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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO

ISCED-HUÍLA

DEPARTAMENTO DE ENSINO E INVESTIGAÇÃO DE CIÊNCIAS EXACTAS

SECÇÃO DE FÍSICA

PROPOSTA DE ALGUMAS PRÁTICAS EXPERIMENTAISS DE QUEDA LIVRE


COM RECURSO A MATERIAIS ALTERNATIVOS NA 9ª CLASSE DO COLÉGIO
Nº 852 “11 DE NOVEMBRO” DO LUBANGO

ANTE-PROJETO DE INVESTIGAÇÃO EM ENSINO DA FÍSICA

Autor:

Manuel Chiangalala

Trabalho para a obtenção do grau de Licenciatura em Física

LUBANGO

2022
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO

ISCED-HUÍLA

DEPARTAMENTO DE ENSINO E INVESTIGAÇÃO DE CIÊNCIAS EXACTAS

SECÇÃO DE FÍSICA

PROPOSTA DE ALGUMAS PRÁTRICAS EXPERIMENTAIS DE QUEDA LIVRE


COM RECURSO A MATERIAIS ALTERNATIVOS NA 9ª CLASSE DO COLÉGIO
Nº 852 “11 DE NOVEMBRO” DO LUBANGO

ANTE-PROJETO DE INVESTIGAÇÃO EM ENSINO DA FÍSICA

Autor: Manuel Chiangalala

Orientador: Sandjinga Sitonga de Almeida, MSc

Trabalho para a obtenção do grau de Licenciatura em Física

LUBANGO

2022
Introdução

A luta pela melhoria da qualidade de ensino tem sido tarefa e preocupação de todo e
qualquer professor e investigador, nas várias disciplinas curriculares. Neste sentido a
utilização de estratégias e técnicas de ensino aprendizagem, como caminho de
aperfeiçoamento do processo formativo nos distintos níveis escolares constitui sem
sombra de dúvidas uma inegável necessidade dos professores, como máximos
responsáveis na direção, orientação, planificação e controle do processo docente
educativo.
Na actualidade, umas das dificuldades mais generalizadas dentro do processo de
ensino e aprendizagem da Física constitui a materialização da ligação da teoria e a
práctica, visto que a Física é uma ciência teórica e experimental (Edvaldo R. e Piedoso
J. Costa ano).
Uma grande parte das escolas do ensino geral e sobretudo na escola onde recaí a
atenção para o diagnóstico do problema de investigação, os alunos limitam-se às
explicações e resolução de exercícios sobre a queda livre, olvidando a execução de
práticas experimentais, por múltiplas razões, o que tem desmotivado de certa maneira
a aprendizagem da mesma disciplina.

Entende-se que, a mudança de atitude nos alunos, começa por questionar-se e


compreender o mundo e, principalmente o fenômeno natural com o qual convivem
diariamente e criar estreita ligação na extrapolação de tais conhecimentos como
subsídio para a ciência e tecnologia. Ainda pretende-se demostrar que a teoria não
existe isolada da prática, ambas inter-relacionam-se sendo assim indissociáveis.
A prática experimental deve ser compreendida como um momento de intervenção, de
diagnóstico da realidade, de mudança e não apenas como formalidade para cumprir
uma etapa da formação acadêmica.
Os currículos ressaltam que o ensino da Física não pode resumir-se apenas a
transmissão de conhecimentos, mas sim que esse ensino faça referência a vida do
aluno, para que o mesmo possa assimilá-lo com mais facilidade.

Apoiando-se na teoria de Ausubel (1996), uma aprendizagem significativa, além do


conteúdo apresentar-se de uma forma agradável, fundamentada e se houver condições
materiais adequadas para o seu estudo, o professor deve conhecer e saber explicar de
forma compreensível e amena o fenómeno da queda livre, o mesmo deve estar
organizado sistematicamente, este último aspecto deve ser a base de todo ensino,
(Jamba, 2015)
No diagnóstico preliminar, na escola onde se efectuou a presente investigação,
verifica-se um fraco desempenho e a falta de motivação dos alunos da 9ª classe na
colégio nº 852 ´´11 de Novembro´´. Fazendo uma reflexão acerca destas dificuldades e
olhando para a sociedade angolana, urge a necessidade de pensar na formação dos
alunos de forma a terem conhecimentos sólidos e bem estruturados no tema em causa
levando assim a fazer uma análise em volta dos programas e das dificuldades que os
professores e alunos têm tido.

No que diz respeito a prática experimental da qual recaí o trabalho de investigação, os


professores e alunos do colégio nº 852, não têm se dado conta da sua verificação
experimental.

As práticas experimentais é método bastante utilizado para consolidaros


conhecimentos das diversas areas do saber particularmente da Física, facto é, que tem
sido utilizados desde os tempos mais antigos para comprovar diveras teorias
cientificas. Desde muito a queda dos corpos foi fenomeno dispertou bastante a
curiosidade dos cientistas o que levou a proporem diversas teorias:

Aristotoles, defendia que os corpos soltos a mesma altura atingiria primeiro o solo o
corpo de maior massa, não tento nehuma verificação experimental.

Em contrapartida, Galileu Galilei (1564 - 1642), um famoso cientista italiano realizou


experiências para tentar entender o movimento de queda dos corpos. Até a época de
Galileu, acreditava-se na teoria do grande filósofo grego Aristóteles (384 - 322 a.C.),
cujas ideias prevaleceram durante muitos anos. As propostas de Aristóteles, porém,
não se fundamentavam em experiências. Galileu Galilei foi um dos cientistas que
introduziram o método experimental no estudo dos fenómenos físicos, tendo realizado
a famosa experiencia de queda livre, por volta do século XVII, através de um
experimento, chegou à conclusão de que quando dois corpos de massas diferentes,
desprezando a resistência do ar, são abandonados da mesma altura, ambos alcançam
o solo no mesmo instante. Portanto método experimental consiste em realizar
experiências e observações cuidadosas, aplicar sobre elas um raciocínio lógico e,
então, tirar as conclusões.

No nosso contexto actual, a partir de algumas investigações feitas verifica-se que os


alunos da escola nº 852 “11 de Novembro”, apresentam dificuldades na compreensão
de fenómenos do movimento de queda livre por falta de prática experimental para
melhorar a compreensão de tais fenómenos, Isto nos leva ao seguinte problema
científico: como contribuir para o melhoramento do Processo de Ensino Aprendizagem
de práticas experimentais com materiais alternativos sobre a queda livre na escola nº
852 “11 de Novembro” do I Ciclo do Ensino Secundário?

O objecto de Estudo: o processo de ensino aprendizagem de Física.

Para dar solução ao problema formulado, declara-se como objectivo da investigação:


propôr uma estratégia metodológica baseada em práticas experimentais com reurso a
materiasis alternativos sobre queda livre na 9ª classe do Iº ciclo do ensino secundário
naescola n852 ”11 de Novembro”

Os elementos anteriores permitem precisar como campo de acção: tratamento de


algumas práticas experimentais com recursoso a materiais alternativos na 9ª classe do
Iº Ciclo do Ensino Secundário.

Neste sentido, tem-se como hipótese: implementação de algumas práticas


experimentais sobre queda livre, pode melhorar a aprendizagem deste conteúdo.

Para dar cumprimento ao objetivo da investigação e da hipótese estabelecida se


propõe a realizar as seguintes tarefas científicas:

 O diagnóstico da situação actual do problema.


 Sistematização dos fundamentos teóricos e práticos sobre o processo de ensino
aprendizagem da Física e particularmente do conteúdo queda livre.
 A elaboração de uma estratégia metodológica para o tratamento do conteúdo
sobre queda livre na disciplina de Física na 9ª classe.

Para a realização da investigação serão utilizados os seguintes métodos de


investigação:
Métodos teóricos:

Análise e síntese: para a revisão bibliográfica sobre o tema, sendo actualizados os


conhecimentos teóricos necessários para executar a investigação, enfatizando os
problemas relacionados a fenômenos de queda livre.

Indutivo-dedutivo: para integrar o geral e o particular na análise das concepções


teóricas que constituem fundamentos da investigação e sua concretização sobre como
ocorre o processo de aprendizagem sobre queda livre.

Métodos empíricos:

Observação: foi utilizado para constatar como os professores de Física trabalham e


que metodologia utiliza-se no ensino dos conteúdos sobre queda livre.

Inquérito porquestionários: para determinar por intermemdio de questoes


previamente elaboradas o nível de conhecimentos dos alunos e professores sobre os
fenómenos de queda livre.

Análise documental: para a consulta dos programas de estudos, resoluções


ministeriais, circulares, bibliografias, assim como outros elementos essenciais do
processo de ensino-aprendizagem da Física, e particularmente do conteúdo queda
livre.

Métodos estatísticos

Estatística inferencial: no processamento dos resultados obtidos ao aplicar o inquérito


diagnóstico aos alunos e professores de Física do l Ciclo do Ensino Secundário e na
validação da metodologia para a educação ambiental através do conteúdo queda livre
mediante o método de critério de usuários.
Estatística descritiva: para o processamento dos dados obtidos no processo de
diagnóstico do problema e na tabulação dos resultados durante a aplicação dos
diferentes métodos, através de distribuições de frequência em tabelas e gráficos.

Se assume nesta investigação um desenho do tipo descritivo, que na concepção de


Paredes Fernández (2011) se especifica as propriedades, características e perfis das
pessoas, grupos ou fenómenos submetidos a análise, descrevendo situações ou
eventos.
População e Amostra

A população será constituída por 70 alunos da Escola nº 852 “ 11 de Novembro” do


município do Lubango, matriculados no ano lectivo 2022/23 e 4 professores, num total
de 74. Desta população será tomada uma amostra constituída por 52 alunos que
correspondeaproximadamente 74% e 4 professores. A amostra foi selecionada pelo
método de amostragem aleatoria , o mesmo foi selecionado porque pretende-se
trabalhar com uma parte significativa dos alunos da 9ª classe onde está programado o
conteúdo objecto de estudo.

A contribuição prática da investigação consiste numa metodologia para o tratamento


das dificuldades e na compreensão através do conteúdo queda livre na disciplina de
Física da 9ª classe do Iº Ciclo do Ensino Secundário, que permita elevar o nível de
abordagem desta problemática.

O trabalho estará estruturado em introdução, desenvolvimento em dois capítulos,


conclusões gerais, sugestões e referências bibliográficas. No primeiro capítulo faz-se
referência a sistematização dos fundamentos teóricos sobre o processo de ensino e
aprendizagem da Física e particularmente do conteúdo queda livre e o diagnóstico da
situação actual do problema. No segundo capítulo se fundamenta e se elabora uma
metodologia para o tratamento do conteúdo queda livre na disciplina de Física da 9ª
classe, e finalmente a análise e discussão dos resultados do diagnóstico recolhido dos
inquéritos aplicados aos alunos e professores.

capituloI fundamentacao teorico-metodologica de algumas práticas


experimentais com recutrsos a materias de baixo custo na 9ª classe do liceu no
852 Lubango.

Neste capitulo,serão abordados aspectos, como a importância das experiências


demostrativas no PEA da Física , o que elas são, um breve historial da sua utuililizacao
no0 PEAda Fisica, alguns pontos de vistas de alguns pegagogos sobre a mesma
materia e apresenação dos resultados do diagnostico, por questionário dirigido aos
professores e alunos da 9º classe do colégio nº 852 do Lubango.
Fundamentos teóricos do processo de ensino aprendizagem da Física no ensino
secundário O desenvolvimento de competências e habilidades nos alunos, lidera as
prioridades dos novos desafios no ensino da Física no ensino secundário, pois permite
aos alunos concluírem essa etapa da educação, capazes de lidar com os desafios e
situações do dia-a-dia.

No caso da Física, o professor não deve se preocupar em ensinar todo o conteúdo


teórico apresentado nos livros. Ao contrário, deve ser criterioso na selecção dos temas
pertinentes e indispensáveis, e na maneira de trabalha-los; deve buscar sempre
integrar os conhecimentos prévios dos alunos, relacionados com a Física e com outras
disciplinas afins, promovendo assim, um ensino voltado para a interdisciplinaridade.

As decisões tomadas pelo professor e a escola devem ser feitas considerando-se a


etapa posterior a ela, quando o aluno não estará mais vinculado à escola. Ou seja,
deve-se estabelecer inicialmente as competências a serem construídas na escola e
depois escolher os conteúdos e metodologias que poderiam contribuir nessa direcção.
Enquanto muitos professores alegam a falta de tempo como uma das razões que
dificultam esse novo modelo de ensino, vale lembrar que não se trata de ensinar tudo,
mas seleccionar os conteúdos mais importantes, e ensiná-los correctamente.

Do ponto de vista de construção do conhecimento científico, o processo de ensino -


aprendizagem da Física será eficiente quando, além de aspectos teóricos, o professor
utilizar diferentes estratégias de ensino como: os jogos didácticos, resolução de
problemas, trabalhos independente e a utilização de novas tecnologias na sala de aula
(Adorno,2003).

Portanto, no ensino secundário, o professor Física deve ser investigador daquilo que
aluno já sabe, para ensiná-lo aquilo que ainda não é conhecido por este; deve utilizar
uma prática pedagógica que cative e estimule o aluno a participar activamente na
construção do seu próprio conhecimento, realizando actividades desafiadoras, de modo
a faze-los perceber que a Física, como campo do conhecimento, tem uma ampla
aplicação social.

Breve historial das actividades experimentais


A situação dos experimentos de Física na Escola Alfredo Chipelepepe de

Caconda é efectivamente preocupante, isto é, detecta-se bastantes dificuldades

no emprego de uma metodologia para realizar experimentos de Física no PEA

sobre o tema Movimento Oscilatório Mecânico.

Face a esta situação a opção pelo Tema se revela: Proposta Metodológica para

melhorar o Ensino - Aprendizagem do Movimento Oscilatório Mecânico baseado

nas experiências, na 11ª Classe da Escola do II Ciclo Ensino Secundário Alfredo

Chipelepepe de Caconda.

2.2.3- Os referentes históricos

As concepções de desenvolvimento e de aprendizagem também já se

constituíram em objecto de estudo feito por Vygotsky (1977), quando propõe

uma análise das teorias que enfocam as relações entre essas concepções,

investigando quais são as implicações educativas de determinados princípios

teórico-práticos que dão sustentação a essas teorias. O adolescente consegue

compreender melhor a realidade do fenómeno físico através do experimento e

recria o conceito associando-o com o seu mundo, o mundo que vê pela

televisão, ruas, passeios, em que ele se constitui como sujeito. Gradativamente o

ensino da Física conquista seu espaço e muda o antigo conceito de ensino,

buscando valorizar o aluno em todos os aspectos: físicos, psíquicos, social e

cultural. Assim, os experimentos podem servir de suporte para a acção didáctica,

visando à aquisição do conhecimento.

A partir da visão experimental o aluno pode demonstrar o seu nível cognitivo em

que se encontra, além de permitir a construção de conhecimentos obtendo como

resultado a evolução da zona de desenvolvimento proximal, onde o aluno obtém


suas aquisições sobre o assunto abordado.

É através dos experimentos que o individuo relaciona o fenómeno ocorrido com

o mundo em que vive e com a cultura em que está inserido, construindo assim

sua aprendizagem. Desta forma, a escola (em especifico o professor de ciências)

deve facilitar a aprendizagem utilizando-se as actividades experimentais e criar

um ambiente científico, com o intuito de favorecer o processo de aquisição da

autonomia da própria aprendizagem.

O experimento coloca o educando numa situação de reflexão, ou seja, tudo que

existe no quotidiano, na natureza, e nas relações humanas são associadas ao

facto ocorrido, assim ocorrem alguns processos de interacção entre a

aprendizagem e a sociogénese de cada indivíduo.

É importante demonstrar, como ponto de vista, a importância do uso dos

experimentos da Física como proposta de aprendizagem no ensino; para que se

possa evidenciar a importância dos experimentos para o desenvolvimento

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intelectual, bem como demonstrar os novos apoios pedagógicos que o educador

de Física pode obter.

Torna-se necessário o estudo experimental no ensino da Física para o educador

no processo ensino - aprendizagem envolvendo actividades com outras

metodologias dinâmicas bem como sua capacitação para desenvolver tais

actividades.

Segundo Vygotsky (1977), as teorias mais importantes referentes à relação entre

desenvolvimento e aprendizagem na criança, podem agrupar-se

esquematicamente em três categorias fundamentais.


A primeira pressupõe a independência entre os processos de desenvolvimento e

de aprendizagem (enfocada principalmente por Piaget);

A segunda categoria afirma que aprendizagem é desenvolvimento (proposta,

entre outros, por William James);

A terceira é uma teoria dualista, segundo o autor, pois pressupõe que o processo

de desenvolvimento é independente do de aprendizagem e ao mesmo tempo

afirma que, em determinadas formas de comportamento, os dois processos são

coincidentes (tendo Koffka como um de seus representantes, conforme

Vygotsky, 1977). O autor oferece outra perspectiva para a compreensão da

relação entre aprendizagem e desenvolvimento. Compartilha daquilo que

denomina de fato incontroverso presente nas outras teorias acima, afirmando

que “existe uma relação entre determinado nível de desenvolvimento e a

capacidade potencial de aprendizagem (Vygotsky, 1977). Considera tanto aquilo

que uma criança é capaz de realizar sozinha quanto o que é capaz de fazer com

a ajuda de outras pessoas como elementos importantes para a compreensão de

seu desenvolvimento e para o planeamento de situações novas de ensino.

Assim, o autor propõe, a partir do conceito de zona de desenvolvimento próximo,

uma nova maneira de conceber o desenvolvimento e a aprendizagem, além de

estabelecer relações diferentes daquelas possíveis para as teorias anteriormente

citadas. Para ele: a aprendizagem não é em si mesma desenvolvimento, mas

uma correcta organização da aprendizagem da criança conduz ao

desenvolvimento mental, activa todo um grupo de processos de

desenvolvimento, e esta activação não poderia produzir-se sem a aprendizagem.

Por isso, a aprendizagem é um momento intrinsecamente necessário e universal


para que se desenvolvam na criança essas características humanas não

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naturais, mas formadas historicamente (Vygotsky, 1977). A pesquisa envolveu

procedimentos que objectivaram a identificação, a explicitação e a análise das

concepções de desenvolvimento e de aprendizagem presentes na Escola em

questão. Foram utilizados os seguintes instrumentos:

a) Um roteiro de entrevista e inquéritos, empregado na interacção com os

professores (cujo o comentário se refere no fim do capitulo I);

b) Um roteiro de observação de aula com os inquéritos aos alunos (cujo o

comentário se refere no fim do capitulo I).

O professor, enquanto participante do ambiente do aluno, do ambiente social no

qual a aprendizagem se efectiva, é compreendido como o facilitador deste

processo. O professor faz a mediação entre o que o aluno já sabe e o que deve

saber. Deve ter competência teórica, conhecer a realidade com a qual trabalha e

comprometer-se politicamente com sua actividade. O aluno deve ser um sujeito

activo, que participa da construção do conhecimento. Deve reorganizar sua

cultura espontânea para se apropriar da cultura elaborada.

O professor deve criar condições para que o aluno aprenda e se desenvolva.

Não deve transmitir conhecimentos, e sim, possibilitar que o conhecimento seja

gerado. Além disso, é papel do professor desenvolver no aluno uma posição de

engajamento, compromisso e participação. Ele deve provocar, induzir e assistir a

aprendizagem do aluno.

As práticas de laboratório no processo formativo


1. A qualidade do processo de ensino e aprendizagem da Física não escapa à
problemática geral da qualidade da educação. Ao analisar o processo de ensino e
aprendizagem da Física, sobre a base da teoria da aprendizagem do Ausebel,
especificamente o que se refere à contraposição entre a aprendizagem significativa
e a aprendizagem mecânica, no Processo de Ensino - Aprendizagem da Física
muitas vezes é também verificado a aprendizagem mecânica, ou seja, a informação
é armazenada arbitrariamente, sem interagir com os conhecimentos pré-existentes,
e como resultado verifica ̵ se a simples memorização de fórmulas por parte dos
alunos.

A pesquisa feita a diversas literaturas especializada sobre o tema conduz a afirmar que
as funções das práticas de laboratório podem ser:

Do ponto de vista académico:

• Proporcionar uma visão de conjunto das distintas ciências e a natureza


provisória e tentativa de suas teorias e modelos, assim como enfrentar os fenómenos
da vida quotidiana e o entendimento do quadro Físico do mundo;

• Prever o comportamento das grandezas físicas dadas, de acordo ao problema


identificado e objectivos específicos da prática (emissão de hipótese);

• Representação gráfica e análise do comportamento das grandezas físicas.


• Obter hábitos e habilidades de leitura, de análise e de síntese.

Do ponto de vista da aplicação na futura profissão:


• Transferir ou generalizar soluções a outras situações problemáticas;
• Manipular e medir com instrumentos de medição;
• Avaliar a exactidão, precisão e a margem de erros dos instrumentos utilizadas e
das medições realizadas;
• Criar hábitos de autonomia e independência cognitiva;
• Induzir à crítica e à autocrítica;
• Formar valores como a responsabilidade, o respeito mútuo e o colectivismo;
• Formar hábitos de economia de recursos;
• Cuidar e conservar do meio ambiente;
• Ensinar técnicas de segurança, medidas de protecção e higiene do trabalho;

• Induzir à busca de opções de soluções possíveis de um facto, situação ou


fenómeno dado,

• Estimular uma cultura do trabalho em grupos, cooperativo e colaborativo.

Do ponto de vista do desenvolvimento de espírito crítico:

• Desenvolver habilidades de raciocínio lógico e interpretativo;

• Comunicar valores relativos à natureza das ciências;

Simular e apreciar o papel do cientista na investigação;

• Processar, valorar e interpretar os resultados experimentais obtidos.

• Elaborar e defender um relatório técnico;

• Identificar e formular o problema dado, uma situação problemática;

• Desenhar experimentos e/ou montagens experimentais que permitam constatar


hipótese de problemas expostos;

• Introduzir e aplicar métodos da investigação científica;

As experiências demonstrativas e o seu impacto no processo de ensino aprendizagem


da física.

1.1. Contributo de diferentes correntes psicopedagógicas ao processo de


ensino - aprendizagem da Física

A Psicologia, através de algumas teorias de aprendizagem, fornece um conjunto de


informações e orientações que reflectem a essência da aprendizagem, incidindo
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principalmente nas frequentes dificuldades apontadas pelos professores na
compreensão dos conteúdos por arte dos alunos (Mendonça, 2011).

Por isso, é importante que o professor tenha o conhecimento e a capacidade suficiente


de eleger métodos e estratégias de ensino, sistematizar princípios de aprendizagem,
conhecer os factores psicológicos que intervêm na aprendizagem, bem como dos
factores socioculturais dos alunos. Portanto, a Psicologia é uma ferramenta
indispensável na formação de professores, na medida em que lhes permite
compreender a dimensão psicossocial inerente ao processo de ensino- aprendizagem.

1.1.1. O Cognitivismo de Ausubel

A corrente cognitivista enfatiza o processo de cognição, através do qual a pessoa


atribui significados à realidade em que se encontra. Preocupa-se com o processo de
compreensão, transformação, armazenamento e uso da informação envolvida na
cognição e procura regularidades nesse processo mental. Nesta corrente, situam-se
autores como Brunner, Piaget, Ausubel, Novak e Kelly. Alguns deles são construtivistas
com ênfase na cognição (Brunner, Piaget, Ausubel e Novak), ou enfatizam o afectivo
(como Kelly e Rogers).

A aprendizagem por cognição é, por excelência, o mecanismo humano para adquirir e


reter uma vasta quantidade de informações. (Ausubel, 1980) destaca o processo de
aprendizagem significativa como o mais importante na aprendizagem escolar. A ideia
mais importante da teoria de Ausubel e as suas implicações para o ensino e a
aprendizagem podem ser resumidas no seguinte:

 Ausubel vê o armazenamento de informações na mente humana como sendo


altamente organizado, formando uma espécie de hierarquia conceitual na qual
elementos mais específicos de conhecimento são ligados a conceitos, ideias,
proposições mais gerais e inclusivos. Em contraposição à aprendizagem
significativa, Ausubel define aprendizagem mecânica na qual a nova informação é
armazenada de maneira arbitrária e literal, não interagindo com aquele
conhecimento já existente na estrutura cognitiva do aluno.
 Uma abordagem ausubeliana ao ensino da Física envolve o professor em pelo
menos quatro tarefas fundamentais.
1. A primeira seria determinar a estrutura conceitual da matéria de ensino,
organizando os conceitos e princípios hierarquicamente;
2. A segunda tarefa seria identificar quais as subsunções (âncoras) relevantes à
aprendizagem do conteúdo a ser ensinado, que o aluno deveria ter na sua estrutura
cognitiva para poder aprender significativamente;
3. A terceira é determinar dentre as subsunções relevantes, quais os que estão
disponíveis na estrutura cognitiva do aluno;
4. A quarta é ensinar a utilização de recursos e princípios que facilitem a assimilação
da estrutura da matéria de ensino por parte do aluno e organização da sua própria
estrutura cognitiva nesta área de conhecimentos, através da aquisição de
significados claros, estáveis e transferíveis.

Esta forma de olhar o ambiente da sala de aula tem subjacente uma epistemologia e
psicologia da aprendizagem e uma prática educativa construtivista.

Do ponto de vista epistemológico, admite o conhecimento científico não como um facto


consumado, mas como um processo em construção, sempre inacabado, fruto da
interacção dos sujeitos com os objectos do conhecimento e da partilha e negociação de
representações pessoais, em que tanto a experiência como a razão desempenham um
papel decisivo, não deixando de privilegiar nem uma nem outra, isto é, nem as visões
empiristas nem as racionalistas da origem do conhecimento.

1.1.2. Visão segundo Vygotsky: um enfoque construtivista

Aqui, refere-se apenas ao carácter investigativo as experiencias demonstrativas. Ele


desenvolve habilidades de raciocínio lógico e interpretativo, comunica valores relativos
à natureza da Física, procura simular e apreciar o papel científico na investigação,
processar valorizar e interpretar os resultados experimentais obtidos, elaborar e
defender um informe técnico, identificar e formular o problema dado uma situação
problemática (Zona de Desenvolvimento Proximal, ou ZDP), segundo Vygotsky (1930)
citado por (Reyes, 2013).

Prosseguindo, este autor também associa às acções referenciadas no parágrafo


anterior a necessidade dos alunos de desenhar experimentos e/ou montagem
experimental, de modo que todas estas actividades permitam constatar as hipóteses
apresentadas para a resolução experimental do problema, lutar e combater o
conformismo e o positivismo, mostrar as virtudes das ciências experimentais, introduzir
e aplicar métodos da investigação científica.

Por outro lado, aponta outro autor, é importante empregar as tecnologias de informação
e comunicação e, por último, actualizar a informação científica (Borges,2002).

Na prática real, a interacção entre os sujeitos é aconselhável e manifesta-se com os


objectos autênticos, reais e palpáveis, jogando um papel fundamental a manipulação
dos mesmos. Partem da apresentação de uma situação problemática que equivale
situar-se numa ZDP, na qual os alunos identificam um problema cuja resolução deve
conduzi-los à experimentação com modelos e métodos físicos propostos pelo professor
ou pelos mesmos alunos, como via de constatação das conjecturas e hipóteses
enunciadas como caminho da resolução.

1.1 – As práticas de laboratório e seus benefícios no Processo de Ensino


Aprendizagem

A prática de laboratório é um tipo de aula que tem como objectivo instrutivo


fundamental não só a aquisição de habilidades manipulativas e o domínio dos diversos
materiais laboratoriais, mas sobretudo, a apropriação de habilidades próprias dos
métodos de investigação científica, tais como, a descoberta a ampliação, o
aprofundamento, a consolidação, assim como a comprovação dos fundamentos
teóricos da Física. A utilização de laboratórios tem uma grande importância, pois
permite que os alunos aprendam Física através da experiência e pôr em prática o
método científico, que consiste em método de investigação usado, principalmente, na
produção ou comprovação de conhecimentos de Física, em particular. Para ser
chamado científico, um método de investigação deve basear-se no empírico e na
medição e estar sujeito aos princípios específicos mais modernos de estratégias mais
adequados. Realizar experiências propicia alcançar uma aprendizagem significativa,
como afirma Ausubel (1983). Existe consenso ao nível internacional sobre a
importância das actividades de laboratório no PEA da Física, através de estratégias
mais impulsionadoras do desenvolvimento do pensamento crítico, para a aquisição de
conhecimentos científicos.

1.3 – Impacto formativo das práticas de laboratório no Processo de Ensino


Aprendizagem

Da Física.

As práticas de laboratório são uma ferramenta fundamental para a aprendizagem das


ciências, especialmente, da Física. Isto significa que por meio desta estratégia, os
alunos podem desenvolver uma maior compreensão sobre a construção
doconhecimento científico, de acordo com a afirmação de Hofstein & Lunetta (2004).
Por um lado aparecem obstáculos relacionados com a planificação dos docentes e, por
outro, estão os problemas inerentes às funções e objectivos traçados para a sua
implementação. O objectivo que se persegue neste trabalho é analisar o
desenvolvimento das actividades de laboratório e a sua contribuição para uma visão
mais contemporânea da ciência dos alunos em formação inicial. De igual forma,
pretende-se caracterizar e analisar a forma de implementação destas actividades e
identificar as concepções sobre a natureza da ciência nas jovens gerações e sua
evolução ao longo do processo formativo. Finalmente, interessa e é importantíssimo
contrastar as concepções sobre a natureza da ciência com o tipo de práticas
implementadas pelos alunos. Como se mencionou atrás, um dos objectivos das
práticas de laboratório é conseguir a atingir a compreensão da natureza da ciência,
conceito entendido como a epistemologia da ciência, como uma forma de conhecer os
valores e crenças próprias dos conhecimentos científicos e seu desenvolvimento
(Lederman, 2007). Aprender na base de tais aspectos é um fim importante da
educação científica, porque é um componente necessário para a alfabetização
científica (Ledeman, 2007). Portanto quem aprende ciência é um sujeito activo e com
capacidade de participar das dinâmicas sociais, pelo que, o aluno não só necessita do
conhecimento conceitual, mas também saber a natureza do conhecimento

científico (Bloom, Binns, & Koehler, 2015). Em relação às práticas de laboratório, Kang
e Wallace (2005), afirmaram que alguns professores têm ainda crenças
epistemológicas ingénuas, as quais se reflectem nos objectivos do laboratório
tradicional. Entretanto, Abd-El-Khalick (2013) afirma que na prática se deve orientar
os alunos a desenvolver uma compreensão dos assuntos que envolvam o
conhecimento científico e dispô-los aos ambientes de aprendizagem que se aproximem
de uma autêntica prática científica. Esta forma de ensino permite aos alunos apreciar
da melhor maneira a natureza da ciência.

Caracterização do estado actual do PEA da Física no complexo escolar

Caracterização do complexo escolar

Caracterização do corpo docente e discente

Funcionamento da escola

Conclusões do Capítulo I

Apresentação e discussão dos resultados dos inquéritos por

questionário aplicados aos professores e alunos

Discussão dos resultados do inquérito por questionário aplicado aos

professores (Anexo 1)
CAPITULO II: PROPOSTA DE ALGUMAS PRÁTICAS EXPERIMENTAIS DE QUEDA
LIVRE COM RECURSO A MATERIAIS ALTERNATIVOS NA 9ª CLASSE DO COLÉGIO
Nº 852 “11 DE NOVEMBRO” DO LUBANGO

CAPITULO II: PROPOSTA DE ALGUMAS PRÁTICAS EXPERIMENTAISS DE QUEDA


LIVRE COM RECURSO A MATERIAIS ALTERNATIVOS NA 9ª CLASSE DO COLÉGIO
Nº 852 “11 DE NOVEMBRO” DO LUBANGO

O fenómeno de ´´Queda Livre´´


Actividades experimentais convencionais e demonstrativas no PEA de física

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