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Pode-se dizer que um método especial de recuperação é empregado para atuar nos
pontos onde o processo convencional falhou, ou falharia caso fosse empregado.
As baixas recuperações resultantes de um processo convencional de injeção de fluidos
podem ser creditadas basicamente a dois aspectos principais: alta viscosidade do óleo do
reservatório e elevadas tensões interfaciais entre o fluido injetado e o óleo.
Quando a viscosidade do fluido injetado é muito menor que a do fluido a ser
deslocado, o primeiro se move muito mais facilmente no meio poroso, encontrando caminhos
preferenciais e se dirigindo rapidamente para os poços de produção. O óleo fica retido porque
o fluido injetado não se propaga adequadamente no reservatório, ficando grandes volumes de
rocha no qual o deslocamento não se processou.
No caso de altas tensões interfaciais, a capacidade do fluido injetado de desalojar o
óleo do reservatório para fora dos poros é bastante reduzida, deixando saturações residuais
elevadas de óleo nas regiões já contatadas pelo fluido injetado.
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Com isso, fez-se aqui o acompanhamento de um estudo realizado no Rio Grande do Norte
[ÊELEÇÃO DE TENÊOATIVOÊ NÃO IÔNICOÊ PARA UÊO NA RECUPERAÇÃO AVANÇADA DE
PETRÓLEO], que tinha como objetivo estudar e selecionar tensoativos derivados da indústria
de petróleo, capazes de diminuir as interações interfaciais entre os fluidos, para assim
proporcionar um melhoramento do escoamento do óleo no reservatório, aumentando a
produção de petróleo.
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As Figuras 5.1 a 5.5 mostram os resultados de c.m.c para os tensoativos não iônicos
dos tensoativos com anel aromático e etoxilados.
A partir das Figuras 5.1 a 5.5, observa-se que o aumento do grau de etoxilação reduz o
valor da c.m.c. Percebe-se ainda que o aumento da solubilidade diminui a c.m.c destes
tensoativos. Diante disto, pode-se observar a presença de dois fenômenos: um diz respeito ao
tamanho da molécula, que sendo aumentada provoca uma maior possibilidade de interação
entre as mesmas, viabilizando uma c.m.c em concentrações mais baixas; o segundo ponto é a
presença do sal, que diminui as interações da parte etoxilada do tensoativo com a água, o que
provoca uma possível redução do tamanho aparente da molécula, diminuindo suas interações
e evidenciando num aumento da c.m.c. Pode-se ainda deduzir que a presença do sal propicia
uma variação da curvatura da molécula, acelerando o processo de formação de micelas e
conseqüentemente o aumento da c.m.c.
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Para os tensoativos de cadeia linear pode-se concluir também que o aumento da
molécula diminui a c.m.c pelo mesmo fato que corre com os tensoativos com anel aromático.
No caso do efeito do sal percebe-se que, ao contrário do que ocorre com os tensoativos com
anel aromático, a presença dos íons diminui a c.m.c, que pode ser provocada pela ausência do
anel na cadeia destes tensoativos sofrendo menor influencia na curvatura da micela. Neste
caso, o sal provoca uma redução na temperatura de turbidez, como observado na Tabela 5.3.
O abaixamento da temperatura de turbidez provoca a redução da c.m.c devido à diminuição
da interação da parte etoxilada do tensoativo com o meio aquoso.
iônicos, aqueles com BHL inferior a 15, por apresentarem hidrofilicidade menor, obtiveram
valores mais altos de c.m.c. Por outro lado, os de BHL superior a 15, apresentaram valores
mais baixos de c.m.c devido sua melhor solubilidade.
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A determinação da temperatura de turbidez se faz necessária para o estudo em questão,
uma vez que a temperatura de reservatório pode chegar a 70 ºC. Acima do ponto de turbidez
há a formação de duas fases, uma com alta concentração de tensoativo, chamada de
coacervato, e outra com baixa concentração de tensoativo, chamada diluída.
Quando a solução de tensoativo turva-se, o coacervato pode se depositar na rocha,
dificultando o escoamento. Devido a este processo de adsorção há uma redução do número de
micelas, podendo este valor ficar abaixo da c.m.c e conseqüentemente ocasionar uma perca
de eficiência na redução da tensão interfacial. A Tabela 5.3 mostra a temperatura de turbidez
dos tensoativos não iônicos assim como o Balanço Hidrófilo-Lipófilo (BHL).
De acordo com os dados exibidos na Tabela 5.3, dentre os tensoativos de cadeia linear
e etoxilados, apenas aquele com maior grau de etoxilação, T12, apresenta ponto de turbidez
acima da temperatura de reservatório.
aumenta o ponto de turbidez dos tensoativos não iônicos. Porém, a cadeia apolar do
tensoativo também pode influenciar no ponto de turbidez.
De acordo com os resultados apresentados com os ensaios de turbidez, os tensoativos T6, T7,
T8 e T9 não são indicados para o processo de recuperação de petróleo com tensoativos, pois
apresentam baixo ponto de turbidez.
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Como pode ser observado na Tabela 5.5, todos os tensoativos testados apresentaram
redução na tensão interfacial entre as fases oleosa e aquosa. Além disso, percebe-se que a
tensão interfacial aumenta com o aumento da cadeia polietoxilada. Desta maneira, os
tensoativos com grau de etoxilação menores obtiveram valores mais significativos na redução
da tensão interfacial quando comparados aos tensoativos com grau deetoxilação maiores.
O fato do aumento da etoxilação aumentar a tensão interfacial se dá devido a este aumento
diminuir a afinidade do tensoativo pela fase orgânica, e este parâmetro é imprescindível na
atuação do tensoativo na redução da tensão interfacial. É esperado que tensoativos com
forças de afinidades entre óleo e água similares apresentem baixíssimas tensões interfaciais.
Pelos resultados apresentados, este equilíbrio deve ser obtido utilizando tensoativos com
menores graus de etoxilação.
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