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CURITIBA
2007
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CURITIBA
2007
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RESUMO
4
SUMÁRIO
5
INTRODUÇÃO........................................................................................................07
1 CULTURA, ARTE, CONSUMO E PODER..........................................................09
1.1 Cultura..............................................................................................................09
1.2 Arte...................................................................................................................10
1.3 Consumo..........................................................................................................11
1.4 Produção artística e consumo de arte.........................................................12
1.5 Mercado de arte..............................................................................................14
1.6 Poder político-cultural e a sociedade da informação.................................16
2 MARKETING, COMUNICAÇÃO E NOVAS TENDÊNCIAS...............................20
2.1 Marketing.........................................................................................................20
2.2 Novas tendências em marketing...................................................................22
2.2.1 Marketing de alta visibilidade.....................................................................22
2.2.2 Marketing cultural........................................................................................22
2.2.3 Marketing emocional...................................................................................23
2.2.4 Marketing de eventos..................................................................................24
2.2.5 Marketing de experiência............................................................................24
2.2.6 Marketing de guerrilha................................................................................25
2.2.7 Marketing de relacionamento.....................................................................25
2.2.8 Sonharketing................................................................................................26
2.3 Comunicação mercadológica e empresarial...............................................26
3 INCENTIVADORES CULTURAIS.......................................................................30
3.1 Delineamento da pesquisa de campo..........................................................30
3.2 Imagem empresarial no âmbito cultural brasileiro.....................................32
3.3 Fundação Cultural de Curitiba......................................................................33
3.3.4 Lei Municipal de Incentivo à Cultura.........................................................34
3.4 Entrevista com Ana Maria Hladczuk.............................................................35
3.5 Entrevista com Sergio Gielow.......................................................................36
3.6 Entrevista com Sérgio Roman.......................................................................37
3.7 Análise comparativa das entrevistas...........................................................38
3.8 Considerações finais.....................................................................................39
CONCLUSÃO.........................................................................................................41
REFERÊNCIAS......................................................................................................42
APÊNDICES...........................................................................................................48
6
ANEXOS
................................................................................................................................59
INTRODUÇÃO
1.1 Cultura
1.2 Arte
1.3 Consumo
perfil se posiciona como “os outros” e “as outras”, aqueles e aquelas que não
correspondem aos critérios que regem sua produção, ideal esse intrínseco à ordem
econômica e regulado pelos processos de globalização. Assim, ao afirmar “é
verdade porque eu vi na TV”, as pessoas estão confirmando um tipo de poder
especifico em nossa sociedade: o poder da mídia. (FEIJÓ, 2000, p. 293)
Lévy (1996) fala a respeito do caráter não destrutivo do consumo de
informações e conhecimentos. Complementa essa noção com a justificativa de que
a fantasia criada pela mídia, geradora de uma expectativa pessoal intensa e que
impulsiona a pessoa em direção ao consumo do produto cultural, é de caráter não
destrutivo e não consumível. Vende-se uma fantasia que pode ser interpretada de
qualquer forma que o consumidor o deseje fazer. “Ainda assim, não será, de fato,
realidade. Continuará a ser uma fantasia, mesmo que não exatamente aquela que
se havia imaginado. A promessa é eterna, e a busca, incansável”. (LEVY, 1996, p.
55)
2.1 Marketing
Para Mello Neto (1998), o evento cultural tem se mostrado a melhor estratégia
de investimento na área. Os eventos são diversos, assim como seus formatos:
exposições, patrocínio de shows, mostras, musicais, artes plásticas, cinema,
fotografia, reforma de museus, centros culturais, videotecas, teatros, entres outros.
Ainda segundo o autor, o evento, sendo cultural ou não, pode seguir
estratégias bem especificas em relação ao seu processo de criação. Como o evento
tem características de produto, precisa ser inovador e satisfazer às necessidades do
público que pretende atender e atingir. Além disso, o evento deve criar expectativas,
ser acessível a um número expressivo de pessoas, ter um nome de fácil
memorização, sem deixar de fazer um forte apelo promocional. Em geral, por ser um
sinônimo de entretenimento e lazer, uma experiência inovadora e inusitada, o
público vai de encontro ao evento, buscando novidade, distração, emoção e
desafios.
2.2.8 Sonharketing
3 INCENTIVADORES CULTURAIS
cerca de vinte anos, ele cuida de todos os projetos de cunho cultural, social e do
meio ambiente.
Segundo Gielow (Apêndice 4), a importância de ser um incentivador social
age no sentido de conjugar projetos culturais com os sociais, obtendo-se dessa
forma um desenvolvimento da sociedade como um todo.
A Siemens, com sede em várias cidades do país, é uma das maiores
empresas incentivadoras culturais de Curitiba. Ela tem atualmente 356 projetos
contemplados, só na cidade de Curitiba. Isso totaliza cerca de 12 milhões e meio de
reais investidos em cultura. De acordo com dados da própria organização, somente
no mês de abril de 2007, foram incentivados pouco mais de R$ 111.000.
O incentivo fiscal é realizado por meio da lei municipal de incentivo à cultura,
baseada no recolhimento dos impostos e repasse para os projetos, e também por
meio de patrocínios, realizados em uma escala consideravelmente menor. Para
Gielow (2207), “a grande dificuldade é que no patrocínio, a verba é retirada do
próprio bolso da empresa, sendo que na lei, ocorre uma redução fiscal. Aqui na
cidade, nosso patrocínio acontece em valores pequenos, bastante espalhados,
divididos em varias cotas.”
Para a Siemens, segundo Gielow (2007), as ações da empresa e os
investimentos culturais e sociais não têm a intenção de utilizar o marketing cultural
para promover a organização: “Com o investimento em um projeto, temos como
contrapartida o direito de colocar a marca nos produtos. Isso configura o nosso
marketing cultural, mas para nós o importante é o livro chegar às mãos de quem
precisa”.
Creio que até pelo fato de não agirmos de uma forma mais agressiva,
ousada, obtivemos um retorno de imagem mais positivo, tanto na
sociedade, como na classe artística, especificamente. (GIELOW,
2007)
uma consideração da marca. Segundo ele, isso traz sim, um ganho para a
imagem da empresa, por sua preocupação no exercício da cidadania empresarial.
Outro beneficio claro que o incentivo cultural traz para a organização é a
credibilidade. Para Roman (2007), quando uma empresa se dispõe a participar do
incentivo cultural, ela passa a abrir seu controle fiscal para qualquer um que queira
analisar. Assim, é necessário que a empresa seja séria, tenha suas “contas em dia”.
Esses são valores reconhecidos pela comunidade, que respeita a organização
dando sua credibilidade como retorno: “É bom ser reconhecido como um dos
principais incentivadores do município”, dia Roman, referindo-se ao Grupo Dom
Bosco, onde trabalhou por mais de uma década.
Sobre a Lei de Incentivo à Cultura, Gielow, que foi um dos representantes da
classe de incentivadores culturais da cidade, diz que essa é uma das melhores leis
de incentivo à cultura do país. Ela conseguiu contemplar os anseios de todas as
classes inerentes aos projetos - poder público, classe artística, Fundação Cultural de
Curitiba e incentivadores culturais - para a disseminação da cultura local. E de
acordo com Roman (2007), as empresas não devem se valer da Lei de Incentivo à
Cultura para se promoverem. O objeto da lei é a arte e a cultura, em prol da
população local. “Então, ter isso em mente é sempre muito bom, para não incorrer
em deselegância e antipatia junto à sociedade. Empresas são intermediárias de
impostos – apenas isso”.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASHTON, Mary Sandra Guerra. Labirinto Social. Porto Alegre. Mídia, Imagem e
Cultura. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2000, p.389-398.
BENJAMIN, Walter. Textos escolhidos. São Paulo: Abril Cultural, 1980. 343 p.
COLI, Jorge. O que é arte. São Paulo. Editora Brasiliense, 2000. 131 p.
42
HUGHES, Robert. Revista Veja. O guardião da arte – Entrevista. São Paulo, 2005
ed, p.11-15, 2007.
43
JANOTTI JR, Jeder. “Rock and Roll all Nite”: notas sobre rock pesado, tecido
urbano e sua apropriação em Porto Alegre. Mídia, Imagem e Cultura. Porto Alegre:
EDIPUCRS, 2000, p.249-263.
KOTLER, Philip. Princípios de Marketing. 9 ed. – São Paulo: Prentice Hall, 2003.
593 p.
MELLO NETO, Francisco Paulo de. Marketing de eventos. Rio de Janeiro: Sprint,
1998. 235 p.
PARENTE, Juracy. Varejo no Brasil: gestão e estratégia. São Paulo: Atlas, 2000.
PINTO, Virgilio Noya. Comunicação e cultura brasileira. 2 ed. São Paulo: Ática,
1989.
REIN, Irving. Marketing de Alta Visibilidade. 3 ed. São Paulo: Makron Books, 1999.
295 p.
RIES, Al; TROUT, Jack; SIMÕES, Auriphebo Berrance. Marketing de guerra. 31. ed.
São Paulo: McGraw-Hill, c1989. 170 p. (Coleção eficácia empresarial )
SILVA, José Afonso da. Aplicabilidade das normas constitucionais. 3 ed. São
Paulo: Malheiros, 1988.
VANNUCCHI, Aldo. Cultura Brasileira: o que é, como se faz. São Paulo: Loyola,
1999. 141 p.
WAQUIM, Mayra Cristine de Melo. Marketing cultural: uma busca empírica por
dimensões de benefícios do patrocínio como ferramenta de comunicação. In: XXV
Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Salvador/BA. 2002. PROPAD
APÊNDICES
APÊNDICE 1
MODELO DE QUESTIONÁRIO 1
Entrevistado (a):
Formação:
Empresa:
Cargo atual:
4. Existe algum tipo de pesquisa que avalia os produtos realizados pela lei?
APÊNDICE 2
MODELO DE QUESTIONÁRIO 2
Entrevistado (a):
Formação:
Empresa:
Cargo atual:
APÊNDICE 3
Entrevista concedida a Daniele Andrade em 26 de abril de 2007.
4. Existe algum tipo de pesquisa que avalia os produtos realizados pela lei?
Nesse momento, não existe. Para o fundo, existe avaliação. A cada edital tem um
funcionário acompanhando, relatórios de projeto e contrapartida. No mecenato, vão
começar a avaliar com uma comissão de controle e fiscalização. Novidade no
mecenato: prestação de contas declaratórias. A cada 25%, o empreendedor faz um
relatório sobre a fase do projeto, o que captou, 50, 75%. Por meio eletrônico.
Devolução do material, massa documental gerada imensa, agora prestam contas e
devolvem a prestação de contas. Será possível avaliar melhor os produtos, com a
analise de mérito, já sai com uma chancela de uma comissão especializada.
Tentando formar mecanismo de consciência, cultura da responsabilidade. No edital
tem sugestão de uso de material de qualidade artística, conservação, preservação
melhor. Explicação dos editais em reuniões, convocarem a população, tirar as
duvidas. Projetos bons saem por causa de erros bobos. Um músico só pode
participar de um projeto. Geração de empregos também é importante.
Para avaliar as sete artes – cênicas (teatro, dança, circo, ópera), música, visuais,
audiovisual, patrimônio histórico artístico cultural, literatura, folclore, artesanato e
demais manifestações culturais – temos a contra partida social. Em que consiste
essa contra partida? São palestras, apresentações, oficinas com o intuito de formar
público, platéia. Artistas vão ao público, nas nossas nove regionais espalhadas pela
cidade, ou o público vai ao teatro, como no Paiol, por exemplo.
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APÊNDICE 4
Entrevista concedida a Daniele Andrade em 25 de maio de 2007.
APÊNDICE 5
Entrevista concedida a Daniele Andrade em 01 de junho de2007.
ANEXOS
58
ANEXO 1
Entrevista com Laís Mann, concedida por e-mail a Diana Dezordi em 5 de junho
de 2007.
- A produção local não existe praticamente, pois os artistas não contam com apoios
de patrocínios e tão pouco com o apoio da mídia que preferem apoiar espetáculos
globais que dão um retorno de público garantido, a investir no "produto local",
alavancando assim o incentivo e o conhecimento do público com o artista local. Os
teatros não oferecem as mesmas condições técnicas, até porque o custo
inviabilizaria ainda mais a produção.
- Quanto à produção nacional, nossa cidade ainda continua mesmo não sendo
verdadeira, com a fama de cidade laboratório, isso é coisa do passado. Mas a
fama nos garante bons espetáculos nacionais, inclusive com grandes
estréias. Em relação ao festival de teatro, é claro que esse evento nos
coloca em destaque nacional, não posso fazer críticas, pois não assisto aos
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espetáculos.
Acredita que o mercado curitibano apresenta boas produções que acabam sendo
prejudicadas pela desvalorização cultural da própria população curitibana?
Acredito sim que nós temos excelentes produções teatrais e musicais que
poderiam fazer muito sucesso se não fôssemos tão autofágicos. Inclusive
Curitiba possui uma das melhores escolas de teatro do Brasil, haja vista que
nossos artistas que saem daqui se sobressaem no cenário nacional, em sua
maioria. A população não conhece o artista curitibano e por isso não
prestigia. O que precisa haver é um reconhecimento de mídia, de produção, de
exposição, e então, o público virá.
Na sua opinião o que falta para que as produções culturais locais apresentem maior
êxito?
Quanto à qualidade das produções culturais locais o que você tem a dizer?
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São ótimas, só não são melhores porque não há apoio. Se nós temos um evento
importante em qualquer área, são chamados profissionais de fora, ou no máximo os
nossos que brilham lá fora.
Como a Laís Mann cantora, atriz e apresentadora avalia os prós e contras diante a
realização e propagação de seu trabalho em produções culturais locais. E como a
Laís Mann jornalista e radialista, avalia o trabalho de produtores culturais locais?
Sendo bastante sincera, acho que evoluiu muito pouco em 30 anos. À exceção
de poucos artistas o que vemos é uma classe dividida. O que temos que pensar é
que o artista que permanece em sua cidade é o que dá a ela identidade cultural.
Permanecer na cidade é um ato de coragem, pois o mais fácil é sair e procurar se
dar bem num mercado maior. Em minha opinião, o respeito ao artista local é o fator
de maior importância para que possamos nos pretender uma cidade de primeiro
mundo.
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