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Nelson Armando Chilaúle

Conteúdos da aula de biologia que necessitam uso de laboratório

Universidade Rovuma
Nampula, Maio de 2023

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Nelson Armando Chilaúle

Conteúdos da aula de biologia que necessitam uso de laboratório

Trabalho de Campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura
em Ensino de Biologia da
UniRovuma, disciplina de Didáctica
de Biologia III do 4º Ano leccionada
por:

Docente: dr. Manssur Sumalgy

Universidade Rovuma
Nampula, Maio de 2023
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Índice
1. Introdução...............................................................................................................................4
2. Fundamentação Teórica..........................................................................................................5
3. Conteúdos da aula de biologia que necessitam uso de laboratório.........................................7
4. Anexo......................................................................................................................................8
4.1. Plano de Aula Laboratorial..................................................................................................9
5. Conclusão..............................................................................................................................12
6. Referências bibliográficas.....................................................................................................13
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1. Introdução

O presente trabalho sobre o tema “Conteúdos da aula de biologia que necessitam uso
de laboratório” foi concebido no âmbito da realização das actividades curriculares
obrigatórias da disciplina de Didáctica de Biologia III da UniRovuma, Curso de Licenciatura
em Ensino de Biologia do 4º ano, regime à distância. Para o efeito foram norteados os
seguintes objectivos:

Objectivo geral: Este trabalho tem por objectivo identificar os conteúdos da aula de
biologia que necessitam uso de laboratório e elaborar um plano de aula laboratorial.

Objectivos específicos:

Explicar a importância da realização das aulas laboratoriais ou práticas;


Identificar as tarefas do professor face a uma actividade experimental;
Identificar conteúdos aula de biologia que necessitam uso de laboratório no
nosso SNE.
Elaborar um plano de aula laboratorial;
Descrever as etapas para realização duma aula laboratorial, incluindo o
material;

Metodologia

A metodologia abordada é a pesquisa bibliográfica que segundo Gil (2008) é feita sob
consulta de materiais existentes sobre determinado assunto, tendo como prioridade livros e
artigos científicos.

Não obstante, o presente trabalho obedece as normas ou estrutura de um trabalho


científico da UniRovuma (capa, folha de rosto e índice, introdução, desenvolvimento,
considerações finais e, referências bibliográficas.
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2. Fundamentação Teórica

O processo de ensino-aprendizagem não deve ser encarado como aquele que ocorre
somente na sala de aula, embora seja indiscutível que este espaço se constitua num ambiente
propício para a interacção recíproca entre todos os componentes deste processo (Teixeira &
Oliveira, 2014), já que este se realiza com maior eficácia nesse espaço, pois, para o aluno, é
como se fosse sua segunda casa. Neste sentido, cabe aos docentes empreender novas
estratégias.

O termo estratégia, do grego “Stratégia” e do latim “Strategia “significa o artifício de


aplicar ou empreender um conjunto de recursos disponíveis e condições adequadas, com vista
a consolidar os objectivos preconizados (Anastasiou & Alves, 2009, p. 68).

A concepção e a aplicação das estratégias de ensino devem comungar com os


conhecimentos teóricos e metodológicos, para que a planificação do ensino seja uma etapa
imprescindível à prática docente, onde a selecção e a articulação dos conteúdos se estruturam
de acordo com os objectivos (Vasconcelos, França & Santos, 2013). No contexto didáctico,
uma estratégia é vista como a acção que envolve a escolha, a coordenação e a preparação das
melhores ferramentas facilitadoras, para que os estudantes se apropriem do conhecimento. Ela
destaca a importância dos objectivos específicos que se pretende alcançar numa determinada
aula (Anastasiou & Alves, 2009), principalmente quando ocorrem com actividades
experimentais.

Estas actividades podem ser desenvolvidas tanto no laboratório, como na sala de aula,
com a finalidade de facilitar o processo de ensino-aprendizagem, e garantir a construção de
aprendizagem significativa nos alunos. Neste ambiente, o docente deve ser o mediador e
orientador do conhecimento desenvolvido por meio do diálogo e da instrução.

A utilização desta actividade nas aulas de Biologia, como afirma Alves (2000), citado
por Andrade & Viana (2017, p. 507), possui o objectivo pedagógico de aperfeiçoar o processo
de ensino-aprendizagem, tornando-o interactivo, no qual os estudantes podem participar de
forma activa, justificando, assim, a natureza, essencialmente experimental, da Biologia como
ciência”.

Pela sua importância, tanto para estudantes e docentes, devem ser caracterizadas em
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três vertentes: motivacional, instrucional e epistemológica (Laburú, 2005), pois aumentam o


nível de curiosidade dos estudantes, e contribuem para tornar explícitos os conhecimentos
teóricos apreendidos, e garantir uma aprendizagem significativa. Apoiando-se nas ideias de
Oliveira (2010), Santos & Menezes (2020, p.174), caracterizam as actividades experimentais
em: demonstrativas, verificativas e Investigativas.

Num outro contexto, Martins & Oliveira (2020) classificam essas actividades tendo
em conta a utilização dos materiais em: manipulativas e demonstrativas; nas manipulativas, os
materiais são disponibilizados aos estudantes para estes realizarem as actividades; nas
demonstrativas, apenas o docente geralmente tem acesso ao material, e realiza a actividade,
enquanto os estudantes podem observar.

As actividades experimentais demonstrativas realizadas na sala de aula podem ser


denominadas de “experiências demonstrativas”; neste tipo de experiência, o docente assume o
papel principal frente à sala de aula, demonstrando e focando nos aspectos que merecem ser
observados e destacados (Rosa, e outros, 2020). O facto de este tipo de actividade ser dirigida
pelo docente não impede a participação dos estudantes, por existir permuta de conhecimentos
entre docente-estudante e estudante- estudante durante a observação da actividade,
produzindo conhecimento, de forma particular, para uma aprendizagem efectiva (Chaves &
Hunsche, 2014).

Martins & Oliveira (2020) caracterizam tais actividades como uma forma de ensino
tradicional, justificando a dependência do docente em estabelecer todas as etapas do
experimento, e mantendo os estudantes como observadores. O tempo de realização das
actividades experimentais demonstrativas normalmente coincide com o tempo lectivo. Estas
têm como objectivo, vincular os conhecimentos teóricos adquiridos pelos estudantes, com os
fenómenos observados no seu dia-a-dia, levando-os a construir seus próprios conceitos.

O docente, ao realizar esse tipo de actividade, deve racionalizar o espaço e os


reagentes. Contudo, ele deve estar munido de conhecimentos teórico-práticos, capacidade
incentivadora e motivadora para promover a participação activa, proporcionando, assim,
maior interactividade, dinamismo e reflexão, pois um aluno motivado tem maior interesse e
facilmente retém os conhecimentos apreendidos (Andrade & Viana, 2017; Silva, e outros,
2020 e Laburú, 2005). O desenvolvimento deste tipo de actividade torna a sala de aula outro
espaço, ou seja, onde existe uma relação dialógica entre seus componentes pessoais e os
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conceitos abordados teoricamente, os quais podem ser observados. Na prática, o docente é


capaz de promover socialização entre os estudantes, e tem a possibilidade de exercer suas
competências (Oliveira, 2017). O estudante, neste tipo de actividade, é, em alguns casos,
chamado a sugerir e a explicar alguns conceitos (Santos & Menezes, 2020).

A realização das actividades experimentais demonstrativas proporciona um conjunto


de vantagens das quais se destacam: a possibilidade de ser realizada em pouco tempo; ser
enquadrada nas aulas expositivas; úteis quando há escassez de materiais, equipamentos e
espaços físicos suficientes para os alunos realizarem a prática (Santos & Menezes, 2020,
p.194), o que leva o docente a identificar e a prepará-lo com recurso aos livros didácticos, às
interrogações, arguições e interpretações, bem como ser criativo, para que as experiências
favoreçam a aprendizagem na sua perfeição.

3. Conteúdos da aula de biologia que necessitam uso de laboratório

Para além desta fundamentação teórica o presente trabalho, também faz uma pesquisa
ou levantamento pelo menos de dez (10) conteúdos de biologia quem necessitam do uso do
laboratório ou aulas praticas sobretudo nos programas do Sistema Nacional de Educação
(SNE) em Moçambique, apontando a unidade temática e a classe em que é leccionada.
Conforme a tabela abaixo:

Unidade temática Conteúdo Classe no SNE


1. Descoberta da célula animal e
Estudo da célula Estrutura e composição
química da célula 9ª Classe

2. Sistemática e felogénia dos


Reino animal artrópodes 11ª Classe
3. Os moluscos e acnidários
4. Composição química das
Citologia organelas celulares 12ª Classe
5. Divisão celular
Bases citológicas da 6. Mecanismo da Replicação do 10ª Classe
hereditariedade ADN
7. Cruzamento-teste
Genética 10ª Classe
8. Mutações cromossómicas
9. Aspectos macroscópicos dos
Fisiologia Animal 12ª Classe
sistema muscular
10. Aspectro de absorção e de
Fisiologia Vegetal acção na actividade 12ª Classe
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fotossintética.

Anexo
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Plano de Aula Laboratorial

Actividade de Laboratório Data: 29/05/2023 Etapa: 1ª


Disciplina: Biologia Professor: Nelson Armando Chilaúle
Nome do aluno (a): Aida Manuel Sibinde Classe: 12ª: Turma: A. Prática nº: 01
Aula: Aspectos macroscópicos dos sistema muscular

Figura 1: Observando aspectos macroscópicos dos sistema muscular

1 Introdução:

O sistema muscular é formado pelo conjunto de músculos do nosso corpo. Existem


cerca de 600 músculos no corpo humano; juntos eles representam de 40 a 50% do peso total
de uma pessoa. Os músculos são capazes de se contrair e de se relaxar, gerando movimentos
que nos permitem andar, correr, saltar, nadar, escrever, impulsionar o alimento ao longo do
tubo digestório, promover a circulação do sangue no organismo, urinar, defecar, piscar os
olhos, rir, respirar...

A nossa capacidade de locomoção depende da acção conjunta de ossos, articulações e


músculos, sob a regulação do sistema nervoso.

2. Objectivos:
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Analisar macroscopicamente os três tipos de tecidos musculares, através do


tecido muscular de um suíno;
Compreender a composição do sistema muscular;
Diferenciar quanto ao tipo de contracção, os três tipos de tecidos musculares;
Analisar (se houver) cortes histológicos do tecido muscular analisando a
composição da fibra muscular;

3. Materiais:

Lâmina de bisturi;
Coração, esófago e pedaço de músculo de um suíno;
Luvas
Lupas
Microscópio;
Bandeja;
Placa de petri;
Lâminas histológicas de tecido muscular.

4 Procedimentos:

a) Analise macroscopicamente as peças que se encontram em cima da bancada,


procurando diferenciar quanto aos três tipos de tecido. (Observe e anote)
b) Faça a dissecação das peças, explorando melhor a estrutura dos tecidos
musculares analisados; (Observe e anote)
c) Compare a composição das fibras de cada tecido, utilizando a lupa para melhor
visualização. (observe e anote)
d) Se houver lâminas histológicas, procure analisar a estrutura do tecido no
microscópio, aumento 10X ou 40X. (ilustre o que você conseguiu observar
analisando esses tecidos)

5. Questões para discussão:

a) Diferencie os tecidos musculares a seguir quanto ao tipo de contracção:

Tecido muscular estriado esquelético

O tecido muscular estriado esquelético possui contracção voluntária.


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Tecido muscular estriado cardíaco


O tecido muscular estriado cardíaco apresenta contracção voluntária e é encontrado no
coração. O tecido muscular estriado esquelético apresenta estrias longitudinais e transversais.

Tecido muscular não-estriado (liso)

O tecido muscular não estriado apresenta contração involuntária, não vigorosa como
observado nos outros tecidos.

b) Qual é a unidade de contracção muscular na célula muscular? E que


filamentos proteicos a compõem, sendo responsáveis pelos mecanismos de contracção e
relaxamento muscular? O sarcômero é a unidade funcional da contração muscular. As fibras
musculares contém os filamentos de proteínas contráteis de actina e miosina, dispostas lado a
lado. Esses filamentos se repetem ao longo da fibra muscular, formando o sarcômero..

c) O processo de contracção muscular depende de duas substâncias, uma na


forma iónica e outra na forma de energia. Quais são essas substâncias?
Para ocorrer a contracção muscular são necessários três elementos: Estímulo do sistema
nervoso; As proteínas contrácteis, actina e miosina; Energia para contracção, fornecida pelo
ATP

6. Conclusão:
O sistema muscular é composto pelos diversos músculos do corpo humano. Os músculos são
tecidos, cujas células ou fibras musculares possuem a função de permitir a contracção e
produção de movimentos. As fibras musculares, por sua vez, são controladas pelo sistema
nervoso, que se encarregam de receber a informação e respondê-la realizando a ação
solicitada .
Os músculos apresentam diferentes tamanhos, formas e funções, por isso, são classificados
em três tipos: liso, estriado cardíaco e estriado esquelético.
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5. Conclusão

Tendo-se realizado a presente pesquisa sobre o tema “conteúdos da aula de biologia


que necessitam uso de laboratório” concluiu-se que, quase 95% das aulas de biologia do
nosso SNE, necessitam de aulas práticas sobretudo nas seguintes unidades temáticas:
Fisiologia animal e vegetal; Genética; Citologia ou bases citológicas da hereditariedade, visto
que nessas unidades os conteúdos são extremamente complexos e abstractos e o que tem
acontecido no quotidiano é, o professor de biologia apenas faz uma abordagem teórica dos
conteúdos.

Neste contexto, os autores aqui apresentados, discutem sobre a necessidade da


transferência dos saberes cognitivos em saberes afectivos e psicomotor através do exercício
da pratica das actividades experimentais no processo de ensino e aprendizagem, uma vez que
estes trazem o concreto domínio, abrindo uma oportunidade para o aluno de descobrir,
avaliar, examinar a teoria por meio da realidade por ele vivido.

Por outro lado, é notório no plano de aula laboratorial, o ensino centrado no aluno,
cabendo ao professor organizar o trabalho do aluno na sala do laboratório ou fora da sala de
aula.
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6. Referências bibliográficas

Martins, J. T., & Oliveira, E. A. G. (2020). Actividades experimentais de Física da Revista


Ciências Hoje das Crianças. Caderno Brasileiro de Ensino da Física. 33(3) 455-478.
http://dx.doi.org./105007/2175-7941 2020.v37n2p455.

Oliveira, J. Q. P. ( 2017). Actividades experimentais: estratégia para auxiliar no ensino de


Ciências (Dissertação). Universidade do Vale do Taquari-UNIVATES.
https://www.univates.br/bdu/handle/10737/2155?mode=full

Teixeira, J. C. & Oliveira, T. M. (2014). A experimentação como estratégia metodológica do


ensino de ciências naturais em sala de aula (Monografia, UFRA).
http://bdta.ufra.edu.br/jspui/handle/123456789/1107

Vasconcelos, L. Y.; França, S. M. & Santos, F. M. (2013). Estratégia de Ensino Aplicada na


Educação a Distância. UNOPAR Cent., Cienc. Human, Educ., Londrina, v.14 (3) p.
183-188.Maio de 2023. https://doi.org/10.17921/2447-8733.2013v14n3p%25p.

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