheita.
Por outro lado, isso acaba por ser somente uma foto-fragmentação onde as macro-moléculas não
foram transformadas, mas sim cortadas pela fragilização dos aditivos.
Por: Carlos Alberto T. Alves
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Curso de Gestão de Resíduos
APEMETA
AEP
Setembro de 2005
O resultado é um pó de plástico que estará presente em quantidade quase idêntica à massa de filme
utilizada e que se mistura ao solo cultivado ano após ano. Não há inconveniente para o meio
ambiente pois esse processo de eliminação é assimilado, no entanto, não há qualquer vantagem
ambiental.
b) A Quimio-degradação
Apenas neste modo de degradação é susceptível a modificação da estrutura física do material sendo
transformada em substâncias assimiláveis pelo meio natural. A maior parte das vezes, esta consiste
numa oxidação, uma digestão ou uma hidrólise, mais ou menos complexa.
A depolimerização de uma poliamida (PA) ou de um polimetacrilato de metilo (PMMA) conduz à
transformação completa do polímero, seguindo uma reacção química inversa à sua polimerização,
em produtos que lembram os monómeros que os originaram, os quais poderiam vir a servir
novamente à síntese do mesmo material.
Esse é um dos processos de "reciclagem química" ou de "valorização das matérias-primas".
A biodegradação é uma das variedades da quimio-degradação. Os compostos quimicamente activos
(as enzimas, na maior parte das vezes) são, nesse caso, produzidos por microrganismos.
Para os polímeros contendo partes biodegradáveis inseridas nas suas cadeias macro-moleculares, a
reacção pode ser apenas parcial. Obtemos, então, uma bio-fragmentação onde o resultado é similar
àquele que é obtido na foto-fragmentação.
A quimio-degradação também pode ser completa. Isto passa-se, em geral, nos polímeros
hidrolisáveis e que se decompõem, seja em CO2 e água (na presença de Oxigénio), seja em Metano
(em meio anaeróbico). Os polímeros melhor adaptados a uma biodegradação completa são os
polímeros naturais (celulose, amido, borracha natural, gelatinas,...) e os polímeros sintéticos que
possuam estruturas próximas destas.” (3)
A biodegradação não é, portanto, resultado de uma simples acção de microorganismos, porque as
condições nas quais eles actuam estão relacionadas com as características do meio onde a mesma
ocorre.
Em Julho de 2000, o United State Composting Council e o Biodegradable Products Institute,
anunciaram um programa de certificação de plásticos bio-degradáveis, baseados nas Normas ASTM
(4) D 6400-99 sobre materiais para aplicações de compostagem.
Assim, neste momento torna-se oportuno, face aos últimos progressos conseguidos nesta área
introduzir algumas definições básicas relativas a estes plásticos.
Definições:
Relativamente á normalização sobre estes plástico, convém apenas referir que, a ASTM publicou
(em 1999) as “Standard Specification for Compostable Plastics ASTM D 6400-99, que referem várias
outros documentos incluindo métodos de teste, como por exemplo:
“D 5338- 98 Test Method for Determining Aerobic Biodegradation of Plastic Materials under Controlled
Composting Conditions”, e;
“D 6340-98 Test Methods for Determining Aerobic Biodegradation of Radiolabeled Plastic Materials in
an Aqueous or Compost Environment”.
Hoje já existem tecnologias que permitem processar e transformar os chamados plásticos mistos,
como já referimos. No entanto e até aqui, os plásticos quando não identificados, davam origem a
produtos reciclados de má qualidade e com custos de reciclagem muito elevados.
Por essa razão desenvolveu-se (primeiro nos EU), um sistema de codificação voluntário, que
permitiria a separação dos plásticos por tipo. Esta forma de identificação, cedo se tornou uma
ferramenta de grande valor, para todos aqueles que se dedicavam ás operações de triagem, bem
como para os próprios recicladores, permitindo dessa forma uma melhor valorização deste plástico.
Este sistema de codificação, concebido para ser facilmente lido e identificado, considerando as
outras marcações existentes nas peças de plástico, consta de um triângulo composto por setas, com
um número no centro e, com letras na zona inferior do mesmo, número esse que mais não é, do que
um identificador da resina que compõem o plástico.
O uso deste sistema de identificação é livre e, está disponível para uso por quem quer que seja,
fabricantes, recicladores ou empresas de enchimento. No entanto, a identificação do plástico através
do seu código, não é garantia de que a reciclagem desse material seja a indicada para produzir uma
determinada peça. A aplicabilidade de um plástico reciclado na produção de uma determinada peça,
depende da aplicação que essa peça irá ter e, ainda da contaminação existente no material com que
esta se fabricará. È necessário ter em consideração de que mesmo as resinas ou o plástico chamado
virgem, pode ter características especiais que serão de acordo com a função para a qual a peça foi
concebida, ou seja, características especiais para aplicações especiais.
É de esperar que o mercado para os produtos reciclados, seja aquele cujas aplicações seja capazes
de tolerar variações nas propriedades destes, motivadas pela variedade de plástico que, compõem o
fluxo dos resíduos. Não devemos esquecer de que o código inscrito sobre a embalagem, identifica
apenas e só, o material que a compõem, e não se refere á sua forma ou á sua aparência.
Polietileno Teraftalato
PET
Polietileno de Alta
Densidade
PEAD
Policloreto de Vinilo
PVC
Polietileno de Baixa
Densidade
PEBD
Polipropileno
PP
Poliestireno
PS
Outros Plásticos
Others
• Use mais do que uma vez os sacos plásticos que recebe das compras;
• Existem lojas como a “Body Shop” que faz o enchimento das embalagens plásticas vazias;
• Não esqueça que uma tonelada de plástico representa cerca de 300.000 sacos.
As embalagens devem ser fabricadas de forma a que o respectivo peso e volume não excedam o
valor mínimo necessário para manter níveis de segurança, higiene e aceitação adequados para o
produto embalado e para o consumidor.
As embalagens usadas devem poder ser tratadas de forma a respeitar os requisitos de saúde e
segurança dos trabalhadores.
Os requisitos específicos das embalagens devem ser cumpridos quando as embalagens deixem de
ser reutilizadas e se transformam em resíduos.
f) Embalagens biodegradáveis
Sociedades Gestoras
PS - Poliestireno.
No caso deste material e, quando sujeito á chama, o material continua a arder, mesmo depois de
retirar a chama; produção de um fumo negro intenso com cheiro característico.
Este material, ou outro plástico que contenha cloro, arde com chama amarela de extremidade
esverdeada, liberta fumo com cheiro desagradável e irritante para olhos e garganta.
PP – Polipropileno
PE – Polietileno
Este material quando sujeito á chama, queima rapidamente fundindo e gotejando como cera e, com
um cheiro semelhante a esta.
Este material, arde com uma chama amarela/laranja, libertando fumo negro e continua a arder depois
de se retirar a chama. O fumo tem um cheiro ligeiramente adocicado.
O Risco: Aumenta
O Brilho superficial: Diminui
Como em todos os processos empíricos, a confirmação dos resultados destes testes, deve ser feita
através da queima de um pedaço de material já conhecido e comparar os resultados obtidos.
No entanto, existem alguns destes materiais, cujos testes são tão característicos, que fazem com
este tipo de teste seja mais aconselhado, uma vez que a margem de erro é menor, como é o caso do
PET, do PS e do PVC.
Só através da experiência será possível confiar neste tipo de testes e permitir, ao longo do tempo,
um melhor reconhecimento dos materiais em causa.
Reduzir, trata-se de diminuir a quantidade total de resíduos que produzimos. Este princípio aplica-
se essencialmente na escolha de produtos que compramos uma vez que tudo o que compramos,
mais cedo ou mais tarde, irá parar ao lixo.
Desta forma é necessário em primeiro lugar, fazer uma lista de compras antes de sair de casa para
evitar a compra de lixo; reduzir o consumo em excesso, poupando dinheiro, reduzindo os resíduos
produzidos e a preservando os recursos naturais.
Reutilizar, é dar um novo uso a produtos cuja utilização não foi possível evitar. Existem sistemas
próprios de recuperação das embalagens com depósito para voltar a encher com o mesmo produto,
como é o caso de refrigerantes e águas e alguns produtos de cosmética e, mesmo na área industrial
é possível recondicionar as embalagens usadas, voltando a enchê-las para voltarem de novo ao
mercado.
Só temos de optar por estes produtos, entregando depois as embalagens vazias no local da compra,
ou se se tratar da área industrial de celebrar um protocolo com as empresas que fazem a Gestão
destas embalagens, contribuindo dessa forma para um melhor ambiente.
Em casa podemos usar embalagens de vários tipos para armazenar outros produtos, como por
exemplo, usar frascos de vidro, caixas de cartão e embalagens plásticas usadas para guardar lápis e
canetas, rebuçados ou as poupanças. Podemos também aproveitar as costas de papel impresso de
um só lado para os apontamentos ou impressões provisórias de trabalhos.
Reciclar, é separar os materiais constituintes dos resíduos que não foi possível evitar ou reutilizar,
integrando-os nos processos de fabrico de novos produtos.
O papel dos consumidores na reciclagem consiste na separação dos resíduos que já não possam ser
reutilizados de acordo com as suas características e, depositá-los em locais apropriados, como os
ecopontos(6) e ecocentros(7).
Redução
Reutilização
Recuperação
( incluindo: reciclagem, compostagem e a recuperação de energia)
Aterro
Referências:
(1) www.gruener-punkt.de
(2) www.sociedadepontoverde.pt
(3) ASTM International, 100 Barr Harbor Drive, PO Box C700, West Conshohocken, PA,
19428-2959 USA www.astm.org
(4) Tradução do artigo: "Les Plastiques Biodegradables: Pour quoi faire ?"
(5) www.plastval.pt
(6) Ecoponto: Local de deposição, para o consumidor doméstico, com separação por tipo
de material.
(7) Ecocentro: Local de deposição, para o consumidor doméstico e destinado á recepção
de grandes volumes de resíduos, com separação por tipo de material
Apêndices:
Contactos úteis:
Plastval
Av. Defensores de Chaves n.º 15 – 2º E
1000-109 Lisboa
Tel.: 213 129 715
Fax.. 213 129 717
Actividade: Fileira de Plástico da SPV
Recicladores:
Notas:
Sobre o autor