Você está na página 1de 33

I INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO DA HUÍLA ISCED – LUBANGO

AS PRÁCTICAS DE LABORATÓRIO COMO UMA


ESTRATÉGIA METODOLÓGICA ALTERNATIVA, PARA
MELHORAR O PROCESSO DE ENSINO-
APRENDIZAGEM DA FÍSICA, NA 12ª CLASSE, NO
LICEU Nº 792 DO LUBANGO

Autor: Elizandro Tchipandeka Paulo Segundo


Tutor: Júlio Domingo João (Ph.D)

Lubango Trabalho para a obtenção do grau


de Licenciado em Ensino da Física
O uso das práticas de laboratório nas aulas de
ensino da Física, em particular, constitui uma
relevante metodologia no PEA. Afinal, para
compreender a teoria física é preciso
experimentá-la. Por isso se diz com clareza que a
Física é uma ciência experimental, por excelência.
Os trabalhos com atividades experimentais
contribuem para que os alunos se tornem activos
no processo de aprendizagem da Física.
A ciência não está estagnada, pelo contrário, a sua
evolução decorre à velocidade astronómica, pelo
que, as estratégias tradicionais, que muitos
professores ainda usam, já não são adequadas para
uma prática de laboratório eficiente, isto é, que
leve o aluno a aprender significativamente a Física.
Isto constitui também uma das dificuldades, senão
mesmo a principal, o que não significa que as
outras constatadas tenham pouco impacto negativo
no PEA.
Perante esta situação, urge adoptar estratégias
modernas que conduzam o aluno a protagonizar os seus
próprios conhecimentos, claro com o papel orientador
do professor.
Quando o aluno pode realizar actividades experimentais,
não só corrobora conceitos, mas também constrói o seu
próprio conhecimento desde o saber fazer, que lhe
permite apresentar hipóteses e desenvolver um método
científico que o conduza à obtenção de resultados com
os quais pode comprovar a hipótese apresentada,
ou ainda, justificar de maneira bem argumentada os
resultados que se ajustem às suas predições.
Que os alunos possam gerar discussões em torno dos
resultados obtidos da prática experimental, isto
enriquece os seus conhecimentos físicos e, mais ainda,
contribui para a sua formação integral, permitindo que
tenham capacidades de análise e de pensamento crítico
perante situações que enfrentam diariamente e possam
ser criativos, já que a prática é o critério valorativo da
realidade teórica.
Entretanto, os resultados dos diagnósticos realizados na
Escola do Ensino Secundário, Liceu nº 792 do Lubango,
aos alunos e professores foram contraditórios aos
argumentos acima descritos, na medida em que, na
entrevista e assistência às aulas, se pode constatar que
a maneira como decorre o PEA da Física nesta
instituição escolar, em nada contribui para uma
aprendizagem significativa.
Enquanto os alunos afirmavam que algumas vezes, os
professores apresentam esquemas de experimentos,
sem a sua realização, explicando apenas, de uma forma
superficial, como o autor atentamente observou, os
professores apresentam ainda estratégias de práticas
do tipo tradicional, como “receita”, pois, na realidade,
não se realizam práticas de laboratório que possam
propiciar uma aprendizagem significativa. Eis os
resultados do diagnóstico levado à cabo na escola
referida:
Resultados do inquérito por questionário aplicado aos
professores.
P1- É especializado como professor em ensino da física?

SIM

3 PROFESSORES
100%
Resultados do inquérito por questionário aplicado aos
professores.
P2- Os seus alunos realizam práticas de laboratório? Como procedem
para isso?

NÃO RESPONDIDAS

3 PROFESSORES
100%
Resultados do inquérito por questionário aplicado aos
professores.
P3- Os seus alunos têm dificuldades em realizar as práticas?

SIM

3 PROFESSORES
100%
Resultados do inquérito por questionário aplicado aos
professores.
P4- Que actividade docente antecede a prática de laboratório? porque?

NÃO RESPONDIDAS

3 PROFESSORES
100%
Resultados do inquérito por questionário aplicado aos
professores.
P5- Tem certeza de que na prática de laboratório, os alunos atingem o alvo?

NÃO

3 PROFESSORES
100%
Resultados do inquérito por questionário aplicado aos alunos.
P1- Sabes o que é prática de laboratório? o que é?

1 ALUNO
4 ALUNOS
0.025
0.1

NÃO SIM
ABSTEVE-SE

35 ALUNOS
0.875
Resultados do inquérito por questionário aplicado aos alunos.
P2- QUANTAS PRÁTICAS JÁ FIZESTE DESDE O INÍCIO DO ANO LECTIVO?
SOBRE O QUE?

4 ALUNOS
0.1

NENHUMA
ALGUMAS

36 ALUNOS
0.9
Resultados do inquérito por questionário aplicado aos alunos.
P3- ANTES DE REALIZARES UMA PRÁTICA DE LEBORATÓRIO O QUE
APRENDES PRIMEIRO?

NÃO RESPONDIDAS

40 ALUNOS
100%
Resultados do inquérito por questionário aplicado aos alunos.
P4- QUE FAZ O TEU PROFESSOR, ANTES DE TE DAR A TAREFA DE
REALIZAR A PRÁTICA?

NÃO RESPONDIDAS

40 ALUNOS
100%
Em função de todos estes aspectos inadequados ao PEA
significativo da Física, foi possível identificar o seguinte
Problema científico
Como proceder para superar a estratégia didáctica
tradicional no PEA das práticas de laboratório para
melhorar o PEA da Física, na 12ª Classe do Liceu nº 792 do
Lubango?

Objecto de estudo
Processo de Ensino-Aprendizagem da Física.
Objectivo
Elaborar uma estratégia didáctica mais adequada para
melhorar o PEA da Física, no que diz respeito à realização
de práticas de laboratório, na 12ª Classe de Física do
Liceu nº 792 do Lubango.
Ideia básica a defender
A implementação de uma estratégia metodológica
alternativa, para a realização de práticas de
laboratório, pode contribuir para a melhoria do PEA
da Física, na 12ª Classe do Liceu nº 792 do Lubango.
Campo de acção
Estratégia didáctica mais alternativa para realizar práticas de
laboratório.
Tarefas de investigação

Diagnosticar o Fundamentar teórico- Elaborar uma estratégia


metodologicamente as metodológica
estado actual do práticas de laboratório alternativa, para a
Processo de como estratégia realização de práticas
realização de metodológica, para de laboratório, para
práticas de melhorar o processo de melhorar o processo de
laboratório de ensino- aprendizagem Ensino-Aprendizagem
Física, na 12ª Classe da Física, na 12ª Classe da Física, na 12ª Classe
do Ensino Secundário, do Ensino Secundário,
de Física do Liceu nº no Liceu nº 792 do no Liceu nº 792 do
792 do Lubango. Lubango Lubango.
Estraídos 30% dos
alunos, equivalente
aproximadamete a
40 alunos e três
professores
correspondentes a
100% da respeciva
população.

População de 132 alunos matriculados


na 12ª Classe distribuídos a três
professores.
Tipo de investigação: Qualitativa mista (experimental, descritiva e aplicada)

Análise-síntese
Teóricos
Indução – dedução

Métodos de Investigação Observação


de aulas

Método
Estatístico
Empíricos
Inquéritos por
questionário

Análise
documental
Estrutura do Trabalho
• Introdução
• Capítulo I: Fundamentação teórico- metodológica das
práticas de laboratório como estratégia metodológica, para
melhorar o processo de ensino-aprendizagem da Física, na
12ª do Liceu nº 792 do Lubango.
• Capítulo II: Elaborar uma estratégia metodológica alternativa,
para a realização de práticas de laboratório, para melhorar o
processo de Ensino-Aprendizagem da Física, na 12ª Classe do
Ensino Secundário, no Liceu nº 792 do Lubango.
• Conclusões gerais
• Recomendações
• Referências bibliográficas e Anexos
No I capítulo, procurou-se apresentar a
fundamentação teórico-psicocopedagógica de
vários aspectos referentes às práticas de
laboratório, destacando-se um breve historial da
utilização das práticas de laboratório no ensino da
Física, as próprias práticas de laboratório e seus
benefícios no PEA, o impacto formativo das
práticas de laboratório no PEA da Física e alguns
aspectos das teorias de aprendizagem de
Vygotsky e Ausubel, no que diz respeito ao
enfoque construtivista.
Esquema 1-II: Diagrama da estratégia metodológica
tradicional das práticas de laboratório (Do autor).
No II Capítulo, destacaram-se
considerações muito sintéticas da
estratégia metodológica
tradicional no Processo de Ensino-
Aprendizagem das práticas de
laboratório, apresentou-se um
esquema da estratégia
metodológica tradicional das
práticas de laboratório no PEA da
Física, onde os alunos são meros
espectadores, pois o papel
essencial, durante a realização da
prática, é assumido pelo professor,
inibindo assim a capacidade de
pensamento do aluno.
Esquema 2-II: Diagrama da estratégia metodológica
alternativa para a realização de práticas de laboratório (Do
autor).

Foi apresentada uma Pergunta problematizadora


estratégia metodológica 1. Etapa

alternativa, para a realização Experimentação


de práticas de laboratório, Identificação das ideias
prévias Observação

para melhorar o PEA da


Física, na qual, a interacção Formulação de

professor-alunos e vice-versa 3. Etapa


hipóteses
2. Etapa

e entre os alunos é notória, o


que promove o
protagonismo destes para a Confrontação Relação

apropriação do
independente do 4. Etapa

conhecimento, para a crítica Conclusões e aplicações

e criatividade.
CONCLUSÕES GERAIS
→ Com esta proposta, pretende-se devolver à Ciência
Física o seu carácter investigativo na aula e aproximar os
alunos ao maravilhoso mundo da prática, pelo que o
professor é um factor fundamental no PEA da Física,
pois é um investigador, orientador dos processos
formativos, tendo em conta o contexto dos seus alunos
(social, histórico e cultural). Por esta razão, é
importante analisar algumas posturas epistemológicas
que levem a um reflexo que permita entender o como,
para que e o que é da ciência Física como objecto de
estudo.
CONCLUSÕES GERAIS
→ É evidente que em toda a aula prática os alunos adquirem
diferentes destrezas e competências que os ajudam a
resolver situações problemáticas em temas que forem
abordados. Por isso, o professor de Física deve valorizar a
importância do desenvolvimento das aulas de prática de
laboratório, já que constituem um ambiente no qual os
alunos, não só se apropriam de habilidades e hábitos de
manipulação dos instrumentos, mas essencialmente, eles
próprios podem gerar novos modelos físicos da realidade
não prevista nos seus manuais escolares.
RECOMENDAÇÕES
• Considerando que o processo de ensino e aprendizagem
da mecânica dos fluidos, especificamente do fenómeno
sobre (a flutuação dos corpos) é de suma relevância, pois
é uma área do conhecimento fundamental para o factor
desenvolvimento da humanidade, em vários aspectos da
tecnologia, que os professores incumbidos a
desempenhar esta nobre função destaquem, nas suas
aulas, o carácter experimental desta área da Física, pois a
ciência natural caminha sobre dois pés: a teoria e a
prática, nos moldes internacionais.
RECOMENDAÇÕES
• Sendo a Física uma ciência da natureza, percebe-se
que o homem não conhece ainda tudo quanto diga
respeito à esta área do saber, pelo que, o conteúdo
tratado neste trabalho não se considera perfeito e
acabado. Por esta razão, entende-se que os
professores e demais autores interessados por esta
matéria, deverão continuar a investigar este campo,
para o seu aperfeiçoamento contínuo.
Referências bibliográficas e bibliografia
-ABDEL- Khalick, R. Lederman, N. (2013). Improving science teachers´ conceptions of naturo of science: a critical revieu of the literature. International Journal
of science education. 665-701.
-Agostini, N. (2016). Ética: diálogo e compromisso. São Paulo: FTD.
-Andrés, M., Pesa, A. & Meneses, J. (2006). La actividad experimental en Física: visión de estudiantes universitarios. Paradigma, 27(1), 1-29).
-Andrés, M. (2002). Investigación sobre la enseñanza de la Física a través del trabajo de laboratorio. En M.M. Andrés (Ed.), Investigación en Enseñanza de la
Física: Memorias de IV Escuela Latinoamericana (pp. 293-323). Caracas: Imprenta Gerardo Toro del Instituto Pedagógico de Caracas.
-Ausubel, D. (1983). Psicología educativa: un punto de vista cognoscitivo. (2a. ed.). México: Editorial Trillas.
-Ausubel, D. & Hanesian, H. (1978). Psicología educacional. (2ªed.). Rio de Janeiro: Interamericana.
-Argeto, H. (2016). Teoría constructivista. http://www.robertexto. com/archivos/teoriaconstrutivista.htm/.
-Ausubel, D. (1983). Aquisição e retenção de conhecimentos: Uma prespectiva. Lisboa: Paralelo.
-Bagán, M. (2009). Metodologías didácticas para la enseñanza/aprendizaje de competencias. Unitat de suport educatiu de la universitat Jaumei. 1ª. ed.
-Barberá, O. & Valdés, P. (1996). El trabajo práctico en la enseñanza de las ciencias: una revisión. Enseñanza de las Ciencias, 14(3), 365-379.
-Bermúdez, R.& Pérez, M. (2004). Aprendizaje Formativo y Crecimiento Personal. La Habana.
-Bloom, B- et al. (2015). Taxonomy of educational Research, V. n. 1. 139-142
-Borges,T.(2002). Novos rumos para o laboratório escolar de ciências. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, 19, 3.
-Burbano, E. (2003). Problemas de Física geral.27ªed.. Santiago. 55-78.
-Caamaño, A. (2004). Experiencias, experimentos ilustrativos, ejercicios prácticos e investigaciones: una clasifi cación útil de los trabajos prácticos? Alambique
Didáctica de las Ciencias Experimentales, 39, 8-19.
Referências bibliográficas e bibliografia
-Canhica, G. (2019). Actiovidades laboratoriais sobre fenómenos luminosos com recurso a materiais de baixo custo: um estudo sobre as concepções e
representações de práticas de professores angolanos de Física.Uinversidade do Minho.
-Carretero, M. (1995). Construir e ensinar as ciências. São Paulo: Artmed.125-200.
-Davidov, V. (1988). La enseñanza escolar y el desarrollo psíquico: investigación psicológica teórica y experimental. Moscou: editorial progresso.
-Driver, P. Pinto, M. et al. (1986). The pupil as a scientist. open university press. (30 p.).
-Dubrovsky, S. (2000). Vigotsky. Su proyección en el pensamiento actual. Argentina: Novedades Educativas.
-Frederick, E. (1976). História da educação moderna. 2. ed. Porto Alegre: Globo.
-García G., Addine, F. et al. (2004). Didáctica. Teoría y Práctica. La Habana: ISP “Enrique José Varona”; 2002. 281 p.
-Guiomar, M. (2001). A aprendizagem advinda da experiência. CNE/CP. Disponível em www.ufac.br/fórum/pb/lofiversion/index.php/t136.htm.
-Hacking, I. (1983). Representing ande intervening: introdutory topices in the philosophy of natural science. Cambridge university press. Kirschner, P. (1992).
Epstemology prstical work anol academic skills in science education. Science education.V.1..273-299.
-Hodson, D. (1994). Investigación y experiencias didácticas. Instituto de Ontario para Estudios en Educación, School Science Rewiew. 299-313. Toronto.
-Hofstein, A. Lunetta, V. (2004). The laboratoryb in science education: foundation for the 215t century. Science education.28-54.
-Kang, N. Wallace, S. (2005). Secondary science teachers´ use of laboratory activities: Linking epstemological beliefs, goals and pratices. Science teacher
education.89.
-Ledman, G. (1990). Students´ perceptions of tentativeness in science: Development use and sources of change. Science education. 225-239.
-Lénine, I. (1983). Materialismo y empiriocriticismo – La Habana. Ed. Pueblo y Educación, pp 234. Cuba.
-María, L. (2007). La complejidad de las relaciones teoría-práctica en educación [22 p.].
Referências bibliográficas e bibliografia
-Moreira, A. & AXT, R.(1991) .O papel da experimentação no ensino de ciências, Tópicos em ensino de ciências, Sagra.
-Negrón, C. (2015). Requerimientos Cognoscitivos para el diseño de un Laboratorio Virtual de Antropometría [Pregrado]. La Habana: Instituto Superior
Politécnico "José Antonio Echeverría".
-Óscar, A. (2012). As Práticas de Laboratório no Ensino das ciências naturais. Revista Latino-Americana de Estudos Educativos (Colômbia), vol. 8, núm. 1,
enero-junio, 2012, pp. 145-166 Universidade de Caldas.
-Pedrosa, M. (1999). Concepções epistemológicas e de bom profesor de ciencias. Em departamento de metodología da educação, universidade do Minho
(ed). Braga: Departamento de metodologías da educação. 931-950.
-Poper, F. (1935). Lógica de investigação científica. (9ªed.). São Paulo: Cultrix.
-Pozo, H. (1999. Aprendizagem e o ensino de ciencia: do conhecimento teórico ao conhecimento científico. 5ª ed.Porto Alegre: Artmed.
-Raúl, C. (2014). Instrumentação para o ensino de Física: uma investigação sobre o processo que envolve a fenomenologia e a mnodernização. Florianópolis-
SC.
-Reyes, E. (2013). Diseño De Un Laboratorio Móvil Como Recurso Didáctico Para La Enseñanza Aprendizaje De La Física De Bachillerato. Trabajo de Grado de
Maestría. No Publicado. Universidad de Carabobo, Dirección de Postgrado, Maestría en Enseñanza en Física. Valencia-Venezuela.
-Valdés, P. (1999). La orientación de las prácticas de laboratorio como investigación: un ejemplo ilustrativo. Enseñanza de las ciencias. 155-163.
-Vallazza, E. (2013). La articulación teoría-práctica: Un desafío de la docencia universitaria. Reflexión Académica en Diseño y Comunicación. 21:199.
-Vygotsky, L. (1930). El desarrollo de los procesos psicológicos superiores. México: Crítica.
-Willington, J. (2000). Re-thinking the role of pratical work in science education. Em departamento de metodología da educação. Universidade do Minho (ed.).
Trabalho prático e expermental na educação em ciencias. Braga: Departamento de metodología da educação. Universidade Minho. 75-89.
Referências bibliográficas e bibliografia

OBRIGADO

Você também pode gostar