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Cena Do Fidalgo - Análise
Cena Do Fidalgo - Análise
2,3 de Ribeirão
Ano Lectivo 2010/2011
Língua Portuguesa / 9º ano FICHA INFORMATIVA
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CENA DO FIDALGO
2º MOMENTO: Frente ao Anjo * ... parti tão sem aviso, * Não se embarca tirania
* Sou fidalgo de solar, * Pera vossa fantesia mui estreita é esta
* Que entr’a minha senhoria... barca
* Versos 94 a 105.
* Venha essa prancha! Veremos esta barca de * Tomares um para de remos... e, chegando ao nosso cais,
tristura. todos bem vos serviremos
SENTENÇA
Gil Vicente segue a máxima latina ridendo, castigat mores (“a rir, castigam-se os costumes”) e, por isso, a sua obra denuncia
os defeitos da sociedade do seu tempo, como se vê no quadro que se segue:
Corrupção moral: infidelidade do fidalgo, Tirania e exploração dos mais pobres. Vaidade, presunção e poder corrupto da
da esposa e da amante. classe.
Gil Vicente pretende, também, divertir o público e sabe, como ninguém, tirar partido dos diversos cómicos, como se exemplifica:
* Pera lá vai a senhora? * Que leixo na outra vida quem reze * Parece-me isso cortiço...
* Senhor, a vosso serviço. sempre por mi. * Porque a vedes lá de fora.
* Que jiricocins, salvanor! * Dá-me licença, te peço, * Terra é bem sem sabor.
Cuidam que sou eu grou? Que vá ver minha mulher. * Quê? E também cá zombais?
6. A LINGUAGEM
Gil Vicente mistura, sabiamente, os vários níveis de língua e aproveita as capacidades expressivas da língua:
CORRENTE: EUFEMISMO:
* Esta barca onde vai ora * Vai pêra a ilha perdida
que assi está apercebida?
ANTÍTESE:
CUIDADA: * Achar-vos-ês tanto menos
* Vós ireis mais espaçoso quanto mais fostes fumoso.
com fumosa senhoria,
METÁFORA:
POPULAR: * Oh! Que maré tão de prata!
* Par Deos, aviado estou!
Cant’a isto é já pior... REPETIÇÃO:
Que jiricocins, salvanor! * Ora, entrai! Entrai! Entrai!
IRONIA:
* Quem reze sempre por ti!
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