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Transdutores, sensores e actuadores

 Transdutor: dispositivo que converte uma forma de


energia noutra
Transdutor eléctrico converte grandezas não eléctricas
(pressão, temperatura, etc) em sinais eléctricos e vice-versa.

Grandeza
Sensor Sinal eléctrico
não eléctrica

microfone

Grandeza
Sinal eléctrico Actuador
não eléctrica
altifalante

1
Transdutores, sensores e actuadores

Amplificador

Microfone Altifalante

Sensor: Actuador:
Processador
transdutor de entrada transdutor de saída

• Necessidade de processar (modificar ou acondicionar) o sinal eléctrico


do sensor, utilizando AmpOps, filtros, conversores A/D, etc..

2
Transdutores nos sistemas de
instrumentação
 São utilizados transdutores em sistemas de instrumentação
para medir grandezas ou controlar a operação de um processo.

Visualização,
variável armazenamento ou operador
do transmissão
processo valor
medido
Processo Sistema de
medida valor
desejado

Controlo
correcção

3
Sensores nos sistemas de medida
 São utilizados sensores no sistema de medida.

Detecção acondicionamento do sinal Actuador


Sinal eléctrico
grandeza Sinal para display
a medir eléctrico
Sensor Processador Sinal eléctrico para
transmissão

Sinal eléctrico
ponte para controlo
conversor tensão-corrente
filtro
amplificador
emissor-receptor
conversor AD e DA

4
Transdutores nos sistemas de
instrumentação
 Sistema básico de controlo

controlo Sistema controlado

Sensor

referência

Acondicionamento de
sinal
realimentação

5
Exemplo: sensor e actuador eléctricos
valor
medido
Controlo
VT

Actuador
térmica eléctrica
PR5
valor
desejado
VR

Sensor
térmica eléctrica
VT

6
Classificação dos sensores
Várias formas de classificação:
 o campo de aplicação
biomedicina, meteorologia, consumo, automação, etc.
 a função que realizam
ou o que medem: pressão, aceleração, campo
magnético, temperatura, capacidade térmica, etc.
 o princípio físico de funcionamento
transdução resistiva, transdução capacitiva, transdução
indutiva, transdução piezoeléctrica, transdução
piezoresistiva, transdução fotovoltaica, transdução
termoeléctrica, etc.
 forma de energia do sinal que convertem
mecânica, magnética, radiante, térmica e eléctrica (não
há conversão da forma de energia do sinal)

7
Revisões
 Transdutor?
 Sensor? Exemplos?
 Actuador? Exemplos?
 Classificação dos transdutores?

8
Sensor e actuador

Forma de energia do sinal Forma de energia do sinal

radiante radiante
térmica térmica
Sensor Processador Actuador
mecânica mecânica
eléctrica eléctrica
magnética magnética

9
Exemplo: sensor e actuador mecânicos

Forma de energia do sinal Forma de energia do sinal

Sensor Processador Actuador

mecânica eléctrica eléctrica mecânica

Amplificador

10
Princípio físico de funcionamento
 Transdução resistiva
 Resistência eléctrica varia com a temperatura (RTD –
Resistance Temperature Detector)

 Transdução fotoresistiva
 Condutividade eléctrica do material depende da intensidade
luminosa que neles incide (LDR – Light Dependent Resistor)

 Transdução potenciométrica
 Resistência eléctrica varia por variação de um contacto

 Transdução de galga extensométrica:


 Resistência eléctrica de um fio condutor varia devido ao efeito
de uma força (strain gauge).

11
Princípio físico de funcionamento
 Transdução capacitiva: variação da capacidade por alteração no
posicionamento dos eléctrodos ou por alteração do dieléctrico

x
móvel x móvel fixo
x
móvel
fixo fixo fixo

 Transdução indutiva: variação da auto-indução de uma bobina por


variação externa do fluxo ou variação de núcleo
x
x

12
Princípio físico de funcionamento
 Transdução electromagnética: por variação fluxo magnético por
variação do núcleo

 Transdução da relutância magnética por variação do núcleo

13
Princípio físico de funcionamento
 Transdução piezoresistiva: variação da carga quando sujeitos a uma
força de compressão ou tensão
 Transdução piezoeléctrica: variação da tensão eléctrica quando
sujeitos a uma força de compressão ou tensão

 Transdução fotocondutiva: variação da tensão por variação da


incidência de luz

14
Princípio físico de funcionamento
 Transdução fotovoltaica: variação da tensão na junção VD na junção
por variação da incidência de iluminação.

 Transdução termoeléctrica: força electromotriz num circuito fechado


constituído por dois metais diferentes se os pontos de junção
estiverem a temperaturas diferentes. EAB2
T3 J2 ,T2

A B
T1 T2

J1 ,T1
EAB1 15
Exemplos de actuadores e sua
classificação
Actuador Forma de energia Função Princípio de funcionamento
LED Radiante Visualização Geração de fotões
LCD Radiante Visualização Polarização de moléculas de
cristal

Impressora térmica Térmica Armazenamento Fusão de cera


Cabeça magnética Magnética Armazenamento Magnetização de filmes
Laser Radiante Armazenamento Remoção de material

Altifalante Mecânica Transmissão Geração de som


Antena Radiante Transmissão Geração de ondas rádio
Motor eléctrico Mecânica Transmissão Geração de movimento

16
Transdutores activos ou passivos
 Activos (self-generating)

 célula fotovoltaica (solar)
transdutor
 termopares in out

 Passivos (modulating)

 resistência térmica
transdutor
in out
 fotodíodo
fonte

17
Caracterização dos Sensores
Características de desempenho dos sensores:
 Características estáticas

 Características dinâmicas

 Características ambientais

18
Caracterização dos Sensores
Características de desempenho dos sensores:
 Características estáticas:
relacionadas com sinais a medir sem variações no tempo, em determinadas
condições de temperatura, humidade e pressão atmosférica (geralmente
ambientes interiores).

 Características dinâmicas:
relacionadas com a resposta a sinais a medir que variam no tempo.

 Características ambientais:
relacionadas com o desempenho dos sensor durante ou depois da exposição
a determinadas condições exteriores de temperatura, pressão, vibração,
aceleração, etc.

19
Caracterização dos Sensores
Características estáticas:
 gama de funcionamento
 erro e exactidão (accuracy)
 histerese
 repetibilidade
 linearidade
 sensibilidade
 resolução
 limiar (threshold)

20
Caracterização dos Sensores
 gama de funcionamento
sensor
in out
valores máximos e mínimos na entrada (inmax , inmin)
e na saída: (outmax, outmin )

e máxima variação (span) na entrada


out
inmax − inmin
outmav
e na saída (Full Scale Output):

FSO
FSO = out max − out min
outmin
(outmin normalmente zero)

gama in
inmin inmax
21
Exemplos

22
Caracterização dos Sensores
out
 erro e exactidão (accuracy) curva teórica
outmax
∆ ∆

outerro FSO
outerro curva real
erro: diferença algébrica entre o valor outmin ∆
teórico e o valor medido erro
offset in
∆ out
inmin inmax
exactidão
± % FSO

Erros determinados por calibração


Origem dos erros: histerese, falta de
repetibilidade, falta de linearidade, etc

23
Caracterização dos Sensores
 histerese out
máxima diferença entre leituras na saída,
para qualquer valor de sinal na entrada h
dentro da gama de entrada, quando este
sinal varia nas direcções diferentes
(aumentando e dimuindo)
h
%
in
FSO

 repetibilidade out
máxima diferença entre leituras na saída, r
para o mesmo valor de sinal na entrada
dentro da gama de entrada , quando este
sinal varia na mesma direcção

r
% in
FSO

24
Caracterização dos Sensores
out
 linearidade (para sensores com
outmav
resposta linear)
máxima diferença entre a leitura obtida e
o valor da linha recta
outmin
max(outlin (in) − out (in) )
offset in
FSO
inmin inmax
para o mesmo valor de sinal aplicado na
entrada dentro da gama de entrada
outlin (in) = K × in + offset
 sensibilidade outmax − outmin
máxima diferença entre a leitura obtida e o K=
inmax − inmin
valor da linha recta
∆out
K= K - sensibilidade
∆out

25
Caracterização dos Sensores
 resolução
amplitude dos degraus de saída quando
o sinal a medir varia continuamente na out
gama de entrada
outmav
limiar

outmin resolução

 limiar (threshold) in

mínima variação do sinal a medir que inmin inmax


provoca diferença no valor de saída
(quando a variação não é contínua)

26
Exemplo

27
Exemplo
 Num sistema de medida os erros do sensor, do circuito de
acondicionamento de sinal e do cicuito de armazenamento são
respectivamente ±2%, ±3% e ±4%. Determine o maior erro possível e
o erro mais provável.

Maior erro:

± (2 + 3 + 4)% = ±9%

Erro mais provável:

± 2 2 + 32 + 4 2 % = ± 29 % = ± 5,4 %

28
Caracterização dos Sensores
Características dinâmicas:

 Resposta na frequência
variação da amplitude e da fase do sinal de saída para uma gama de
frequências de sinais sinusoidais na entrada

 Resposta transitória
resposta na saída quando há uma variação na entrada em forma de degrau

29
Caracterização dos Sensores
 Resposta transitória

98
95
t98%

t95% tr tempo de subida


t95% tempo de resposta (estabelecimento) a 95%
t98% tempo de resposta a 98%
tr τ = tempo de resposta a 63,2%

t5% t90% t95% t98%

sistema de 1ª ordem

30
Caracterização dos Sensores
 Resposta transitória

d 2x dx
2
+ 2 ξω 0 + ω 02 x = a
dt dt

sobreelevação ω0 - frequência de ressonância

ξ - factor de amortecimento

a - altura do degrau
ξ >1 sobre amortecido

sistema de 2ª ordem
31
Caracterização dos Sensores
Características ambientais

 gama de temperaturas para as quais o sensor opera

 erro de temperatura: máxima diferença entre leituras obtidas, para o


mesmo valor de sinal na entrada dentro da gama de entrada, quando a
temperatura varia entre os valores extremos da gama de temperaturas

 erros de aceleração, de vibração, de pressão, de montagem, etc.

32
Revisões

• Circuitos de conversão de parâmetros (R,C, L) em


tensão?

33
Revisões

Circuitos de conversão de parâmetros (R,C, L) em


tensão:

 Divisor potenciométrico

 Ponte de Wheastone

34
Revisões
 Divisor potenciométrico

Rx
Vout = Vref
Rref Rx + Rref
-
+
VREF +
Rx Vout
dVout Rref
sensor S= = Vref
-
dRx [
Rx + Rref ] 2

linearidade Rx << Rref sensibilidade

35
Revisões
 Divisor potenciométrico
1+ x
Vout = Vref
1+ x + k
Rref

VREF
-
+
+ Vref k
S=
Rx Vout R0 [1 + k + x ]2
sensor -
Vref 1
S max = para k = 1
R0 [2 + x ]2

Rx = R0 (1 + x ) k=
Rref
R0

36
Revisões
Rx = R0 (1 + x )

Variação do ganho com x Variação da sensibilidade com x

1,2
k = 0,1
0,3 Rref
1 0,25 k=
0,8 0,2 k =1 R0
0,6 k =1 0,15
0,4 0,1
0,2 k = 10 0,05
k = 0,1 k = 10
0 0
0 2 4 6 8 10 0 2 4 6 8 10
x x

Maior linearidade para k = 10


Maior sensibilidade para k = 1 (x pequeno)

37
Revisões
Divisor potenciométrico:
 Vantagem?
 Circuito simples
 Desvantagem:
 Sensibilidade pequena (difícil detectar pequenas
variações)
 A tensão de saída fica dependente da variação da
temperatura do sensor

38
Revisões

Ponte de Wheatstone: modo balanceado

R3 R2
R1
Vout = 0 ⇒ Rx = R3
vout R2
vref
R1
Rx

39
Revisões

Ponte de Wheatstone: modo não balanceado

R3 R2

vout  Rx R1 
vref Vout = Vref  − 
 Rx + R3 R1 + R2 
R1
Rx
Rx R1
=
R3 R2

40
Revisões
Linearidade (modo não balanceado)
Rx = R0 (1 + x )
R3 R2
R1 = R2 = R3 = R0
vout x << 1
vref
R1
Rx
Vref  x  Vref
Vout =   Vout ≈ x
2 2+ x 4

41
Revisões
Sensibilidade (modo não balanceado)

R3 R2 Rx = R0 (1 + x )

Rx R1
vout k= =
vref R3 R2
R1
Rx Vref k
S=
R0 (1 + x + k )2

42
Revisões
Sensibilidade (modo não balanceado)

R3 R2 R1 = R2 = R3 = R0

vref
vout Vout = 0
R1
Vref
Rx
Rx = R0 (1 + x ) ⇒ Vout
′ = x
4

Vref
′ − Vout =
∆V = Vout x
4

43
Circuitos de acondicionamento de sinal

Aumento da sensibilidade com um amplificador

R6
R0 R0
R5

∆v
vout R5 R5 Vref
vref
R5 Vout = − ∆V ≈ − x
R0 R6 R6 4
R0(1+x) R6

Pode utilizar-se um amplificador de instrumentação

44
Revisão
Transdução capacitiva

R3 R2
Cref +Vc
-
VREF +
-Vc + vout
vref
Vout
Cx
sensor
- Cx C1

R2
C x = C1
R3

45
Exemplo
 Uma uma resistência dependente da temperatura (RTD) com uma
resistência de 500 Ω a 0º C, uma gama dinâmica de temperatura de 0-
50º C e uma sensibilidade de 4 Ω/º C, é utilizada em duas pontes de
Wheatstone, em modo não balanceado em que:
1)
R1 = R2 = R3 = 500Ω Vref = 10V

2) R1 = 500Ω ; R2 = R3 = 5000Ω Vref = 26,1V

Desenhe as curvas de calibração nos dois casos para temperatura de


0ºC, 25 ºC e 50 ºC. São lineares? Qual a melhor configuração para a
calibração?

46
Exemplo

 Rx R1 
Vout = Vref  − 
 Rx + R3 R1 + R2 
0,9
0,8
0,7
0,6
R2 = R3 = 500Ω
0,5
0,4
0,3 R2 = R3 = 5000Ω
0,2
0,1
Rx
0
500 550 600 650 700

47
Conversão frequência-tensão
O sinal com uma dada frequência proveniente de
sensores ópticos ou electromagnéticos, que geram
impulsos correspondentes à rotação da máquina,
pode ser convertido numa tensão contínua que serve
como variável de controlo da velocidade de rotação
da máquina.

LM331

48
Conversão tensão- frequência
 Uma tensão DC pode ser convertida numa
sequência de impulsos para ser transmitida numa
linha (maior imunidade ao ruído)

LM331

49
Conversão frequência-tensão
vx = 0
+ fonte de +VCC
vL RL CL corrente +VCC
- vI = VI sen(2πf 0t )
+VCC

- Q
+ + vC
Monoestável vo vi ≤ vx ⇒ vc = 0
+ Q
vI vX
+VCC
-
-
Ct Rt vi > v x ⇒ vc = 1

LM331
t mono
VL = I RL = I RLt mono f o = kf o
T0

50
Conversão frequência-tensão
Q
vx = 0
+VCC

- vI = VI sen(2πf 0t )
+ + Monoestável
+ vC
vX
vI
-
+VCC vI
-
Ct Rt

vC T0
t

vi ≤ v x ⇒ vc = 0 tmono
Q
vi > v x ⇒ vc = 1

51
Conversão frequência-tensão
IR

+ fonte de +VCC
vL RL CL corrente +VCC
-
Q
malha integradora

I tmono
IR t

t mono
VL = I RL = I RLt mono f o = k f o
T0
52
Conversão tensão frequência

+ +VCC VI tensão contínua


vL RL CL Q =0 fonte de
corrente +VCC a converter
-
+VCC Circuito
+
-
Monoestável
Q
vo
realimentado
+ vC
+
vI vX
Q VI = Vx
+VCC
-
-
Ct Rt

VX = VL

VI > VX CL carrega
até se ter VI ≈ VX : regime transitório
VI > VX CL descarrega

53
Conversão tensão frequência

VI>VX VVI<V
I<VXX

VI

VI

t t

No regime transitório, CL descarrega-se até VX=VI ou carrega com um


ou mais impulsos do monoestável até VX=VI .

54
Conversão tensão frequência

+ +VCC
vL RL CL Q =0 fonte de
corrente +VCC
-
+VCC

- Q
+ Monoestável vo
+ vC
+ Q
vI vX
+VCC
-
-
Ct Rt

Em regime estacionário, após VL ter atingido o valor de VI, se CL se


descarrega, o monoestável dispara e CL volta a carregar.

55
Conversão tensão frequência

VX

VI

T0 tmono
iC

Em regime estacionário, após VL ter atingido o valor de VI, se CL se


descarrega, o monoestável dispara e CL volta a carregar.

56
Conversão tensão frequência

+ iD iC fonte de +VCC
vL RL corrente
- CL Q

t mono
iC = I VI
T0 iD = iC ⇒ f o =
RL I t mono
f o = k × VI
VL Vx VI
iD = = ≈
RL RL RL

57
Classificação dos sensores
térmica
Forma de energia do sinal

magnética

radiante eléctrica
Processador

mecânica

quimíca
eléctrica

58
Sensores térmicos
 Medem grandezas relacionadas com o aquecimento de um
corpo

temperatura
sinal
fluxo térmico eléctrico
capacidade térmica
Sensor

Q – energia térmica ou calor (J ou caloria)


Q = m cT m – massa (kg)
c – calor específico (J/kg ºC)
T – temperatura absoluta (ºK)

dQ/dt – fluxo térmico


dQ dT k – condutibilidade térmica do material
= − kA A – área da secção transversal
dt dx dT/dx – gradiante térmico

59
Tipos de sensores térmicos

metálicas
termoresistências
semicondutoras
termodíodos
passivos
termotransístores

Sensores térmicos interruptores térmicos

sensores de contacto:
termopares
condução
activos
de ruído

60
Termoresistências
 Termoresistências ou termistências: resistências sensíveis à
temperatura

 Resistividade eléctrica dos materiais varia com a temperatura

metais ou ligas metálicas


maior estabilidade
metálicas maior exactidão
maior linearidade
termoresistências

semicondutoras maior sensibilidade

semicondutores em foma cristalina


ou amorfa

61
Termoresistências metálicas
 Muitas vezes designadas por RTD – Resistance Temperature
Detector
 Resistência de um fio (ou filme metálico):
l 1
R=ρ = σ = nqµ
A ρ

R – resistência eléctrica
ρ – resistividade n – concentração de electrões
l – comprimento q – carga do electrão
A – área da secção transversal µ – mobilidade

 Resistividade de resistências metálicas


ρ = ρ 0 (1 + α ∆T + β ∆T 2 + ) T = T0 + ∆T
ρ0 – resistividade à temperatura de referência Τ0

62
Termoresistências metálicas

( )
R = R0 1 + α T ∆T + β T ∆T 2 + 

α elevado boa sensibilidade

β reduzido boa linearidade

63
Termoresistências metálicas
 Sensibilidades
dR
Sa = Sensibilidade absoluta: taxa da
dT T0
variação de R com T

∆R
R = 1 dR Sensibilidade semi-relativa: taxa
S sr = lim ∆T →0 da variação percentual de R com T
∆T R dT T0

∆R
R = T dR Sensibilidade relativa: taxa de
S r = lim ∆T →0 variação percentual de R com a
∆T R dT T
0
variação percentual de T
T

Sensibilidade semi-relativa: coeficiente de temperatura


∆R = α T R0 ∆T ∆R = S sr R ∆T

64
Termoresistências metálicas
Metal α β
(Ω/Ω/ºC) (Ω/Ω /ºC2) Fabricantes especificam valores de R com
Platina 0,0039 -8,75×10-7 tabelas

Cobre 0,0043 6,25×10-8


Tungsténio 0,0046 8,80×10-7
R (Ω)
Níquel 0,0068 5,12×10-6 600 semicondutora Ni
500
W
400 Cu
300
Pt
200
R(T) da platina é das mais lineares 100
0
T (ºC)
-100 100 300 500 700
R0 º C = 100 Ω

65
Termoresistências metálicas
 Termoresistências de platina:
 A platina pode ser produzido com grau de pureza elevado (resistividade definida com
precisão), estável e inerte.
 Serve de padrão de referência para temperaturas 13,8 ºK -903,89 ºK (exactidão)
 100 Ω (Pt100), 500 Ω e 1000 Ω

400 Pt100 2,50E-04


350
300 2,00E-04

α (Ω/Ω/ºC)
250 αT R(T)
R (Ω)

1,50E-04
200
150 1,00E-04

100
5,00E-05
50
0 0,00E+00
-200 0 200 400 600 800 1000

T (ºC)

erro < 3% -270 - 800ºC erro < 0,5% 0 - 100ºC


66
Termoresistências metálicas

enrolamento filme

enrolamento em cerâmica
enrolamento oco
http://www.rdfcorp.com
67
Termoresistências metálicas

http://www.rdfcorp.com

68
Termoresistências semicondutoras

silício
termistências semicondutoras
PTC
cerâmicas
NTC

 Resistividade dos semicondutores

= σ = ni q (µ n + µ p )
1 ni – concentração de portadores intrínsecos
Eg – altura da banda proibida
ρ
k – constante de Boltzman
σ - condutividade
3

Eg µ - mobilidade
ni (T ) ∝ T e 2 2 kT

3 5
− −
µ ∝T 2
T 2

69
Termoresistências semicondutoras
 semicondutores intrínsecos (sem impurezas dopantes ):

termo da exponencial domina


E g (0 )

ρ ∝Tn e 2 kT

T↑ ρ↓

Não se consegue obter com silício um nível de impurezas de


modo a ser considerado intrínseco: na gama de temperaturas de
interesse as impurezas influenciam ρ

70
Termoresistências semicondutoras
 semicondutores extrínsecos:

 baixas temperaturas:
predominância das impurezas
 altas temperaturas:
preponderância dos portadores
intrínsecos

• Termistências de silício dopado com características semelhantes ao


metal (KTY da Philips)
R = R0 (1 + α ∆T + β ∆T 2 + )

71
Termoresistências semicondutoras
6,0

5,0
KTY81-2
4,0
KTY83-1
R (kΩ)

3,0 Fabricantes especificam R


2,0
KTY81-1 com tabelas KTY81-1
1,0
KTY84-1
0,0
-100 -50 0 50 100 150 200 250 300 350

T (ºC)

2
Sensor Valor nominal (Ω) Gama de temperaturas (ºC) α (Ω/Ω/ ºC) β (Ω/Ω/ ºC )
KTY81-1 990-1050 - 55 a 150 7,87E-03 1,87E-05
KTY81-2 1980-2100 - 55 a 150 7,87E-03 1,87E-05
KTY83-1 990-1050 - 55 a 150 7,64E-03 1,73E-05
KTY84-1 970-1050 0 a 300 6,12E-03 1,03E-05

72
Termoresistências semicondutoras
 Menos lineares que termoresistências metálicas
 Linearização dos sensores KTY (numa determinada gama de
temperaturas)

RP Temperatura TA TB TC
Rsensor RA RB RC
RL Rsensor

RPB − RPA = RPC − RPB ⇒ RL

RPA = RA // RL RPB = RB // RL RPC = RC // RL

73
Termoresistências cerâmicas
semicondutoras
 Misturas de óxidos metálicos (ferro, níquel, cobre, magnésio,
cobalto, titânio e urânio) cozidas a altas temperaturas

NTC Negative Temperature Coeficient


NTC PTC NTC PTC Positive Temperature Coeficient


B B > 0 NTC
σ = σ 0e T
B < 0 PTC

1 1 
B  − 
ρ (T ) = ρ (T0 )e  T T0 
T0 = 25º C

1 ∂ρ B
TC temperatura de Curie α= =−
ρ ∂T T0
T2

74
Termoresistências cerâmicas
semicondutoras
 Sensor NTC fazendo TC muito elevada
B
R = Ae T

1 1 
B  − 
R (T ) = R(T0 ) e  T T0 
T0 = 25º C

1
= a + b ln(R ) erro ± 0,3 º C 0 − 50º C
T

1
expressão empírica = a + b ln(R ) + c ln 3 (R ) ± 0,01 º C
T

75
Termoresistências cerâmicas
semicondutoras
 Termistências NTC e PTC

B
R = Ae T

NTC: T ↑ R↓

PTC: T ↑ R↑
NTC PTC NTC

NTC - materiais escolhidos de modo a terem TC elevada: R diminui quando T aumenta

PTC - com TC baixa: R aumenta com T numa determinada faixa de temperaturas

76
Termistências NTC
 Auto-aquecimento regenerativo V2
PgV =
P
R
I

+ th
V T − Ta
Pd =
- Rth

Ta Tfinal T
2
V
PgV = ⇒ T ↑ R ↓ Pg ↑ T ↑
R

Auto-aquecimento regenerativo: pode haver destruição da resistência

77
Termistências NTC
 Auto-aquecimento regenerativo
T − Ta
P Pd =
I Rth
+
I V th
- PgI = Pd
PgI = R I 2

PgI = R I 2 ⇒ T↑ Ta Tfinal T
T ↑ ⇒ R↓
∆T = T − Ta = Rth Pg B
T final − Ta T final T final − Ta
Temperatura final de th: PgI = R I =
2
⇒ Ae I =
2
Rth Rth

78
Termistências NTC
 Auto-aquecimento regenerativo
V
I
+
I V th
-

I
Não há auto-aquecimento
I ↑ T ↑ R↓ V ↓
I↑ V↑ I↑ V↓

Resistência incremental negativa

79
Termistências NTC
 LTN –Linear Thermistor Network

A
Vop
R2 R2 R2

th2 B th2 th2


V
Von
R1 th1 R1 th1 R1 th1

V0 p
R (T ) = ArT + Br = AvT + Bv
V

80
Sensores lineares com termistências NTC
 LTN –Linear Thermistor Network (Fenwal Electronics)

Erro de
Gama AV Ar
LTN BV (V/V) Br (kΩ) linearidade
(ºC) mV/ºC (Ω/ºC)
0,1ºC

LTN ML1 -5 a 45 5,7562 0,195814 -40,178 5,6132 -0,58 a 0,61


-
-30 a 14,5668
LTN ML2 6,8517 0,346778 152,29 -2,48 a1,09
50 4
5
LTN ML3 0 a 100 5,3988 0,137113 -21,433 3,42566 -2,31 a 2,34

Tolerâncias de fabrico baixas, precisas e lineares


Preços relativamente económicos (mais sensíveis que as RTD de platina)

81
Vantagens e desvantagens das NTC

• Mais sensíveis que qualquer outro sensor de temperatura


• Valores variáveis de 1Ω a 100 MΩ
• Valores precisos e pouca dispersão de características de sensor para
sensor
• Aproveita-se o auto-aquecimento em certas aplicações
• Formas variadas, adaptadas à diferentes aplicações

82
Termistências PTC
V

V ↑ I ↑ T ↑ até TC
em TC R ↑ bruscamente I ↓

 Pouco precisas e pouco estáveis face às NTC, não se utilizando para


medir temperaturas

 A resistência varia bruscamente aproveitando-se a sua utilização com


interruptor térmico

83
Aplicações das termistências
 Medição de temperaturas. Grande precisão com RTD de platina

84
Aplicações das termistências
 Medição de caudais de gases (platina)

Motores de explosão com injecção electrónica (controlo da quantidade


de ar para a combustão)

Ta

T2

T2 = Ta + ∆T (∆T = 60º )

Sierra Instruments

85
Aplicações das termistências

2 termistências revestidas a vidro:


sensor de temperatura do ar à
temperatura Ta sensor de velocidade do
gás aquecido à temperatura T2
fpmt ( foot per minute ) = 0,3048m / s
A diferença entre tensões aplicadas ao
sensor de velocidade, com e sem fluxo
de gás, mantendo a temperatura T2, é
função da velocidade do gás

86
Aplicações das termistências
 Medição de temperaturas com termistências NTC
I I
+
I pequeno para não haver
NTC +
V(T) V(T) auto-aquecimento
- -

B
V (T ) = IAe T V (T ) linear

diferença de temperatura entre


V0
as duas termistências
V vo
V pequeno para não haver
T Ta auto-aquecimento

87
Aplicações das termistências
 Compensação térmica da resistência de um relé com uma NTC

∆R>0
∆R=0

Manter a corrente constante no circuito, independente da temperatura

Circuito com relé


Manter a corrente constante no circuito, independente da temperatura

88
Aplicações das termistências
 Estabilização do PFR com a temperatura com NTC

VCC

I 2VBE = RI
T1
R-∆R
∆VBE / ∆T < 0
T2
T3 RL
VBE ↓ ⇒ R ↓
-VCC
-VCC

Classe AB limiar de condução na ausência de sinal

89
Aplicações das termistências
 Controlador de temperatura com NTC

R1

Rv
th
Relé

• Termistência (sem auto-aquecimento ) acoplada térmicamente


ao corpo a aquecer (R1)

90
Aplicações das termistências
 Controlador de temperatura com NTC

R1

Rv
th
Relé

• Termistência (sem auto-aquecimento ) acoplada térmicamente


ao corpo a aquecer (R1)
• Inicialmente a corrente é pequena e o interruptor está fechado

91
Aplicações das termistências
 Controlador de temperatura com NTC

R1

Rv
th
Relé

• Termistência (sem auto-aquecimento ) acoplada térmicamente ao


corpo a aquecer (R1)
• Inicialmente a corrente é pequena e o interruptor está fechado
• Temperatura de R1 sobe, Rth diminui, corrente aumenta, contacto
do relé abre

92
Aplicações das termistências
 Controlador de temperatura com NTC

R1

Rv
th
Relé

• Termistência (sem auto-aquecimento ) acoplada térmicamente ao


corpo a aquecer (R1)
• Inicialmente a corrente é pequena e o interruptor está fechado
• Temperatura de R1 sobe, Rth diminui, corrente aumenta, contacto do
relé abre
• A corrente no relé (e portanto a temperatura de R1) é controlada por
RV

93
Aplicações das termistências
 Circuito de atraso (temporizador) com uma NTC (auto-
aquecimento)

th R1

Relé

Lei de aquecimento de um corpo: Ei = Ea + Ed

94
Aplicações das termistências
 Circuito de atraso (temporizador) com uma NTC (auto-
aquecimento)

Ei energia incidente

R1 Ei = Pi dt
th
Relé Ea energia absorvida
Ea = Cc dT

T − Ta
Ep energia perdida para o exterior Ep = dt
Rth

95
Aplicações das termistências
 Circuito de atraso (temporizador) com uma NTC (auto-
aquecimento)

Ei energia incidente

R1 Ei = Pi dt
th
Relé Ea energia absorvida
Ea = Cc dT

T − Ta
Ep energia perdida para o exterior Ep = dt
Rth
Lei de aquecimento de um corpo:
T − Ta
Ei = Ea + Ed Pi dt = Cc dT +
Rt
96
Aplicações das termistências
 Circuito de atraso (temporizador) com uma NTC (auto-
aquecimento)

th R1

Relé

A termistência não aquece instantãneamente



t τ t = Cc Rt
Pi = Cc
dT T − Ta
+ T = Tmax + (Ta − Tmax )e τt

dt Rt
∆Tmax = T final − Ta = Pi Rt

97
Revisões
 O que são termistências ou termoresistências?
 Termistência: sensor passivo ou activo?
 Tipos de termistências?
 Composição das metálicas?
 Tipos das semicondutoras?
 Comparação das metálicas com as semicondutoras?
 Dependência da resistividade com a temperatura?
 Sensibilidades? Coeficiente de temperatura?
 Termistência estável, utilizada como padrão?
 O que é uma Pt100?

98
Revisões
 Termistências de silício mais ou menos lineares que as
metálicas?
 Como se pode melhorar a linearidade?
 O que é uma KTY?
 Qual o material das termistências NTC e PTC?
 O que é o auto-aquecimento? E auto-aquecimento
regenerativo?
 Aplicações das termistências metálicas:
 medição de temperatura, medição de velocidade de fluidos.
 Aplicações das termistências NTC baseadas em auto-
aquecimento:
 Compensação térmica da resistência de um relé
 Estabilização do PFR num andar classe AB
 Controlador de temperatura de um corpo
 Circuito de atraso

99
Exemplo
Um circuito para medir a temperatura utiliza uma termistência NTC, uma
ponte resistiva e um amplificador de instrumentação:
 Para T = 30 ºC resistência da termistência é de 10k
 O coeficiente térmico da termistência é αΤ = -0,0392
 A sensibilidade da ponte deve ser máxima a 30 ºC
 A saída do amplificador deve ser 0V a 30 ºC e 1V a 31º (∆V/∆T =1ºC/V
 O produto ganho largura de banda é de 106 HZ
 Para evitar o auto-aquecimento a tensão da ponte deve ser 0,1 V

 Desenhe o circuito
 Qual o ganho e largura de banda do amplificador de instrumentação?

100
Exemplo
Rx R2
k= =
R3 R1
10 k 10 k
R2
R3 Vref k
vout S=
R0 (1 + x + k )2
Rx R1
10 k 10 k
dS Vref (1 + x + k ) − 2k (1 + x + k )
2
= =0
dk R0 (1 + x + k )2

T = 30º C S max 1 + x + k − 2k = 0

x << 1 ⇒ k = 1
R1 = R2 = R3 = Rx = 10k

101
Exemplo
T = 31º C Rx = 10 − 10 × 0,0392 = 9,698 kΩ

9,608
∆V =0,10V,1 − 0,05 = 0,049 − 0,05 = 0,001 V
19,608

A × ∆V = 1 = A × 0,001 V

A = 1000

BW = 106 / 1000 = 103 Hz

102
Aplicações das termistências
 Atenuador de corrente de pico (protecção) com NTC (auto-
aquecimento)

lâmpada de
filamento Lâmpada de 100 Ω

T = 25º C R = 50Ω

T = 2700º C R = 500Ω
th

103
Aplicações das termistências
 Estabilizador de tensão com NTC (auto-aquecimento)

Rs th série

+
RL Vo RL ↑ I ↓ Rth ↑ V0 ≈ C te
-

paralelo
Rs
R1
RL Vo
Vi th
RL ↑ Vo ↑ Rth ↓ V0 ≈ C te

104
Aplicações das termistências
semicondutoras
 Regulador automático de amplitude num amplificador (auto-
aquecimento)

R2 Rntc

-+
vIN
+ R1
+- +
vI
vO
-
-

105
Aplicações das termistências
 Regulador automático de amplitude num oscilador (auto-
aquecimento)
R2

R1
th
-
 R  Zp
+ vo T (s ) = A(s ) β (s ) = 1 + 2 
 R1  Z s + Z p

C R
R2 R1 = 2 ω0 = 1
CR

Zp R C Zs

106
Aplicações das termistências
 Medidor de potência de radiação com NTC (auto-aquecimento)

R2 > R1 = R3 = R4 = R V0 ≠ 0
R1 R3

V
V0 = 0 ⇒ V ↑ R2 ↓ V = V1
vo
R2 radiação incidente na NTC R 2 ↓ V0 ≠ 0
R4

V0 = 0 ⇒ V ↓ R2 ↑ V = V2

VR 2 = (V1 − V2 )
Radiação de alta frequência

Prad =
(V1 − V2 )
2

R
107
Aplicações das termistências
 Medidor de velocidades de gases com NTC (auto-aquecimento)

R1 = R2 R3 = R4 V constante

R1
Temp(R 1 ) = Temp(R 2 ) e V0 = 0
R3

V vo corrente de ar em R2 R 2 ↓ V0 ≠ 0
R2
R4
Valor de Vo é uma medida da velocidade do gás
independente da temperatura ambiente

Corrente de ar ou de gás

108
Aplicações das termistências
semicondutoras
Regulador automático de amplitude com termoresistência.

O circuito contém uma termistência do tipo NTC cujo valor depende da


temperatura originada pela tensão de saída, vo, do amplificador. À tensão de
entrada vi = Vimsenωt corresponde, na saída, a tensão vo = -Vomsenωt. A
termistência tem uma resistência térmica de 150 ºCW-1 e B = 4000 K. A
temperatura ambiente é Ta= 25 ºC.
1.Explique o funcionamento do circuito e diga quais as funções desempenhadas
pelos quatro componentes.
2.Dimensione R1, R2 e Rntc2 de modo a ter Vom = 10 V para Vim = 10 V quando a
temperatura da termistência é 100 ºC. Faça R2/Rntc =0,1.
3.Calcule o valor do ganho de tensão e o valor de Vim que origina Vom = 10 V
quando a tensão é de 26 ºC.
4.Calcule a potência dissipada na termistência quando a sua temperatura atinge
100 ºC por auto aquecimento.

109
Aplicações das termistências
semicondutoras

R2 Rntc

vIN
-+
Vom R2 + RNTC
+
vI
R1
+- + =
vO Vim R1
-
-

110
Aplicações das termistências
semicondutoras
Dimensione R1, R2 e Rntc2 de modo a ter Vom = 10 V para Vim = 10 V
quando a temperatura da termistência é 100 ºC. Faça R2/Rntc =0,1.

Vom R2 + RNTC 1,1RNTC Vim 10


=1= = ⇒ R1 = 1,1RNTC I ef = =
Vim R1 R1 2 R1 2 R1
2
T − Ta 100 − 25  10 
= = RNTC (100) ×  

Rth 150  2 R1 
RNTC 100 1 100
0,5 = × R1 = × = 90,9Ω
R1 2 R1 1,1 2 × 0,5
R1 90,9
RNTC = = = 82,6Ω R2 = R1 − RNTC = 90,9 − 82,6 = 8,3Ω
1,1 1,1

111
Aplicações das termistências
semicondutoras
Calcule o valor do ganho de tensão e o valor de Vim que origina Vom = 10
V quando a tensão é de 26 ºC.

8,3
4000
A=
RNTC (100º ) = 82,6 = A e 373,15 4000
373,15
e
4000 4000 4000
82,6 −
RNTC (26º ) = 4000
e 279 ,15
= 8,3 e 279 ,15 373,15
= 3050Ω
373,15
e

R2 + RNTC 8,3 + 3050


Vom = Vim × = 10 × = 3054mV
R1 90,9

112
Aplicações das termistências
semicondutoras
Calcule a potência dissipada na termistência quando a sua temperatura
atinge 100 ºC por auto aquecimento.

2
 10 
 
Pd = RNTC I ef2 = RNTC  2 
 RNTC + R2 
 
 

2
50
Pd = 82,6 ×
90,9 2

113
Revisões
 O que é o auto-aquecimtento de uma termistência?
 Qual o tipo de termistências que ficam sujeitas a auto-
aquecimento?
 Qual é a equação de equlíbrio térmico?

114
Exemplo: aquecimento regenerativo
 Uma resistência NTC com R(T0) = 10 kΩ a T0 = 25 ºC e B = 3800 K é
utilizada com uma corrente de excitação de 10 mA. A resistência
térmica é de 100 ºC/W e a temperatura ambiente é de 25 ºC. Calcule a
temperatura atingidas pelo sensor. Repita para uma corrente de 0,1
mA.

115
Exemplo: aquecimento regenerativo

RNTC (25º C ) = 10 kΩ Rth = 100º C / W Tamb = 25º C B = 3800 K

I = 10 mA

B
273,15+T final T final − Ta
Ae I =2
Rth

10 4
A= 3800
= 0,029161 Ω /º C
298,15
e
3800
T final − 25
t = 55,57 º C
273,15 +T final
0,029161×e 10 − 4 =
100
RNTC (55,5º C ) = 3,57 kΩ

116
Exemplo: aquecimento regenerativo

I = 0,1 mA

3800
273,15+T final −8
T final − 25
0,029161×e 10 =
100

t = 25,00 º C

117
Aplicações das termistências
semicondutoras
Controlador do nível de líquidos com NTC

Rrelé = 50 Ω; I > 40 mA relé fecha o contacto C, I < 20 mA relé abre o


contacto Vcc = 12 V;
R2 = 0 Ω;
Rntc : Rth = 40 ºC/W , B = 4000 K ;
Tágua = 15 ºC ;
Tar = 25 ºC

118
Exemplo
a) Calcule os valores limite que deve ter a resistência NTC para ligar e
desligar o relé.

450 Ω > RNTC > 250 Ω

119
Exemplo
a) Calcule os valores limite que deve ter a resistência NTC para ligar e
desligar o relé.
b) Calcule a potência dissipada na resistência NTC no momento em
que a torneira abre.

Pd = 0,4 W

120
Exemplo
a) Calcule os valores limite que deve ter a resistência NTC para ligar e
desligar o relé.
b) Calcule a potência dissipada na resistência NTC quando a torneira
abre.
c) Calcule a temperatura T da resistência NTC quando a torneira está a
encher o depósito de água.
TRNTC = Ta + 0,4 × 40 = 25 + 16 = 41º C

121
Exemplo
a) Calcule os valores limite que deve ter a resistência NTC para ligar e
desligar o relé.
b) Calcule a potência dissipada na resistência NTC quando a torneira
fecha.
c) Calcule a temperatura T da resistência NTC quando a torneira está a
encher o depósito de água.
d) Qual o valor das constantes características resistência NTC e o seu
valor a 25 ºC.
250 4000
A= = 0.0007382
4000 RNTC ( 25 º C ) = 0.0007382 × e 298,15
= 495,1 Ω
273.15+ 41
e

122
Exemplo
a) Calcule os valores limite que deve ter a resistência NTC para ligar e
desligar o relé.
b) Calcule a potência dissipada na resistência NTC quando a torneira
fecha.
c) Calcule a temperatura T da resistência NTC quando a torneira fecha.
d) Qual o valor das constantes características resistência NTC e o seu
valor a 25 ºC.
e) Calcule a temperatura e o valor da resistência NTC no ar.

2
4000  
T − 25  12 
= 7,382×10−4 e 273,15+T  4000 
40  50 + 7,382×10−4 e 273,15+T 
 

TRNTC = 41 º C RNTC = 250 Ω

123
Exemplo
f) Quando a resistência NTC mergulha na agua a sua capacidade de
dissipação de calor é muito grande (Rth 2 ºC/W). Calcule o valor da
resistência NTC dentro da água e verifique se o relé desliga nesta
situação.
Imediatamente a seguir a entrar na água, desliga:
122 ∆T
PRntc = = 0,48 = ⇒ T = 15 + 0,96 ≈ 16º C
250 + 50 2
4000

Rntc (16º C ) = Ae 273,15+16


≈ 751,7 Ω > 430Ω

Dentro de água a termistência estabiliza a:

2
4000  
T − 15
= 7,487 ×10−4 e
 12  Rntc (25,5º ) ≈ 508,7Ω
 ⇒ T ≈ 24,4º C
273,15+T
 4000
2  50 + 7,487 ×10−4 e 273,15+T 
 

124
Aplicações das termistências
 Limitador de corrente na carga com PTC

+ Vth -
IL

th +
+ Vo
V -
- RL

RL ↓ I↑ PRPTC ↑ T↑ RPTC ↑ I↓

TCurie − Ta TCurie − Ta
I L2 max RPTC = I L max =
Rth RPTC Rth
125
Aplicações das termistências
 Limitador de corrente com PTC

+ Vth -
IL

th +
+ Vo
V -
- RL

Para T2 não atinge a temperatura de Curie

126
Aplicações das termistências
 Protecção de sobretensões na entrada
+ Vth -
IL

th +
+ Vo
V -
- RL

Vth2 TCurie − Ta
=
RPTC Rt

TCurie − Ta
Vth max = RPTC
Rt Para VA não atinge a temperatura de Curie

127
Aplicações das termistências
 Supressão de arcos eléctricos com PTC

th

+
L Vo
-

Quando o interruptor abre a corrente passa pela termistência e há


auto-aquecimento. Ao fim de algum tempo a termistência tem um
valor elevado

PRPTC ↑ T↑ RPTC ↑
RPTC muito elevado (circuito aberto)

128
Tipos de sensores térmicos

metálicas
termoresistências
semicondutoras
termodíodos
passivos
termotransístores

Sensores térmicos interruptores térmicos

sensores de contacto:
termopares
condução
activos
de ruído

129
Termodíodos e termotransístores
 Estes sensores utilizam a variação da característica i(v) de uma junção
de semicondutor com a temperatura.

 VvD  3 Eg kT
iD = I s  e T − 1 Is = c A T e
2

2 kT VT =
  q
 

IS corrente inversa de saturação


iD T1 > T2 T2
c – constante que depende da tecnologia
I A – área transversal da junção
∆vD
VT -tensão térmica

V vD

130
Termodíodos e termotransístores
 Pode utilizar-se excitação em tensão medindo a corrente ou excitação
em corrente medindo a tensão.

T
ID
+ i  i 
vD = VT ln D + 1 ≈ VT ln D 
VD
 Is   Is 
-

T1 = 50 ºC T2 = 30 ºC dvD
= −2mV /º C ( Si )
∆T = 20 ºC ∆vD = 40 mV dT

 Modo mais usado por haver mais controlo sobre a tensão pois a
variação é logarítmica

131
Termodíodos

• A característica vD(T) não é linear

 iD  3 Eg
vD ≈ VT ln  Is = c A T e
2

2 kT
 Is 

dvD ∂  iD   i  ∂V
= VT ln  + ln D  T
dT ∂I s  I s   I s  ∂T

dvD VT 1  3 Eg   iD  k dvD 1  E g  3k
= − × Is  +
 
 + ln  =  vD −
  −
dT Is T  2 2kT   Is  q dT T  2q  2q

132
Termodíodos

iD = 10µA
Díodo de silício

dvD
= −2mV /º C ( Si )
dT

• Funcionamento na zona directa


• Zona aproximadamente linear a partir de 50ºK
• Acima de 300ºC problemas na junção
• Sensores baratos para utilização em aplicações que não sejam critícas
em termos de linearidade e precisão. Facilidade de ntegração com
outros componentes electrónicos.

133
Termodíodos

Circuitos integrados LM3911 (baixo custo)

R1 R1=7,5 kΩ

V = +15 V
V
A
LM
R2 + 3911
Vo +
- Vo
-

10mV /º K

134
Diferença de tensões em duas junções
Duas junções diferentes à mesma temperatura

 iD1 
 + 1 
ID1 ID2
 I   iD1 I s 2 
+ + vD1 − vD 2 = VT ln s1
≈ VT ln 
 iD 2   I s1 iD 2 
VD1 VD2
I + 1 
- -  s2 

k  iD1 A2 
vD1 − vD 2 ≈ T ln 
q  iD 2 A1 

Diferença de tensões proporcional à temperatura

135
Termodíodos: diferença de tensões

ID2

ID1 +
+
D2 pode ser realizado
VD1 ... VD2 com m díodos D1 em paralelo
-
m
-

k A2
iD1 = iD 2 ⇒ vD1 − vD 2 ≈ T ln m m=
q A1

d (vD1 − vD 2 ) k
≈ ln (m ) característica linear
dT q

136
Termotransístor: diferenças de VBE

I
A3 = A4 IC3 = IC 4 I C1 ≈ I C 4 IC 2 ≈ IC3

T3 T4 A2 = m A1 = 8 × A1

IC2
IC1 k  m A1  k
vR = vBE1 − vBE 2 ≈ T ln  = T ln 8
q  A1  q
T2 T1
+ vBE1 − vBE 2
VR R IT = 2 × I R = 2 × = 10 −6 T
- R
−6
R ajustada para 358 Ω de modo a: I = 10 T

AD590: baseia-se neste circuito


137
AD590
+5 V

AD590
1µA /º K
100 Ω

960 Ω VT = 1mV/ºK

AD590 - corrente proporcional à temperatura absoluta: PTAT - Proportional


To Absolute Temperature)

138
Termotransístor: diferenças de VBE
• LM335
I
vC1 = vC10 ⇒ iC1 = iC10 =
I 2

I/2 I/2
R R +VCC
v0 v0 = (vBE1 − vBE10 )(2n + 1)
+
-
k
-VCC v0 = T ln (m )(2n + 1)
R1 q
T1 T10
n = 24,7 m = 10
2n R1
I v0 = 2,73 + 0,01 T

139
LM335

VCC
VCC
R
R

v0 = 2,73 + 0,01 TCelsius

LM335

10mV /º K

LM335 - tensão proporcional à temperatura absoluta: PTAT - Proportional


To Absolute Temperature)

140
Tipos de sensores térmicos

metálicas
termoresistências
semicondutoras
termodíodos
passivos
termotransístores

Sensores térmicos interruptores térmicos

sensores de contacto:
termopares
condução
activos
de ruído

141
Interruptores térmicos
 Usados mais como dispositivos de controlo do que para medir
temperatura.
 Sensor térmico com uma função discreta que modula a temperatura.
 Bimetálico: junção de duas tiras de metais com coeficientes de
temperatura diferentes:

metal A
metal B d circuito

contactos
termostato
coeficiente de dilatação do metal A maior
 Termistências como interruptores térmicos nos microsensores
(temperatura de Curie): resistência passa de valor baixo a valor muito
alto

142

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