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Noção:
Um sistema de controlo consiste num dispositivo que tem por finalidade impôr a uma máquina
ou a um processo físico um determinado comportamento.
referência
Sistema de
Interface
controlo
operador
Controlador
Sensores Actuadores
Os sistemas de controlo contínuo oferecem maior precisão e melhor resposta dinâmica mas, em
contrapartida, são muito mais caros.
De facto, nos sistemas contínuos:
o os dispostivos de interface com o processo (transdutores e amplificadores de potência)
são muito mais complexos;
o cada grandeza controlada requer um microcontrolador dedicado.
Ao contrário, nos sistemas discretos:
o os dispostivos de interface são do tipo “tudo ou nada”, logo relativamente elementares;
o um mesmo microcomputador, por exemplo um autómato programável, pode controlar
múltiplos equipamentos.
DETECTORES
• Os detectores e os transdutores, são dispositivos sensíveis a uma dada grandeza física e que
apresentam uma saída em tensão, em corrente ou em impedância que depende do valor dessa
grandeza.
V0 Detector V0 Transdutor
X X
Células Fotoeléctricas:
As células fotoeléctricas são dispositivos sensíveis à luz incidente, por exemplo fotoresistências
ou fotodíodos, onde a incidência de luz provoca a libertação de cargas eléctricas e o correspondente
aumento de condutividade. Normalmente, a presença do objecto a detectar interrompe o feixe de luz
entre o emissor e o receptor.
Existem células fotoeléctricas especiais sensíveis à cor, à distância do objecto e ao seu material o
que, por exemplo, permite ignorar, ou não, o vidro.
Detectores Indutivos:
o Neste caso, o detector consiste num transformador cujo circuito magnético inclui o
objecto a detectar.
o O intervalo entre o objecto a detectar e o detector comporta-se como um entreferro
variável.
o A medida do fluxo no enrolamento secundário, que varia com o valor do entreferro,
permite detectar a presença do objecto.
o Neste caso, o detector consiste numa bobine, cujo campo magnético dá origem a
correntes de Foucault em objectos metálicos (condutores) situados na proximidade
do detector.
O campo magnético devido às correntes induzidas contraria o campo magnético inicial e
provoca a diminuição da impedância equivalente da bobina.
Detectores Capacitivos:
O elemento sensor é constituído por um condutor cilíndrico e por uma bainha exterior metálica. A
capacidade assim formada é alterada pela presença de um objecto na sua proximidade.
• No entanto, são mais caros que os detectores indutivos e o seu alcance é mais reduzido.
Desta forma:
a aplicação de uma tensão alternada, provoca a vibração do cristal, dando origem a ondas
mecânicas (ultrasons);
um cristal sob a acção de ondas mecânicas dá origem a uma tensão alternada.
Cristal Cristal
V0
piezo- piezo- V0
eléctrico eléctrico
Ondas
mecânicas
Aplicações:
ACTUADORES
Amplificador de potência:
entrada de controlo: 0 a 5V, 4mA
potência de saída: 0 a 200V/100A
Contactor:
entrada de controlo: 15V, 20mA
potência de saída: 0 / 40kW
Electroválvula:
entrada controlo: 20mA, 5V
caudal de saída: 0 / 2m3s-1
Actuadores Hidráulicos/Pneumáticos:
Actuadores Electromecânicos:
Actuadores Avançados:
Nos sistemas de controlo industriais, para a implementação da interface com o operador, podem ser
considerados:
dispositivos elementares como interruptores, botões, lâmpadas e sirenes;
terminais de diálogo alfanuméricos ou gráficos, eventualmente com ecran táctil;
computadores industriais com ecrans gráficos de grande dimensão.
Em comum, estas dispositivos apresentam uma robustez elevada, dadas as condições adversas em
que vão operar (poeiras, vibração, temperatura, humidade, ruído electromagnético, …).
AUTÓMATOS PROGRAMÁVEIS
Diferentes linguagens podem ser combinadas numa mesma aplicação, ao mesmo tempo que é
possível converter os programas entre as várias linguagens.
• Como já foi referido, os sistemas de controlo contínuos são mais exigentes para o controlador
dado que requerem:
o interfaces analógicas (acompanhamento contínuo do estado do sistema);
o algoritmos de controlo mais complexos (operações aritméticas);
o menor tempo de resposta (adaptação contínua da potência de saída).
• Para lidar com processos físicos que requerem controlo contínuo, os autómatos dispõem de
módulos dedicados a este tipo de controlo, por exemplo:
• Estas características justificam-se pelo facto dos autómatos estarem vocacionados para
aplicações de controlo de máquinas, donde a inexistência do terminal, e por manipularem
volumes de informação relativamente reduzidos, donde a inexistência do disco.
Nota: Quando um autómato tem de executar vários programas alternativos, esses programas
são normalmente guardados num servidor e (tele)carregados para o autómato de acordo com as tarefas a
executar.
O que é o Grafcet?
• é um método gráfico de apoio à concepção de sistemas industriais automatizados,
• que permite representar, através de modelos do tipo dos gráficos de estados, o comportamento
de sistemas sequenciais.
com base nos modelos, simular o funcionamento dos sistemas e, assim, detectar e eliminar eventuais
erros de concepção antes de passar à fase de implementação;
o que não é possível fazer através de gráficos de estados (pelo menos de forma simples).
Na concepção dos sistemas industriais automatizados, a construção do modelo Grafect é uma etapa
intermédia entre a especificação do sistema e o programa final.
Noções Fundamentais:
Transição: Representa uma evolução possível entre dois dos estados do sistema.
Acção: Representa uma ordem enviada ao processo físico quando estiver activa a etapa a que a
acção está associada.
Receptividade: Representa uma condição associada a uma transição, cujo valor depende do
estado do processo físico e que autoriza o disparo dessa transição.
• Qualquer que seja a sequência percorrida num Grafcet deve existir sempre uma alternância entre
etapas e transições, isto é:
duas etapas nunca podem estar ligadas directamente, mas devem estar separadas por uma
transição;
duas transições nunca podem estar ligadas directamente, mas devem estar separadas por
uma etapa.
Regras de evolução:
As regras de evolução do Grafcet determinam a evolução da situação* do Grafcet, isto é, a
activação e a desactivação das etapas.
* Nota: por situação do Grafcet designa-se o conjunto de etapas activas num determinado instante.
1. Inicialização
As etapas inicialmente activas são assinaladas através de um
duplo traço
2. Validação
• Uma transição está validada ou não validada.
• Está validada se todas as suas etapas de entrada estiverem activas.
3. Disparo
• Uma transição é disparada se estiver validada e a receptividade que lhe está associada tomar o
valor lógico “1”.
• O disparo de uma transição provoca a desactivação das etapas de entrada e a activação das
etapas de saída dessa transição.
4. Disparos simultâneos
• Várias transições simultâneamente “disparáveis” são disparadas em simultâneo.
5. Activação e desactivação simultâneas
Se, simultaneamente, uma etapa é activada e desactivada pelo disparo simultâneo de duas
transições, então essa etapa permanece activa.
Macro Acções:
As macro-acções são, sobretudo utilizadas nas situações de inicialização e de avaria. Através delas, o
sistema supervisor pode:
o bloquear (congelar) a situação dos Grafcets subordinados;
o reinicializar a situação desses Grafcets;
o impôr, de forma permanente, uma determinada situação a esses Grafcets.
COMUNICAÇÕES INDUSTRIAIS – MODBUS
Introdução:
Nos níveis inferiores, o essencial dos serviços de comunicação prende-se com o acesso remoto a
variáveis sujeito a restrições “duras” de tempo real;
Nos níveis superiores, são requeridos serviços mais sofisticados, tais como a transfe rência de
ficheiros, o acesso a bases de dados, o correio electrónico, mas sujeitos a menores restrições tempo
real.
Para obter o melhor compromisso entre os vários requisitos, é frequente o recurso a
arquitecturas multi-nível. Estas arquitecturas permitem adoptar, em cada nível, as soluções mais
adequadas em termos de protocolos e de características físicas das redes.
As melhores soluções para cada nível da arquitectura dependem das actividades associadas a
esse nível e dos equipamentos que executam essas actividades
Rede MODBUS:
A rede Modbus é uma rede relativamente simples desenvolvida com o objectivo de permitir a
interligação de dispositivos de controlo, como autómatos programáveis e computadores, normalmente do
tipo PC.
A rede Modbus está vocacionada para a comunicação entre equipamentos de controlo.
O respectivo protocolo define um conjunto de mensagens que permitem ler e escrever em
variáveis remotas (bits/words de memória interna, linha de entrada e saída).
Mais concretamente, o protocolo Modbus define:
os pedidos que os dispositivos de controlo podem enviar a outros dispositivos;
como é que estes respondem a esses pedidos;
a forma como são tratados os erros.
Os dispositivos ligados a uma rede Modbus interactuam através de um técnica do tipo Master-
Slave onde:
apenas um dispositivo - designado por master - pode iniciar as transacções.
os outros dispositivos - designados por slaves - respondem enviando ao master a
informação pedida (no caso de um pedido de leitura) ou executando a acção pedida pelo
master (no caso de um pedido de escrita).
Tipicamente:
os dispositivos que executam as funções de master são PC’s ou autómatos de supervisão,
os slaves são autómatos que executam as funções de controlo directo dos equipamentos.
Por seu lado, as respostas provenientes dos slaves contém os seguintes campos:
• confirmação da acção efectuada;
• eventuais dados (no caso das operações de leitura);
• código para controlo de erro.
Note-se que todo o tráfego é gerido pelo master. De facto, os slaves apenas podem
transmitir uma mensagem depois de terem recebido um pedido do master.
Cada mensagem inicia-se por um período de silêncio na linha de pelo menos o tempo de
transmissão de 3,5 caracteres.
Se for recebida uma nova mensagem com intervalo de tempo inferior, o dispositivo considerará
que se trata da continuação da mensagem anterior (o que dará origem a um erro de CRC).