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Costa Mateus Malanguisse

Métodos de Observação e Experimentação no Ensino de Biologia

Universidade Púnguè
Extensão de Tete
2023
Costa Materus Malanguisse

Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia com Habilitações em Ensino de Química

Métodos de Observação e Experimentação no Ensino de Biologia

O presente trabalho a ser apresentado na Faculdade de


Ciências Agrárias e Biológicas, como um dos
requisitos parciais de avaliação na cadeira de Práticas
de Pedagógicas II de Biologia, para obtenção do grau
académico em Licenciatura em Ensino de Biologia.

Docente: Phele MA

Universidade Púnguè
Extensão de Tete
2023
Índice
Introdução ................................................................................................................................... 4

Métodos de Observação e Experimentação no Ensino de Biologia ........................................... 5

Aula Prática............................................................................................................................. 5

Trabalho Experimental ........................................................................................................... 5

Objectivos de Actividade experimental e a da observação no ensino de Biologia ................. 6

Tipos de actividades experimentais ........................................................................................ 6

As actividades experimentais demonstrativas ..................................................................... 7

As actividades experimentais de verificação ...................................................................... 7

Actividades experimentais investigativas ........................................................................... 7

Conclusão ................................................................................................................................... 8

Referências Bibliográficas .......................................................................................................... 9


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Introdução

Na aprendizagem das Ciências Biológicas, as atividades experimentais devem ser garantidas de


maneira a evitar que a relação teoria-prática seja transformada numa dicotomia. Asexperiências
despertam em geral um grande interesse nos alunos, além de propiciar uma situação de
investigação. Quando planejadas levando em conta estes fatores, elas constituem
momentosparticularmente ricos no processo de ensino- aprendizagem. Atividades
experimentais planejadas e efetivadas somente para "provar" aos alunos leis e teorias são pobres
relativamente aos objetivos de formação e apreensão dos conhecimentos básicos em Biologia.

Considera-se mais conveniente um trabalho experimental que dê margem à discussão e


interpretação de resultados obtidos, com o professor atuando no sentido de apresentar e
desenvolver conceitos, leis e teorias envolvidos na experimentação. Desta forma, o professor
será um orientador crítico da aprendizagem, distanciando-se de uma postura autoritária e
dogmática no ensino e possibilitando que os alunos venham a ter uma visão mais adequada do
trabalho em Ciências.
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Métodos de Observação e Experimentação no Ensino de Biologia

Aula Prática

A aula prática é considerada uma prática pedagógica facilitadora do processo de ensino-


aprendizagem na educação profissional pois, através da experimentação, o estudante é capaz de
aliar a teoria com a prática, contribuindo para o desenvolvimento da pesquisa e da
problematização em sala de aula.

De acordo com Peruzzi e Fofonka (2014), os docentes acreditam que a aula prática seja um
recurso importante no processo de desenvolvimento da aprendizagem significativa do
estudante. No entanto, a frequência dessa prática pedagógica pode ser reduzida devido à
limitação de materiais para elaboração da aula ou da existência de laboratório na instituição de
ensino. Em acréscimo, as actividades práticas (Campos&Nigro, 1999) podem ser classificadas
em demonstrações práticas, experimentos ilustrativos, experimentos descritivos e experimentos
investigativo.

Em acréscimo, Krasilchik (2004) afirma que as aulas práticas permitem aos estudantes um
contacto mais próximo com os fenómenos, por meio da manipulação de materiais e
equipamentos e geralmente envolvendo a experimentação.

Trabalho Experimental

Actividade experimental é aquele que é baseado na experiência, no acto ou efeito de


experimentar, ou no conhecimento adquirido pela prática. Experimentar é pôr em prática,
ensaiar, avaliar ou apreciar por experiência própria. Assim, como nem todo trabalho prático é
trabalho de laboratório, nem todo o trabalho laboratorial é experimental. Encontram-se, na
literatura da especialidade, várias designações e definições para as actividades desenvolvidas
no laboratório.

Trabalho experimental constitui um termo que é usado de uma forma indiscriminado e que
suscita interpretações diferenciadas. Determinadas actividades são inadequadamente
consideradas como trabalho experimental, quando na realidade não o são. Existe alguma
confusão na utilização dos termos “experimental” e “experiência”. A não clarificação pode estar
na base de algumas confusões e invariavelmente conduz à associação da realização de qualquer
experiência ao trabalho experimental. Assim, e como a realização de experiências não
corresponde sempre à realização de trabalho experimental, torna-se pertinente a clarificação do
critério que permite classificar uma dada actividade como trabalho experimental.
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Na opinião de Leite (2001, Apud Almeida et al. 2001:14), considera-se que o trabalho
experimental inclui actividades que envolvem controlo e manipulação de variáveis. Assim,
apenas as experiências que cumpram com este critério são consideradas como trabalho
experimental. Em síntese, e recordando os critérios que permitem distinguir cada um dos tipos
de trabalho, temos que o critério de distinção do trabalho prático de outros recursos didácticos
corresponde ao envolvimento que os alunos têm na realização de actividades; o critério que
distingue trabalho laboratorial e trabalho de campo de outros trabalhos práticos corresponde ao
local de realização das actividades e o critério que permite distinguir o trabalho experimental
de trabalho não experimental centra-se na metodologia utilizada, especificamente nos aspectos
referentes ao controlo e manipulação de variáveis. Verifica-se assim, que o critério utilizado na
distinção dos diferentes conceitos não é da mesma natureza, o que conduz a que, entre eles, não
ocorram situações de absoluta exclusão. O trabalho prático corresponde ao termo mais amplo
que inclui todos os outros tipos de trabalho.

Objectivos de Actividade experimental e a da observação no ensino de Biologia

Dos múltiplos objectivos que estes tipos de actividades (actividades experimentais) potenciam,
como referem vários autores, sumariam-se os seguintes citados por Almeida et al. (2001:69):

 Favorecer a compreensão de certos aspectos da natureza da ciência e a aquisição de


atitudes positivas face à ciência (Lunetta, 1991);
 Promover o desenvolvimento intelectual e conceptual e do pensamento criativo
(Lunetta, 1991);
 Explorar o alcance e limitações de certos modelos e teorias, testar ideias alternativas
experimentalmente e ganhar confiança na sua aplicação (Brook, Driver & Johnston,
1989; Burbules & Linn, 1991);
 Desenvolver capacidades de resolução de problemas (Woolnough & Allsop, 1985);
 Desenvolver capacidades de comunicação e de cooperação com os outros (Lunetta,
1991; Hodson & Reid, 1988);
 Favorecer o desenvolvimento de atitudes como a auto-confiança, a curiosidade
intelectual, a tolerância, a abertura de espírito e, ainda, a autonomia e disponibilidade
para predizer e especular (Hodson & Reid, 1988).

Tipos de actividades experimentais

Conforme pôde ser verificado as actividades experimentais podem ser empregadas com
múltiplas finalidades e por meio de modalidades bem distintas uma da outra, o que as colocam
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como um cenário propício ao desenvolvimento de estudos que, pautados em referenciais


teóricos, auxiliem no direccionamento das estratégias empregadas nas aulas práticas, elucidem
alguns pontos controversos de seus objectivos, propiciem uma discussão mais clara sobre os
papéis do professor e dos alunos nas interacções estabelecidas nesse contexto e auxiliem o
professor a reflectir sobre aspectos ligados à experimentação nas aulas de química como a
relação entre conceitos científicos e cotidianos, o papel linguagem simbólica e a função e
organização do trabalho em grupo.

Segundo Araújo e Abib (2003), as actividades experimentais podem ser classificadas em três
tipos de abordagem ou modalidades: actividades de demonstração, de verificação e de
investigação.

As actividades experimentais demonstrativas

São aquelas nas quais o professor executa o experimento enquanto os alunos apenas observam
os fenómenos ocorridos e são, em geral, empregadas para ilustrar alguns aspectos dos conteúdos
abordados em aula, tornando-os mais perceptíveis aos alunos. Integram-se às aulas expositivas,
sendo realizadas no seu início, para despertar o interesse do aluno, ou término da aula, para
relembrar os conteúdos apresentados.

As actividades experimentais de verificação

São destinadas a verificar ou confirmar alguma lei ou teoria. Nesse tipo de experimento, embora
os resultados sejam facilmente previsíveis e as explicações para os fenómenos geralmente
conhecidas pelos alunos, os alunos são estimulados a interpretar parâmetros que determinam o
comportamento dos fenómenos observados, articulando-os com conceitos científicos que
conhecem. Pelo fato de necessitar da abordagem prévia do conteúdo, essa modalidade de
actividade é frequentemente realizada após a aula expositiva.

Actividades experimentais investigativas

Os alunos participam activamente de todas as etapas da investigação, desde a interpretação do


problema até a apresentação de uma possível solução para ele. Diferentemente de muitas das
abordagens tradicionais de experimentação (demonstração, verificação), as investigativas não
fornecem aos estudantes os procedimentos automáticos para a resolução de um problema de
forma imediata; ao contrário: oferecem oportunidades para que os estudantes possam analisar
situações problemáticas, colectar dados, elaborar e testar hipóteses para a solução dos
problemas e discutir com os pares.
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Conclusão

Em nossa revisão na literatura podemos encontrar a importância da atividade


experimental para o ensino de Ciências e indícios da origem da prática como
metodologia de ensino. Também percebemos que, para obter êxito na atividade
experimental, faz-se necessário conhecer os objetivos que se quer alcançar para
escolher a metodologia mais adequada, dentro do contexto em que se encontra a
escola. O trabalho experimental é reconhecido por professores e pela comunidade científica
como uma metodologia de ensino que contribui para o aprendizado de Ciência
(NEVES;CABALLERO; MOREIRA, 2006).
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Referências Bibliográficas

 ALMEIDA, A. M. (1998). Papel Experimental na Educação em Ciências. Faculdade


de Ciência e Tecnologia. Universidade Nova de Lisboa. In Boletim Comunicar Ciência.
Ano 1. N.º 1. Lisboa: Ministério da Educação. DES.
 CARDOSO, Jusceli. A criança com dificuldades na oralidade e a prática discursiva na
sala de aula. A travessia do silêncio excludente para a didática da oralidade.
Dissertação de mestrado, Feira de Santana, 2006.
 CORCIONE, Domingos. Fazendo oficina.In:A questão da formação de assessores
dirigentes e lideranças intermediarias para o movimento popular e sindical. Debate
Coletânea de textos, CESE, N 03, ANO iv, MAIO DE 1994
 REYZABAL, Maria Victoria. A comunicação ora e sua didática. Bauru, SP, EDUSC.
1999

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