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Teoria Sensores
Teoria Sensores
Sensores Industriais
Este capítulo examina os tipos e usos de sensores industriais. Discute sensores digitais e
analógicos e o seu cabeamento.
A NECESSIDADE DE SENSORES
TIPOS DE SENSORES
Os sensores são classificados de várias maneiras; uma classificação comum é: sensores com
contato ou sem-contato. Se o dispositivo precisa contactar uma peça para a detectar, o dispositivo é
um sensor do contato. Um interruptor de limite simples em uma correia transportadora é um
exemplo. Quando a peça move uma alavanca no interruptor, o interruptor muda de estado. O
contato da peça e do interruptor cria uma mudança no estado que o PLC pode monitorar.
Os sensores sem-contato podem detectar uma peça sem tocar nela fisicamente, o que evita o
retardo ou a interferência no processo. Os sensores sem-contato (eletrônicos) não operam
mecanicamente (i.e., não têm nenhuma peça móvel) e são mais confiáveis e menos sujeitos a falhas
do que sensores mecânicos. Os dispositivos eletrônicos são também muito mais rápidos do que
dispositivos mecânicos, assim, dispositivos sem-contato podem trabalhar em taxas muito elevadas
de produção.
O restante deste capítulo examina sensores sem-contato.
Sensores Digitais
SENSORES DIGITAIS
Sensores Óticos
Todos os sensores óticos usam a luz para detectar objetos. Uma fonte de luz (emissor) e um
fotodetector sentem a presença ou a ausência da luz. LEDs (diodos emissores de luz), que são
diodos semicondutores que emitem luz, são usados tipicamente como fontes de luz porque são
pequenos, resistentes, muito eficientes e podem ser ligados/desligados em velocidades
extremamente elevadas. Operam em um comprimento de onda estreito e são muito confiáveis. Os
diodos emissores de luz não são sensíveis à temperatura, choque, ou à vibração e tem uma vida útil
quase infinita. O tipo de material usado para o semicondutor determina o comprimento de onda da
luz emissora.
Os diodos emissores de luz existentes nos sensores são usados normalmente em “pulsos”. O
emissor de luz é pulsado (desligado e ligado repetidamente). O tempo de permanência “ligado” é
pequeno comparado ao tempo “desligado”. Os LEDs são pulsados por duas razões: para impedir
que o sensor seja afetado pela luz ambiental, e para aumentar a vida útil do diodo emissor de luz.
Isto é também chamado de “modulação”.
O fotodetector detecta a luz pulsante. O receptor e o emissor são ambos “ajustados” à
freqüência da modulação. Assim, o fotodetector essencialmente ignora toda a luz ambiental e
percebe somente a freqüência correta. As fontes de luz escolhidas são geralmente invisíveis ao olho
humano e os comprimentos de ondas são escolhidos de modo que os sensores não sejam afetados
por outras fontes de iluminação da fábrica. O uso de comprimentos de ondas diferentes permite que
alguns sensores, chamados de sensores de marcação colorida, diferenciem diversas cores. O método
de pulsar a luz e o comprimento de onda escolhido fazem dos sensores óticos dispositivos muito
confiáveis.
Algumas aplicações para sensores utilizam a luz emitido por materiais materiais aquecidos
ao rubro, tais como o vidro ou o metal. Nestas aplicações, utilisam-se receptores sensíveis à luz
infravermelha.
Todos os vários tipos de sensores óticos funcionam basicamente da mesma maneira. As
diferenças estão na maneira em que a fonte de luz (emissor) e o receptor são configurados e
encapsulados.
Sensibilidade Claro/Escuro: Os sensores óticos são fabricados para serem sensibilizados pela luz ou
pela escuridão, chamados também de liga-na-luz e liga-no-escuro. De fato, muitos sensores podem
ser comutados entre estas duas modalidades.
Sensibilidade à Luz (Light-on): A saída fica energizada (on) quando o sensor recebe o feixe de luz
modulada. Ou seja, o sensor é ligado quando o feixe está desobstruído.
Sensibilidade ao Escuro (Dark-on): A saída fica energizada (on) quando o sensor não recebe o feixe
modulado. Ou seja, o sensor é ligado quando o feixe é obstruído. Luzes de rua são exemplos de liga-
no-escuro. Quando começar a anoitecer, a luz das luminárias nos postes são ligadas.
Sensores de Reflexão: Um dos tipos mais comuns de sensores óticos é o tipo reflexivo ou de reflexão
difusoa. O emissor e o receptor de luz são encapsulados na mesma peça. O emissor emite a luz, que
incide no produto a ser detectado. A luz refletida retorna ao receptor onde é detectada (figura
abaixo). Os sensores reflexivos têm menor poder de detecção (alcance) do que outros tipos de
sensores óticos porque dependem da luz refletida no produto.
Sensor tipo Reflexivo. O emissor e o receptor de luz estão no mesmo pacote. Quando a luz do
emissor bate em um objeto, o receptor detecta e a saída do sensor muda de estado. A distância
de detecção (alcance) deste tipo de sensor é limitada pela capacidade do objeto de refletir a luz
em direção ao receptor.
Sensor de Retroreflexão: Este sensor é similar ao sensor de reflexão. O emissor e o receptor são
ambos montados no mesmo pacote. A diferença é que a luz é refletida de um refletor em vez do
produto. Este refletor é similar àqueles usados em bicicletas. Os sensores de retroreflexão possuem
maior alcance do que sensores reflexivos comuns mas menor alcance do que sensores de ruptura-de-
feixe. São uma boa opção quando o “scanning” só pode ser feito a partir de um lado da aplicação, o
que ocorre geralmente quando há limitação de espaço.
Sensor de retroreflexão. O emissor e o receptor de luz estão no mesmo pacote. A luz é rebatida
em um refletor e é detetada pelo receptor. Se um objeto obstruir o feixe, a saída do sensor muda
de estado.
Sensor de Fibra-ótica: Um sensor de fibra ótica é simplesmente uma mistura dos outros tipos. O
emissor e o receptor são os mesmos mas com um cabo de fibra ótica unido a cada um dos dois. Os
cabos são muito pequenos e flexíveis e funcionam como uma “tubulação” para carregar a luz.
Existem cabos disponíveis nas configurações ruptura-de-feixe e reflexiva.
Sensor Laser: Um sensor a laser é usado também como uma fonte de luz para sensores óticos que
executam funções de inspeções de precisão e qualidade que requerem medições muito exatas. Esta
precisão pode chegar a ser tão pequena quanto alguns mícrons. Um LED de luz laser é usado como
a fonte de luz. As saídas podem ser analógicas ou digitais. As saídas digitais podem ser usadas para
sinalizar OK/Falha ou outras indicações. A saída analógica pode ser usada para monitorar e gravar
medidas reais.
Um Codificador Incremental
Codificador Tacômetro: Chamado às vezes de codificador single-track, um codificador tacômetro
tem somente uma saída e não pode detectar o sentido do curso. Sua saída é uma onda quadrada; sua
velocidade pode ser determinada pela freqüência dos pulsos.
Codificadores Absolutos: O codificador absoluto fornece um byte de saída com um único padrão que
representa cada posição. Os LEDs e os receptores são alinhados para ler o padrão do disco. Muitos
tipos de esquemas de codificação podem ser usados para o padrão do disco; os mais comuns são:
tons de cinza, natural, binário, e binary-coded-decimal (BCD). Tons de cinza e binário natural
permitem até 256 contagens (8 bits). O código de cinzas é muito popular porque é um código não-
ambíguo.
Sensor Ultrasônico: Um sensor ultrasônico usa o som de alta freqüência para medir a distância
emitindo ondas e medindo o tempo de retorno. A distância ao objeto é proporcional ao tempo de
retorno. Um sensor ultra-sônico realiza medidas muito precisas; a precisão para objetos tão
pequenos como 1.0 milímetro pode ser de mais ou menos 0.2 milímetro. Algumas câmeras
fotográficas usam detecção ultra-sônica para determinar a distância ao objeto a ser fotografado.
Utilizando técnicas de interferometria, pode-se detectar distâncias de uma fração do
comprimento de onda emitido. Desta maneira consegue-se uma precisão enorme, já que a luz
emitida tem comprimento de onda na escala de 0.0005 milímetros.
Sensor Indutivo
Usados para detectar objetos metálicos, o sensor indutivo trabalha pelo princípio da
indução eletromagnética. Funciona de maneira similar aos enrolamentos primários e secundários de
um transformador. O sensor tem um oscilador e uma bobina; juntos produzem um campo
magnético fraco. Quando um objeto entre no campo, pequenas correntes são induzidas na superfície
do objeto. Por causa da interferência com o campo magnético, energia é extraida do circuito
oscilador do sensor, diminuindo a amplitude da oscilação e causando uma queda de tensão
(voltagem). O circuito de detecção do sensor percebe a queda de tensão do circuito do oscilador e
responde mudando o estado do sensor.
Sensores Indutivos.
Hysteresis: A histerese significa que um objeto deve estar mais perto de um sensor para liga-lo do
que para desliga-lo (veja figura abaixo). O sentido e a distância de detecção são importantes. Se o
objeto estiver se movendo em direção ao sensor, deve mover-se para o ponto mais próximo para
liga-lo. Uma vez ligado (on-point), permanece ligado até que o objeto se mova para o ponto de
liberação (off-ponto). A histerese permite este efeito. O princípio é usado eliminar a possibilidade de
“enganar” o sensor. O sensor está sempre ligado ou desligado.
A histerese é uma característica interna nos sensores de proximidade que ajuda a estabilizar
a detecção de peças. Imagine um frasco movendo-se numa correia transportadora. A vibração faz
com que o frasco balance enquanto se move ao longo da transportadora. Se o on-point for o mesmo
que o off-point e o frasco balançar enquanto passar pelo sensor, poderia ser detectado muitas vezes.
Quando a histerese for utilizada, entretanto, o on-point e o off-point ficam em distâncias diferentes
do sensor.
Para ligar o sensor, o objeto deve estar mais próximo do que o on-point. A saída do sensor
permanece “on” até que o objeto se afaste além do off-point, evitando multiplas leituras indesejadas.
Sensores Capacitivos
Os sensores capacitivos podem detectar objetos metálicos e não metálicos assim como
produtos dentro de recipientes não metálicos. Estes sensores são usados geralmente na indústria de
alimento e para verificar os níveis de fluidos e sólidos dentro de tanques. Os sensores capacitivos são
mais sensíveis à flutuação da temperatura e da umidade do que o são os sensores indutivos, mas os
sensores capacitivos não são tão precisos quanto os indutivos. A precisão pode variar de 10 a 15 por
cento em sensores capacitivos.
Um sensor capacitivo
SENSORES ANALÓGICOS
Existem muitos tipos de sensores analógicos. Muitos dos tipos são disponibilizados com
saída digital ou analógica. Os fotosensores e os sensores de campo estão disponíveis com saída
análoga.
Sensores analógicos fornecem muito mais informação sobre um processo do que sensores
digitais. Suas saídas variam dependendo das condições a serem medidas.
A acuidade pode ser definida como quão próxima é a medida fornecida pelo sensor da
quantidade verdadeira que está sendo medida. A precisão determina quão próximos são os valores
fornecidos por diversos sensores ao medir uma mesma variável. A repetibilidade é habilidade de um
sensor de repetir suas leituras precedentes.
Termopares
Um termopar pode ser feito torcendo o tipo desejado de fio e juntando as pontas com uma solda
de prata. Para medir a mudança de temperatura, o fio é cortado ao meio para se introduzir um
medidor. A tensão é proporcional à diferença na temperatura entre as junções quentes e frias. O
fio que conecta o termopar ao módulo do PLC é um par trançado protegido por blindagem. A
blindagem em torno do par trançado elimina problemas com o ruído elétrico. A blindagem é
aterrada no dispositivo do controle.
O princípio da operação baseia-se em unir metais diferentes e produzir uma pequena tensão.
A saída da tensão é proporcional à diferença na temperatura entre as partes frias e quentes.
Thermistors
Strain Gages
Strain gages medem a força baseado no princípio que quanto mais fino é um fio, mais
elevada sua resistência. Em outras paalvras, um fio com um diâmetro menor apresenta uma
resistência mais elevada do que um fio com um diâmetro maior. Se pegamos um fio elástico,
podemos esticá-lo e medir a mudança na resistência porque seu diâmetro diminui no meio,
aumentando a resistência. A mudança na resistência comparada à mudança na voltagem apresenta
um comportamnto bem linear. Se uma corrente constante for fornecida a um strain gage e a força
aplicada ao mesmo variar, a resistência do strain gage variará e a mudança na voltagem medida será
proporcional à esta mudança na força.
Este tipo de sensores têm muitos usos. São usados para a medida da pressão ligando-os a
uma membrana que seja exposta à pressão e também são utilizados para medidas de cargas. Outra
aplicação são em acelerômetros. A maioria dos strain gages têm o fio disposto em zig-zag e colado
sobre um revestimento protetor de papel ou membrana (veja a figura a seguir). Devem ser aplicados
corretamente porque são sensíveis à mudança das forças em apenas um sentido. Por isso, contêm
normalmente uma seta que indica o sentido em que devem ser montados. São geralmente afixados
com o uso adesivos.
Sensores de Pressão
Sensores de pressão tipicamente medem e controlam fluidos tais como gáses e líquidos.
Alguns sensores da pressão operam através de uma mudança na resistência, alguns através de uma
mudança na capacitância e alguns através das mudanças na indutância. Um sensor da pressão tipo
strain gage une um strain gage a uma membrana que é esticada proporcionalemte à pressão aplicada
a ela. Se uma corrente constante for aplicada ao strain gage, sua tensão da saída muda de maneira
corresponde à mudança na pressão.
Sensor de pressão do tipo Strain-gage. O círculo representa uma membrana à qual é aplicada a pressão.
CONSIDERAÇÕES PARA INSTALAÇÃO DE SENSORES
Elétricas
Mecânicas
Os sensores mecânicos devem ser montados horizontalmente sempre que possível para
impedir o acúmulo das lascas e resíduos sobre o sensor, o que poderia causar falsas leituras. Em
uma posição vertical, pequenas lascas, sujeira, óleo e assim por diante, podem acumular-se na
superfície do sensor, causando mal funcionamento. Na posição horizontal, estes resíduos
escorregam e caem. Se por acaso o processo exigir que o sensor deva ser montado verticalmente,
deve ser previsto procedimentos e dispositivos para remover a sujeira periodicamente, normalmente
através de sopros de ar ou banhos de óleo.
Um cuidado importante a se tomar é evitar que o sensor detecte sua própria estrutura de
montagem. Por exemplo, um sensor indutivo instalado impropriamente em um dispositivo de aço
pode detectar o próprio dispositivo. Além disso, se dois sensores forem montados demasiado juntos,
podem interferir um com o outro e causar detecções erráticas.
APLICAÇÕES TÍPICAS
Sensores simples podem ser usados para decidir se o produto está presente. Imagine um
fabricante que produza três tamanhos diferentes de pacotes numa mesma linha de produção. Os
tamanhos dos produtos são aleatórios ao longo de uma correia transportadora. Quando cada pacote
chega na extremidade da linha produtiva, o PLC deve saber que tamanho de produto está presente.
Isto pode ser feito muito fàcilmente utilizando três sensores simples. Se somente um sensor estiver
ligado, um produto pequeno está presente. Se dois sensores estiverem ligados, trata-se de um
produto médio. Se os três sensores estiverem ligados, o produto é de tamanho grande. A mesma
informação poderia então ser usada para seguir a produção dos produtos de todos os tamanhos e
tempos de ciclo para cada um deles.
Sensores também podem ser usados para verificar se recipientes foram corretamente
preenchidos. Imagine frascos de aspirina movendo-se ao longo de uma transportadora já lacrados e
tampados. Sensores simples podem detectar através da tampa e do lacre e certificar que o frasco está
cheio. Um sensor, chamado frequentemente de “gate-sensor”, detecta quando um frasco estiver
presente. Este tipo de sensor mostra quando um produto está no lugar. O PLC sabe então que um
produto está presente e pode executar outras verificações. Um segundo sensor detecta a aspirina
dentro do frasco. Se um frasco estiver presente, mas o sensor não detectar a aspirina em seu interior,
o PLC sabe que o frasco da aspirina não foi preenchido.
Como discutido anteriormente, os sensores podem monitorar temperaturas. Imagine por
exemplo, um sensor monitorando a temperatura em um forno de uma padaria. O PLC pode então
controlar o elemento calefator no forno para manter a temperatura ideal.
A pressão é vital em muitos processos. Máquinas injetoras forçam o plástico aquecido em
um molde sob uma dada pressão. Os sensores podem monitorar a pressão, a qual deve ser mantida
com exatidão ou as peças sairão defeituosas. O PLC pode monitorar o sensor e controlar esta
pressão.
Taxas de fluxo são importantes em processos industriais tais como a fabricação de papel. Os
sensores podem monitorar os fluxos de líquidos e de outras matérias primas. O PLC pode usar estes
dados para ajustar e controlar o fluxo do sistema. Departamentos de fornecimento de água
monitoram a vazão com que a água circula para calcular as contas de água dos consumidores.
A figura abaixo é uma ilustração de uma aplicação de temperatura e vazão. O sensor de
fluxo na parte superior à esquerda da máquina monitora o fluxo apropriado de água para
refrigeração que entra no resfriador. Um mostrador interno indica o ajuste correto para o fluxo e o
status do fluxo atual. O sensor à direita da máquina é um sensor de temperatura que pode ser
ajustado para uma temperatura específica e a um alarme (acionado segundo um ajuste pre-
determinado da temperatura).
→ uma aplicação que usa sensores de marcas coloridas para classificação de embalagens:
→ um fotosensor usado em uma aplicação de tamponagem de frascos. A saída deste sensor poderia
ser usada para distinguir entre os frascos que estão tampados e aqueles que não estão:
→ três aplicações de fibra ótica usadas para detectar objetos pequenos. Na primeira, o sensor verifica
para ver se há a presença de uma peça. A segunda usa um dispositivo especial de fibra ótica para
espalhar o feixe. A terceira verifica o diâmetro em uma aplicação para enrrolarar fitas:
→ um sensor indutivo que está sendo usado para verificar o uso correto de parafusos:
→ sensores capacitivos que verificam uma caixa para determinar se todos os nove frascos foram
carregados na caixa: