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José Zeca Jolamo

Métodos de Observação e Experimentação no Ensino de Biologia

Universidade Púnguè
Extensão de Tete
2023
José Zeca Jolamo

Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia com Habilitações em Ensino de Química

4º Ano

Métodos de Observação e Experimentação no Ensino de Biologia

O presente trabalho a ser apresentado na Faculdade de


Ciências Agrárias e Biológicas, como um dos
requisitos parciais de avaliação na cadeira de Práticas
de Pedagógicas II de Biologia, para obtenção do grau
académico em Licenciatura em Ensino de Biologia.

Docente: MSc Phele MA

Universidade Púnguè
Extensão de Tete
2023
Índice
1.Introdução ................................................................................................................................ 4

2.Objectivos ................................................................................................................................ 4

2.1.Objectivo Geral ................................................................................................................. 4

2.2.Objectivos Específicos ...................................................................................................... 4

3.Metodologias ........................................................................................................................... 4

4.Métodos de Observação e Experimentação no Ensino de Biologia ........................................ 5

4.1.Planificação e realização das aulas práticas ...................................................................... 5

4.2.Aula Prática....................................................................................................................... 5

4.3.Actividade Experimental .................................................................................................. 5

4.4.Objectivos de Actividade experimental e a da observação no ensino de Biologia ........... 6

4.5.Recomendações sobre Actividade experimental e a da observação no ensino de Biologia


................................................................................................................................................ 7

4.6.Características da aula prática ........................................................................................... 7

4.7.Tipos de actividades experimentais .................................................................................. 7

4.7.1.As actividades experimentais demonstrativas ............................................................ 8

4.7.2.As actividades experimentais de verificação ............................................................. 8

4.7.3.Actividades experimentais investigativas .................................................................. 8

5.Conclusão ................................................................................................................................ 9

6.Referências Bibliográficas ..................................................................................................... 10


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1.Introdução

Ao longo dos tempos, o trabalho prático foi, por vezes, problemático no ensino das ciências.
Existe, contudo, a ideia de que este tipo de trabalho é importante, sendo característica sine qua
nom para o “bom” ensino das ciências. Ao abordarem este tema, os autores utilizavam várias
nomenclaturas, referindo-se a actividades práticas, trabalho prático, trabalho laboratorial ou
trabalho experimental. Actividades práticas ou trabalho prático, o trabalho experimental está
inserido nesta designação, são dois termos que podem ser utilizados com significado idêntico:
trabalho realizados pelos alunos, interagindo com materiais e equipamento, para observar
fenómenos, na aula ou em actividades de campo (Miguéns, 1990 Apud Santos, 2002).

2.Objectivos

2.1.Objectivo Geral

 Conhecer os Métodos de Observação e Experimentação no Ensino de Biologia

2.2.Objectivos Específicos

 Conceituar as aulas práticas, aula experimental e aula de observação;


 Caracterizar as aulas práticas;
 Identificar os tipos de actividades experimentais.

3.Metodologias

Metodologia utilizada na pesquisa foi uma abordagem teórica metodológica, onde a mesma foi
pautada em uma pesquisa qualitativa, com carácter bibliográfico, assim, diversos autores
puderam prestar suas contribuições para esse trabalho.
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4.Métodos de Observação e Experimentação no Ensino de Biologia

4.1.Planificação e realização das aulas práticas

As aulas práticas são planeadas, organizadas e executadas pelos estudantes, incluindo a


elaboração de materiais didáticos (protocolos, cadernos de campo e outros) e instrumentos.

4.2.Aula Prática

A aula prática é considerada uma prática pedagógica facilitadora do processo de ensino-


aprendizagem na educação profissional pois, através da experimentação, o estudante é capaz de
aliar a teoria com a prática, contribuindo para o desenvolvimento da pesquisa e da
problematização em sala de aula.

De acordo com Peruzzi e Fofonka (2014), os docentes acreditam que a aula prática seja um
recurso importante no processo de desenvolvimento da aprendizagem significativa do
estudante. No entanto, a frequência dessa prática pedagógica pode ser reduzida devido à
limitação de materiais para elaboração da aula ou da existência de laboratório na instituição de
ensino. Em acréscimo, as actividades práticas (Campos&Nigro, 1999) podem ser classificadas
em demonstrações práticas, experimentos ilustrativos, experimentos descritivos e experimentos
investigativo.

Em acréscimo, Krasilchik (2004) afirma que as aulas práticas permitem aos estudantes um
contacto mais próximo com os fenómenos, por meio da manipulação de materiais e
equipamentos e geralmente envolvendo a experimentação.

4.3.Actividade Experimental

Actividade experimental é aquele que é baseado na experiência, no acto ou efeito de


experimentar, ou no conhecimento adquirido pela prática. Experimentar é pôr em prática,
ensaiar, avaliar ou apreciar por experiência própria. Assim, como nem todo trabalho prático é
trabalho de laboratório, nem todo o trabalho laboratorial é experimental. Encontram-se, na
literatura da especialidade, várias designações e definições para as actividades desenvolvidas
no laboratório.

Trabalho experimental constitui um termo que é usado de uma forma indiscriminado e que
suscita interpretações diferenciadas. Determinadas actividades são inadequadamente
consideradas como trabalho experimental, quando na realidade não o são. Existe alguma
confusão na utilização dos termos “experimental” e “experiência”. A não clarificação pode estar
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na base de algumas confusões e invariavelmente conduz à associação da realização de qualquer


experiência ao trabalho experimental. Assim, e como a realização de experiências não
corresponde sempre à realização de trabalho experimental, torna-se pertinente a clarificação do
critério que permite classificar uma dada actividade como trabalho experimental.

Na opinião de Leite (2001, Apud Almeida et al. 2001:14), considera-se que o trabalho
experimental inclui actividades que envolvem controlo e manipulação de variáveis. Assim,
apenas as experiências que cumpram com este critério são consideradas como trabalho
experimental. Em síntese, e recordando os critérios que permitem distinguir cada um dos tipos
de trabalho, temos que o critério de distinção do trabalho prático de outros recursos didácticos
corresponde ao envolvimento que os alunos têm na realização de actividades; o critério que
distingue trabalho laboratorial e trabalho de campo de outros trabalhos práticos corresponde ao
local de realização das actividades e o critério que permite distinguir o trabalho experimental
de trabalho não experimental centra-se na metodologia utilizada, especificamente nos aspectos
referentes ao controlo e manipulação de variáveis. Verifica-se assim, que o critério utilizado na
distinção dos diferentes conceitos não é da mesma natureza, o que conduz a que, entre eles, não
ocorram situações de absoluta exclusão. O trabalho prático corresponde ao termo mais amplo
que inclui todos os outros tipos de trabalho.

4.4.Objectivos de Actividade experimental e a da observação no ensino de Biologia

Dos múltiplos objectivos que estes tipos de actividades (actividades experimentais) potenciam,
como referem vários autores, sumariam-se os seguintes citados por Almeida et al. (2001:69):

 Favorecer a compreensão de certos aspectos da natureza da ciência e a aquisição de


atitudes positivas face à ciência (Lunetta, 1991);
 Promover o desenvolvimento intelectual e conceptual e do pensamento criativo
(Lunetta, 1991);
 Explorar o alcance e limitações de certos modelos e teorias, testar ideias alternativas
experimentalmente e ganhar confiança na sua aplicação (Brook, Driver & Johnston,
1989; Burbules & Linn, 1991);
 Desenvolver capacidades de resolução de problemas (Woolnough & Allsop, 1985);
 Desenvolver capacidades de comunicação e de cooperação com os outros (Lunetta,
1991; Hodson & Reid, 1988);
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 Favorecer o desenvolvimento de atitudes como a auto-confiança, a curiosidade


intelectual, a tolerância, a abertura de espírito e, ainda, a autonomia e disponibilidade
para predizer e especular (Hodson & Reid, 1988).

4.5.Recomendações sobre Actividade experimental e a da observação no ensino de


Biologia

Dada a importância das actividades experimentais, o conhecido manual da UNESCO para o


ensino de ciência refere algumas recomendações, onde Valadares & Pereira (1991:183)
destacaram as seguintes:

 As experiências devem realizar-se de modo a que obriguem os alunos a reflectir.


 Os alunos devem ter plena consciência da finalidade da mesma.
 Para o êxito dessas mesmas experiências, é imprescindível estabelecer um plano de
desenvolvimento das mesmas.
 Uma vez realizadas pelo professor devem ser repetidas pelos alunos.
 Há que seguir as diversas fases da experiência com espírito crítico, para que os
resultados alcançados sejam indubitáveis.
 Os ensinamentos deduzidos de uma experiência devem aplicar-se ao maior número
possível de situações e problemas da vida corrente, nem sempre será fácil de fazer essa
aplicação, porém é uma das razões fundamentais do estudo das ciências.

4.6.Características da aula prática

A aula prática tem como principal característica o uso de equipamentos e materiais, com os
quais os alunos fazem algum tipo de experiência sobre uma lei científica ou os efeitos dela,
relacionando seus aspectos teóricos e práticos, sendo, por isso, uma metodologia de trabalho
ativa.

4.7.Tipos de actividades experimentais

Conforme pôde ser verificado as actividades experimentais podem ser empregadas com
múltiplas finalidades e por meio de modalidades bem distintas uma da outra, o que as colocam
como um cenário propício ao desenvolvimento de estudos que, pautados em referenciais
teóricos, auxiliem no direccionamento das estratégias empregadas nas aulas práticas, elucidem
alguns pontos controversos de seus objectivos, propiciem uma discussão mais clara sobre os
papéis do professor e dos alunos nas interacções estabelecidas nesse contexto e auxiliem o
professor a reflectir sobre aspectos ligados à experimentação nas aulas de química como a
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relação entre conceitos científicos e cotidianos, o papel linguagem simbólica e a função e


organização do trabalho em grupo.

Segundo Araújo e Abib (2003), as actividades experimentais podem ser classificadas em três
tipos de abordagem ou modalidades: actividades de demonstração, de verificação e de
investigação.

4.7.1.As actividades experimentais demonstrativas

São aquelas nas quais o professor executa o experimento enquanto os alunos apenas observam
os fenómenos ocorridos e são, em geral, empregadas para ilustrar alguns aspectos dos conteúdos
abordados em aula, tornando-os mais perceptíveis aos alunos. Integram-se às aulas expositivas,
sendo realizadas no seu início, para despertar o interesse do aluno, ou término da aula, para
relembrar os conteúdos apresentados.

4.7.2.As actividades experimentais de verificação

São destinadas a verificar ou confirmar alguma lei ou teoria. Nesse tipo de experimento, embora
os resultados sejam facilmente previsíveis e as explicações para os fenómenos geralmente
conhecidas pelos alunos, os alunos são estimulados a interpretar parâmetros que determinam o
comportamento dos fenómenos observados, articulando-os com conceitos científicos que
conhecem. Pelo fato de necessitar da abordagem prévia do conteúdo, essa modalidade de
actividade é frequentemente realizada após a aula expositiva.

4.7.3.Actividades experimentais investigativas

Os alunos participam activamente de todas as etapas da investigação, desde a interpretação do


problema até a apresentação de uma possível solução para ele. Diferentemente de muitas das
abordagens tradicionais de experimentação (demonstração, verificação), as investigativas não
fornecem aos estudantes os procedimentos automáticos para a resolução de um problema de
forma imediata; ao contrário: oferecem oportunidades para que os estudantes possam analisar
situações problemáticas, colectar dados, elaborar e testar hipóteses para a solução dos
problemas e discutir com os pares.
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5.Conclusão

Atividades práticas realizadas em salas de aula podem contribuir para uma melhor interação
entre professor e estudante e entre os próprios estudantes. Além disso, promovem maior
integração entre teoria e prática, ponto importante quando se trata da educação profissional de
jovens e adultos. A atividade prática consiste numa ferramenta que, ao mesmo tempo que reúne
e integra pessoas, permite a discussão de conceitos e a preparação para os desafios da vida
profissional. Assim, para atividades semelhantes, é importante inserir no cronograma um
momento de reunião com os grupos para discussão prévia das atividades que serão realizadas e
dos critérios avaliativos.
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6.Referências Bibliográficas

1. ALMEIDA, Guenther Carlos Feitosa de. Escola e Saberes Docentes: apontamentos sobre a
prática pedagógica em Educação Física. 2007, Monografia (Licenciatura em Educação Física)
- Universidade Federal de Goiás, Goiás, 2007.

2. BORGES, Cecília Maria Ferreira. O Professor de Educação física e a Construção do Saber.


Campinas, SP: Papirus, 1998.

3. ALMEIDA, A. et al. (2001). (Re)pensar o Ensino das Ciências. Ensino Experimental das
Ciências. 1ª Edição. Lisboa: Ministério da Educação. DES.

4. ALMEIDA, A. M. (1998). Papel Experimental na Educação em Ciências. Faculdade de


Ciência e Tecnologia. Universidade Nova de Lisboa. In Boletim Comunicar Ciência. Ano 1.
N.º 1. Lisboa: Ministério da Educação. DES.

5. CARDOSO, Jusceli. A criança com dificuldades na oralidade e a prática discursiva na sala


de aula. A travessia do silêncio excludente para a didática da oralidade. Dissertação de
mestrado, Feira de Santana, 2006.

6. CORCIONE, Domingos. Fazendo oficina.In:A questão da formação de assessores dirigentes


e lideranças intermediarias para o movimento popular e sindical. Debate Coletânea de textos,
CESE, N 03, ANO iv, MAIO DE 1994

7. REYZABAL, Maria Victoria. A comunicação ora e sua didática. Bauru, SP, EDUSC. 1999

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