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Livro apócrifo Sabedoria de Salomão

Alunos: Marcelo & Andreza Gomes Profº: Demétrio Rocha

AUTOR: Escrito por um judeu de Alexandria no norte do Egito. Mas, houve época que
diziam ser o rei hebreu Salomão, porém estudiosos duvidaram dessa autoria com
bases internas e hoje em dia considera-se o livro como obra de um desconhecido
judeu, provavelmente na cidade greco-egípcia de Alexandria, durante a segunda
metade do século I a.C.. Na realidade, o livro revela parentesco com os escritos do
judaísmo alexandrino e foi redigido em grego por um autor que permaneceu no
anonimato.

Era monoteísta e como escritor tem em sua obra, ele evidencia uma familiaridade com
o pensamento grego e termos filosóficos, como: chama a Deus “o autor da beleza”
(13.3); fala de “o material amorfo”, oule amorphos do universo seguindo Platão
(11.17) e as quatro virtudes cardinais de acordo com a escola de Aristóteles (8.7).

ESCRITO AOS: Judeus que viviam naquela região, considerados Gregos educados, pois
viviam numa cidade rica fundada por Alexandre Magno (324 a.C).

DATA: 40 a.C

PRÓPOSITO, PENSAMENTO DO AUTOR: Fortalecer a fé dos judeus que viviam nesta


região, a não aderirem à religião dos povos que ali viviam. O autor exalta a Sabedoria
judaica, cuja origem é Deus e quer mostrar que ela nada é inferior à grega, que domina
Alexandria.

O desenvolvimento progressivo das idéias: o autor procede por toques sucessivos. O


tema da morte, por exemplo, é abordado logo no começo do livro (1.11; 13.16) para
ser retomado e desenvolvido em diversas oportunidades ao longo do texto (2.20 – 24;
3.2 – 3; 4.7 – 14 etc.). O autor explora a riqueza do tema para evocar hora a morte
física, hora a morte espiritual ou as duas em conjunto; e seu pensamento, aqui como
em outros lugares, parece impedir qualquer iniciativa de redução sistemática. Por
outro lado, no plano formal, observa-se uma preocupação constante em utilizar um
vocabulário rebuscado, inclinado a neologismos e ao emprego constante de
numerosas figuras de construção ou de retórica. Destacam-se também o sentido
inusitado atribuído a diversos termos e a monótona repetição das mesmas partículas
gregas de ligação kai - αλλά - αντί - ei,nai o,ti ("e", "mas", "pois", "é que").

O autor do Livro da Sabedoria é um poeta e um mestre espiritual que pretende


compor uma obra pessoal, original. Mesmo recorrendo a numerosas fontes, evita
reproduzi-las tais como são, integrando-as discretamente em seu trabalho. É assim
que procede com relação ao Antigo Testamento.

CONTEÚDO: Este livro é um tratado de Ética recomendando a sabedoria e a retidão, e


condenando a Iniqüidade e a idolatria. As passagens salientam o pecado e a loucura da
adoração das imagens, lembram as passagens que sobre o mesmo assunto se
encontram nos Salmos e em Isaías. Era homem genial e piedoso, caracterizando-se
pela sua crença na imortalidade. Viveu entre 150 e 50 ou 120 e 80, A.C.

A imitação da poesia bíblica vai, pouco a pouco, cedendo lugar - principalmente a


partir de 11.4 - a um estilo periódico que tende à prosa ritmada. Igualmente se
observa que os caps. 6 – 10 insistem no papel criador e providencial da Sabedoria, que,
por sinal, não volta mais a ser mencionada.

Pode-se ser dividido em três seções:


1. O destino humano segundo Deus (1 – 5);
2. Elogio à Sabedoria (6.1 – 11.3); como o Guia da Humanidade
3. Meditação sobre o Êxodo (11.4 – 19.22).

O livro em geral nos nove primeiros capítulos trata da Sabedoria sob seu aspecto
especulativo, e os últimos dez capítulos relaciona a Sabedoria de um ponto de vista
histórico.

COMPARAÇÃO COM OS INSPIRADOS: Compare: Sabedoria 13.11-19, com Salmos 95;


135.15-18 e Isaias 40.19-25; 44.9-20) É digno de nota que o autor deste livro,
referindo-se a incidentes históricos para ilustrar a sua doutrina, limita-se aos fatos
recordados no Pentateuco. Ele escreve em nome de Salomão; diz que foi escolhido por
Deus para rei do seu povo, e foi por ele dirigido a construir um templo e um altar,
sendo o templo feito conforme o modelo do tabernáculo.

Nunca foi formalmente citado, nem mesmo a ele se referem os escritores do Novo
Testamento, porém, tanto a linguagem, como as correntes de pensamento do seu
livro, encontram paralelos no Novo Testamento (Sab. 5.18-20; Ef 6.14-17; Sab. 7.26,
com Hb 1.2-6 e Sab. 14.13-31 com Rm 1.19-32).

São pouco numerosas as citações extraídas dos textos bíblicos anteriores. Contudo,
sua obra é alimentada por um conhecimento e uma meditação profundos de tais
textos (particularmente Gênesis, Êxodo, Isaías, Provérbios), que o autor parece ter lido
na versão grega da Septuaginta. Ainda se pode distinguir, na última parte, uma
influência inegável do midrash - espécie de comentário judaico dos textos bíblicos que
dá lugar a amplificações legendárias.

DOUTRINAS E HERESIAS DO LIVRO:

Livro escrito com a finalidade exclusiva de lutar contra a incredulidade e


idolatria do epicurismo, que é uma vida de contínuo prazer como chave para a
felicidade;
O corpo como prisão da alma (9.15);
Doutrina estranha sobre a origem e o destino da alma (8.19,20);
Salvação pela Sabedoria, o autor mostra a Sabedoria como uma entidade,
pode-se dizer como a quarta pessoa de Deus (9.15; 1.4,6); ao longo dos dez
primeiros capítulos a sabedoria geralmente é personificada como uma mulher.
O autor recorre livremente a seus conhecimentos em matéria de poesia,
retórica, ciências e, principalmente, de filosofia grega. Excepcionalmente, é
possível distinguir citações quase literais de Homero e de Platão, ou referências
bastante precisas a certa explicação científica ou teoria filosófica. No mais das
vezes, trata-se apenas de alusões ou reminiscências.
Imortalidade dos justos. Oferece uma resposta às questões angustiantes de Jó,
ensinando que as almas virtuosas perseguidas sobre a terra gozam de
tranqüilidade perfeita junto de Deus e que, no dia da visita ou do Juízo, serão
recompensadas (2,22; 3,1-9; 4,7-14; 5,15-23)

CONTRASTES DO LIVRO:

 O destino imortal dos justos, por exemplo, é colocado em oposição à vida


estéril dos ímpios; a esterilidade virtuosa, à fecundidade ímpia; a sorte dos
israelitas, à dos egípcios.
 Os egípcios foram castigados por terem sido piores em hospitalidade que os
habitantes de Sodoma (19.13 – 17).
 O autor coloca seis passagens históricas do Êxodo retomando o fio de suas
comparações, desenvolvendo sucessivamente:
O milagre das cordonizes e a invasão das rãs (16.1 – 4);
A serpente de bronze que cura os hebreus, e os animais mortíferos
lançados contra os egípcios (16.5 – 14);
O maná e o granizo (16.15 – 29);
As trevas e a coluna de fogo (17.1 – 18.4);
A morte dos primogênitos do Egito e a libertação pascal (18.5 – 25);
O afogamento dos egípcios no Mar Vermelho e a livre passagem de
Israel pelo mar (19.1 – 12).
 Ele só menciona esses milagres do Êxodo para relacioná-los com certa teoria
sobre os elementos da natureza (19.18 – 21).
 Nos primeiros 10 capítulos é relatada a personificação a Sabedoria, porém no
restante do livro ela mal aparece.

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