Você está na página 1de 26

CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE ELETRÓNICA, AUTOMAÇÃO E COMPUTADORES

Automação e Computadores

MANUAL – SENSORES E TRANSDUTORES

Versão nº1

Elaborado por: Prof. Alexandre Silva


repositorio.pt.to
Sensores e Transdutores

ÍNDICE

1. Introdução ............................................................................................................................. 3

2. Sensores com contato ........................................................................................................... 5

2.1. Interrutores de Fim de Curso ........................................................................................ 5

3. Sensores sem contato ........................................................................................................... 7

3.2. Sensores óticos.............................................................................................................. 8

3.2.1. Fotorresistência ..................................................................................................... 8

3.2.2. Fotodíodo .............................................................................................................. 9

3.2.3. Fototransístor ...................................................................................................... 10

3.2.4. Fototirístor .......................................................................................................... 10

3.3. Sensores de temperatura ............................................................................................ 11

3.3.1. Termístores ou Termistências ............................................................................. 11

3.3.2. Termopares ......................................................................................................... 11

3.4. Sensores de presença.................................................................................................. 12

3.4.1. Sensor infravermelho passivo ............................................................................. 12

3.4.2. Sensor infravermelho ativo ................................................................................. 13

4. Sensores que variam conforme o objeto ............................................................................ 14

4.1. Terminologia ............................................................................................................... 14

4.2. Sensores de proximidade indutivos ............................................................................ 15

4.3. Sensores de proximidade capacitivos ......................................................................... 16

4.4. Sensores ultrassónicos ................................................................................................ 17

4.5. Sensores fotoelétricos ................................................................................................. 18

4.6. Sensores de proximidade magnéticos ........................................................................ 20

4.7. Encoders ...................................................................................................................... 21

5. Considerações para a instalação de sensores ..................................................................... 23

6. Alimentação dos sensores................................................................................................... 23

7. Saídas dos sensores ............................................................................................................. 23

Página 1 de 26
Sensores e Transdutores

8. Ligação elétrica dos sensores .............................................................................................. 24

10. Bibliografia ...................................................................................................................... 25

Página 2 de 26
Sensores e Transdutores

1. INTRODUÇÃO
Os sensores são instrumentos que nos permitem extrair a informação contida por um objeto
ou um fenómeno.

Transdutor
Dispositivo que converte uma forma de energia ou quantidade física noutra.

Sensor
Fornece informação de entrada no nosso sistema a partir do mundo externo.

Por exemplo, um sensor fotoelétrico pode ser tanto um transdutor quanto um sensor
propriamente dito.
Dizemos que um sensor fotoelétrico é um transdutor quando ele converte energia luminosa
em energia elétrica. É o caso das células fotovoltaicas que convertem diretamente luz em
energia elétrica.
Por outro lado, temos sensores propriamente ditos que convertem luz numa variação de uma
grandeza elétrica qualquer como corrente ou resistência. Esse é o caso das LDR e dos
fotodíodos.

Página 3 de 26
Sensores e Transdutores

Escolha
Método de deteção, Gama de medida, precisão e sensibilidade das medidas, rapidez da
resposta, dimensões e peso do sensor, adaptabilidade ao meio ambiente, fiabilidade,
segurança e preço.

Tipologia
 Mecânico: comprimento, espessura, deslocamento, nível de um líquido, velocidade,
aceleração, angulo de rotação, número de rotações, massa, peso, força, pressão, grau
de vazio, momento, binário, velocidade de um fluxo, débito, oscilação

 Som: pressão acústica, nível de ruído

 Frequência: frequência, período

 Magnetismo: campo magnético, indução magnética

 Temperatura: temperatura, valor calórico, calor específico

 Ótico/Luz: brilho, variação de luminosidade, infravermelho, ultravioleta, cor,


intensidade

 Radiação: quantidade de irradiação, taxa de radiação

 Humidade: humidade, percentagem de água

 Químico: grau de pureza, densidade, composição, viscosidade, pH, granularidade,


concentração, massa específica, análise elétrica-líquida-sólida

Página 4 de 26
Sensores e Transdutores

2. SENSORES COM CONTATO


Os sensores são classificados de várias maneiras; uma classificação comum é: sensores com
contato ou sem contato. Se o dispositivo precisa contactar uma peça para a detetar, o
dispositivo é um sensor do contato. Um interruptor de fim de curso numa correia
transportadora é um exemplo. Quando a peça move uma alavanca no interruptor, o
interruptor muda de estado. O contato da peça e do interruptor cria uma mudança no estado
que o PLC pode monitorar.

2.1. Interrutores de Fim de Curso


O fim de curso é um interrutor de posição que se utiliza na
abertura automática de portas, como elemento de segurança,
para inverter o sentido de rotação de um motor ou para pará-lo.

Símbolo

Cabeça de
acionamento

Como se pode observar, o fim de curso é


composto por um contacto normalmente fechado
e outro normalmente aberto. Quando se
pressiona sobre a cabeça de acionamento, os
contactos mudam de posição, fechando o aberto e
abrindo o fechado.

Terminal Contacto NA Contacto NF


de entrada (Normalmente (Normalmente
Aberto) Fechado)

 O fim-de-curso mecânico é um sensor digital.


 São normalmente utilizados como sensores de proximidade.
 Existem numa grande variedade de formas para uma diversidade de aplicações.
 Os sensores digitais são indicados para operações do tipo “liga/desliga”.

Página 5 de 26
Sensores e Transdutores

As principais características dos sensores mecânicos são:


 Fáceis de integrar em máquinas de qualquer tipo;
 Requerem contato;
 Robustos.

Página 6 de 26
Sensores e Transdutores

3. SENSORES SEM CONTATO


Os sensores sem contato podem detetar uma peça sem tocar nela fisicamente, o que evita o
atraso ou a interferência no processo. Os sensores sem contato (eletrónicos) não operam
mecanicamente (isto é, não têm nenhuma peça móvel) e são mais confiáveis e menos sujeitos
a falhas do que sensores mecânicos. Os dispositivos eletrónicos são também muito mais
rápidos do que dispositivos mecânicos, assim, os dispositivos sem contato podem trabalhar
com índices muito elevados de produção.
Exemplos de sensores sem contato: sensores indutivos, sensores capacitivos, sensores
fotoelétricos, sensores ultrassónicos, sensores de proximidade magnéticos.

Os sensores podem ser classificados de acordo a saída do sinal, podendo esta ser analógica ou
digital.

Digitais ou discretos
Assume apenas dois valores de saída ao longo do
tempo, que podem ser interpretados como 0 e 1.

Um sensor digital tem dois estados: ligado ou desligado. A maioria das aplicações envolve
detetar a presença/ausência de peças e procedimentos de contagem, o que um sensor digital
faz de maneira perfeita e barata. Os sensores digitais são mais simples e mais fáceis de usar do
que os analógicos, o que é um fator para seu largo uso.

Analógicos ou proporcionais
São informações em forma de um sinal elétrico
proporcional à grandeza medida.

Sensores analógicos, também chamados de sensores de saída linear, são mais complexos do
que os digitais, mas podem fornecer muito mais informação sobre um processo.
Imagine um sensor usado para medir temperatura. Uma temperatura é uma informação
analógica. Um sensor analógico deteta a temperatura e emite uma corrente ao PLC. Quanto
mais elevada a temperatura, mais elevada a saída do sensor. O sensor pode, por exemplo,

Página 7 de 26
Sensores e Transdutores

apresentar na saída entre 4 e 20 miliampéres dependendo da temperatura real, embora haja


um ilimitado número de temperaturas (e de correntes elétricas). Lembre-se que a saída de um
sensor digital está ou ligada ou desligada. Por outro lado, a saída de um sensor analógico pode
ser qualquer valor dentro da escala. Assim, o PLC pode monitorar a temperatura muito
precisamente e controlar o processo.

3.2. Sensores óticos


3.2.1. Fotorresistência
LDR
(Resistência Dependente da Luz)

O seu valor óhmico varia segundo a luminosidade que incide nela. Na obscuridade apresenta
grande resistência e com luz pequena resistência.

As resistências LDR são à base de sulfureto de cádmio (CdS), selénio, etc.

São utilizadas nos fotómetros das máquinas fotográficas, na deteção de incêndios, controlo
automático de luzes, etc.

A LDR não tem polaridade. A sua resistência diminui quando a luz aumenta e aumenta a sua
resistência quando a luz diminui.

As LDR com uma superfície maior tem mais sensibilidade e também uma capacidade maior de
dissipar calor logo, consegue controlar correntes mais intensas.

A LDR é um dispositivo lento. Enquanto outros tipos de sensores como os fotodíodos e os


fototransístores podem perceber variações muito rápidas de luz, em frequências que chegam a
dezenas ou mesmo centenas de megahertz, a LDR tem um tempo de resposta muito longo.

Página 8 de 26
Sensores e Transdutores

3.2.2. Fotodíodo
O fotodíodo é um díodo semicondutor no qual a corrente inversa varia com a iluminação que
incide sobre a sua junção PN.

K A

+ O fotodíodo é polarizado inversamente aproveitando a variação da


corrente inversa que se verifica quando a luz incide nele.
-

A energia luminosa incidente sobre a lente do fotodíodo concentra-se na junção PN e cria


pares lacuna – eletrão, dando origem a uma corrente, na presença de uma tensão.

NOTA: O nível de corrente gerada pela luz incidente sobre um fotodíodo não é suficiente para
que ele possa ser usado num controle direto, sendo necessário para isso que haja uma etapa de
amplificação.

Curva característica típica de um fotodíodo.


Para uma mesma tensão inversa de
(Corrente inversa)
polarização, a corrente inversa aumenta
de valor ao aumentar o fluxo luminoso
incidente.
Quando incide luz no fotodíodo, a
corrente inversa varia quase linearmente
com o fluxo luminoso.

(Tensão inversa de
polarização)

Página 9 de 26
Sensores e Transdutores

3.2.3. Fototransístor
São em tudo semelhantes aos transístores bipolares convencionais, exceto pelo
facto dos fototransístores possuírem uma abertura ou janela para a incidência da luz

+ VCC e poderem ter ou não o terminal de base. Alguns modelos


dispõem de terminal de base, o que permite um melhor controlo
Rc
do dispositivo.

C
O fototransístor polariza-se da mesma forma que um transístor bipolar
convencional, embora agora a corrente de coletor não seja controlada pela
corrente de base, mas sim, pela intensidade de luz incidente na junção base
E
– coletor, polarizada inversamente.
Um fototransístor nada mais é do que um transístor bipolar comum com as
suas junções semicondutoras PNP ou NPN, porém com uma janela ou
abertura no invólucro, de modo a facilitar a entrada de luz sobre a pastilha de silício. A luz vai
agir sobre as junções internas do transístor, exatamente como se fosse uma corrente de base,
incrementado a condução entre o coletor e o emissor na razão direta da intensidade da luz.
Isso quer dizer que, no seu percurso coletor/emissor, um fototransístor mantido na escuridão
é como um transístor bipolar comum não polarizado. Por outro lado, com o fototransístor sob
luz forte ele age como um transístor comum com a base fortemente polarizada. Para além do
processo de geração de portadores de carga elétrica através da incidência de luz, no
fototransístor aproveitam-se as propriedades de amplificação de um transístor (assim, os
fototransístores apresentam uma grande sensibilidade em comparação com os fotodíodos).

3.2.4. Fototirístor
Também é designado por SCR controlado por luz ou LASCR (Light Activation
SCR).
Trata-se de um SCR cujo disparo é realizado mediante uma radiação
luminosa.
Se expusermos a junção PN central à luz, através de uma janela e lente, esta se comportará
como um fotodíodo, disparando o SCR.

Página 10 de 26
Sensores e Transdutores

3.3. Sensores de temperatura


3.3.1. Termístores ou Termistências
Têm aplicações
O seu valor
NTC As resistências na medição de
óhmico
(Coeficiente NTC são temperaturas,
diminui à
de fabricadas à base proteção de
medida que a
Temperatura de óxidos circuitos,
temperatura
Negativo) semicondutores. estabilização da
aumenta.
tensão, etc.
Têm aplicações
como limitadoras
da intensidade
da corrente em
O seu valor As resistências circuitos e
PTC
óhmico PTC são máquinas
(Coeficiente
aumenta à fabricadas à base elétricas, na
de
medida que a de titanatos de proteção destes
Temperatura
temperatura bário e de mesmos
Positivo)
aumenta. estrôncio. circuitos, e em
particular de
motores, contra
temperaturas
exageradas.

3.3.2. Termopares
Elemento de medida de temperatura constituído por dois fios de materiais diferentes ligados
um ao outro.
Quando dois condutores metálicos A e B de
diferentes naturezas são acoplados mediante um
gradiente de temperatura, os eletrões de um metal
tendem a migrar de um condutor para o outro,
gerando uma diferença de potencial elétrico (EA – EB).

Página 11 de 26
Sensores e Transdutores

eletrões

3.4. Sensores de presença


3.4.1. Sensor infravermelho passivo
Detetam a radiação infravermelha (calor) emitido por animais de sangue
quente e, portanto, por seres humanos.

Na realidade são sensíveis a uma variação de temperatura no seu campo de


ação, o que lhes permite detetar, com uma precisão muito boa, a
aproximação de qualquer pessoa.

Estes detetores são normalmente para uso interno e não devem ser
montados perto de fontes de calor, ventoinhas, aparelhos de ar
condicionado, janelas expostas ao sol ou locais com variações bruscas de temperatura.

Estes detetores, porque possuem apenas recetor de IV, designam-se de passivos, sendo
vulgarmente conhecidos como PIR (Passive Infrared). O elemento sensor deste tipo de
detetores é pirotérmico (termopilha).


A termopilha é formada por vários termopares ligados em série. Ela é composta pela
junção de metais diferentes que produzem tensão quando um lado da junção tem temperatura
diferente do outro lado da junção. A junção fria é mantida à temperatura ambiente numa massa
de temperatura estável, A junção quente é exposta à radiação incidente. Ligando vários
termopares em série, é obtida uma tensão maior de saída.

Página 12 de 26
Sensores e Transdutores

3.4.2. Sensor infravermelho ativo


Barreira de infravermelhos
Os detetores por infravermelhos ativos (IVA) são formados
Emissor Recetor
por um emissor (led infravermelho) e um recetor de IV
(fototransístor). Nestes, a deteção acontece quando um
feixe de IV é interrompido.

Utilizados em aplicações e segurança, como: alarmes,


iluminação automática, portas de garagem e outras.

Página 13 de 26
Sensores e Transdutores

4. SENSORES QUE VARIAM CONFORME O OBJETO


Existem vários tipos e modelos de sensores que variam conforme o objeto alvo de
sensoreamento

Indutivos – São sensores que trabalham com um campo eletromagnético, portanto detetam
apenas materiais ferromagnéticos.
Capacitivos – São sensores que trabalham com o princípio da capacidade, detetam todos os
tipos de materiais.
Fotoelétricos – São sensores que trabalham com emissão e receção de luz, detetam todos os
tipos de materiais.
Ultrassónicos – São sensores que operam com a emissão e reflexão de um feixe de ondas
acústicas. A saída comuta quando este feixe é refletido ou interrompido pelo material a ser
detetado.

4.1. Terminologia
Face sensora: A face sensora é o lado do sensor
que deteta o objeto.

Distância sensora: É a distância entre a face


sensora e o objeto a ser detetado. Com este
parâmetro podemos definir a maior distância a que podemos deixar o sensor do objeto a ser
detetado.

Histerese: A histerese pode ser traduzida como um atraso que tem como objetivo evitar falsas
comutações na saída, este efeito propícia ao sensor uma banda de segurança entre o ligar (ON
point) e o desligar (OFF point). As ilustrações abaixo são para um sensor com as seguintes
características: distância sensora (SN) de 10 mm e histerese (H) de ± 20%.

Página 14 de 26
Sensores e Transdutores

Assim, se o objeto estiver a mover-se em direção ao sensor, deve mover-se para o ponto mais
próximo para ligá-lo. Uma vez ligado (ON point), permanece ligado até que o objeto se mova
para o ponto mais distante (OFF point).

4.2. Sensores de proximidade indutivos


Tem como elemento sensor uma bobina que gera um campo
eletromagnético de alta-frequência.
A indutância varia com a proximidade de materiais
ferromagnéticos.

Vantagens da deteção indutiva:


 Muito boa resistência aos ambientes industriais.
 Não possui contacto físico com o objeto.
 Aparelhos estáticos: sem peças em movimento no seu interior.
 Maior vida útil, independente do número de manobras.
 Velocidade elevada.

Princípios de funcionamento

O oscilador fornece energia à bobina que produz um campo eletromagnético. Este campo
perderá força (amplitude) quando um objeto metálico se aproximar da face sensora, reduzindo
a amplitude da oscilação, esta queda de amplitude dá-se devido a indução de correntes
parasitas no objeto metálico. O circuito de disparo deteta as mudanças na amplitude da
oscilação. Quando uma mudança considerável é detetada o circuito de saída fornece um sinal
para, por exemplo, um PLC (Controlador Lógico Programável).

Página 15 de 26
Sensores e Transdutores

Aplicações
A principal aplicação é a deteção de objetos metálicos,
pois o campo emitido é eletromagnético.

4.3. Sensores de proximidade capacitivos


São sensores capazes de detetar a aproximação de
objetos sem a necessidade de contanto físico, tal qual os
sensores indutivos, porém com principio de
funcionamento baseado na variação da capacidade.
Neste caso o elemento sensor é um condensador cuja
capacidade varia com a aproximação de qualquer
material.

Princípio de funcionamento

Utiliza como princípio de funcionamento a variação do dielétrico. O oscilador alimenta um


condensador formado por duas placas na sua face sensora, que é a parte sensível do aparelho.
Quando algum material entra nesta região, provoca uma variação da capacidade alterando a
oscilação do oscilador que é detetada pelo circuito de disparo do sensor capacitivo que atua na
carga ligada ao circuito de saída.

Página 16 de 26
Sensores e Transdutores

A capacidade do circuito é determinada pelo tamanho do


alvo, a sua constante dielétrica e a distância até à face
sensora.
Quanto maior o tamanho e a constante dielétrica de um alvo,
mais este aumenta a capacidade. Quanto menor a distância
entre a face sensora e o alvo, maior a capacidade.

Aplicações
Os sensores capacitivos podem detetar objetos metálicos e não metálicos assim como
produtos dentro de recipientes não metálicos.

NOTA: O sensor capacitivo não consegue detetar produtos dentro de recipientes (frascos) se a
constante dielétrica do produto for menor que a do recipiente. Alguns sensores capacitivos
possuem um ajuste de sensibilidade, o que possibilita a deteção de produtos dentro de
recipientes.

Estes sensores são usados geralmente na indústria de alimento e para verificar os


níveis de fluidos e sólidos dentro de tanques.

4.4. Sensores ultrassónicos


Os sensores ultrassónico trabalham emitindo e recebendo sinais sonoros de alta-frequência e,
portanto inaudíveis ao homem.
Os transdutores ultrassónicos têm cristais Piezoelétricos que têm uma ressonância a uma
frequência desejada e convertem a energia elétrica em energia acústica e vice-versa.

Funcionamento
O princípio de funcionamento dos sensores ultrassónicos está baseado na emissão de uma
onda sonora de alta-frequência, e na medição do tempo levado para a receção do eco
produzido quando esta onda choca com um objeto capaz de refletir o som.
Eles emitem pulsos ultrassónicos ciclicamente. Quando um objeto reflete estes pulsos, o eco
resultante é recebido e convertido num sinal elétrico.

Página 17 de 26
Sensores e Transdutores

A deteção do eco incidente, depende de sua intensidade e esta da distância entre o objeto e o
sensor ultrassónico. Os sensores ultrassónicos funcionam medindo o tempo de propagação do
eco. Isto é, o intervalo de tempo medido entre o impulso sonoro emitido e o eco do mesmo.

Algumas vantagens e desvantagens dos sensores ultrassónicos


Existe uma zona morta próxima da face sensora.
Alguns materiais como espumas, tecidos, borrachas são difíceis de detetar, pois absorvem o
som.
Possui um custo mais elevado que os sensores referidos anteriormente.

Aplicações
Os sensores ultrassónicos podem ser utilizados para os mais diversos fins, incluído: medidas de
diâmetro de rolos, deteção de quebra de fios, presença de pessoas, medição de densidades,
etc.

Sensor ultrassónico para medição de tamanho Sensor ultrassónico para medição de diâmetro

4.5. Sensores fotoelétricos


Os sensores fotoelétricos são constituídos por dois circuitos eletrónicos sendo o transmissor,
responsável pela emissão/ modulação da luz e o recetor, responsável pela receção desta
mesma luz.
Detetam a mudança da quantidade de luz que é refletida ou bloqueada pelo objeto a ser
detetado.

Página 18 de 26
Sensores e Transdutores

A composição básica do sensor fotoelétrico:


Fonte de luz (Em geral são leds infravermelho).

Sensor de luz (São componentes eletrónicos que alteram a intensidade da corrente que
conduzem conforme a quantidade de luz recebida).

Lentes (Os leds e os fotos sensores emitem e captam luz numa grande área. As lentes são
utilizadas para estreitar essa área, isso faz com que o alcance da deteção seja maior).

Saída (Se o nível de luz detetado for suficiente então o sensor liga ou desliga a saída).

Tipos de sensores fotoelétricos:

Sensor ótico por barreira de luz


Sensor de barreira E R

Sensor por E
R Refletor
Sensor ótico por retro reflexão retro reflexão

Objeto a
Sensor ótico por reflexão difusa Sensor por E
R detetar
reflexão difusa

E – Emissor R – Recetor

Os sensores óticos podem ser sensíveis à luz ou ao escuro. Vejamos:

Light – On: A saída fica ligada (ON) quando o sensor recebe o feixe de luz modulada e, portanto, fica
desligada (OFF) quando a luz é interrompida.
Dark – On: A saída fica ligada (ON) quando o sensor não recebe o feixe de luz e, portanto, fica desligada
(OFF) se a receber.
Dark – On e Light – On: Alguns sensores disponibilizam aos seus utilizadores as duas opções, ou seja,
fica ao critério do projetista.

Página 19 de 26
Sensores e Transdutores

Alguns sensores óticos possuem supressores de background, ou seja, serão insensíveis ao fundo
brilhante, outros não e, portanto, se houver um fundo brilhante pode confundir a deteção do objeto,
mesmo que este fundo esteja fora da distância sensora máxima.

4.6. Sensores de proximidade magnéticos


Estes detetores são constituídos por duas lâminas magnéticas com contactos nas
extremidades, sendo o conjunto encerrado num invólucro cilíndrico de vidro (reed) cheio de
gás inerte.

Estes detetores são normalmente utilizados em


portas e janelas, o invólucro que contém o reed é
fixado na moldura da porta e o invólucro que
contém o íman é fixado na própria porta, de modo
que, com esta fechada, fiquem defronte um do
outro. Assim, com a porta fechada, o contacto do
reed está fechado e com a porta ligeiramente
aberta, o contacto está aberto e sinaliza alarme.

Íman

Página 20 de 26
Sensores e Transdutores

4.7. Encoders
Sensores de posição e velocidade angular. São habitualmente codificadores óticos ou
magnéticos, compostos de um disco com marcações ligado ou solidário com o eixo de rotação,
e um detetor dessas marcações.
Permitem a medida de velocidade, de deslocamento, de aceleração e permitem entrar em
linha de conta como sentido segundo o qual este se efetua.

Funcionamento:
Baseia-se nos sistema de medida de velocidade digitais, recorrendo a detetores, e a sistemas
de codificação adicionais de posição, podemos obter um informação precisa da velocidade e
posição.
À media que o disco gira, são detetados os códigos nele gravados, sabendo-se portanto a
posição ou a velocidade.
Existem também encoders magnéticos cujo o funcionamento baseia num sensor indutivo, mas
para os quais a resilução é inferior.

Vantagens
. Vida mecãnica longa, pois não possuem contatos
. Têm saídas digitais, ligação a um PLC é direta

Desvantagens
Discos podem danificar com impactos, vibrações, contaminações

Página 21 de 26
Sensores e Transdutores

- Tipos de encoders
Encoder absoluto
Encoder incremental
Encoder óptico
Encoder Magnético

Página 22 de 26
Sensores e Transdutores

5. CONSIDERAÇÕES PARA A INSTALAÇÃO DE SENSORES


A consideração principal na instalação elétrica de sensores é o limite da corrente elétrica
aplicável. A corrente de saída (carga) deve ser limitada para a maioria dos sensores a uma
corrente de saída bastante pequena. O limite da saída fica geralmente entre 50 e 200
miliamperes. É crucial que a corrente esteja limitada a um nível que o sensor possa suportar.
Os módulos de entrada do PLC (Controlador Lógico Programável) limitam a corrente a níveis
aceitáveis. Por sua vez, sensores com saídas de relé podem suportar correntes mais elevadas
(tipicamente 3 amperes).

6. ALIMENTAÇÃO DOS SENSORES


Um sensor, como qualquer outro dispositivo eletrónico, requer cuidado com a alimentação,
pois se for feita de forma inadequada, poderá causar danos irreparáveis ao sensor.
Os fabricantes disponibilizam sensores capazes de trabalhar com tensões de 12 a 250 V
alternada ou contínua.

7. SAÍDAS DOS SENSORES


Os sensores com saídas discretas possuem saídas com transístores, e estes podem
ser NPN ou PNP.
Sensores com saída NPN – São utilizados para comutar a carga ao potencial positivo.

Sensores com saída PNP – São utilizados para comutar a carga ao potencial negativo.

Página 23 de 26
Sensores e Transdutores

Nos sensores com saída a relé as saídas não são eletrónicas mas sim mecânicas. O relê possui
contratos, normalmente abertos (NA) e normalmente fechados (NF), o que nos disponibiliza
uma independência quanto à tensão da carga. A principal vantagem sobre os eletrónicos está
em poder trabalhar com correntes mais altas.

8. LIGAÇÃO ELÉTRICA DOS SENSORES


Observar os esquemas de ligação elétrica, identificando as cores dos fios antes de instalar o
sensor, evitando principalmente que a saída do sensor seja ligada à rede elétrica, o que
causaria a destruição do sensor.

Não se devem utilizar lâmpadas de incandescência com os sensores pois a resistência do


filamento frio provoca uma corrente de pico que pode danificar o sensor.

As cargas indutivas, tais como contactores, relés devem ser bem especificadas porque a
corrente de ligação ou de corte podem danificar o sensor.

Conforme as recomendações das normas técnicas, deve-se evitar que os cabos dos sensores
utilizem os mesmos tubos dos circuitos de potência. As tensões induzidas podem possuir
energia suficiente para danificar os sensores.

Página 24 de 26
Sensores e Transdutores

10. BIBLIOGRAFIA

Lucínio Preza de Araújo. Acedido em 10, março, 2014, em: http://www.prof2000.pt/users/lpa

Página 25 de 26

Você também pode gostar