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Força da Resistência do ar

– Queda dos corpos –

Elaboração de uma tarefa de investigação

MESTRADO DE ENSINO DE FÍSICA E QUÍMICA


Didática da Física e da Química II 2021/2022

Susana Paula Dias Chaves 23994


Índice

Índice ............................................................................................................................. 1

INTRODUÇÃO........................................................................................................... 2

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................... 2

APRESENTAÇÃO DA TAREFA .................................................................................... 6

PLANIFICAÇÃO ....................................................................................................... 11

5. REFLEXÃO .............................................................................................................. 19

6. BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 20

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INTRODUÇÃO
Este Trabalho Individual, foi realizado no âmbito da UC Didática da Física e da Química
II e tem como principal objetivo construir uma atividade de investigação sobre um assunto
escolar do 3.º ciclo do ensino básico ou do ensino secundário e respetiva planificação que
permita aplicar, em contexto de sala de aula, a tarefa desenvolvida.

Está organizado em 5 secções, que são: Introdução, Fundamentação Teórica, Tarefa


(com respostas, possíveis dificuldades dos alunos, eventuais estratégias de orientação e
objetivos de aprendizagem), Planificação, Reflexão e Bibliografia.

Para a elaboração desta tarefa de investigação, (tendo por base o modelo dos 5 E’s de
Bybee (Bybee, et al. 2004), (envolver, explorar, explicar, elaborar e avaliar)), optei por
escolher um conteúdo do 3º ciclo do ensino básico (9º ano), nomeadamente do domínio das
forças e movimento, mais concretamente as forças que se opõem ao movimento, no caso –
Força da resistência do ar.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A disciplina de Físico-Química no Ensino Básico visa, de entre vários aspetos,
desenvolver uma compreensão geral e alargada das principais ideias e estruturas
explicativas da Física e da Química, bem como da metodologia da Ciência (Aprendizagens
Essenciais (9.º Ano | Básico | Físico-Química), 2018, p. 1).
Como já foi dito anteriormente, a proposta didática conseguida é destinada a alunos
do 9.º ano de escolaridade, pensada para a disciplina de Físico-Química e pode ser

enquadrada, segundo as Aprendizagens Essenciais da mesma, no domínio- Movimentos na


Terra, subdomínio -Forças e movimentos. Para a sua resolução, o aluno necessita de ter
assistido às aulas teóricas de forma a compreender, em situações do dia a dia e em
atividades laboratoriais, as forças como resultado da interação entre corpos; aplicar as leis

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da dinâmica de Newton na interpretação de situações de movimento e na previsão dos
efeitos das forças;
A tarefa proposta foi concebida de forma a contribuir para a concretização do objetivo
da disciplina referido anteriormente, levando os alunos a conseguirem “Explicar a
importância da existência de atrito no movimento e a necessidade de o controlar em
variadas situações, através de exemplos práticos, e comunicar as conclusões e respetiva
fundamentação.” (Aprendizagens Essenciais (9.o Ano | Básico | Físico-Química), 2018, p. 6).
O tema tratado nesta proposta é, portanto: as forças que se opõem ao movimento e que
não existem só entre superfícies sólidas, nomeadamente, quando um corpo se desloca no
ar, o ar exerce sobre o corpo uma força que se opõe ao movimento. a força da resistência
do ar.
Sendo assim, esta tarefa procura:
• Explicar que força da resistência do ar tanto pode ser prejudicial como útil e,
por isso, muitas vezes é alterada a forma dos corpos para reduzir ou aumentar
a ação dessa força sobre os mesmos.
• Estabelecer uma ponte de conceitos entre a física clássica e a física moderna,
sem menosprezar uma em detrimento da outra, mostrando que existe uma
relação de interdependência entre as duas, uma vez que para se entender a
segunda é preciso ter-se um grande domínio da primeira (Ponto de vista entre
Aristóteles e Galileu).
• Levar os alunos a perceberem que sem a ação da força da resistência do ar, dois
corpos largados da mesma altura, têm iguais tempos de queda,
independentemente da sua massa.
• Contribuir para o exercício de uma aprendizagem construtivista em sala de aula

e que, para isso, os alunos são conduzidos a questionar, ponderar e apurar o seu
pensamento crítico.

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A minha escolha deveu-se ao facto de, embora se trate de uma situação cujos efeitos se
sentem no dia a dia, a visualização dos mesmos não é assim tão percetível. Tratando-se de
uma atividade de investigação, pareceu-me interessante colocá-los perante uma situação fácil
de conceber até em casa, acreditando que conseguirei captar a atenção, envolver os alunos
e motivá-los a refletir sobre o porquê de tal ocorrência. sendo sem dúvida um motor para
uma aprendizagem com sucesso. A tarefa que proponho, requer uma pesquisa por parte dos
alunos, de forma a conseguirem explicar o fenómeno que lhes foi apresentado,
desenvolvendo a capacidade de comunicar as suas conclusões de forma ativa e participativa.
Para tal, planificou-se uma tarefa de investigação dividida em três partes que assentam
no modelo dos 5 E’s de Bybee (Bybee, et al. 2004) – envolver, explorar, explicar, elaborar
e avaliar.
Deste modo, a planificação procurou de forma bem definida associar cada um dos 5
E’S de Bybee ao três grandes momentos de uma aula (Chapman, O. (1997)), isto é: a
introdução da tarefa (Parte I) na qual se pretende envolver e motivar os alunos; o trabalho
autónomo dos alunos que permite desenvolver capacidades tão fundamentais como o
explorar, e o elaborar; o momento da discussão coletiva onde o aluno é envolvido na prática
do explicar e da partilha , tudo isto também pedido na Parte II em forma de desafio “vai
mais além”, onde os alunos são convidados a dar largas à sua imaginação, numa dinâmica
de interdisciplinaridade. Este desafio é bastante pertinente, tendo em conta que alguns
alunos apresentam dificuldades que poderão estar relacionadas com a atitude não
construtivista face aos conceitos dados em sala de aula, não sentindo a necessidade de
serem eles os responsáveis pela construção da sua própria perceção e explicação de um
dado fenómeno (Faucher, 1987, p. 138), já que para os mesmos a ciência é puramente
empírica e nela só há espaço para uma única verdade sem qualquer margem para
questionamentos e dúvidas (Faucher, 1987, p. 140). Numa tentativa de colmatar as crises
sentidas pelos alunos ao tentarem estabelecer relações entre os conceitos da física clássica
com os da física moderna, e de modo a entenderem a importância do pensamento crítico
e da experimentação, pretende-se que façam essa reflexão na proposta “vai mais além”,

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ao levá-los a fazer a comparação com o pensamento que o filósofo grego Aristóteles tinha,
afirmando que uma pedra com o dobro da massa de outra cairia duas vezes mais depressa
que esta última e Galileu que refutou as suas ideias O pensamento de Aristóteles era
inquestionável, na época, por ser considerado um homem sábio e bom, o que levou Galileu
a ter de comprovar as suas ideias através da experimentação. Desde então a ciência passou
a usar a experimentação para encontrar a verdade das coisas, sendo esse momento
considerado o nascimento da Física Moderna. Pelo exposto, pareceu-me adequado
formular uma proposta didática que levasse os alunos a refletir sobre esta forma de
abordar os conceitos científicos, nomeadamente o efeito da resistência doa ar na queda
dos corpos.
Considero que esta tarefa aplicada em sala de aula, de acordo com a planificação
elaborada, será sem dúvida uma contribuição muito positiva para um ensino centrado no
aluno. Cabe ao aluno pesquisar, planear, executar, retirar conclusões, partilhar resultados
com os colegas e projetar possíveis sugestões de melhoria, a par da riqueza pessoal e
cognitiva que um trabalho em grupo potencia, quando bem orientado e acompanhado,
assumindo o professor o papel facilitador da aprendizagem.
Assim, tomando por base uma adaptação do modelo de Roback et. al., (2006) foi
estruturada a planificação da tarefa, demonstrando sempre uma forte preocupação nas
dificuldades que os alunos podem sentir em cada fase da sua realização, bem como as
possíveis respostas do professor a essas dúvidas ou qual a intervenção/ atitude a adotar
que potencie a evolução do aluno na sua aprendizagem. Por último foram identificadas
quais as competências que se pretendem avaliar.
Após a resolução desta tarefa, estou certa de que cada aluno ganhou uma
aprendizagem clara e consistente sobre a ação da força da resistência do ar, enriquecendo
o seu conhecimento sobre os efeitos das forças no movimento dos corpos.

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APRESENTAÇÃO DA TAREFA
Atividade Nº 1 – Forças que se opõem ao movimento
Ciências Físico-Químicas – 9º Ano

Nome: Número: Turma: Data: / /

Parte I

Desde os tempos mais remotos o homem estuda os movimentos que ocorrem na


natureza, e de entre todos sempre houve grande interesse pelo movimento de queda
dos corpos quando são abandonados próximos à superfície da Terra.

Observa a situação apresentada.

Objetivos de
aprendizagem
1. Incentivar a
reflexão sobre
situações de
conhecimento
1 Identifica a questão apresentada? científico
R: Quem cairá primeiro, a bola ou a pena?
Dificuldades: Poderão ter dificuldades em identificar a questão em
causa na imagem. O professor deverá estar atento e, se necessário,
ajudá-los a decifrar o problema colocado.

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2 Formula uma hipótese para dar resposta a essa questão
R: A bola cairá primeiro porque tem maior massa Objetivos de
Dificuldadades: Os alunos poderão ter dificuldades em aprendizagem
contextualizar o problema sugerido pela imagem. Poderão confundir 2.Formular uma
conceitos, como peso e massa. O professor deverá estar atento e, se hipótese com o
necessário, orientá-los de forma a chegarem à formulação de uma
objetivo de encontrar
soluções para o
hipótese. estudo em questão

3 Tendo em conta o material que se encontra à vossa


disposição

3.1 Planifiquem uma atividade que vos permita comprovar


(ou não) a vossa hipótese.
R: Escolher um estojo e uma folha de papel.
Largar o estojo e uma das folhas, da mesma altura e no mesmo
instante.
Verificar qual dos objetos chega primeiro ao chão
Fazer o mesmo, mas agora com a folha amarrotada 3.1;3.2
Promover a
autonomia e desafiar
3.2 Realizem a atividade
o aluno a resolver um
Dificuldadades comuns à 3.1 e 3.2: O que é planear? Onde problema, onde irá
escrever? Dificuldades em escolher os objetos e em perceber que vão ter que pensar desde
ter de modificar a forma da folha de papel para verificarem o impacto como manusear os
da resistência do ar na queda dos corpos; Perceber que os objetos materiais até ao
têm de ser largados à mesma altura; Perceber que, numa das procedimento;
situações, têm de modificar a forma da folha de papel, Fomentar o espírito
nomeadamente amachucá-la para obter uma forma esférica; de grupo;
Realizar uma
Caso surjam várias sugestões dentro do grupo, optar por qual
atividade laboratorial
é a correta; que represente uma
O professor deverá estar atento e, se necessário, orientá-los: “Então e situação possível de
se experimentarem, por exemplo, com uma folha e um estojo?” “É ser demonstrada
importante que sejam largados da mesma altura e no mesmo instante, num contexto do dia
certo?”; “Então e agora? Será que se alterarem alguma coisa na forma a dia;
de um dos objetos, acontece o mesmo?”; “Qual a alteração mais
adequada a fazer para efetuarmos esta experiência?”; “Então
experimentem lá repetir a experiência, mas agora com a folha de papel
amarrotada em forma de bola!”

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Objetivos de
aprendizagem

3.3 Registem o que observaram


R: Quando largamos o estojo e a folha de papel sem estar 3.3 Promover e incentivar a
amarrotada, o estojo chegou primeiro ao chão do que a folha. boa a prática de recolha
Quando largamos o estojo e a folha de papel amarrotada, ambos de dados, perante as
observações realizadas
os corpos chegaram praticamente ao mesmo tempo.
Dificuldades: O que registar. “Registamos no protocolo?”
“Registamos todos os elementos ou basta um?”

3.4 Realizem uma pesquisa que vos permita explicar o


que observaram. (Podem consultar o manual, a
internet ou outros meios que acharem adequados) 3.4 Incentivar o pensamento
crítico, após observação
R: A diferença do que acontece quando a folha está aberta dos fenómenos
estudados. Desenvolver
ou amachucada deve-se ao facto de, no caso da folha a capacidade de
aberta, esta sofre uma ação muito maior da força da pesquisar e selecionar
adequadamente a
resistência do ar do que a folha amassada, devido ao informação recolhida.
tamanho de sua superfície em contato com o ar ser muito Compreender a
maior. Então, se anularmos o efeito da resistência do ar importância da
experimentação para o
durante a queda dos corpos, corpos com massas diferentes pensamento científico.
abandonados da mesma altura e no mesmo instante, Treinar o método de
chegam ao mesmo tempo ao solo. síntese, para
apresentação de
Dificuldadades: Os alunos poderão ter dificuldades em saber o resultados.
que pesquisar, como pesquisar, onde pesquisar. Dificuldade Compreender a ação da
em relacionar os conceitos. Dificuldade em explicar, por resistência do ar na
queda dos corpos e de
palavras próprias. Identificar apenas informação relevante.
que forma isso acontece.
Sintetizar a informação recolhida. Organizar as suas ideias.

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Parte II

Vai mais além…


Imaginem que entravam numa máquina do tempo e que vos era possível regressarem ao
ano 300 A.C. Entretanto, tinham a oportunidade de se encontrarem com Aristóteles e de lhe
fazerem uma entrevista!
Façam uma pesquisa sobre o que Aristóteles pensava acerca desta temática, se alguém
refutou as suas ideias e de que forma. Depois, organizem um conjunto de questões que lhe
colocariam, explicando de que forma lhe iriam provar que o seu pensamento não estava
totalmente correto..
Elaborem e gravem um “role play” recriando essa situação!!!
Coloquem o vídeo no padlet criado para o efeito, utilizando o seguinte QR Code, para
que possam partilhar essa fantástica aventura com os colegas da turma e o vosso professor!

Dificuldades: Saber o que pesquisar, como pesquisar, onde


Objetivos de
pesquisar. Relacionar os conceitos. Identificar apenas
informação relevante. Sintetizar a informação recolhida.
aprendizagem
Organizar as suas ideias. Elaborar e colocar em prática um Vai mais além…
Apelar à criatividade e imaginação
“role play”. -Alguns alunos poderão sentir-se pouco à
do aluno. Desenvolver a
vontade e ansiosos devido à dinâmica desta atividade capacidade de “pensar mais além”.
(encenação/filmagem). Fatores como a timidez e falta de Desenvolver a capacidade de
autoconfiança podem dificultar o trabalho dentro do grupo, argumentação científica. Promover a
interdisciplinaridade e o uso das
mas se bem orientado, poderá transformar-se num fator
novas tecnologias. Incentivar a
dinamizador e libertador desses medos iniciais que alguns comunicação. Promover a
poderão sentir. Dificuldades em usar o padlet ou um QR discussão coletiva. Contribuir para a
Code partilha de experiências entre os
elementos da turma.
Este exercício adapta-se perfeitamente à realização de uma DAC entre a disciplina de Português
(como fazer uma entrevista), Educação Artística - oficina de teatro (encenação), TIC e Ciências
Físico-Químicas. O que se pretende com este exercício é, ao mesmo tempo que aborda um
acontecimento científico, dar espaço à imaginação e criatividade dos alunos.

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Objetivos de
Uma curiosidade… aprendizagem
Uma curiosidade…
Usem o Qr Code para verem um vídeo onde o
Estabelecer uma ponte de
físico Brian Cox vai a uma das maiores câmaras
conceitos entre a física clássica e
de vácuo do mundo para comprovar o movimento
de queda livre. É surpreendente! a física moderna, sem
menosprezar uma em
detrimento da outra, mostrando
que existe uma relação de
interdependência entre as duas,
uma vez que para se entender a
segunda é preciso ter-se um
grande domínio da primeira
(Ponto de vista entre Aristóteles
Parte III e Galileu).
1. Explicar que força da
resistência do ar tanto pode ser
(Regista as vossas respostas no padlet onde colocaram o vosso
prejudicial como útil e, por isso,
vídeo, para as poderem partilhar com a vossa turma)
muitas vezes é alterada a forma
dos corpos para reduzir ou
1. O que aprenderam com esta atividade?
aumentar a ação dessa força
R: Que a força da resistência do ar tem influência no tempo de
queda dos corpos, bem como na sua trajetória e que podemos
sobre os mesmos.
aumentar ou minimizar os seus efeitos, modificando a forma Levar os alunos a perceberem
dos corpos e que se não estiverem sobre a influência da que sem a ação da força da
mesma, corpos largados à mesma altura, têm tempos de resistência do ar, dois corpos
queda iguais, independentemente da sua massa. largados da mesma altura, têm
Aprendemos também que a melhor forma de comprovarmos iguais tempos de queda,
ou não, um fenómeno científico é termos um pensamento independentemente da sua
crítico, explorar e experimentar.
massa.
Dificuldadades: expor, contextualizar os conceitos
apreendidos. Não sabe usar o padlet e/ou QR Code. Não
2/3. Contribuir para o exercício de
entenderem o objetivo da tarefa uma aprendizagem
construtivista em sala de aula
2. Quais as dificuldades que sentiram na realização desta e que, para isso, os alunos são
atividade e porquê? conduzidos a questionar,
ponderar e apurar o seu
3. Indiquem um aspeto que mais gostaram, outro que
pensamento crítico.
gostaram menos e porquê?

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PLANIFICAÇÃO

Grelha de um plano de aula


(90 min)

Atividade dos alunos (o que se


Antecipação das respostas do
Duração pretende que façam) e Avaliação da aprendizagem dos
Momentos da aula e professor e outros aspetos a ter em
esperad possíveis dificuldades dos alunos
questões da tarefa atenção
a alunos

II 15 min Os alunos organizam-se em O professor indica a constituição de cada Avaliar se:


1. Introdução da tarefa grupos de acordo com a grupo
(Engage) orientação do professor. O grupo de alunos mostra
IIn Os alunos em grupo ouvem o Informa como será distribuída a tarefa compreender o que é pedido na
professor explicar como vão ao longo da aula questão.
trabalhar.
A tarefa é entregue aos alunos, Sugere que no grupo seja eleito um O grupo de alunos mostra
uma por cada grupo, de forma que porta-voz; compreender como se vão organizar
possam tomar conhecimento do durante os vários momentos da
conteúdo da mesma Sugere que cada grupo comece por realização da tarefa
definir tarefas para cada elemento
Possíveis dificuldades dos alunos:
Organizarem-se em grupo
2.

2. Trabalho autónomo dos


alunos

Parte I
5 min Resposta esperada: O professor deverá estar atento ao Avaliar se o grupo:
Q1.Identifica a questão
Quem cairá primeiro, a bola ou a visitar cada grupo e, se necessário, Funciona enquanto grupo
apresentada? pena? ajudá-los a decifrar o problema (organização/troca de ideias) Tenta
colocado, “o que vêm na imagem?”; encontrar uma resposta antes de
Possíveis dificuldades: “Qual a dúvida apresentada pela o cão?” questionar o professor
identificar a questão em causa na
imagem.

Q2.Formula uma hipótese 10 min Resposta esperada: O professor deverá estar atento ao visitar Avaliar se o grupo é capaz de
para dar resposta a essa A bola cairá primeiro porque tem os grupos e, se necessário, orientá-los de formular uma hipótese com o
questão maior massa forma a chegarem à formulação de uma objetivo de encontrar soluções para
hipótese. “O que é uma hipótese?”; o estudo em questão
Possíveis dificuldades: “Conseguem pensar nalguma que
Os alunos poderão ter dificuldades responda à questão que vocês colocaram
em contextualizar o problema anteriormente?”
sugerido pela imagem. Poderão
confundir conceitos, como peso e
massa..

Experimentação
(Explore)

Q3.Tendo em conta o
material que se encontra à 50 min
vossa disposição:
Q3.1. Planifiquem uma
Resposta esperada:
atividade que vos permita
comprovar (ou não) a vossa Escolher um estojo e uma folha de
hipótese. papel.
Largar o estojo e uma das folhas,
da mesma altura e no mesmo
instante.
O professor deverá estar atento, Promover a autonomia e desafiar o
Verificar qual dos objetos chega
questionando como está a decorrer a aluno a resolver um problema,
primeiro ao chão
atividade e, se necessário, orientá-los: onde irá ter que pensar desde
Fazer o mesmo, mas agora com a
Q3.2. Realizem a atividade “Então e se experimentarem, por como manusear os materiais até ao
folha amarrotada procedimento;
exemplo, com uma folha e um estojo?” “É
Fomentar o espírito de grupo;
importante que sejam largados da
Possíveis dificuldades 3.1 e 3.2: Realizar uma atividade laboratorial
mesma altura e no mesmo instante,
O que é planear? Onde escrever? que represente uma situação
certo?”; “Então e agora? Será que se possível de ser demonstrada num
Escolher os objetos e em
alterarem alguma coisa na forma de um contexto do dia a dia;
perceber que vão ter de
dos objetos, acontece o mesmo?”; “Qual
modificar a forma da folha de
a alteração mais adequada a fazer para
papel para verificarem o impacto
efetuarmos esta experiência?”; “Então
da resistência do ar na queda dos
experimentem lá repetir a experiência,
corpos; Perceber que os objetos
mas agora com a folha de papel
têm de ser largados à mesma
amarrotada em forma de bola!”
altura; Perceber que, numa das
O professor deve questionar e
situações, têm de modificar a verificar como está a decorrer a
forma da folha de papel, atividade
nomeadamente amachucá-la
para obter uma forma esférica;
Caso surjam várias sugestões
dentro do grupo, optar por qual é
a correta;
Q3.3. Registem o que Resposta esperada: O professor deve orientar os alunos, de Promover e incentivar a boa a
observaram Quando largamos o estojo e a acordo com as questões que vão sendo prática de recolha de dados, perante
colocadas, de forma que consigam as observações realizadas
folha de papel sem estar proceder corretamente ao registo do
amarrotada, o estojo chegou observado.
primeiro ao chão do que a folha.
Quando largamos o estojo e a
folha de papel amarrotada, ambos
os corpos chegaram praticamente
ao mesmo tempo.
Possíveis dificuldades:
O que registar. “Registamos no
protocolo?” “Registamos todos os
elementos ou basta um?”

Q3.4 Realizem uma pesquisa Resposta esperada: Incentivar o pensamento crítico,


que vos permita explicar o que A diferença do que acontece após observação dos fenómenos
observaram. (Podem consultar quando a folha está aberta ou estudados. Desenvolver a
o manual, a internet ou outros amachucada deve-se ao facto de, capacidade de pesquisar e
meios que acharem selecionar adequadamente a
no caso da folha aberta, esta sofre
adequados) (Explain) informação recolhida.
uma ação muito maior da força da
Compreender a importância da
resistência do ar do que a folha experimentação para o
amassada, devido ao tamanho de pensamento científico. Treinar o
sua superfície em contato com o ar método de síntese, para
ser muito maior. Então, se apresentação de resultados.
anularmos o efeito da resistência Compreender a ação da resistência
do ar na queda dos corpos e de que
do ar durante a queda dos corpos,
forma isso acontece.
corpos com massas diferentes
abandonados da mesma altura e
no mesmo instante, chegam ao
mesmo tempo ao solo.

Sugerir que comecem por fazer um


Possíveis dificuldades: esboço por tópicos e do que pretendem
Saber o que pesquisar, como pesquisar e só depois partam para a
pesquisar, onde pesquisar. pesquisa e construção do texto/resposta.
Dificuldade em relacionar os Sugerir que identifiquem as palavras ou
frase chaves
conceitos. Dificuldade em explicar,
por palavras próprias. Identificar
apenas informação relevante.
Sintetizar a informação recolhida.
Organizar as suas ideias.

10 min Possíveis dificuldades: O professor deve esclarecer os alunos Apelar à criatividade e imaginação
Parte II (explicar Saber o que pesquisar, como que esta parte da atividade (Parte II) deve do aluno. Desenvolver a
Vai mais além… o que se pesquisar, onde pesquisar. ser realizada no decorrer da semana e capacidade de “pensar mais além”.
pretende Relacionar os conceitos. registada no padlet, cujo QRCode é Desenvolver a capacidade de
(Elaborate) na parte Identificar apenas informação fornecido. O professor pode esclarecer argumentação científica. Promover
II e III) relevante. Sintetizar a informação como se trabalha no padlet e como se usa a interdisciplinaridade e o uso das
recolhida. Organizar as suas ideias. o QR Code novas tecnologias. Incentivar a
Elaborar e colocar em prática um comunicação. Promover a
“role play”. -Alguns alunos discussão coletiva. Contribuir para
poderão sentir-se pouco à a partilha de experiências entre os
vontade e ansiosos devido à elementos da turma. Este exercício
dinâmica desta atividade adapta-se perfeitamente à
(encenação/filmagem). Fatores realização de uma DAC entre a
como a timidez e falta de disciplina de Português (como
autoconfiança podem dificultar o fazer uma entrevista), Educação
trabalho dentro do grupo, mas se Artística - oficina de teatro
(encenação), TIC e Ciências Físico-
bem orientado, poderá Químicas. O que se pretende com
transformar-se num fator este exercício é, ao mesmo tempo
dinamizador e libertador desses que aborda um acontecimento
medos iniciais que alguns poderão científico, dar espaço à imaginação
sentir. Dificuldades em usar o e criatividade dos alunos.
padlet ou um QR Code
Parte III
Uma curiosidade… Uma curiosidade…
Para refletir Estabelecer uma ponte de
(Evaluate) conceitos entre a física clássica e a
física moderna, sem menosprezar
uma em detrimento da outra,
mostrando que existe uma relação
1. de interdependência entre as duas,
uma vez que para se entender a
segunda é preciso ter-se um
grande domínio da primeira (Ponto
de vista entre Aristóteles e
Galileu).

Resposta esperada: 1. Explicar que força da


Q1.O que aprenderam com Que a força da resistência do ar resistência do ar tanto pode ser
esta atividade? tem influência no tempo de queda prejudicial como útil e, por isso,
dos corpos, bem como na sua muitas vezes é alterada a forma
trajetória e que podemos dos corpos para reduzir ou
aumentar ou minimizar os seus aumentar a ação dessa força
efeitos, modificando a forma dos sobre os mesmos.
corpos e que se não estiverem
sobre a influência da mesma,
corpos largados à mesma altura, Levar os alunos a perceberem
têm tempos de queda iguais, que sem a ação da força da
independentemente da sua
resistência do ar, dois corpos
massa. Aprendemos também que
largados da mesma altura, têm
a melhor forma de comprovarmos
ou não, um fenómeno científico é iguais tempos de queda,
termos um pensamento crítico, independentemente da sua
explorar e experimentar. massa.
Possíveis dificuldades:
Expor, contextualizar os conceitos
apreendidos. Não sabe usar o
padlet e/ou QR Code. Não
entenderem o objetivo da tarefa

Q2.Quais as dificuldades que


sentiram na realização desta
atividade e porquê?

2/3. Contribuir para o exercício de


Q3.Indiquem um aspeto que uma aprendizagem construtivista
gostaram mas e outro que e, para isso, os alunos são
gostaram menos e porquê? conduzidos a questionar, ponderar
e apurar o seu pensamento crítico.

Adaptado de Roback, P., Chance, B., Legler, J., & Moore, T. (2006). Applying japanese lesson study principles to an upper-level undergraduate
statistics course. Journal of Statistics Education, 14(2). https://doi.org/10.1080/10691898.2006.11910580
REFLEXÃO

Durante a realização deste trabalho, passei por várias dificuldades, sendo a maior de
todas, a minha luta interna contra as ideias que tenho pré-concebidas, após vários anos de
experiência em ensino, toda ela construída em moldes completamente diferentes dos que
me foram apresentados na UC DFQII.
Frequentei a antiga licenciatura em ensino da física e da química, variante química e a
maneira como na altura o ensino da FQ era abordado é completamente diferente desta que
me é apresentada agora. Juntando a isso os já longos anos de experiência em ensino fizeram
com que tivesse alguma resistência inicial, em acreditar naquilo que me estava a ser pedido
para a realização deste trabalho, nomeadamente em apresentar uma atividade de
investigação, onde é suposto o aluno realizar a mesma sem a comum e habitual “receita” ...
Eu pensava, “mas como eu vou fazer isto sem lhes dar praticamente nenhumas instruções?!”,
“eles não vão conseguir fazer!”. Com essa certeza em mente, foram muitos os avanços e
recuos; primeiro na escolha da tarefa e, posteriormente, na estruturação da mesma nos
moldes que me eram pedidos.
Esta tarefa tinha de ser concebida, tendo por base o modelo dos 5 E’s de Bybee (Bybee, et
al. 2004), (envolver, explorar, explicar, elaborar e avaliar)) e, de acordo com Bybee (2000),
o filósofo Dewey considerava que a ciência estava a ser apresentada aos alunos como um
conhecimento pronto, sendo os conteúdos de aprendizagem leis e factos. Tornava-se, assim,
fundamental que lhes fosse proporcionado mais oportunidades de desenvolverem trabalho
laboratorial, uma vez que seria necessário terem, como cidadãos pertencentes a uma
sociedade democrática, uma postura de questionamento, observando o seu meio social e
tomando uma participação ativa na sociedade (Bybee & DeBoer, 1994). Ora, quando comecei
a perceber realmente o contexto daquilo que me era pedido, a “nuvem” por cima da minha
cabeça, começou a desvanecer-se! Para que isso acontecesse, contribuíram muito as aulas
de IPPII com a professora Mónica Batista e com a professora Teresa Conceição, bem como e
principalmente, as orientações da professora Iva Martins (uma vez que estou a fazer DFQII
em RA) que me fizeram começar a pensar fora da realidade a que estava habituada e que
estava tão vinculada no meu conceito acerca do ensino das ciências…
Então, novos horizontes se abriram, e percebi realmente o quão importante é os alunos
pensarem por si, questionarem, pesquisarem, sentirem a necessidade de encontrar
respostas para as questões que lhe são apresentadas, indo à busca das mesmas pelos seus
próprios meios e sentirem essa necessidade MESMO e não só porque lhes foi pedido. Claro
que o professor tem aqui um papel fundamental, pois cabe-lhe a ele encontrar formas de
envolver o aluno na problemática, criando estímulos para o levar a interessar-se pelo tema
(engage) e consequentemente levá-lo a querer procurar respostas, podendo e devendo
orientá-lo sempre que necessário, mas de forma que o aluno siga o seu caminho na busca
das respostas, mas pelos seus próprios meios (explore). Esta fase é extremamente
importante e o sucesso da mesma implica que o aluno consiga de forma positiva encontrar

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a explicação/resposta daquilo que procura e de seguida levar o mesmo a expor as respostas
conseguidas na sua tarefa de investigação (Explain), levando de seguida o mesmo a partilhar
o seu trabalho de investigação e respetiva resposta/explicação com o professor e restantes
colegas, promovendo uma discussão de ideias. Posteriormente pede-se que o aluno “vá mais
além”, ou seja, pede-se-lhe que pesquise um pouco mais sobre o assunto e que, perante os
dados que conseguiu durante o processo de investigação que realizou, apresente algo mais
sobre o assunto (elaborate), não ficando só por ali. Por fim, é solicitado ao aluno que avalie
a atividade, levando-o a refletir sobre o que gostou mais, o que gostou menos, o que mudava
(evaluate). Com tudo isto, o aluno tem um papel integrante e envolvente em todo o
processo, não lhe cabendo apenas o papel de ler, fazer o que lhe é solicitado, responder e ir
“à vida dele”, sem pensar mais sobre o assunto.
Apesar dos vários percalços e das minhas descrenças iniciais, considero que a tarefa
apresentada foi bem conseguido e vai de encontro ao objetivo proposto. Este trabalho
permitiu-me não só desafiar-me e sair da minha zona de conforto, como também levar-me
a mim própria a “ir mais além”, questionar-me, colocar-me no papel do aluno e concluir que,
com certeza, é muito mais estimulante o processo ensino-aprendizagem, nomeadamente na
área das ciências (e com maior probabilidade de sucesso), se os alunos se comportarem como
verdadeiros cientistas. formulando hipóteses, observando, experimentando, especulando e
tirando as suas próprias conclusões. Sendo assim, o ensino dos processos sobrepõe-se ao
ensino dos conceitos e, ao usar na sala de aula este tipo de ensino, o professor possibilita
que os seus alunos desenvolvam atividades de investigação e desempenhem um papel ativo
nas mesmas.
Conclui ainda que, apesar de recentemente ter completado 50 voltas em torno do Sol,
ainda tenho muito que aprender durante as próximas voltas e espero que ainda sejam
muitas!

BIBLIOGRAFIA

• Roback, P., Chance, B., Legler, J., & Moore, T. (2006).


• Bybee R. W., Taylor J. A., Gardner A., Van Scotter P., Powell C., Westbrook A., Landes N.
(2006) The BSCS 5E instructional model: Origins and effectiveness. Colorado Springs, CO:
BSCS.
• http://www.dge.mec.pt/sites/default/files/Curriculo/Aprendizagens_Essenciais/3_ciclo/
fisico-quimica_3c_9a_ff.pdf

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