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Tcckarla
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Florianópolis
Julho de 2003
Centro de Gravidade e
Equilíbrio dos Corpos
Agradecimentos
É impossível encontrar palavras que exprimam toda gratidão que sentimos por aqueles que
contribuíram para a efetivação tanto do projeto Baú de Ciências como deste trabalho escrito. De
qualquer forma, nossos mais sinceros agradecimentos:
l Aos alunos, corpo docente e técnico da Escola de Educação Básica Hilda Theodoro Vieira,
pela abertura com que nos receberam;
l Ao professor Nelson, por tudo. Pela idealização deste projeto e sua consolidação, pela sua
imensa paciência e compreensão nos momentos de altos e baixos deste último ano, pela
valiosa orientação durante a redação e por ter formatado todo o texto em html;
l À Danieli, pelos desenhos lindos e simpáticos que fez para as fichas aqui apresentadas;
l Aos bolsistas do Baú: Danieli, Fábio J., Fábio L., Sérgio e Willian pelo apoio logístico
sobretudo nas últimas semanas da redação do trabalho;
l Aos antigos bolsistas: Ana e Tiago, e à Rafaela, colaboradora do projeto, por todo trabalho e
discussões conjuntas no primeiro ano do projeto.
Sumário
I. Introdução
A. O Baú de Ciências
III. Atividades
B. Pássaro equilibrista
1. Fichas de informações ao professor
a. Introdução
b. Física do funcionamento
c. Plano de aula
d. Dicas de montagem e preparação
2. Ficha de atividades para os alunos
C. Balança simples
1. Fichas de informações ao professor
a. Introdução
b. Física do funcionamento
c. Plano de aula
d. Dicas de montagem e preparação
2. Ficha de atividades para os alunos
IV. Bibliografia
Introdução
Centro de Gravidade e
Equilíbrio dos Corpos
A. O Baú de Ciências
O projeto Baú de Ciências busca desenvolver atividades experimentais em sala de aula utilizando
materiais de baixo custo. Este projeto de extensão atende cerca de 400 alunos em 13 turmas do
ensino fundamental (5ª a 8ª séries) e vem sendo implementado desde 2002 em uma escola da
rede pública municipal de Florianópolis. As sessões acontecem aproximadamente uma vez por
mês em cada turma, ocupando duas aulas de ciências, na própria sala de aula.
A dinâmica dos trabalhos desenvolvidos pelo projeto inicia com a escolha do experimento a ser
realizado. São desenvolvidos protótipos para o levantamento de materiais e para o estudo de
métodos de execução em larga escala e a um custo baixo. Nesta fase, são especificados, de
modo amplo, os conteúdos que podem ser abordados com o experimento. A partir destas
reflexões é elaborada uma seqüência didática de atividades a ser aplicada em sala de aula. Além
do experimento propriamente dito, a seqüência privilegia estratégias de problematização que
promovam o engajamento intelectual dos estudantes. Definidos esses aspectos, procede-se à
obtenção do material e das ferramentas necessários para a montagem dos experimentos.
Concomitantemente, são redigidas fichas de apoio dirigidas aos alunos, contendo ilustrações e
orientações para a montagem e sua posterior exploração.
Ao longo da execução do projeto têm sido utilizadas várias maneiras de organizar o material
didático escrito produzido para cada experimento e que serve de apoio a professores e
estudantes. Assim, o conjunto de materiais gerados para os 12 experimentos desenvolvidos até o
momento não segue um mesmo padrão de apresentação. O objetivo desse projeto é justamente
propor uma maneira de sistematizá-los.
A proposta aqui desenvolvida traz os textos de apoio redigidos em forma de fichas contendo
informações sobre todo o ciclo da atividade experimental, desde a sua preparação inicial até a sua
efetivação em sala de aula. Seu conteúdo trata dos aspectos pré-operacionais dos experimentos
(onde encontrar o material necessário, erros e dificuldades comuns dos alunos etc), operacionais
(como e o que fazer), didáticos (como aplicar em sala de aula), e os instrucionais (conceitos
envolvidos).
O tema central dos experimentos que foram objeto dessa pesquisa refere-se ao equilíbrio de
sistemas simples. Quatro atividades já executadas pelo Baú de Ciências foram selecionados para
a produção do texto de apoio. São elas: “Determinação do centro de gravidade”, “Pássaro
equilibrista”, “Balança simples” e “Equilíbrio de um corpo apoiado”. Todas essas envolvem o
conceito de centro de gravidade na compreensão dos fenômenos envolvidos. As fichas estão
organizadas segundo as atividades acima citadas e estão sub-divididas em dois grupos: um reúne
aquelas destinadas ao professor e o outro, aos alunos.
Em cada atividade existem quatro fichas que contêm informações ao professor. A Introdução, faz
uma breve descrição do fenômeno que será observado e expõe os objetivos do experimento. A
Física do funcionamento mostra a explicação do fenômeno à luz do conceito de centro de
gravidade. Esta explicação poderá estar presente na conversa do professor com os alunos na
atividade em sala. O Plano de aula traz sugestões de como conduzir a atividade durante a aula.
Dicas de montagem e preparação relata que material é necessário para a confecção da atividade,
comentários a respeito das dúvidas e erros mais comuns encontrados pelos alunos na realização
da montagem, entre outras informações.
As fichas destinadas aos alunos contêm uma lista do material utilizado no experimento, o
procedimento para montagem e execução (com ilustrações) e sugestões de atividades. Há ainda
um texto introdutório a este conjunto de atividades, destinado ao professor, que traz a definição
formal dos conceitos de centro de massa e centro de gravidade.
Centro de Gravidade e
Equilíbrio dos Corpos
Algumas definições
Centro de Gravidade e
Equilíbrio dos Corpos
Consideremos um objeto qualquer como sendo feito de muitas partículas menores. Se sobre
cada uma dessas partículas existir a aplicação de forças, sabemos, pela segunda lei de
Newton, que a soma de todas elas nos dará a força externa resultante. Desta maneira, a
força resultante é dada pela soma de todas as massas multiplicadas pelas suas respectivas
acelerações. Ora, a soma das massas vai nos dar a massa total do objeto, e a soma das
acelerações nos dará uma certa aceleração total. Cabe aqui a pergunta: aceleração total de
quem? Talvez a resposta imediata que nos ocorra seja “- Aceleração do objeto como um
todo!”, ou talvez “-Aceleração da massa total!”. Então encontra lugar uma segunda pergunta:
qual parte do objeto, ou da massa total, possui esta aceleração? Não necessariamente é
uma das extremidades do nosso objeto, nem sequer seu centro geométrico, mas deve ser
uma parte que o represente de alguma forma, que, ao sofrer a aplicação da força resultante,
adquira a aceleração resultante. Esta parte do objeto, capaz de representa-lo dessa forma, é
chamada de centro de massa do objeto. Podemos pensar no centro de massa de um corpo
qualquer como sendo um ponto que se comporta como se simplesmente toda a massa do
corpo estivesse concentrada nele. Consideramos que é este ponto que possui a aceleração
resultante, ou então, que apresenta momento igual ao momento total do sistema, seja ele
um corpo simples, como um dado, ou complexo, como uma galáxia.
A posição do centro de massa do corpo em relação a O é dada pelo vetor R definido pela
relação:
A partir dessa última relação percebemos que R, isto é, o centro de massa, é um ponto em
algum lugar no meio do objeto, um tipo de posição média obtida a partir dos diferentes ri´s,
cujas contribuições ou importâncias são proporcionais às massas.
Podemos, então, ler a Segunda Lei de Newton em termos do centro de massa: a força
externa que age sobre um corpo é a massa total vezes a aceleração de um ponto imaginário
– o centro de massa – cuja localização é R.
Passemos agora ao conceito de centro de gravidade. Vamos supor que temos um objeto
pequeno, como um livro, que desejamos deixar em equilíbrio através da aplicação de uma
única força. Teremos, então, duas forças atuando sobre ele: a força que iremos aplicar e a
força peso. Sabemos que a força peso resulta da ação atrativa da massa da Terra sobre
cada umas das massas que constituem o objeto. Essas forças de atração são proporcionais
às massas podem ser consideradas paralelas entre si. Portanto devemos nos perguntar
onde devemos aplicar a força de modo que a força gravitacional seja equilibrada sem que o
objeto comece a girar. Possivelmente, já nos deparamos com alguma situação semelhante e
encontramos que o ponto de aplicação da força deve estar alinhado com o centro do objeto,
em outras palavras, o ponto de aplicação deve estar alinhado com o centro de massa. Como
exemplo podemos citar uma bandeja equilibrada na ponta de um dos dedos. Se não
apoiarmos o dedo no centro da bandeja, ela gira ao redor do dedo e cai. Se ao invés de
equilibrá-la com o dedo, mas com um barbante preso em uma das alças de suporte para as
mãos, encontraremos da mesma forma que o ponto em que o barbante está preso, isto é, o
ponto de aplicação da força, estará alinhado com o centro de massa, formando uma linha
imaginária que aponta para baixo. Se retirarmos a bandeja dessa posição de equilíbrio,
suspendendo-a por um dos lados e depois soltando-a, veremos que ela irá girar ao redor do
ponto de apoio, que é o ponto de aplicação da força, oscilando em torno da posição de
equilíbrio até parar.
Ainda falta-nos entender o que acontece de fato quando o ponto de aplicação não está
alinhado com o centro de gravidade. A análise dessa situação será feita nas próximas
páginas, na sessão Física do funcionamento de cada atividade. Na explicação dos
fenômenos nelas envolvidos encontraremos uam aplicação direta dos conceitos aqui
apresentados.
Centro de Gravidade e
Equilíbrio dos Corpos
Atividades
Centro de Gravidade e
Equilíbrio dos Corpos
a. Introdução
b. Física do funcionamento
Figura 2
sendo fb a força exercida pelo barbante; fm, pela mão da pessoa e P a força
gravitacional.
Figura 3
Figura 4
Entretanto, quando o corpo está preso somente por um ponto fixo e sofre a
atuação de forças, além do movimento de translação ele pode ainda sofrer o
movimento de rotação em torno do ponto que o sustenta. No sistema de forças
apresentado na figura 4, o pedaço de papelão poderá ou não transladar e rodar
em torno do ponto de sustentação, dependendo dos valores relativos e da
orientação das diferentes forças.
Figura 5
A linha tracejada u será útil para estudarmos as duas forças. Para tanto, vamos
considerar os efeitos que cada uma pode produzir sobre o papelão. A força fb,
como está aplicada exatamente sobre o ponto de sustentação, pode apenas
fazer com que ele suba, uma vez que ela aponta para cima. Pode também, em
conjunto com uma parte da força P, rasgar o papelão (para isso, ambas teriam
que ser tão grandes a ponto de vencer a resistência da fibra do papelão). A
parte da força P que contribui nesse sentido é aquela que pode ser
representada sobre a linha u, (Pu) apontando para baixo, e a parte de fb é
aquela sobre essa linha (fbu), mas apontando para cima, conforme ilustra a
figura 6.
Figura 6
Figura 7
A força peso está alinhada com o segmento de reta que une o ponto de
sustentação e o centro de gravidade, não existe nenhuma componente desta
força que possa ser representada fora desta linha. Portanto, como não há força
responsável pelo movimento de rotação, o recorte de papelão não gira. É como
se estivéssemos sentados no gira-gira apoiando os pés no chão e fazendo
força para trás, para fora do brinquedo, sem aplicar uma força para o lado.
Nesse caso, permanecemos parados.
c. Plano de aula
Esta atividade é simples e rápida de ser realizada. Inicie com uma conversa
sobre as condições de equilíbrio dos corpos. Durante a conversa você pode
fazer perguntas do tipo: "Por que um empurrão pode derrubar uma pessoa?";
"Até onde uma pessoa em pé pode se inclinar sem cair?" etc.
Peça aos alunos que se reunam em grupos com quatro alunos. Distribua as
fichas de atividades e os materiais em número suficiente para que cada um
possa fazer sua montagem.
Peça para os alunos lerem atentamente a ficha de atividades até o fim antes de
começarem a recortar o papelão. Isso poderá evitar que façam algum passo de
maneira incorreta.
Esta parte da aula está voltada a equilibrar o recorte de papelão numa região
no entorno do centro de gravidade. Isso pode ser feito de duas maneiras: ou
sustentando-o com um fio que atravessa o papelão ou apoiando-o com a ponta
do dedo ou de uma caneta.
Peça para que voltem aos seus lugares. Para concluir a atividade, reforce a
explicação inicial sobre o equilíbrio dos corpos e o centro de gravidade. Você
pode verificar se eles entenderam algo fazendo perguntas a eles sobre o
equilíbrio.
Material:
Reforce aos alunos que antes de traçar a linha no papelão ao longo do fio é
necessário esperar o fio de prumo e o papelão ficarem parados.
Alguns alunos podem encontrar dificuldade em traçar uma linha reta tendo por
base apenas o fio. Nesse caso, após fixar o fio do prumo com o dedo na parte
inferior do recorte, eles podem usar uma régua para obterem um traçado mais
firme.
Centro de Gravidade e
Equilíbrio dos Corpos
Material:
l papelão
l barbante
l alfinete, parafuso, porca e prego
l tesoura, lápis ou caneta
Procedimento:
B. Pássaro equilibrista
a. Introdução
b. Física do funcionamento
Figura 1
Porém, é difícil mantê-la por muito tempo nessa posição. Qualquer movimento
da mão faz com que a régua ameace tombar e temos que fazer malabarismos
se quisermos evitar que isto aconteça. Observando a figura 2 percebemos que
isso acontece porque a força gravitacional P, quando não está alinhada com a
força exercida pela mão, fica livre para puxar a régua para baixo. Dessa forma,
a régua gira ao redor do ponto de apoio afastando-se cada vez mais da
posição de equilíbrio. A fim de evitar que isto aconteça devemos deslocar o
ponto de apoio até que fique novamente embaixo do centro de gravidade,
conforme a figura 3. Se alguma vez tentamos fazer isso, todos sabemos que
não é fácil.
Figura 2
Figura 3
Na figura acima vemos que como a força fb exercida pelo barbante e a força
peso P têm o mesmo ponto de aplicação, em nenhuma posição imaginável da
régua elas vão estar desalinhadas, portanto a posição da régua não interfere
no equilíbrio do sistema.
Figura 5
Assim que retirarmos a régua da posição de equilíbrio, a força peso irá atuar no
sentido de fazer com que a régua gire ao redor do ponto de apoio,
aproximando-a cada vez mais da posição original. Qualquer perturbação
provocada na régua terá como resultado uma oscilação em torno dessa
posição de equilíbrio.
c. Plano de aula
Peça aos alunos que formem grupos com seis alunos. Entregue para cada
aluno a ficha de atividades, uma ficha contendo um modelo de pássaro,
pedaço de papel para desenharem, a cartolina, tesoura e lápis de cor se for
necessário. Assim cada uma pode começar a fazer a atividade. Peça para que
leiam a ficha de atividades com atenção até o fim, antes de começar a
desenhar o pássaro.
À medida que eles forem terminando, discuta nos grupos qual deve ser a
configuração do arco de arame para fazer o pássaro ficar em pé. Evite fazer
esse trabalho por eles. Este momento é oportuno para os alunos fixarem o
conceito de centro de gravidade e também explorarem a manipulação de sua
localização como meio de alcançar o objetivo desejado - deixar o pássaro em
uma determinada posição.
Material:
Leva um certo tempo até que os alunos consigam fazer o pássaro ficar em pé,
o que leva alguns a perder a paciência. Caso isso aconteça, diga-lhes para
observar o comportamento do pássaro a cada configuração do arame. Isto é,
se o arco for entortado para a direita, o pássaro inclina também para a direita,
se entortá-lo para frente, a figura também virá para frente e assim por diante. A
partir daí, basta percorrer o caminho contrário de raciocínio, se o objetivo é
fazer o pássaro inclinar-se um pouco para frente, o mesmo deve ser feito com
o arco de arame. Esta é uma ótima oportunidade para desenvolver a
capacidade de realizar previsões a partir do domínio de determinadas
variáveis.
Centro de Gravidade e
Equilíbrio dos Corpos
Material:
Procedimento:
C. Balança
a. Introdução
O objetivo geral desse experimento é utilizar uma balança de braços iguais para
medir as massas de diferentes objetos utilizando como padrão de medida a massa
de outro objeto.
b. Física do funcionamento
O equilíbrio da balança é um dos temas que pode ser explorado a partir dessa
atividade. Daremos ênfase a esse aspecto pelo fato de o equilíbrio dos corpos ser o
tema central desse texto.
Figura 2
Agora nos resta contar a quantidade de alfinetes que foi necessária para balancear
a massa da borracha. O número que obtermos com esta soma representará o valor
da massa da borracha quando comparada com o nosso padrão de medida.
Adotamos o alfinete como padrão e por isso esta será a unidade de medida. Caso a
soma seja igual a 50, a massa da borracha será igual a 50 alfinetes, isto é, em uma
borracha temos a massa equivalente a 50 vezes a massa de um alfinete.
Se quisermos adotar como padrão de medida o clips, esta será nossa nova unidade
e o valor da massa da borracha será resultado da comparação com a massa de um
clips.
Figura 4
c. Plano de aula
Além desses, pode-se ainda conversar com os alunos sobre temas relacionados à
realização de medida por comparação, à utilização de um padrão de referência na
medição e à precisão de medidas.
Peça aos alunos que formem grupos com 4 alunos para que compartilhem
ferramentas e idéias, porém distribua materiais para que cada dupla de alunos
construa uma balança.
Material:
n Base: uma garrafa plástica de refrigerante (PET) de 600 ml, 1 litro ou 2 litros
n Pratos: dois fundos de garrafa plástica de refrigerante de 600 ml, 1 litro ou 2
litros.
n Haste móvel: uma régua escolar de madeira ou plástico de 3 cm de largura e
20 a 30 cm de comprimento, ou um pedaço de plástico com rigidez similar.
n Suporte do eixo: caixa plástica de filme de 35 mm e um prego comprido
(aprox. 4 cm) e fino ou um pedaço de arame.
n Barbante ou linha 10.
n Ferramentas: serra de metal, estilete ou faca velha, vela, tesoura, alicate.
A seguir apresentamos uma lista com a massa de vários materiais que podem ser
utilizados como massas de referência no momento de realizar as medidas:
Depois de os alunos terem montado a balança pode acontecer que ela tenha a
tendência a pender para um dos lados. Uma das soluções possíveis é utilizar
grampos de cabelo para corrigir essas tendências, ou então, verificar se o arame
que prende o braço à caixinha de plástico está torto. Se for este o caso, peça aos
alunos que procurem desentortá-lo.
Centro de Gravidade e
Equilíbrio dos Corpos
1. Abra uma fenda através do fundo e das laterais de uma caixa plástica de filme. Utilize
tesoura, lâmina metálica quente (faca), estilete ou mesmo uma serra.
2. Fure a caixa do filme vazando os dois lados com um prego fino e longo.
3. Fure a régua no centro do comprimento mas a 1 cm da margem, com o diâmetro do prego.
Abra ainda um furo em cada extremidade da régua.
4. Faça dois pratos iguais de 3 cm de altura com fundo de garrafas plásticas de refrigerante
suspensas com barbante. Fixe os pratos nas extremidades da régua.
5. Preencha a garrafa-base com água ou areia e tampe-a. Encaixe a embalagem de filme
sobre ela. Articule a régua com a caixa de filme utilizando o prego como eixo. A haste deve
ficar na horizontal. Caso isso não aconteça, faça pequenos ajustes adicionando clipes de
papel no prato mais leve até chegar ao equilíbrio.
Atividades:
l Compare o peso de alguns objetos com o de outros. Quantas canetas pesa uma borracha?
Quantas borrachas pesa um estojo? Quantos clipes de papel pesa uma borracha?
l Pegue uma coleção de objetos idênticos (bolinhas de gude ou pregos, por exemplo), vá a
um supermercado ou padaria e veja se alguém pode, com uma balança, determinar quantas
gramas tem um item (uma bolinha de gude, por exemplo) ou uma porção de itens (se você
souber quantas gramas têm 50 pregos pode obter quantas gramas tem cada um dividindo o
valor total por 50). Use esta referência para comparação com outros objetos.
a. Introdução
Este experimento consiste de uma caixa de fósforos apoiada sobre uma rampa.
Dependendo da inclinação da rampa, e da massa colocada na caixa, esta
poderá tombar ou não.
b. Física do funcionamento
Figura 1
Figura 3
Para uma inclinação pequena da régua nada acontece com a caixa porque
teremos a régua impedindo que ela tombe para trás. Essa situação não mudará
enquanto a força peso estiver atuando dentro da superfície sobre a qual a caixa
está apoiada. Entretanto, após determinada inclinação, veremos a caixa tombar
para frente. Isso vai acontecer porque a força peso passará a atuar fora dessa
superfície, onde nada irá evitar que a caixa tombe. A figura 4 ilustra essa
passagem.
Figura 4
Se quisermos aumentar a inclinação da régua e ainda assim manter a caixa
apoiada sobre ela, precisamos, então, encontrar um modo de "deslocar" a força
peso para dentro da superfície de contato. Sabemos que isso pode ser feito
através da mudança da posição do centro de gravidade. Por exemplo, se
fixarmos um maço de pregos dentro da caixa, o centro de gravidade do sistema
todo será deslocado mais para baixo. Com isso, conforme podemos ver na
figura 5, a inclinação da régua poderá ser bem maior do que antes.
Figura 5
c. Plano de aula
Você pode iniciar esta atividade perguntando aos alunos se alguma vez já
tentaram equilibrar algum objeto qualquer, como uma cadeira ou uma caixa de
fósforos, em algumas das extremidades. Proponha que eles levantem-se e
tentem equilibrar a cadeira em um dos pés (da cadeira) para que verifiquem o
quanto isso é difícil de ser conseguido.
Peça aos alunos que se reúnam em grupos com quatro alunos. Distribua o
material para que cada dupla faça a atividade com a caixa vazia e também com
pregos. Oriente-os a ler a ficha de atividades até o fim antes de começarem a
fazer qualquer coisa.
Neste momento retome a atenção dos pequenos grupos (nos lugares em que
estão). Converse sobre as tentativas de equilibrar as caixas nas duas situações:
sobre uma das extremidades e sobre a rampa.
Você pode fazer perguntas do tipo: "´Por que a caixa tomba rapidademente
quando está apoiada sobre uma das extremidades?; O que muda quando ela
fica sobre a rampa? A partir de que posição ela cai? Qual a diferença no
comportamento da caixa vazia e da caixa cheia?" O objetivo é fazer com que
eles refiram-se à posição do centro de gravidade em relação ao ponto de apoio
como elemento determinante no equilíbrio da caixa.
Material:
Sugerimos que você peça aos alunos para que cada um traga uma caixa de
fósforo. Ainda assim, procure levar algumas extras com você. Alguém pode não
trazer ou então alguma caixa pode ser danificada durante a atividade.
Há duas maneiras de evitar que caixa deslize pela régua inclinada. Uma é
através de um prego pequeno preso com fita adesiva à regua. É necessário
passar a fita ao redor do prego de modo que não sobre nenhuma folga ao lado
dele. Isso o deixaria frouxo e depois de algumas tentativas de equilibrar a caixa
ele poderia se soltar um pouco da fita.
Material:
l Caixa de fósforos
l Alfinete
l Lixa, linha, tábua (régua) de apoio,
cola, prego pequeno etc.
l Tesoura
Procedimento:
l Incline gradativamente a régua e observe a posição do fio de prumo até a caixa de fósforos
tombar.
l Mantenha a régua na horizontal e incline somente a caixa. Observe a partir de que ponto a
caixa passa a tombar.
l Coloque uma carga qualquer, baixa, dentro da caixa de fósforos e observe como a sua
estabilidade aumenta (isto é, deve ter uma inclinação muito maior para tombar.
Todo corpo apoiado sobre um plano tem equilíbrio estável desde que a vertical que passa pelo
centro de gravidade caia dentro de sua base de apoio. Os carros de corrida, por exemplo, têm uma
larga base de sustentação e um centro de gravidade bem próximo ao solo, o que lhes dá uma
extraordinária estabilidade.
Bibliografia
Centro de Gravidade e
Equilíbrio dos Corpos
Bibliografia
Na edição do projeto em 2002, utilizamos particularmente as sugestões (e algumas figuras)
encontradas em:
Alberto Gaspar, Experiências de Ciências para o 1o. Grau, Editora Ática, São Paulo, SP,
1992.
Existem vários livros com propostas de experimentos com diferentes graus de dificuldade e
possibilidades de aplicação em massa na escola:
Eduardo de Campos Valadares, Física mais que divertida, Editora da UFMG, Belo Horizonte,
MG, 2002.
Gary Gibson, Brincando com Luzes e Cores, Callis Editora Ltda., São Paulo, SP, 1996.
Janice VanCleave, Ciências da Terra para Jovens, Publicações Dom Quixote, Lisboa,
Portugal, 1993.
Janice VanCleave, Física para Jovens, Publicações Dom Quixote, Lisboa, Portugal, 1993.
Luiz Antonio Macedo Ramos, Rosa Leamar Dias Blanco e Milton Antonio Zaro, Ciência
Experimental, 3a. Edição, Editora Mercado Aberto, Porto Alegre, RS, 1992.
Luiz Ferraz Netto, Manual da Feiras de Ciências, Volume I - Ciências Físicas, Editora
CERED, São Paulo, SP, 1992.
Terry Cash e Barbara Taylor, Eletricidade e Ímãs, Coleção Ciência Divertida, Editora
Melhoramentos, São Paulo, SP, 1991.
Terry Cash e Barbara Taylor, Som, Coleção Ciência Divertida, Editora Melhoramentos, São
Paulo, SP, 1991.
Roque Cruz, Sérgio Leite, Luiz Antonio Orecchio, Experimentos de Ciências em Microescala
- Química e Física (1o. Grau), Editora Scipione, 1996.
Roque Cruz, Sérgio Leite, Luiz Antonio Orecchio, Experimentos de Ciências em Microescala
- Corpo Humano (1o. Grau), Editora Scipione, 1996.
Algumas séries didáticas trazem vários experimentos, apesar de na sua maioria serem de difícil
aplicação dentro dos objetivos do projeto. É o caso da série adotada pela escola onde o projeto foi
adotado em 2002 e fornecida pelo Programa Nacional do Livro Didático:
César da Silva Júnior, Sezar Sasson e Paulo Sérgio Bedaque Sanchez, Ciências:
Entendendo a Natureza - O mundo em que vivemos (5a. série), Os seres vivos no ambiente
(6a. série), O homem no ambiente (7a. série), A matéria e a energia (8a. série), Editora
Saraiva, 2001
Adotamos os seguintes livros como referência para a redação dos conceitos aqui desenvolvidos:
Beatriz Alvarenga e Antônio Máximo. Curso de Física. Editora Scipione, São Paulo, SP,
2000. v. 1.
Moisés H. Nussenzveig. Curso de física básica. v. 1. Editora Edgard Blücher, São Paulo, SP,
1981.
Há ainda aquelas publicações cujas leituras nos forneceram a base para reflexão, discussão e
exercício da prática educacional exigida pelo Projeto Baú de Ciências.
Obras:
Artigos:
Documentos:
Um artigo completo sobre o projeto está publicado nos anais do XV Simpósio Nacional de Ensino
de Física, realizado em Curitiba, PR, entre 22 e 26 de março de 2003. Um site do projeto também
pode ser acessado a partir da página do seu coordenador: http://www.fsc.ufsc.br/~canzian.
Um artigo que narra uma experiência anterior que serviu de inspiração e motivação para o Baú de
Ciências pode ser encontrado em: Nelson Canzian da Silva, Laboratório Integrado e Eventos em
C&T: Sobre Experimentos e Observações na Formação de Professores In: Educação para a
Ciência, organizado por S., E. W. Hamburger, D. M. Silva e S. Mascarenhas, 678 pág., Ed. Livraria
da Física, 2002.