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SOUSA. Cidoval Morais De. Jornalismo Cientfico e Desenvolvimento Regional.
SOUSA. Cidoval Morais De. Jornalismo Cientfico e Desenvolvimento Regional.
Desenvolvimento Regional:
Estudos e Experiências
Cidoval Morais de Sousa (Org.)
Universidade Estadual da Paraíba
Reitora: Marlene Alves
Vice-reitor: Aldo Bezerra Maciel
EDUEP
Campina Grande - PB
2008
6 | Jornalismo Científico & Desenvolvimento Regional
501.4
J82 Jornalismo científico & desenvolvimento regional: estudos
e experiências / organização, Cidoval Morais de Sousa.
– Campina Grande: EDUEP, 2008.
426 p. : il. color.
Inclui referências.
Somente em versão eletrônica.
ISBN 978-85-7879-017-2
Agradecimentos à
Marcionila Fernandes
Marlene Alves de Sousa Luna
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Jornalismo Científico & Desenvolvimeno Regional | 9
Sumário
Apresentação • 13
Jornalismo Científico e Desenvolvimento Regional • 15
Cidoval Morais de Sousa
A presentação
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Jornalismo Científico & Desenvolvimeno Regional | 15
Jornalismo Científico e
Desenvolvimento Regional
Cidoval Morais de Sousa1
Nordeste;
• Políticas científicas para implementação de bolsas de pesquisa
para o campo da Divulgação Científica, contemplando o Jor-
nalismo Cientifico;
• Políticas de incentivo a produção de materiais de comunicação
pública da ciência para a melhoria do ensino de ciências no
Norte e Nordeste;
• Incentivo a criação de uma Rede de Agências Regionais de Co-
municação da Ciência do Norte Nordeste;
• Incentivo as parcerias entre as TVs Universitárias regionais
para produção de material audiovisual no campo da Comuni-
cação Pública da Ciência.
• Promoção de ação articulada com órgãos que atuam em ques-
tões de divulgação e formação de profissionais que trabalham
com temas de natureza científica e tecnológica;
• Articulação, ampliação e fortalecimento da organização de
um sistema de comunicação pública da CT&I no Norte – Nor-
deste, em parceria com governos estaduais, municipais, uni-
versidades, FAPs, instituições de pesquisa, organizações que
produzam e analisem a CT&I;
• Reconhecer e valorizar a importância dos saberes populares
no processo de construção do conhecimento científico nas po-
líticas de popularização da ciência e tecnologia.
U ma agenda,
muitos enfoques
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Jornalismo Científico & Desenvolvimeno Regional | 23
O
primeiro conjunto de trabalho que apresentamos nes-
ta publicação resulta de investigações teóricas e empí-
ricas, que têm como pano de fundo as sempre tensas
relações entre comunicação, ciência e sociedade. Pro-
vocados, em grande medida, pela temática do Encontro – Comuni-
cação Pública da Ciência & Desenvolvimento Regional – os textos, a
seguir, agendam, na sua diversidade, uma compreensão de ciência,
um modelo de comunicação pública e diferentes questões direta ou
indiretamente relacionadas ao desenvolvimento regional. Quando à
compreensão de ciência, evidencia-se uma relação paradoxal: nun-
ca a ciência e a tecnologia estiveram tão presentes em nossas vidas,
mas, por outro lado, pouco ou quase nada se sabe sobre elas. Não
advoga-se, aqui, uma visão essencialmente conteudística, mas a ne-
cessidade de compreensão da ciência e da tecnologia como prática
social, o que nos leva a discutir suas condições de produção, divul-
gação e aplicação, bem como a possibilidade de controle social. No
que diz respeito ao modelo de comunicação há uma preocupação
em reivindicar, de um lado, um novo lugar para o público, e de ou-
tro, um novo jeito de comunicar. Defende-se a ruptura com o cha-
mado modelo de déficit – aquele que pressupõe um receptor pas-
sivo e desprovido de conhecimentos – e a construção de modelos
interativos e mais democráticos de tornar público conhecimentos
úteis a respeito de ciência e de tecnologia. Sobre a relação comuni-
cação pública da ciência e desenvolvimento regional, os trabalhos
sugerem, em linhas gerais, que a democratização dos conhecimen-
tos científicos e tecnológicos, produzidos por nossas universidades,
particularmente públicas, e a sua conseqüente apropriação social,
ajudariam a construir uma sociedade ambientalmente sustentável,
mais justa e cidadã. Uma leitura instigante.
(Organizador)
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de zombaria.
José Marques de Melo (1983) também identifica na caricatura vá-
rias espécies: 1) a caricatura propriamente dita, tratando-se de um
retrato humano ou de objetos que exagera ou simplifica traços acen-
tuando detalhes ou ressaltando defeitos; 2) o cartoon, definida como
uma anedota gráfica que geralmente não insere personagens reais; 3)
comic, que é a história em quadrinhos, numa narrativa composta por
imagens que se sucedem por textos em forma de balões e 4) a char-
ge definida como a crítica humorística de um fato ou acontecimento
específico. Melo (1983, p. 183) observa ainda que “a charge contém a
expressão de uma opinião sobre determinado acontecimento”, dife-
rentemente do cartoon e do comic, que não possuem limites de tem-
po e espaço, são criações da livre imaginação do desenhista e, por
isso, não são consideradas como formas de jornalismo. Já a caricatura
é uma forma de crítica social, mas não possui a peculiaridade da char-
ge de unir texto e imagem para uma expressão crítica.
As charges se caracterizam pelo humor ácido e pela crítica satírica
que constrói em seu discurso. Sua linguagem é composta por elemen-
tos verbais e não-verbais, texto e imagem. Charge (do francês charger:
carregar, exagerar), é um tipo de cartum “cujo objetivo é a crítica hu-
morística de um fato ou acontecimento específico, em geral de natu-
reza política” (Rabaça & Barbosa, 1978, p. 89). De acordo com os auto-
res, uma boa charge deve procurar um assunto atual e ir direto onde
estão centrados a atenção e o interesse do público leitor. A charge
é “uma crítica humorística de um fato ou acontecimento específico.
Reprodução gráfica de uma notícia já conhecida do público, segundo
a ótica do desenhista” (MELO, 1983, p. 182).
Sobre o suporte impresso, as charges apresentam uma linguagem
direta e instantânea, tendo como um dos elementos marcantes de
sua estrutura lingüística a ironia. Contudo, ao se estruturarem sobre
o suporte virtual, ou seja, inserirem-se no ciberespaço, definido, con-
forme Pierre Musso (2006, p. 194) como sendo “sucessivamente uma
‘encarnação’ do mundo virtual (...) um novo território sem mapa, uma
selva onde nos perdemos e nos aventuramos, e um novo espaço pú-
blico, cidadão ou comercial”, as charges sofrem transformações em
sua linguagem a partir da introdução de novos elementos que am-
pliam sua carga semântica e suas relações intersemióticas: o som e a
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imagem animada.
Referências bibliográficas
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u343348.
shtml acesso em 14/01/2008
http://charges.uol.com.br/2002/05/02/cotidiano-milagre-da-
ciencia/?modo=baloes acesso em 23/08/2007
http://charges.uol.com.br/2007/11/20/mundo-avanco-da-
ciencia/?modo=baloes acesso em 20/02/2008
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Resumo
Introdução
Charges
Metodologia
Considerações finais
O objeto de estudo se mostrou limitadíssimo. Durante o período
de análise, nove meses, obteve-se apenas quatro charges. Isso implica
dizer que a periodicidade de publicação dessas formas opinativas é
muito baixa, não chegando a uma por mês.
A temática do desmatamento sempre foi uma temática mais re-
corrente em tempos passados e continua sendo vista na atualidade
nos diferentes meios midiáticos. Apesar de o planeta sofrer com no-
vas intempéries ambientais, ainda assim 50% das charges recorreram
ao desmatamento, indicando, possivelmente, esgotamento temático.
Em todas, o homem foi empregado como parte integrante e atu-
ante da problemática ambiental. A figura humana sempre é tida como
causadora dos impactos ambientais, reforçando uma idéia explicita:
Da natureza sofrendo as conseqüências da ação do homem.
As charges utilizaram também as imagens da paisagem natural, as
quais estão presentes em três das quatro analisadas, seja na imagem
do lixo na rua ou de arvores derrubadas. Um fator extremamente im-
portante foi o fato de que todas as charges chamam atenção para a
problemática ambiental adotada.
No que se refere ao discurso empregado observam-se duas for-
mas. O visual e o verbal. O texto verbal foi usado em três das quatro
charges onde também houve a utilização de títulos. Estes, na maioria
das vezes, explicam uma situação, a qual será humoristicamente de-
senvolvida na charge. A utlização de textos inseridos com imagens foi
observada em 75% das charges. O material se apresenta como de fá-
cil entendimento e compreensão. O leitor não precisa despender um
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Referências bibliográficas
Resumen
Introducción
Objetivos
Metodología
pequeñas localidades.
Otro dato a tener en cuenta es que 2/3 de los 7.134.697 habitantes
viven en la Región Metropolitana de Barcelona, lo que explica el gran
número de actividades que tienen lugar en la capital catalana. A partir
de una base de datos generada por el análisis cuantitativo de institu-
ciones y localidades participantes de la SC hemos llegado a números
que nos permiten analizarlos y compararlos.
De un total de 174 localidades que han participado en alguna edi-
ción del evento, 50 lo han hecho en ocho o más ocasiones. De manera
general el perfil de las localidades es de mediano a grande porte y
están bien repartidos entre las comarcas catalanas.
Sin embargo, el número de localidades que han participado en dos
o solamente una edición puede considerado alto. De los mismos 175
municipios de la muestra, 85 han participado en una o dos ocasiones.
Exactamente el perfil contrario tienen las localidades con escasa par-
ticipación en la SC. Generalmente, son localidades con pocos habitan-
tes, lejos de los grandes centros urbanos.
En un ámbito más amplio, el de las comarcas catalanas, de sus 41
unidades locales, la SC no llega solamente a Alt Urgell, que se situa en
la provincia de Lérida. Limita al norte con Andorra, responsable por
el 0,3% de la población catalana o poco menos de 20.936 habitantes.
Curiosamente existen diez comarcas con menos habitantes que el Alt
Urgell. Por otro lado, la comarca con más municipios que participan
de la SC es Osona, con 16 municipios entre los cuales: Seva, Manlleu,
Centelles, Gurb y Vic (capital)
Tal como se esperaba en un primer momento, antes de un análi-
sis de los números de la base de datos elaborada para este estudio,
existe una relación directa entre el porcentaje de la población y los
municipios presentes en la SC. En las cinco principales comarcas cata-
lanas – Barcelonés, Vallès Occidental, Baix Llobregat, Maresme y Val-
lés Oriental – responsables por el 65,03% de la población de Cataluña
se sitúan 50 municipios con presencia marcada en la SC. El número
de actividades realizadas en estas ciudades, obviamente, también es
bastante elevado respecto a las zonas más rurales.
Respecto a las provincias, Barcelona lidera el número de munici-
pios activos en la SC (91), seguida por Girona (34), mientras Lleida y
Tarragona completan la lista con 25 y 24 municipios respectivamen-
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te.
Hemos podido constatar que muchas de las instituciones no tie-
nen una participación seguida en el evento por lo que consideramos
importante que haya un acompañamiento por parte de los organiza-
dores sobre la importancia y aplicabilidad de la participación de la ins-
titución en la SC.
La diversidad de temas tratados por las instituciones que forman
parte de la SC es seguramente el factor más llamativo de la muestra.
A continuación ofrecemos algunos ejemplos de instituciones colabo-
radoras u organizadoras de eventos en el SC: 164 universidades o cen-
tros relacionados a una actividad universitaria, 85 museos, 62 institu-
tos de investigación, 72 ayuntamientos, 29 sociedades catalanas, 25
bibliotecas y 13 parques naturales.
Sin embargo, el escaso número de instituciones que podrían tener
un significativo impacto en la elaboración de actividades también es
digno de registro: 4 casales, una embajada (la de Francia), 1 librería,
3 hospitales y 2 revistas. Pensamos en otras instituciones y lugares
públicos como asociación de vecinos, cines, teatros como maneras de
dar a conocer tanto el evento como su propuesta de divulgar la cien-
cia.
La SC y la Prensa
Fuente: FCRI
Conclusiones
Referências Bibliográficas
Resumo
Introdução
Considerações finais
Referências bibliográficas
Resumo
Introdução
1 UEPB/Departamento de Física/jairstefanini@yahoo.com.br
2 UEPB/Departamento de Física/jean.sousa@hotmail.com
3 UEPB/Departamento de Física/josenildo_ml@yahoo.com.br
4 UEPB/Departamento de Física/samuel_feitosa_santos@hotmail.com
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do, as pesquisas feitas sobre idéias prévias que surgiram a quase três
décadas, mostrando a importância de se considerar às idéias prévias
acerca de conhecimentos científicos que os alunos levam com sigo
para a sala de aula, representa um passo para que o enfoque passivo
em que o aluno era visto como um receptáculo de conhecimentos,
desse lugar a uma abordagem construtivista de ensino. Atualmente a
grande dificuldade em se levar esse novo conceito de ensino para sala
de aula, tem sido a dificuldade de elaboração de estratégias de ensino
coerentes com os modelos teóricos.
Na tentativa de subsidiar o trabalho docente buscando superar
situações como a citada anteriormente, uma vez que é bem conhe-
cida, principalmente na região nordeste, a literatura de cordel pode
apresentar várias temáticas como, folhetos de discussão, romances,
História de valentia e até mesmo funcionar como jornais. Usamos essa
grande possibilidade para elaborar um cordel, onde este trouxesse
conceitos, definições e curiosidades sobre o estudo dos fluidos, como
uma forma de dinamizar a aula e torná-la um pouco mais atrativa para
os alunos como também mostrar que a Física pode ser transmitida de
maneira mais atrativa, ao invés da maneira bem matemática que é
passada tradicionalmente (Luiz Clemente e Tânia Marlene). Sabendo
dessas possibilidades, propomos neste trabalho o seu uso em sala de
aula, com o objetivo de proporcionar aos estudantes um aprimora-
mento de suas idéias sobre o conceito, relações e utilizações não só na
escola, mas também no seu dia-a-dia sobre o estudo dos fluidos.
Metodologia
Gráfico 1. Média das notas “A”, “B” e “C” com cordel (em percentagem)
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Gráfico 2. Média das notas “A”, “B” e “C” sem cordel (em percentagem)
Considerações finais
Referencias bibliográficas
Resumo
Introdução
O Progresso
Variedades
“Sciencias Physico-Mathematicas”
mer, de 60 anos antes para mostrar que a ciência ainda não possuía
entendimento do ‘magnetismo animal’, “esta sciencia tão maltratada
pelos médicos em geral, e em particular pela academia de medicina
de Paris...”
A última parte deste artigo trata da Física. Lá, o autor comenta so-
bre a lâmpada imaginada pelo inglês Grove e sobre a proposta de ex-
periência do belga Eseltje de, por meio da luz elétrica, ver através do
corpo humano. Comenta também as experiências eletro-magnéticas
de Faraday.
Também volta a secção “Revista Scientifica” (p.109-122) sob a epí-
grafe de Swedenborg, mas desta feita a autoria pode ser detectada,
pois o autor assinou apenas as iniciais L.L.V, Trata-se do engenheiro
francês Louis-Léger Vauthier comentando as vantagens das ferrovias,
principalmente naquele momento, que nenhum trilho havia sido im-
plantado no Brasil. O engenheiro explicava então a economia de tem-
po que se faria em uma viagem de 10, 11 horas, quando se gastava
então de dez a doze dias.
Vauthier fora contratado com uma equipe de engenheiros e técni-
cos franceses para embelezar o Recife, na gestão do Barão da Boa Vis-
ta, na década de 1840, tendo construído o magnífico prédio do Teatro
Santa Isabel, dotando o Recife de uma variante do estilo neoclássico,
quase que uma escola. Graças a Gilberto Freyre pode-se conhecer
todo o trabalho e idéias socialistas utópicas deste engenheiro e arqui-
teto em “Um Engenheiro Francês no Brasil” (1960).
Quando Vauthier teve de regressar à França, devido ao rompi-
mento do contrato, ocasionado por invejas, críticas ao seu salário e
interesses feridos de grupos de arrematantes de obras públicas, o Pro-
gresso lhe dedicou um artigo, de 19 de novembro de 1846, “Adeus ao
Sr. Vauthier” (p.249-251) sem assinatura:
Referências Bilbiográficas
Dificuldade de produção do
jornalismo em ciência: um
exemplo mossoroense
Resumo:
Introdução
1998, p.60).
Considerações Finais
Referências bibliográficas
Simone Bortoliero1
Mariana Menezes Alcântara 2
Resumo:
Introdução
Percursos Metodológicos:
Considerações Finais:
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Referências Bibliográficas
Resumo
1 Doutoranda UFBA/UEPB
2 Jornalista, Doutor em Geociências pela Universidade de Campinas/SP e Professor de
Jornalismo da Universidade Estadual da Paraíba.
3 UEPB
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Concepções de natureza
Desenvolvimento Sustentável
Resultados da pesquisa
Amazônia
Desenvolvimento
Unidade de conservação
Comentários finais
Referências bibliográficas
O Jornalismo Ambiental
nos Editoriais do Jornal
Correio da Paraíba1
Lucy Regina Farias de Melo Miranda Costa2
Haryson Alves de Souza 3
Resumo
Introdução
Editorial
Metodologia
sente nos editoriais, a mesma ainda pode ser considerada como algo
incipiente diante da problemática, visto que de janeiro a setembro
foram publicados apenas 11 editoriais com esse enfoque, ressaltan-
do-se que 1 desses editoriais foi repetido 4 dias após sua primeira
veiculação, sendo assim, foram apenas 10 editoriais.
Outro ponto relevante é que vimos ao longo do nosso corpus a
presença de elementos que dão ao texto muito mais um aspecto in-
formativo que propriamente opinativo como sugere o gênero edito-
rial.
Percebemos uma vagueza nas explicações e na utilização dos da-
dos apresentados, o que nos leva a pensar na falta de especialização
do editorialista para com a temática. Falta maior reflexão, se expõe
muitos dados, mas, não se propõe muitas ações diretas, postura essa
que observamos que vem sendo tomada em diversos outros meios
de comunicação. Procura-se mostrar de maneira radical e sensaciona-
lista as catástrofes e os problemas ambientais, e pouco se aborda as
ações e as medidas a serem tomadas.
O tema ambiental mais recorrente nesse período foi justamente
o aquecimento global, com especial atenção às mudanças climáticas
e a água. Já que a análise de discurso propõe que analisemos os dis-
cursos a partir do contexto, não podemos dissociar texto de contexto,
portanto, podemos inferir que, o mês de junho, dedicado ao meio am-
biente, seria um mês propicio a intensificar a divulgação de materiais
relacionados à temática ambiental, visto que no referido mês aconte-
cem diversas atividades sociais relacionadas a preservação ambiental;
justo nesse mês o jornal Correio da Paraíba não publicou nenhum edi-
torial referente a esse fato.
Considerações finais
Ao analisarmos os editoriais coletados, identificamos que, dife-
rentemente da mídia televisiva, que, diariamente aborda temáticas
relacionadas à questões ambientais, o jornalismo impresso – mais es-
pecificamente o gênero editorial no Jornal Correio da Paraíba – Não
costuma abordar com tanta freqüência esta temática.
Entretanto, observamos certa similaridade no tocante a forma de
abordagem. Verificamos que as opiniões emitidas, bem como as in-
130 | Jornalismo Científico & Desenvolvimento Regional
Referências Bibliográficas
Lucas Milhomens1
Resumo:
Introdução
Desenvolvimento
Conclusão
Referência Bibliográfica:
Resumo
Introdução
Desenvolvimento
4 HODGKINSON, Tom. O importante é não fazer nada. Super Interessante, São Paulo,
n. 252, p.27-29, maio 2008. Entrevista concedida a Leandro Narloch.
144 | Jornalismo Científico & Desenvolvimento Regional
6 “Tendo definido noticiabilidade como um conjunto de elementos por meio dos quais
o aparato informativo controla e administra a quantidade e o tipo de acontecimentos
que servirão de base para a seleção das notícias, podemos definir os valores/notícia
(new values) como um componente da noticiabilidade (...)”. (Wolf, 2003: 202)
7 TRAQUINA (2001:58).
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Conclusão
O jornalismo científico passa por um momento de resignificação
do seu papel enquanto difusor da comunicação científica. No campo
da Ciência, todo trabalho sério deve ter espaço para ser divulgado –
seja ele consolidado através das pesquisas das ciências naturais e/ou
exatas, ou de outra forma, através da pesquisa nas ciências sociais
humanas.
A divulgação dos projetos e das pesquisas científicas deve aliar-se
ao jornalismo especializado na busca de socializar o conhecimento e
colaborar com a transformação dos valores sociais – atingindo níveis
satisfatórios de qualidade na comunicação através dos veículos de in-
formação jornalística.
Concluímos, então, que essa visão mercadológica acaba prejudi-
cando o jornalismo científico. O processo desencadeado através da
espiral do silêncio na relação entre o jornalismo científico e as ciências
sociais resulta numa prática danosa e com reflexos negativos para a
Ciência, jornalistas e veículos de comunicação. Engajadas na perspecti-
va mercadológica as revistas Scientific American Brasil, Galileu e Super
Interessante demonstram claramente o seu partidarismo pelo pensa-
mento dominante, afastando o jornalismo científico de seu exercício
profissional. As revistas, mesmo com a significativa temporalidade das
publicações – que separa a edição da revista Scientific American Bra-
sil das outras duas revistas – demonstram estar atreladas à lógica do
mercado, onde o que vale mais do que a notícia é o lucro.
Referências Bibliográficas
Mapeamento da disseminação e da
divulgação cientítica on-line nas IES
particulares do Estado da Bahia
Resumo:
Introdução
Conclusão
Referências
Resumo
Introdução
Outro exemplo emblemático que ilustra muito bem este fato foi a
invasão do horto florestal e dos laboratórios de pesquisa da empre-
sa Aracruz Celulose5 por parte do MST e da Via Campesina em 2006.
Conforme matéria veiculada na Gazeta do Povo O-liner6, exatamente
no dia 08 de março (dia internacional da mulher) quase mil e duzen-
tos integrantes do MST e da Via Campesina (na maioria mulheres),
rasgaram as estufas e com as próprias mãos arrancaram as mudas
dos viveiros, além de invadirem o laboratório, destruir equipamentos
e misturarem sementes selecionadas de eucalipto. Para o geneticis-
ta Dario Grattaglia, pesquisador ligado a Embrapa e coordenador do
projeto, tratou-se de um ato de vandalismo, apoiado em justificativas
absolutamente ignorantes. Na opinião de Aurélio Mendes de Aguiar,
da Aracruz, a ato da Via Campesina foi como “um tiro no pé” do pró-
prio movimento agrário, visto que o principal objetivo do projeto era,
justamente, o aumento da produtividade do eucalipto sem a necessi-
dade de maior expansão das áreas plantadas. Quanto mais produti-
va for cada árvore, prossegue Aurélio, menor será o impacto sobre o
meio ambiente.
Na versão do MST 7 o país não pode ficar refém das florestas ho-
mogêneas como a de eucalipto nem de monoculturas que destroem
o meio ambiente. Portanto, a ação das mulheres camponesas teria
sido muito importante, sobretudo para chamar a atenção da socie-
dade para a necessidade de um debate amplo sobre o sistema pro-
dutivo e os produtos geneticamente modificados. Para os líderes do
movimento, que conta com o apoio de vários grupos ambientalistas,
a monocultura do eucalipto, como qualquer outra monocultura, é ex-
tremamente nociva ao meio ambiente, causando uma drástica redu-
ção da biodiversidade, ressecamento do solo, erosão e desertificação
do clima, além de transformar a paisagem e a identidade cultural da
região.
Como fica evidente, ainda não existe no Brasil espaços democráti-
cos apropriados à realização deste debate e, concordamos com San-
5 A Aracruz é uma das 14 empresas que participam da Rede Brasileira de Pesquisa do
Genoma do Eucalyptuus (Genolyptus), criada em 2002 e coordenada pela Embrapa.
6 Gazeta do Povo O-leiner - http://canais.ondarpc.com.br/gazetadopo-
vo/brasil/conteudo.phtml?id=543643
7 Para maiores informações a respeito desta ação do MST, consultar: http://www.mst.
org.br/mst/pagina.php
Jornalismo Científico & Desenvolvimeno Regional | 165
Considerações
Referências
Sonia Aguiar1
Resumo
Introdução
“responsabilidade socioambiental”):
• depende fundamentalmente de publicidade, que estimula o
individualismo e o consumismo, enquanto o desenvolvimento
sustentável exige uma revisão drástica do crescimento sem li-
mites e do consumismo desenfreado;
• depende do uso intensivo de certos recursos naturais para a
sua operação, particularmente os meios impressos, que “quei-
mam” toneladas de papel em produtos altamente efêmeros –
do jornal diário à revista mensal;
• resiste a mudanças radicais de valores culturais, comporta-
mentos e atitudes, estimulando os modismos que sustentam
o consumismo e as atitudes que reforçam o senso comum ou
buscam construir consenso em torno de idéias e valores do-
minantes; seu projeto não é o da emancipação humana, mas o
do progresso material;
• valoriza apenas as relações societárias e os processos de de-
senvolvimento não-antagônicos ao projeto hegemônico do
mercado, naturalizando a dependência do local ao nacional
e ao global.
Ao promover a reificação do mercado (mesmo em suas versões
“verdes”), portanto, os meios de comunicação mantêm-se na super-
fície dos problemas ambientais, liderando o estratégico jogo de afir-
mação e negação dos riscos, e utilizando a suposta neutralidade da
ciência para justificar o “progresso” e ocultar das pessoas que mais
sofrem com a degradação ambiental e a escassez dos recursos natu-
rais o conhecimento sobre o que as ameaça. Deixam, assim, aos jorna-
listas que não compartilham essa visão, o dilema de encontrar dentro
do modus operandi da mídia, das regras do jogo jornalístico e dos inte-
resses das fontes “brechas” para uma informação esclarecedora.
Considerações finais
tar.
O fato de um contingente populacional enorme não estar sendo
informado (nem ouvido) sobre os riscos ambientais que corre – no
cotidiano e no futuro – e muito menos sobre as causas e caminhos
que estão sendo propostos e trilhados para sustar ou minimizar seus
efeitos deveria ser alvo de ações urgentes da comunicação científica e
ambiental em todas as suas fronteiras, entre as quais, o jornalismo. No
entanto, a complexidade implícita nessa comunicação esbarra em um
contexto cultural que não pode ser ignorado: o Brasil persiste com um
dos menores índices de leitura de jornais do mundo. Em 2005 (último
dado disponível no site da ANJ8), ocupava o 96º lugar, numa lista de
132 países, com uma média de 45,3 exemplares por mil habitantes. O
Japão, que liderava o ranking, distribuía 633,7 cópias para cada grupo
de mil pessoas. Na América Latina, vinham à frente do Brasil, nesta
ordem: Colômbia (587,8 por mil em 2006), Venezuela (362,1 em 2006),
Cuba, Porto Rico, Trinidade e Tobago, México, Guiana Francesa, Pana-
má, Argentina (94,2 em 2006), Guatemala, El Salvador e Chile.
Não é por acaso que o jornalismo ambiental no Brasil vem criando
uma nova identidade na Internet, paralelamente ao encolhimento do
número de páginas impressas dedicadas ao tema. Esse cenário adver-
so, porém, não pode servir de justificativa para o padrão de jornalismo
declaratório e oficialista que vem sendo praticado pelos veículos de
grande circulação e audiência, nem para eximir jornalistas e especia-
listas das responsabilidades que lhes cabem. Não se pode informar a
população sobre os reais riscos socioambientais utilizando os mesmos
procedimentos de alarmismo e banalização que têm caracterizado a
produção de notícias sobre violência e corrupção.
Uma boa cobertura nessa área exige que os jornalistas compreen-
dam os processos e métodos de produção do conhecimento científico
que explica e aponta soluções para os problemas ambientais. Deve,
também, deixar claras as ligações entre a expansão sem controle do
agronegócio (em especial as plantações de soja e a agropecuária ex-
tensivas) e as queimadas na Amazônia, e mostrar as conexões global-
local entre acontecimentos tão distantes como as tsunamis asiáticas,
as enchentes de Nova Orleans e as secas e cheias brasileiras. Para
isso, é preciso buscar outras fontes de informação além das oficiais e
8 Em http://www.anj.org.br/a-industria-jornalistica/leitura-de-jornais-no-mundo
Jornalismo Científico & Desenvolvimeno Regional | 179
Referências bibliográficas
digo=20&participante=1&menu=158
__________; SOUSA, Cidoval. M.. Redes regionais
de intervenção socioambiental no Brasil: articulações
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de Pesquisa em Geografia. Niterói: Universidade Federal
Fluminense, CD-ROM dos Anais do VII ENANPEGE, 2007.
BECK, Ulrich. Liberdade ou capitalismo: conversa com Johannes
Willms. São Paulo: Unesp, 2002.
COUTINHO, Marília. A evolução da área ambiental no Brasil.
In: Encontro da Anppas (Associação Nacional de Pesquisa e
Pós Graduação em Ambiente e Sociedade), 2, 2004, Indaiatuba
(SP). Disponível em: www.anppas.org.br/encontro_anual/
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Graduação em Ambiente e Sociedade), 2, 2004, Indaiatuba (SP).
Disponível em: http://www.anppas.org.br/encontro_anual/
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PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. Apresentação da edição
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Record, 2004. 180p. (Os porquês da desordem mundial. Mestres
explicam a globalização. Organização Emir Sader). 177p.
Jornalismo Científico & Desenvolvimeno Regional | 181
Segunda Parte
A experiência
e m questão
184 | Jornalismo Científico & Desenvolvimento Regional
Jornalismo Científico & Desenvolvimeno Regional | 185
N
as primeiras reuniões em que se discutiu a realização
do I Encontro Norte-Nordeste de Jornalismo Científico
um dos primeiros consensos que se construiu foi a cria-
ção de um Grupo de Trabalho (GT) que contemplasse,
especialmente, a apresentação de relatos de experiências. Dentre
as justificativas, duas ganharam força dentro do grupo. A primeira
partia do seguinte pressuposto: mais do que estudar e avaliar práti-
cas, era preciso conhecê-las tal como elas acontecem no dia-a-dia,
nos seus limites e nas suas possibilidades. E só trabalhos descritivos,
apresentados por quem de fato os realiza, poderiam nos oferecer
esse panorama. Seguindo esse raciocínio, seríamos levados, de um
lado, a confrontar nossas críticas sempre contundentes aos mode-
los de comunicação midiática vigentes com as práticas expostas,
admitindo, inclusive, a possibilidade de reconhecer nossos equívo-
cos e excessos; e, de outro, a estimular novas atitudes reflexivas,
agora fundamentadas na ação e não mais no produto midiático que
dela resulta. A segunda justificativa sugeria que, abrindo-nos para o
recebimento de relatos, estaríamos construindo alternativas dialó-
gicas com o próprio mercado, entendido aqui na sua dimensão mais
ampla (assessorias, consultorias, meios massivos etc.). Para nossa
alegria foi um dos GT´s mais prestigiados com inscrição de trabalhos
e participação durante o encontro. As justificativas para criá-lo es-
tavam corretas. Como resultado, apresentamos a seguir um conjun-
to diversificado de experiências que nos permitem apontar algumas
tendências da comunicação pública da ciência nas regiões Norte e
Nordeste. Temos trabalhos significativos com agências de notícias,
experiências com webrádio, feiras de ciências, produção de mate-
rial para popularizar termos técnicos na área de saúde, assessorias
de comunicação, divulgação científica na Amazônia, e relatos da
prática midiática em suas dificuldades diárias com fontes ligadas ao
universo da ciência e da tecnologia. Vale a pena conferir.
(Organizador)
186 | Jornalismo Científico & Desenvolvimento Regional
Jornalismo Científico & Desenvolvimeno Regional | 187
Resumo:
Primeiros passos
Ampliando os horizontes
Anexo
Silvia Santos1
Paula Lourenço2
Bruna Cruz3
Resumo:
Introdução
O trabalho terminológico
196 | Jornalismo Científico & Desenvolvimento Regional
Conclusão da Experiência
Referências Bibliográficas
Resumo:
Introduçâo
Desenvolvimento
Conclusão
Referências Bibliográficas
Agência ciênci@lagoas:
Um relato de uma experiência
Resumo:
Introdução
Desenvolvimento
Webradio:
Meio indutor para a divulgação científica
Resumo:
15 a 19 anos 45 %
20 a 24 anos 36 %
25 a 29 anos 5%
30 a 39 anos 36 %
40 a 40 anos 3%
Mais de 50 anos 10 %
2º grau completo 49 %
Curso superior 37 %
Outros 14 %
Fonte: Rede Integrada de Comunicação
Jornalismo Científico & Desenvolvimeno Regional | 223
Referências Bibliográficas:
Resumo
Introdução
Sobre a Exposição
pois de uma boa observação, logo concluiu com toda a coerência que,
aonde havia três polias de ferro o peso seria maior, já que, ao peso do
saco, somavam-se os pesos das polias. Depois de muita insistência do
monitor, finalmente foi encorajado a experimentar e confrontar suas
conclusões com a experiência empírica. Certamente a verificação do
ganho de força o desafiou a construir um novo modelo para a explica-
ção do fenômeno.
Considerações
Referências
Comunicação em ciência e
tecnologia: uma proposta de
política de comunicação para
a fiocruz pernambuco
Resumo
6 No Recife, existe uma rede de laboratórios homônima e dois hospitais públicos que
remetem, direta ou indiretamente, ao nome do Centro: Hospital Oswaldo Cruz e Hos-
pital Agamenon Magalhães.
7 O CPqAM conta com alguns veículos institucionais de divulgação como o Informe
CPqAM (jornal de oito páginas de edição bimestral distribuído por mala direta para
os veículos de comunicação, parlamentares, gestores públicos e instituições de ensi-
no e pesquisa) e o Aggeu Informa (boletim interno encaminhado diariamente para a
comunidade do Centro), além do site e de participar da Semana Nacional de Ciência
e Tecnologia.
Jornalismo Científico & Desenvolvimeno Regional | 245
A estrutura da política
o Funcionários e colaboradores
o Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
Conclusão
Referências Bibliográficas
2003. 29 p.
OLIVEIRA, Fabíola de. O jornalismo como instrumento para
a formação de uma cultura científica no país. In: Desafios da
Comunicação. DOWBOR, L. (Org.) Petrópolis: Vozes, 2000. Cap.
31, p. 312-320.
RABAÇA, Carlos Alberto; BARBOSA, Gustavo Guimarães.
Dicionário de Comunicação. Rio de Janeiro, Elsevier, 2001 – 4ª
reimpressão, p. 576.
Jornalismo Científico & Desenvolvimeno Regional | 251
Resumo
Introdução
impor, Lúcio Flávio decide criar, em 1987, o Jornal Pessoal, nome que
diz de si. A ninguém teria que dar satisfações pelas informações que
desejasse produzir e divulgar. O JP, como ficou conhecido nos últimos
20 anos, passou por todos os percalços de uma iniciativa desse tipo. No
período de 20 anos, até 2007, deixou de circular em alguns momentos
por dificuldades financeiras, foi vendido a assinantes, circulou em ban-
cas, sofreu muitos processos por vasculhar fontes e informações veta-
das pela “grande” imprensa regional. Aliás, é esta característica – a de
publicar temas ocultados pelos principais jornais amazônicos – que dá
ao JP a característica de alternativo, ou seja – fiel ao termo – busca um
alterum, uma outra forma de mostrar conteúdos cuja gravidade não
motiva o rompimento de históricas solidariedades entre os grupos de
poder regionais, entre si, e ao mesmo tempo aliados aos detentores
do capital externo (nacional e estrangeiro) que, nos últimos 40 anos,
decidiu transformar a Amazônia à la diable, acelerando, pelos tratores
D-8 e pelas correntes por eles arrastadas, um processo de devastação
que vem de 400 anos, mas que agora intensificava-se, racionalizava-se
mantendo a lógica do colonizador, cuja essência é que a riqueza natu-
ral de regiões como a Amazônia aí está para a solução de problemas
metropolitanos, não dos povos que a habitam.
Uma conclusão
pectador/ouvinte/internauta.
Referências
Comunicação Pública da
Ciência no Amazonas
Resumo
Referências
Resumo
Introdução
Objetivos
• Relatar a experiência da Assessoria de Imprensa da Fundação
PaqTcPB na produção e difusão da notícia produzida no am-
biente rural.
• Mostrar de que forma a Assessoria de Imprensa da Fundação
PaqTcPB conquistou espaço na mídia local e nacional para
divulgação dos resultados dos empreendimentos agroindus-
triais.
• Mostrar como a Assessoria de Imprensa da Fundação PaqTcPB
conseguiu agregar cidadania às informações oriundas do mun-
do rural.
Metodologia
Desenvolvimento
Resultados
Conclusões
Referências bibliográficas
de agosto de 2002
Teotônio. P. França conhece aqüicultura com rejeito de
dessalinizador - Projeto do Parque Tecnológico da Paraíba
chega à Unesco. Gazeta Mercantil. Recife. PE. 06 de março de
2002. Secção Agribusiness.p.6
Tv Senac – Tecnologia na terra do forró – 07 de setembro de
2001.
Jornalismo Científico & Desenvolvimeno Regional | 279
Resumo
Introdução
nacional ou local.
Sabendo a importância do jornalismo científico para uma melhor
produção dos textos jornalísticos proponho neste artigo discutir as
dificuldades enfrentadas pelos profissionais que atuam na redação do
Jornal da Paraíba (impresso), em João Pessoa e Campina Grande, na
hora de pautar o jornalismo científico, que vão desde a distância com
as assessorias das instituições de pesquisa (sugestões de pautas/fon-
tes) a falta de espaço e de profissionais que produzam um bom texto
sem deixar dúvidas para o leitor.
Poucos são os espaços efetivos dedicados prioritariamente à co-
bertura do jornalismo científico nas emissoras de rádio, televisão, re-
vistas e jornais impressos (cadernos, páginas ou editorais específicas)
que circulam no Estado da Paraíba. O problema maior não é apenas
de ordem quantitativa, ter mais ou menos espaçou ou tempo nos
meios de comunicação, talvez esteja nas dificuldades encontradas pe-
los chefes de redação e a escassez de pautas que chegam aos meios
de comunicação. A proposta do debate será apresentar no I Encontro
Norte- Nordeste de Jornalismo Científico, relatos de profissionais que
estão nas redações do Jornal da Paraíba 2, em João Pessoa e Campina
Grande, e que encontram dificuldades em pautar o jornalismo cientí-
fico.
Na visão de Fabíola Oliveira a divulgação de C&T, deve partir inicial-
mente de suas fontes primárias, que são os responsáveis pelo plane-
jamento e pela distribuição dos recursos- os órgãos governamentais-
e sobretudo da comunidade científica concentrada na universidade
e instituições de pesquisa, responsáveis pela produção de C&T. “Os
governos em todos os níveis e os pesquisadores de modo geral têm
o dever de prestar contas à sociedade sobre as realizações na área,
contribuindo para a evolução educacional e cultural da população”.
(2005, p.13-14).
Para Fabíola de Oliveira (2005, p.14) “o jornalismo científico de
qualidade deve demonstrar que fazer ciência e tecnologia é, acima
de tudo, atividade estritamente humana, com implicações diretas nas
Conclusão
Jornalismo Científico & Desenvolvimeno Regional | 285
Referências Bibliográficas
KOTSCHO, Ricardo. A prática da reportagem. 4. ed. São Paulo:
Ática, 2002.
MEDINA, Cremilda. A arte de tecer o presente: narrativa e
cotidiano. São Paulo: Summus, 2003.
OLIVEIRA, Fabíola. Jornalismo Científico. São Paulo: Contexto,
2005.
286 | Jornalismo Científico & Desenvolvimento Regional
Experiência profissional
Mídia e governo – por uma
comunicação de interesse público
Kadydja Albuquerque1
Resumo
Este trabalho pretende relatar as ações desenvolvidas dentro do
projeto Mídia e Governo, coordenador pelo Núcleo de Integração e
Projetos da Secom, do Governo de Sergipe, e fazer a relação entre o
trabalho de relacionamento com a mídia e de que forma este pode
garantir a cidadania e o desenvolvimento regional para a população
do interior sergipano.
Apresentação
“Qual a saída não ingênua para a construção de um conceito de
comunicação pública no Brasil? Talvez o de entender a própria
construção do conceito como um embate, uma intervenção na
esfera pública voltada para o fortalecimento dos direitos do ci-
dadão, do seu direito de informar e ser informado e, principal-
mente, de não ser enganado pelo próprio Estado que ajudou a
construir”.
Bernardo Kucinski2
Conclusão
(Alto-sertão sergipano), passando depois por Propriá (Baixo São Francisco) e Itabaiana
(Agreste). A próxima edição acontece nos dias 6 e 7 de junho em Simão Dias (Sul Ser-
gipano). A intenção é que o projeto contemple os 75 municípios, através de edições
quinzenais, durante os quatro anos de governo. Em média, 15 mil atendimentos são
realizados a cada edição do projeto.
Para saber mais sobre o projeto, acesso o link: http://www.se.gov.br/index/leitura/
id/1854/Sergipe_de_Todos.htm
1 Este serviço é realizado em parceria com o Tribunal de Justiça do Estado.
Jornalismo Científico & Desenvolvimeno Regional | 293
2 COUTO, Mia. Terra Sonâmbula. São Paulo, 2007. Ed.Companhia das Letras.
294 | Jornalismo Científico & Desenvolvimento Regional
Divulgação científica:
importante ferramenta para o
desenvolvimento da saúde
Resumo
Este artigo apresenta de que forma o Departamento de Ciên-
cia e Tecnologia, da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estra-
tégicos do Ministério da Saúde vem apostando na divulgação cientí-
fica como uma importante alternativa para aproximar pesquisadores,
profissionais e gestores da saúde, buscando garantir que um número
cada vez maior de pessoas sejam beneficiadas por meio da utilização
de resultados de pesquisas.
Introdução
Desenvolvimento
desafio.
Uma estratégia interessante para discutir esse desafio ocorreu
em 2007: o evento Pesquisa para Saúde: desenvolvimento e inovação
para o SUS, ocorrido em Brasília. Foi um momento de importantes
debates sobre a situação atual e as perspectivas da ciência, tecnologia
e inovação em saúde no Brasil. Antes do evento, foram realizados en-
contros de redes, oficinas de avaliação de resultados de pesquisa, um
seminário internacional de avaliação de tecnologias em saúde e um
seminário sobre disseminação de informações científicas. A discussão
sobre a disseminação científica envolveu representantes da revista
Ciência Hoje On-line, do Portal Scidev.net, do Canal Saúde/Fiocruz,
entre outros.
Ademais, a cooperação com instituições como o Conass, o Cona-
sems, o Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciên-
cias da Saúde (Bireme) e a Fiocruz, que tem sido de grande importân-
cia para aproximar os gestores da informação científica.
Além disso, a SCTIE participa de projetos internacionais de disse-
minação científica, com destaque para o Evidence-Informed Policy
Network (EVIPnet), rede coordenada pela Organização Mundial da
Saúde (OMS) que propõe estratégias para estimular a cultura de utili-
zação de evidências científicas entre os gestores.
Conclusão
Referências bibliográficas
Formando para
a pesquisa
302 | Jornalismo Científico & Desenvolvimento Regional
Jornalismo Científico & Desenvolvimeno Regional | 303
O
s trabalhos desta seção resultam do esforço de jovens
estudantes de graduação que tomaram a comunicação
pública da ciência, particularmente o jornalismo científico,
como objeto de estudo. Foram apresentados e discutidos
em sessões animadas por discussões calorosas, dúvidas, propostas
de colaboração, trocas teóricas e metodológicas e, sobretudo, muita
disposição para entrar de vez no mundo desafiador da pesquisa. São
todos projetos de iniciação científica, grande parte deles financiados
com bolsa do CNPq ou das próprias instituições de origem. Destacam-
se, em primeiro lugar, pela diversidade temática: há estudos de re-
cepção, mensuração, revisão de literatura, análise de discurso, relatos
de experiências e avaliação de práticas comunicativas relacionadas à
divulgação científica pela mídia, impressa e eletrônica. Destacam-se,
também, pelo agendamento de novos enfoques teóricos, sinalizando,
de um lado, uma releitura das teorias sociais críticas, e, de outro, um
ensaio dialógico com a história, a filosofia e a sociologia da ciência em
sua vertente construtivista. Percebe-se, como ponto comum, uma re-
jeição à visão clássica de ciência (conhecimento verdadeiro, autônomo,
desinteressado, produto de mentes especiais) e uma aproximação, ain-
da que tímida, à visão de ciência como atividade humana paradoxal,
capaz salvar vidas, mas também produzir riscos e mortes. Ao abrir es-
paço para a iniciação científica o I Encontro Norte-Nordeste de Jorna-
lismo Científico fez quatro grandes apostas. A primeira é que havia, de
fato, no Brasil e, particularmente nas regiões Norte-Nordeste, alunos
de graduação engajados em projetos de iniciação científica estudando
as complexas relações comunicação-ciência-sociedade. A segunda, é
que o encontro poderia abrir, como de fato abriu, um espaço de inter-
locução e divulgação para trabalhos dessa natureza. A terceira é que é
pela iniciação científica que a pesquisa, nesse rico campo da comunica-
ção pública da ciência, pode se desenvolver e se consolidar, ampliando
grupos, linhas e projetos de pesquisas, inclusive em programas de pós-
graduação. E, por fim, que as leituras da prática jornalística expressa,
também pelos trabalhos de iniciação científica, podem contribuir para
estimular e orientar um tratamento diferenciado aos assuntos de ciên-
cia e tecnologia, nos diferentes tipos de mídia. É com esse espírito que
se recomenda a leitura dos próximos capítulos.
(Organizador)
304 | Jornalismo Científico & Desenvolvimento Regional
Resumo
Introdução
Desenvolvimento
TV Borborema
Foi a primeira emissora de televisão da Paraíba. Assis Chateau-
briand determinou a inauguração de uma antena de TV em Campina
Grande em 1961. A TV Borborema entrou em fase experimental em
15 de Setembro de 1963, quando produziu os seus primeiros progra-
mas. Inaugurada oficialmente em 14 de março de 1966, em Campina
Grande-PB, é pertencente aos Diários Associados. Foi Emissora pró-
pria da Rede Tupi até o seu fim em 18 de Julho de 1980. Com o fim da
Rede Tupi, a TV Borborema integra a REI - Rede de Emissoras Indepen-
dentes, liderada pela TV Record de São Paulo e TVS do Rio de Janeiro.
Em seguida, passa a integrar a Rede Globo, permanecendo até 31 de
dezembro de 1986, quando torna-se afiliada da Rede Manchete. Em
1989 trocou a Rede Manchete pelo SBT, onde está até hoje. O telejor-
nal veiculado no horário nobre na emissora é o Borborema Notícias.
TV Paraíba
A TV Paraíba é a afiliada da Rede Globo de Televisão na cidade de
Campina Grande, Estado da Paraíba. Foi inaugurada em 1 de Janeiro
de 1987. Hoje a emissora cerca de 70% do estado (Agreste, Cariri-cu-
rimataú, Sertão, Alto-sertão e agumas cidades do Brejo). Segundo o
IBOPE/2007, a TV Paraíba tem 1.307.971 telespectadores potenciais. A
TV Paraíba e a TV Cabo Branco (João Pessoa) dividem algums progra-
mas (Bom Dia Paraíba, JPB 1ª edição, Globo Esporte, Paraíba Comuni-
dade) e veiculam outros separadamente (Paraíba Notícias e Paraíaba
Agora – boletins informativos em alguns intervalos comerciais – e o
telejornal noturno do horário nobre, o JPB 2ª edição).
Resultados
Jornalismo Científico & Desenvolvimeno Regional | 309
Referências Bibliográficas
Dificuldade de produção do
jornalismo em ciência: um
exemplo mossoroense
Resumo:
Introdução
frente aos dados selecionados, por mais entediante que seja, este
não deve redigir de forma divertida com relação à pesquisa científica,
constando na matéria o que coletou das fontes. Comentários exces-
sivamente críticos é outro fato a ser evitado; redatores podem ser
desencorajados quanto a isso por receio de se caracterizar um libelo
(difamação impressa). Em síntese, dizemos que o levantamento de da-
dos é a essência da notícia.
Considerações Finais
Referências bibliográficas
Resumo
Introdução
e PÍNEDA, 2003).
Nossa pesquisa se filia a um esforço maior de compreensão do
comportamento da mídia paraibana (TV, Internet e Jornal Impresso)
em relação à ciência e tecnologia, orientados pelo modelo de compre-
ensão pública e pelo conceito de popularização científica.
Para nosso estudo relacionamos as edições do mês de outubro
de 2006 de dois jornais do Estado: A União e Diário da Borborema.
A escolha do recorte temporal, analisado neste trabalho, se deu em
função da realização da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, em
outubro, e do arquivo mais recente disponível nos dois jornais: o ano
de 2006.
Na análise dos dados, empreendemos a quantificação e categori-
zação das unidades noticiosas (UN), que são todos os itens identifica-
dos nos jornais com relação à ciência, tecnologia e meio ambiente e
construídos nos mais diversos gêneros do fazer jornalístico. Ao todo,
foram analisadas 178 UN’s.
Utilizamo-nos da análise de conteúdo, aqui entendida como “(...)
a análise descritiva, apresentada de maneira autônoma, separada da
análise qualitativa.” (MEDEIROS, 1996), e ainda compreendendo que
“a descrição faz a ponte entre a fase de observação dos dados e a fase
de interpretação e, por isso, combina igualmente em suas operações
técnicas e métodos de análise” (LOPES apud MEDEIROS, 1996).
De maneira geral,compreendemos o de jornalismo científico como
o trabalho desenvolvido pelo jornalista para popularizar C&T, utilizan-
do os meios e técnicas que lhe são próprios. Já a divulgação científica
foi compreendida como vulgarização dos mesmos assuntos por espe-
cialistas, seja na forma de artigos, reportagem ou notícias.
Ambas, juntamente com a ciência, são compreendidas como pro-
cessos sociais, aos quais se agregam valores e interesses como em
qualquer outra atividade humana e social.
Para este paper foram mensurados as seguintes variáveis: gêneros
jornalísticos, fontes, foco das unidades noticiosas (se privilegiam te-
mas locais, regionais, etc.), quanto à autoria das unidades noticiosas
(se JC ou DC), quantidade de chamadas de capa, localização das UN’s
nos jornais, e que temas são abordados.
Pesquisas semelhantes a nossa têm sido realizadas por todo o país
(Sousa, 2001; Moreira; Medeiros, 2007; Brandão, 2006 e Carvalho &
Jornalismo Científico & Desenvolvimeno Regional | 327
Desenvolvimento
Perfil dos jornais
A União: Fundando em 1893 têm 114 anos é o terceiro jornal mais
antigo em circulação no Brasil, sediado e impresso na capital paraiba-
na. Anualmente sofre reformas gráficas. É o jornal oficial do estado e
tem edições conjuntas para sábados e domingos e feriados.
Diário da Borborema: Fundado por Assis Chateaubriand em outu-
bro de 1957, tem 50 anos integra o Grupo Associados no Estado. Pas-
sou por recente reforma gráfico-editorial. Contem quatro cadernos e
produz três suplementos em parceria com o jornal O Norte, sediado
na capital, do mesmo grupo. Tem versão online. Não circula às segun-
das.
Em nenhum dos jornais foi identificada uma editoria específica
para Ciência e Tecnologia. O Diário da Borborema publica semanal-
mente, aos domingos, o suplemento Educação e Informática, respon-
sável por um pequeno número do total de UN’s encontradas nele.
Gráfico 1 - Levantamento dos autores
Conclusões
Referências bibliográficas
Intercom. (s.d.)
PECHULA, Marcia Reami. Os signos mítico-sagrados na
divulgação científica dos meios de comunicação de massa.
Trabalho apresentado no NP15 – Núcleo de Pesquisa Semiótica
da Comunicação, XXV Congresso Anual em Ciência da
Comunicação, Salvador/BA, 04 e 05. Setembro. 2002.
PÍNEDA, Elsa Acevedo Beatriz. Ciencia y público. Disponível
em: <<http:// www.oei.es/salactsi/elsa5.htm>> Acessado dia
9/10/07
SILVA, M. R. da & CARNEIRO, M. H. da S. Popularização da Ciência:
Análise de uma situação não-forma de ensino. Disponível
em: << http://www.anped.org.br/reunioes/29ra/trabalhos/
trabalho/GT16-2664--Int.pdf >> Acessado dia 10/04/08
SOUSA, C. M. A presença da ciência e tecnologia na mídia
impressa paulista. IN: Revista FAPESP - Indicadores de Ciência,
Tecnologia e Inovação em São Paulo, 2001
Jornalismo Científico & Desenvolvimeno Regional | 335
Resumo:
Introdução
à sociedade.
Na categoria Curiosidades temos matérias em que temas científi-
cos inusitados são explicados. As curiosidades aparecem na forma de
matérias completas – com texto em off do repórter e sonoras4 –, ou,
mais regularmente, como notas-vivo5. Essa última opção indica que os
temas escolhidos são considerados dignos de menos espaço no tele-
jornal, apesar de interessantes o suficiente para serem citados. Seus
temas são normalmente inusitados, destacando ocorrências raras na
natureza, tais quais cometas e animais exóticos.
Um exemplo pode ser encontrado na edição do JN do dia 22 de
fevereiro de 2007, quando uma nota-vivo sobre uma lula gigante cap-
turada por pescadores na Antártida levou 20 segundos em que dados
científicos sobre “o maior ser invertebrado do planeta” eram apresen-
tados. Fátima Bernardes, apresentadora do JN, diz: “Cientistas esti-
mam que (a lula colossal) pode chegar a 14 metros de comprimento”,
enquanto imagens da lula fazem parecer minúsculo um homem ao
lado da piscina em que ela está nadando. A peculiaridade desse tipo
é que a escolha de seus temas advém claramente de um interesse
sensacionalista de espetacularizar os fatos.
Pesquisa como coadjuvante é uma categoria em que a investigação
científica surge como uma parte da matéria, funcionando como o gan-
cho inicial ou um dos argumentos. Assim, a amplitude da produção
jornalística vai além da apresentação da pesquisa em si. Ou seja, o
estudo está dentro de um contexto maior, a matéria não se restringe,
portanto, à apresentação da pesquisa em si.
Uma matéria sobre preocupações ecológicas, em época de aque-
cimento global, usou como pano de fundo uma pesquisa da Univer-
sidade de São Paulo, em Ribeirão Preto. Exibida em 21 de março de
2007, a reportagem trazia diversas opções para a reciclagem do óleo
de cozinha como uma forma de não agressão ao meio ambiente. De-
pois de uma contextualização sobre caos ambiental em que estamos
vivendo e de como o óleo de cozinha contribui para essa situação, a
reportagem traz dicas de como reutilizar o material. É nesse momento
que surge a pesquisa acadêmica que transforma o óleo em biodiesel.
estuda.
Como resultado principal, pudemos observar, portanto, que,
no tipo mais comum de inserção de ciência no material analisado, que
denominamos Especialista-opinador, não é o avanço da ciência o cen-
tro da abordagem jornalística, mas a opinião do cientista, o seu discur-
so científico.
Aqui se pode afirmar que o recurso à autoridade sem dúvida
tem grande peso na escolha jornalística por suas fontes. Percebe-se
ainda que, quando um assunto é tão relevante que prende a atenção
do público mesmo não sendo a novidade do dia, a maneira mais fácil
de retomá-lo é chamando um especialista a falar. Nesse caso, o alar-
gamento do prazo para a produção da reportagem flexibiliza o forma-
to primordialmente factual das matérias veiculadas pelos telejornais,
dando tempo para que os especialistas no assunto sejam localizados e
acionados.
Considerações finais
Referências
A informação científica
no jornal nacional
Diego Andres Salcedo1
Isaltina Maria de Azevedo Mello Gomes2
Resumo:
1Fonte:<http://www.telehistoria.com.br/canais/jornalisticos/globo/jornalnacional.
htm>. Acessado em 31/01/2008
Jornalismo Científico & Desenvolvimeno Regional | 349
CNPq2.
Gráfico 1 – Áreas do Conhecimento - CNPq
2 http://www.cnpq.br/areasconhecimento/index.htm
Jornalismo Científico & Desenvolvimeno Regional | 351
Conclusões
Referências
Resumo
Introdução
Considerações Finais
Referências bibliográficas
Carlos Cipriano1
Rosimare N. G. Araújo2
Maria Salett Tauk Santos3
Resumo:
Introdução
Considerações Finais
“(...) a criança não pode mais ser considerada como um não adul-
to, o quase adulto, o adulto incompleto, alguém que ainda não é!
Ao contrário, ela deve ser percebida como sujeito social, pessoa,
gente, cidadã que, como tal é determinada pelos aspectos histó-
ricos, econômicos, políticos e socioculturais do meio em que está
inserida.” (KRAMER: 1992. p.120)
Referências Bibliograficas
Resumo
Com a consolidação da pesquisa científica nacional, o Jornalismo
Científico vem progredindo com suas contribuições para a sociedade.
As universidades como uns dos incentivos fundamentais na divulga-
ção das informações científicas a um público maior trazem reflexões
quanto ao Jornalismo Científico na TV. O programa Conexão Ciência,
incluído nesse contexto, é um espaço de divulgação e de discussões
sobre as pesquisas desenvolvidas na UFPB e nas universidades públi-
cas do Estado da Paraíba.
Introdução
Considerações finais
áreas.
O compromisso do profissional do JC tem que ir além da academia,
precisa progredir e procurar o que interessa ao público, na tentativa
de construção de uma ciência pública que condiz com os propósitos
de integração da cidadania. A responsabilidade com as informações
científicas e as fontes remete a uma leitura mais consistente do meio
o qual está envolvido e assim preparado para obter uma melhor rela-
ção com a comunidade científica. A partir disto, o discurso jornalístico
é construído com criticidade sobre uma ciência que possui convergên-
cia e divergência de interesses.
Divulgar ciência é divulgar economia, política e cultura, pois es-
tão intrínsecas as questões que norteiam a comunidade científica. Por
isso, o direito da sociedade quanto à informação científica, especial-
mente através dos meios de comunicação de massa são essenciais
para uma comunicação pública da ciência. Embora seja transmitido
por um canal fechado, o Programa Conexão Ciência tenta cumprir o
papel não apenas de uma disseminação científica, todavia de uma di-
vulgação científica trabalhando as peculiaridades do JC nas produções
das pautas.
As relações jornalista científico e cientista são contempladas na
estrutura do projeto Conexão Ciência por meio dos processos de bus-
ca e divulgação do conhecimento científico realizados. A importância
em entender as diferenças de linguagem do discurso jornalístico e do
discurso científico, visto que o profissional da comunicação atinge um
maior público e o cientista volta seus trabalhos para um grupo restri-
to, é ter uma visão sistêmica do assunto que será abordado. Isto se
vale para o jornalista no papel de mediador da informação científica,
e também ao pesquisador na condução da disseminação e divulgação
de suas produções.
Portanto, refletimos sobre as divulgações das produções acadêmi-
cas dos pesquisadores inseridas na televisão universitária e a relação
com a comunicação pública da ciência e o desenvolvimento regional.
Referências
Resumo:
entrevistada.
Neste contexto, Bertolli Filho (2006, p. 18) nos alerta que o sensa-
cionalismo e a espetacularização se delimitam como características da
prática do jornalismo científico e também são alegorias consagradas
na mídia de modo geral:
Considerações Finais
Referências Bibliograficas
abril. 2008.
FALCÃO, Verônica. Dupla Hélice: Aos jornalistas, auxílio; aos
cientistas, preparo para lidar com a imprensa. In: Formação e
informação científica: jornalismo para iniciados e leigos. Org.
BOAS, Vilas Boas. São Paulo: Summus, 2005.
OLIVEIRA, Fabíola. Jornalismo Científico. São Paulo: Contexto,
2005.
PIPPI, Joseline e PERUZZOLO, Adair Caetano. Mídia impressa:
Jornalismo científico e interdiscursividade na popularização da
ciência. In: SILVEIRA, Ada Cristina Machado da (org). Divulgação
científica e tecnologias de informação e comunicação. Santa
Maria: Facos, 2003.
SAGAN, Carl. O mundo assombrado pelos demônios: A ciência
vista como uma luz no escuro. São Paulo: Companhia das letras,
2002.
SODRÉ, Muniz; FERRARI, Maria Helena. Técnica de reportagem:
notas sobre a narrativa jornalística. São Paulo: Summus, 1986.
402 | Jornalismo Científico & Desenvolvimento Regional
Resumo:
Introdução
Metodologia
Os resultados e as discussões
mento”. Apenas 2,4% deram outras respostas como “meio que a mídia
utiliza para interagir e influenciar o público” e “meio de comunhão
entre a humanidade e a tecnologia”. Um total de 3,8% dos jovens não
respondeu à questão.
Sobre o conceito de Ciência, o questionário pergunta: O que você
entende por ciência?. Nessa questão, 85,2% dos entrevistados deram
respostas que podem ser resumidas em “estudo dos seres vivos e dos
fenômenos naturais”; 4,3% um “meio de descobertas”; e 8,9% deram
outras respostas, entre estas, muito citadas foram as relacionadas à
“evolução”. Já sobre a pergunta Você acredita que existe alguma rela-
406 | Jornalismo Científico & Desenvolvimento Regional
Considerações finais
Referências bibliográficas
Ciência na rede: a
experiência regional
Karliane Sousa Coelho1
Mary Sandra Pinheiro Landim2
Andreza Albuquerque3
Cidoval Morais de Sousa4
Resumo
Ciência e comunicação na
sociedade contemporânea
1 Graduanda em Comunicação Social – Jornalismo, Bolsista do Programa Institucional
de Bolsa de Iniciação Científica PIBIC/CNPq/UEPB
2 Graduanda em Comunicação Social – Jornalismo (3° ano) pela Universidade Estadual
da Paraíba (UEPB)
3 Graduanda em Comunicação Social – Jornalismo (3° ano) pela Universidade Estadual
da Paraíba (UEPB)
4 Jornalista, Doutor em Geociências pela Universidade de Campinas/SP e Professor de
Jornalismo da Universidade Estadual da Paraíba.
414 | Jornalismo Científico & Desenvolvimento Regional
Aspectos Metodológicos
Este é um estudo de natureza quanti-qualitativa com caráter ex-
ploratório. Como corpus da pesquisa foram utilizados cinco portais de
notícias do estado da Paraíba, sendo dois da cidade de João Pessoa,
Wscom (www.wscom.com) e Portal PB (www.portalparaiba.com.br),
dois da cidade de Campina Grande, Paraíba Online (www.paraibaonli-
ne.com.br) e Paraíba News (www.paraibanews.com.br) e um da cida-
de de Guarabira, portal Brejo (www.brejo.com).
Para a apreciação dos resultados e estudo foram utilizadas ferra-
mentas da Análise de conteúdo. As amostras selecionadas para esta
pesquisa passaram pelo método de tratamento e análise de informa-
ções, consubstanciadas em um documento, no caso a cópia impressa
ou virtual do material publicado. Este processo foi feito com base em
Bardin (1977), que conceitua este método como um conjunto de téc-
nicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos
sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens
(quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos
relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) des-
tas mensagens.
Para o corpus do trabalho foram selecionados cinco portais de no-
tícias do estado da Paraíba. Essa escolha foi feita a partir de pesquisas
na internet, através do site Google (www.google.com.br), usando o
termo “portais de notícias da Paraíba”. Desta primeira busca foram
selecionados 28 portais. Para fazer parte do corpus os portais precisa-
vam ter dois anos de existência ininterrupta no ar, ter características
locais e/ou regionais, não pertencer a nenhum grupo de comunicação
418 | Jornalismo Científico & Desenvolvimento Regional
Quanto à origem
Jornalismo Científico & Desenvolvimeno Regional | 419
GRÁFICO 01
GRÁFICO 02
Curiosamente o portal que apresenta o maior número de notícias
GRÁFICO 03
Dimensão Qualitativa
Para expormos as dimensões qualitativas vamos exemplificar com
trechos de textos extraídos das matérias em análise. A cada exposição
será apresentada uma parte da matéria.
A Divulgação Científica, nos portais de notícias da Paraíba, se
apresenta de forma descontínua, fragmentada, descontextualizada.
Não existe uma cultura de divulgação, uma periodicidade percebível
e nem alguma preocupação com a intensificação da cobertura cien-
tífica em momentos específicos. Na maioria das matérias ouvem-se
apenas fontes oficiais, desconsiderando outros grupos relevantes da
sociedade. Estas características podem ser observadas nas seguintes
matérias:
•“A Levi Strauss & Co, fabricante do jeans Levi’s, anunciou ontem
422 | Jornalismo Científico & Desenvolvimento Regional
Considerações Finais
A região delimitada pela pesquisa, ou seja, a Paraíba e ainda mais
especificamente, Campina Grande é conhecida por sua produção
cientifica e tecnológica, pois se trata de um pólo universitário, onde
a produção de conhecimento encontra-se em franca expansão. Uma
evidência desse fato é a ampliação dos cursos de pós-graduação (mes-
trado e doutorado) nas três grandes universidades públicas do estado:
UFPB, UFCG e UEPB. Seria contradição então afirmar que é a falta de
pautas para ser abordadas na área de C&T o motivo da ausência de
cobertura local para esse assunto.
A produção local de C&T não está sendo pauta para a mídia online
na Paraíba, seja pela falta de Assessorias de Imprensa nas instituições
de fomento de ciência ou pela falha das assessorias que já existem
em algumas instituições, ou ainda pela falta de especialização dos jor-
nalistas que ao tratarem deste assunto não conseguem exercer com
responsabilidade o papel de divulgador científico com todas as suas
424 | Jornalismo Científico & Desenvolvimento Regional
Referências Bibliográficas
BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. Tradução de Luís
Antero Reto e Augusto Pinheiro. Edições 70: Lisboa, 1977, p.
74.
CUNHA, L. Publicações científicas por meio eletrônico.
Perspectivas em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 1,
n.1, p.77-92, jan./jun. 1996.
MEDEIROS, Arilene Lucena. A relação ciência-tecnologia-
sociedade na divulgação científica sobre medicina e saúde na
TV aberta brasileira. Centro Federal de Educação Tecnológica
do Rio Grande do Norte. Trabalho apresentado à Sessão de
Temas Livres.
MONTEIRO, Maria da Graça Miranda de França . O Cientista,
a Imprensa e a Comunicação Pública da Ciência. In: Gustavo
Cimadevilla. (Org.). Comunicación, tecnología y desarollo. 1 ed.
Río Cuarto: Universidad Nacional de Río Cuarto, 2006.
SCHWARTZMAN, Simon. The dynamics of science and research
in contemporary societies, London, Thousand Oaks e New
Delhi, Sage Publications, 1994. Incluído em A Redescoberta da
Cultura, São Paulo, EDUSP, 1997.
426 | Jornalismo Científico & Desenvolvimento Regional